segunda-feira, 31 de maio de 2010

O QUE QUEIROZ NÃO PERCEBE





ELE E OS SEUS EXERCÍCIOS DE “MOTIVAÇÃO” PSICOLÓGICA

Sempre me fez muita confusão essa “história” da motivação” psicológica para quem ganha milhões. Se eles não têm motivação, que motivação terá a Luísa, a que “sobe a calçada?
Embora acredite que o público possa ter um efeito decisivo no comportamento dos jogadores. Mas é um efeito que não pode ser analisado isoladamente. Ele funciona nos dois sentidos. O público entusiasma os jogadores e os jogadores entusiasmam o público.
Queiroz não percebe isto. Insulta, com argumentos à altura da sua inteligência, o público que assobia. Porque o público está lá, é para aplaudir. Caso contrário, que fique em casa! Hugo Almeida, um rapaz igualmente muito inteligente, pensa o mesmo.
Então eu vou fazer-lhe um desenho (ao Queiroz, do outro não quero saber…)
Notícias do Mundial: Di Maria desembarca em Joanesburgo e ofusca Messi e Maradona! David Luiz é “assediado” em pleno Rio de Janeiro por torcedores portugueses! Claque brasileira à parte, os mais aplaudidos da “selecção canarinha” na África do Sul são Ramires e Luisão.

sábado, 29 de maio de 2010

O "ENTUSIASMO" FRIO QUE A SELECÇÃO SUSCITA



QUEIROZ E A GUERRA

Queiroz bem precisa de se preparar para a guerra. Não aquilo a que ele chama guerra, que não passa de um campeonato do mundo de futebol. Mas a que o espera logo que regresse das terras austrais.
Não adianta continuar a qualificar o seleccionador, até porque a melhor forma de o avaliar, além dos resultados, claro, é o modo como os jogadores se exprimem, durante o estágio, na comunicação social, a forma como se relacionam com o público, etc.
Por aí se vê logo o que vale um treinador. Alguns ou dizem as mesmas “baboseiras” que já ouviram ao treinador: “Se é para assobiar, não venham cá. Não precisamos de vocês” . Outros proferem frases insensatas:”Vamos ser campeões”, “Somos tão bons como os melhores” e outras tiradas semelhantes.
Infelizmente, Queiroz não só “deixa” dizer estas coisas, como diz o mesmo.
Hoje, na Covilhã, o repórter da SIC esforçava-se por transmitir um entusiasmo que a meia dúzia de pessoas presente desmentia. Numa voz empolgante, o pobre repórter pedia opiniões e as pessoas presentes respondiam: “são uns antipáticos”; ou outro: “Nem sequer cumprimentam a gente, passam a correr”; ou ainda outro: “Não jogam nada”.
No futebol, principalmente no futebol, o povo tem uma intuição muita precisa do que vai acontecer…

quinta-feira, 27 de maio de 2010

MOURINHO E O PREÇO DOS JOGADORES




QUE HIPOCRISIA!

Os jornais de hoje dão conta das declarações de Mourinho sobre a possível aquisição de Di Maria pelo Real Madrid.
Mourinho dá o seu assentimento, se o preço for acessível. E explica porquê. Di Maria é bom num campeonato pequeno, mas tem dúvidas que o seu rendimento seja igual num campeonato grande, como o espanhol, o italiano e o inglês.
Até aqui tudo bem. É a opinião técnica de quem tem a responsabilidade de indicar os jogadores que pretende e em que termos.
Só que Mourinho conclui: “É que não gosto que os meus clubes paguem preços loucos pelos jogadores!”
Eu também não percebo – e creio que ninguém percebe – por que razão a Judiciária ou as autoridades inglesas e italianas de investigação criminal não investigaram as transferências de Paulo Ferreira para o Chelsea e a de Quaresma para o Inter.
Como se sabe foram transferências a preços módicos: a de Paulo Ferreira 20 milhões de euros em 2004 e a de Quaresma 30 milhões em 2008.
Como eu gostava de ter percebido o que se passou. Assim só posso imaginar. Talvez Mourinho nos ajude comprando Hulk por 100 milhões!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

SOBRE O PRÓXIMO MUNDIAL



OS MAIS FORTES

O próximo Mundial da África do Sul provavelmente não trará surpresas, embora seja previsível que as equipas com melhores jogadores não ganhem. Como de costume, ganhará o melhor conjunto.
A equipa que tem indiscutivelmente melhores jogadores é a Argentina. A Argentina tem tantos e tão bons jogadores que os que não vão à África do Sul, bem orientados, teriam grandes hipóteses de discutir o primeiro lugar.
Maradona, um jogador ímpar, cuja performance apenas poderá ser superada por Messi, se continuar com o mesmo nível de rendimento que tem tido até aqui, está muito longe, como treinador, de se assemelhar ao que foi como jogador.
Vê-se que a equipa não tem uma ideia de jogo. Vive do extraordinário valor dos seus jogadores.
Portanto, não é muito seguro que consiga ultrapassar os obstáculos seguintes, se um conjunto bem organizado se atravessar no seu caminho.
Sorte diferente poderá ter a Espanha igualmente servida por excelentes jogadores e muito bem conduzida. O Brasil é uma incógnita. Os jogadores mais conhecidos nem sempre têm conseguido na selecção aquilo que os brasileiros mais desejavam. Veremos como se comportam os outros. E veremos também como Dunga actuará num contexto muito diferente do contexto sul-americano.
Grandes esperanças acompanham a selecção inglesa, não tanto pelo nível dos seus jogadores, que é um nível médio alto, semelhante ao dos que na última década participaram noutras competições, mas pela excelência do seu treinador, Fábio Capelo. É equipa para chegar muito longe, porventura ao título.
E, por último, vem a Itália, que pode sempre ser campeã. Tal como as equipas de Mourinho, a selecção italiana é formada e treinada para não perder em caso algum e, à medida que o torneio se aproximar do fim, para ganhar.
Fora do rol dos favoritos, mas imediatamente a seguir, a França e a Alemanha, teoricamente com mais hipóteses para a França do que para Alemanha. Embora a Alemanha possa contrariar todos os prognósticos.
Dos três seguintes: Holanda, Dinamarca e Portugal, a selecção portuguesa é a que terá mais dificuldades em transpor a fase de grupos. Provavelmente ficará por aí.

terça-feira, 25 de maio de 2010

DI MARIA NO REAL MADRID?




O QUE O ESPERA

Depois de mais um jogo na selecção Argentina, onde marcou um belo golo, um dos cinco com que a selecção de Maradona derrotou o Canadá, voltaram com insistência as notícias de que Di Maria estaria a caminho do Real Madrid.
Um administrador da SAD do Benfica já negou que houvesse transferências negociadas e embora tal informação seja verdadeira hoje, dificilmente o Benfica terá capacidade para segurar Di Maria por mais uma época.
É, porém uma pena que Di Maria, a sair, vá ser treinado por Mourinho. Um artista, como o jovem argentino, ficaria muito mais bem entregue a treinadores que gostem de futebol, que privilegiem aquilo a Jesus chamou a “nota artística”.
Com Mourinho, Di María arrisca-se a ser um segundo lateral esquerdo e a regredir enquanto jogador. Se fosse mais velho, ainda se poderia impor a Mourinho, jovem como é vai ter de submeter-se.
É pena que no Benfica ninguém aconselhe Di Maria a escolher o melhor clube para ele. É claro que o interesse do Benfica é o dinheiro e algum jogador do Real. Mas será uma pena deixar Di Maria nas mãos de Mourinho. Basta ver o salto que Di Maria deu com Jesus. Basta fazer a comparação entre o que ele jogava com os anteriores treinadores e o que joga agora. Tudo porque Jorge Jesus lhe não cerceou a sua criatividade, antes a estimulou.

E SE SCOLARI FOR O PRÓXIMO TREINADOR DO PORTO?



ALGO SE ESTÁ A PASSAR


Os jornais dão conta que Scolari ficará brevemente livre de compromissos e que o seu destino se resolverá em Portugal.

É óbvio que Scolari quer ficar em Portugal. Conhece isto. Gosta disto. Tem cá amigos. Os filhos não querem ir para o Brasil. Enfim, o que precisa é de um clube. Claro que o Queiroz dentro de um mês e meio está despedido. No entanto, voltar à selecção não parece muito provável.

Scolari, pelas suas caracteísticas, é um treinador que encaixa muito bem no Porto. O "Vito" Baía? Nada que Pinto da Costa não pudesse resolver.

Em suma, não me admiraria nada se Scolari viesse a ser o próximo treinador do Porto!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

MOURINHO NO REAL MADRID




PELA PRIMEIRA VEZ UMA SITUAÇÃO NOVA

Pela primeira vez, desde o Benfica, onde passou fugaz e arrogantemente, Mourinho vai treinar, como tudo indica, uma equipa com largo apoio popular.
Até aqui, com excepção do Benfica, onde apesar de tudo ganhou fama e prestígio, Mourinho sempre treinou equipas relativamente ostracizadas no país a que pertencem.
Foi assim com o FCP o qual, por força de uma cultura muito própria, de contemporização com a violência, de desrespeito pelos adversários, de pequeno regionalismo sectário, além de suspeitas mais que fundadas sobre o modo como encara a verdade desportiva, tem um restrito número de adeptos geograficamente muito circunscrito.
Foi assim com o Chelsea, situado num bairro rico de Londres, com poucos adeptos e sempre identificado como o clube dos ricos. Sem qualquer comparação com os populares clubes londrinos, o Chelsea viu, sob este ponto de vistam, agravada a sua situação por ter sido comprado por um oligarca russo que, em poucos anos, fez uma fortuna colossal a partir dos despojos do “socialismo real”.
Foi assim também com o Inter que é, das grandes equipas italianas, seguramente a menos popular e mais desprezada, um pouco pelas mesmas razões do Chelsea, agravadas por estarmos a falar de um país de paixões intensas tanto na política, como no futebol. Ainda um dia destes um adepto do Inter justificava o conflito de Mourinho com os media italianos dizendo. “Isso só acontece porque ele está no Inter. Se estivesse no Milan ou Juve, tudo seria diferente”.
A verdade é que a Mourinho também lhe agrada este clima de cerco, que vê inimigos por todo o lado e traições em todas as esquinas.
No Real Madrid o clima é outro por muito grande que seja a rivalidade com o Barcelona, ou até com alguns clubes de Navarra (Ossassuna) e do País Basco.
Atrevo-me a pensar que algum arrastamento nas negociações terá a ver com isto. Mourinho não estará certamente interessado em trabalhar com pessoas civilizadas como Jorge Valdano e vai querer construir no RM um clima semelhante àquele que sempre tem tido por onde passou, salvo no Benfica.
Depois, haverá outros problemas: os de protagonismo com as vedetas do Real. Quem mais vai sofrer será Cristiano Ronaldo a quem auguro o fim dos “dias felizes” em Madrid se passar a ter José Moutinho como treinador.
Vamos ver…

domingo, 23 de maio de 2010

JOGADORES DA SELECÇÃO ASSOBIADOS





QUEIROZ VAI PERCEBER…

Queiroz vai perceber à sua custa, nem que seja preciso fazer-lhe um desenho. Só que agora já é tarde.
Qualquer pretexto serve para que os adeptos se manifestem. Que façam a Queiroz o que já tinham feito a Artur Jorge e que nunca fizeram a Scollari.
Se Queiroz fosse mais inteligente olhava para a convocatória de Vicente del Bosque e percebia como se faz uma selecção para se ter o apoio do país, quando há, como sempre acontece, relativamente a certos lugares, vários jogadores de valia equivalente. Uma coisa é quando há indiscutíveis. Outra é quando todos são mais ou menos iguais naquele lugar. Nestes casos é preciso actuar “politicamente”. Mas para actuar politicamente é preciso ser livre, além de inteligente, e Queiroz não é uma coisa nem outra.
Isto não acaba aqui. Começa aqui…

sábado, 22 de maio de 2010

VITÓRIA DO ANTI-FUTEBOL EM MADRID




O INTER GANHOU A LIGA DOS CAMPEÕES

Num jogo em que apenas defendeu, Mourinho ganhou a Liga dos Campeões Europeus, em Madrid, derrotando Bayern por 2-0. Com um guarda-redes, nove defesas e um avançado, Mourinho, servido por excelentes jogadores, venceu.
Venceu, mas prestou um mau serviço ao futebol. Nenhum adepto de futebol, desinteressado da contenda em questão, se revê naquele futebol mercenário, anti-espectáculo, que apenas busca, com covardia e traição, alcançar a vitória.
Quem puser de parte a componente espectáculo no futebol, a que enche os estádios, a que entusiasma o público, a que anima a natureza aleatória do jogo, contribui para o seu declínio como grande espectáculo de massas.
Mourinho assenta o seu jogo na sobreexploração dos seus jogadores e na sua despersonalização como artistas da bola.
Ontem foi com Drogba, que sozinho tinha a seu cargo toda a defesa adversária, agora é com Milito, esse extraordinário jogador, que Mourinho encarrega de tudo resolver sozinho, como hoje voltou a fazer.
Colocando jogadores como Eto’o como segundo defesa lateral e marcando Arjen Robben com dois, três jogadores, Mourinho pode ganhar, mas ninguém que goste de futebol aplaude aquelas vitórias.
Diz-se que abandonará Itália no final da época. Faz mal. Itália é o único dos grandes países do futebol onde o seu tipo de jogo tem antecedentes e compreensão. Na Inglaterra, como se viu, ganhou, mas não convenceu. Foi despedido por anti-jogo. No Madrid, apesar da sede de vitórias, dificilmente o seu futebol poderá suportar o confronto do futebol artístico do Barcelona. Em Santiago de Bernabeu, a curto prazo, quererão mais que vitórias.
Elogia-se muito Mourinho, então, os comentadores portugueses ficam mesmo de gatas, mas esquece-se o futebol muito parecido que Fernando Santos praticava no Estrela da Amadora quando tinha de jogar na Luz e noutros grandes estádios. Muito semelhante, com a diferença de os jogadores de Fernando Santos serem de quinta categoria e os de Mourinho de primeiríssima qualidade.
Honra ao Bayern e Van Gaal que tentaram durante noventa minutos jogar futebol espectáculo e que devem ter somado mais de 60% de posse de bola!

sábado, 15 de maio de 2010

QUEIROZ JUSTIFICA-SE MAL




O QUE QUEIROZ AINDA NÃO PERCEBEU



Queiroz continua a ter necessidade de explicar as suas escolhas. Se tivessem sido minimamente consensuais não teria que o fazer. E se ele fosse um seleccionador seguro também não o faria.
Ele já percebeu que os portugueses não o apoiam e que a selecção lhes inspira fortes desconfianças. Só que ele ainda não percebeu porque acontece uma coisa e outra.
E vai-se desdobrando em explicações tontas como a da não convocação do Quim. Não tem futuro, diz ele; só tem presente!E diz isto como se o próximo Campeonato do Mundo não fosse a prova mais importante que ele vai ter de enfrentar durante todo o seu contrato. Será que ele quer dizer que vai à África do Sul para preparar uma equipa para ganhar o Europeu de sub 21?
E Deco, tem futuro? E Miguel e Paulo Ferreira? E Ricardo Carvalho? E Liedson? A inteligência é algo que não bateu à porta o seleccionador nacional.
Queiroz também não percebeu que a selecção precisa de criar uma empatia com o público. Não necessariamente com a imprensa nem com os media em geral, mas com o público é indispensável. Sem essa empatia não há possibilidade de êxito.
A empatia com o público pode criar-se a partir do carisma do seleccionador, mas não dispensa os jogadores. Se a empatia com o seleccionador não existe, como é manifestamente o caso, ela somente pode advir da relação entre os jogadores e o público. Queiroz ao eliminar das suas escolhas jogadores campeões nacionais e ao optar por outros que nada tem de indiscutíveis traçou a sua sentença de morte.
Dito de outro modo: a aliança com certas personalidades perversas do nosso futebol pode vir a ser-lhe útil para receber as indemnizações por incumprimento do contrato, mas será péssimo para a sua reputação como seleccionador.
Já falta pouco tempo para se ver como vai ser....

terça-feira, 11 de maio de 2010

AS ESCOLHAS DE QUEIROZ - CONFIRMAÇÃO



SEIS DEFESAS CENTRAIS?

Como se previa, as escolhas de Queiroz não obedecem a um critério que tenha por objectivo a escolha dos melhores, nem, por outro lado, à polivalência necessária a um Mundial.
Nos guarda-redes não se compreende a preterição de Quim, o menos batido juntamente com Eduardo, mas saúda-se a chamada de Beto, potencialmente o melhor dos três.
Na defesa, a escolha de seis defesas centrais, embora um deles seja para eliminar, não se compreende. Assim como se não compreende a ausência de Ruben Amorim com o qual asseguraria a polivalência que, de certeza, lhe vai fazer falta no meio-campo. A escolha de jogadores que durante a época não cumpriram ou a de outros que claramente têm um nível técnico inferior em detrimento de Ruben Amorim é uma má solução.
Na linha média, Veloso não é uma escolha acertada. Veloso só joga em certas zonas do campo. Por outro lado, não tem o talento suficiente para fazer a diferença no mais fraco sector da selecção. Carlos Martins era de longe, muito longe, uma escolha mais acertada.
No ataque não há muito por onde escolher. Almeida é um jogador mediano, mais para o mau do que para o bom, mas a verdade é que não há muito mais por onde escolher.
Tenho a convicção de que vai acontecer a Queiroz o mesmo que aconteceu a Oliveira na Coreia. Queiroz não soube ganhar os adeptos durante a fase de qualificação, nem agora. Além do mais não foi inteligente. Se não passar a primeira fase, vai ter um regresso difícil a Lisboa…

segunda-feira, 10 de maio de 2010

AS ESCOLHAS DE QUEIROZ - ANTEVISÃO




O QUE QUEIROZ NÃO FARÁ

Daqui a cerca de duas horas, Queiroz anunciará a lista dos jogadores convocados para o Mundial da África do Sul. Logo que se tomou conhecimento da lista dos pré-convocados, ficou-se com a impressão de que a base da selecção seria a equipa do Sporting. Queiroz certamente impressionado com a brilhante carreira dos “leões” na época 2009/10 quererá jogar pelo seguro e levar um lote de jogadores que lhe dê garantias…
Veremos mais logo se esta impressão se confirma, embora de um seleccionador como Queiroz, incapaz de resistir a pressões e pouco inteligente, seja sempre de esperar tudo.
Se Queiroz atendesse à forma dos jogadores, ao modo como se comportaram durante a época, enfim, se escolhesse os melhores, não haveria muitas dúvidas. Como o passado de Queiroz não garante que aqueles sejam os critérios que o norteiam, tudo pode acontecer.
Dentro das limitadas possibilidades do futebol português, as escolhas que parecem óbvias são as seguintes:
Guarda-redes – Eduardo, Quim e Beto
Eduardo e Quim são os guarda-redes menos batidos da época; nenhum deles é um grande guarda-redes, mas nem Rui Patrício nem Hilário são soluções alternativas. Hilário é claramente pior do que qualquer um daqueles dois e também já não vai melhorar. Rui Patrício não oferece segurança.
Beto foi o melhor guarda-redes da época passada e é sem dúvida um dos mais promissores guarda-redes portugueses. Muito brevemente será o melhor. Ele é que é o futuro e não Rui Patrício.
Defesas – Ruben Amorim, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Coentrão devem considerar-se indiscutíveis, contanto que Bruno Alves vá para jogar futebol e não karaté.
Pepe não deve ser convocado; não joga há vários meses e não se pode levar ao mundial um jogador que não competiu.
Depois talvez fosse de escolher Rolando, apesar de não ser um grande central, e Meira. Para as laterais, Miguel se estiver bem fisicamente e der garantias de bom comportamento e Paulo Ferreira, que, sendo um jogador mediano, adapta-se a ambas as alas e vai fazendo o seu papel, sem brilho, mas, se não tiver azar, também não compromete.
Meio-campo – Meireles, Pedro Mendes, Carlos Martins e Deco. Talvez também Tiago e João Moutinho.
Com Deco em fim de carreira, a perder muitas bolas, em baixo de forma, não teremos uma grande linha média, mas os indicados são certamente os melhores.
Avançados – Simão, Ronaldo, Liedson, Nani, Danny e deixo o 23.º para Queiroz por não estar a ver ninguém à altura de representar a selecção.
Como mais logo se verá, as probabilidades de Queiroz coincidir com estas escolhas serão escassas.

BENFICA CAMPEÃO




AFINAL, O NACIONAL EXISTE

Nas muitas e variadas declarações, que antecederam os jogos de hoje, do treinador do Braga e dos seus jogadores, o Nacional da Madeira não existia. Dava-se como certa a vitória do Braga com total desrespeito pelo adversário. Afinal, o Nacional da Madeira existe e o Braga, mesmo que o Benfica tivesse perdido, não teria sido campeão. Certamente que o treinador do Braga tem uma boa justificação para o empate. E, como de costume, essa justificação não passará pelo mérito da equipa adversária.
O Benfica ganhou com toda a naturalidade, num jogo diferente, emotivo, e sagrou-se campeão nacional pela 32.ª vez!
Foi a melhor equipa ao longo de toda a época. Também a mais espectacular. A que melhor futebol praticou. A que mais golos marcou. A que menos golos sofreu.
Os melhores jogadores da Liga estiveram no Benfica, pese embora o valor de Falcão e o conjunto harmonioso do Braga. Mas os artistas, os verdadeiros artistas, moraram sempre na Luz. Foram eles que praticaram o futebol que mais espectadores mobilizou.
Esse o problema do Benfica. Segurar Di Maria, David Luiz, Cardozo, Ramires ou mesmo Xavi Garcia não vai ser fácil. E principalmente não vai ser fácil substituí-los. Se saírem apenas dois, o Benfica ainda ficará com uma grande equipa. Mas se forem cinco, o Benfica corre o risco de repetir o exemplo do Porto - que tem recebido rios de dinheiro no fim de cada época, apesar de manter o défice - e de ter de refazer o essencial da equipa.

domingo, 9 de maio de 2010

DOMINGOS PACIÊNCIA CONFIRMA FALTA DE CLASSE





DISCURSO SEM FAIR PLAY


Seria exigir muito a Domingos Paciência pedir-lhe fair play nas suas declarações. Sabendo-se donde ele vem, a experiência que traz, o modo como conseguiu vitórias como jogador, pode pedir-se-lhe muita coisa, mas fair play não!
Por isso, não é de admirar que hoje, no fim do jogo com o Nacional, tenha reafirmado a enorme desigualdade entre os dois primeiros. Desigualdade de orçamentos e desigualdade competitiva, porque, segundo Domingos, o Benfica fez mais de um terço dos seus jogos contra dez!
Se se falar de orçamento, tem de pôr-se em primeiro lugar o FC Porto, que é de todos os que lutavam pelo título o que partiu com o maior orçamento. Mas disso Domingos não fala. Fala é das expulsões de jogadores violentos, que, segundo ele, deveriam manter-se em campo, para favorecer a sua equipa à custa das agressões aos jogadores da equipa contra a qual ele directamente concorre.
Ainda hoje se viu a violência com que um jogador do Rio Ave interveio das duas vezes em que disputou a bola. Esse jogador deveria manter-se em campo? A pergunta que terá de se pôr é outra: quem incita esses jogadores a agir desse modo? O que os leva a fazer de certos jogos contra o Benfica os jogos da sua vida? Que especial interesse os move?
Domingos disto e doutras coisas sabe muito mais do que qualquer um de nós. Tem uma grande experiência. E é nessa experiência que assenta a sua falta de fair play!

A CAMINHADA DO BENFICA NA ÉPOCA 2009/2010




APENAS FALTOU ALGO PARA QUE FOSSE EXCELENTE

A época 2009/2010 do Benfica foi a todos os títulos notável, não apenas quando isoladamente analisada, mas principalmente quando comparada com as últimas vinte épocas. Dificilmente poderia ser melhor, depois de tudo aquilo por que o Benfica passou nos últimos anos.
Para ser excelente apenas faltou um resultado diferente em Liverpool e no Porto. Não são tanto as derrotas que estão em causa, nem até a expressividade de cada uma delas, mas antes o facto de a equipa ter falhado em dois momentos decisivos. O primeiro de afirmação na Europa, depois de uma carreira até então notável, o segundo de conquista do campeonato no campo do seu maior rival, depois de uma época interna quase impecável.
As demais derrotas não têm o mesmo significado. Não tem a derrota de Poltava, pois a eliminatória já estava ganha, nem a de Atenas, um simples acidente de percurso. O mesmo se diga da eliminação da Taça de Portugal pelo Guimarães e da derrota em Braga por 2-0. Em qualquer destes casos, o Benfica poderia ter ganho. Perdeu pelas contingências do jogo, sem que com isto se pretenda pôr em causa o mérito dos vencedores.
Também não foram os quatro empates na Liga que deslustram a época: o primeiro, contra o Marítimo, em circunstâncias normais teria terminado numa goleada; o de Alvalade, a zero, foi o menos conseguido de todos e onde talvez fosse exigível pedir mais; já os de Olhão e de Setúbal foram consentidos de forma diferente, mas são resultados perfeitamente normais numa liga com trinta jogos.
Para a história, se o Benfica ganhar o campeonato, ficará um dos melhores scores do futebol português nas provas por pontos, a duas voltas. Aliás, o melhor de sempre desde que as vitórias valem três pontos e os empates um.
Em circunstâncias normais, este campeonato já estaria ganho. Acontece que o Braga fez igualmente uma prova excepcional, também ela susceptível de justificar a vitória, se não tivesse encontrado pela frente um Benfica, até hoje, ainda melhor.
O Porto esteve ao seu nível. Não costuma fazer melhor, salvo no primeiro campeonato ganho por Mourinho, tristemente célebre por tal vitória ter coincidido com as visitas de árbitros a casa de Pinto da Costa, a “fruta” distribuída antes e depois dos jogos e ainda ao facto de haver vários jogos sob suspeita que aliás levaram à penalização desportiva do clube, em termos de resto muito brandos…
Aconteça o que acontecer mais logo no Estádio da luz, neste dia chuvoso e triste de Maio, o Benfica terá realizado, do ponto de vista exibicional, uma das épocas mais espectaculares da sua história, só mesmo comparável às dos tempos áureos da década de sessenta.
Os resultados obtidos devem-se aos jogadores, que igualmente formam um dos melhores planteis da história do clube e ao treinador Jorge Jesus que reintroduziu no Benfica uma mentalidade vencedora e espectacular, que, até à sua chegada, se julgava perdida para sempre.

DOMINGOS PACIÊNCIA NÃO TEM CLASSE



DECLARAÇÕES CONFORME UMA ESCOLA E UMA CULTURA

Domingos Paciência pode ser um bom treinador. Tudo indica que sim. O seu trabalho na Académica e no Braga apontam nesse sentido. Mas como homem do desporto não tem classe. É mesquinho, ressentido, despeitado e sem grandeza na vitória nem dignidade na derrota.
Estando o campeonato a uma jornada do fim, que tanto pode ditar a vitória do Braga como do Benfica, Domingos não encontrou outra maneira de justificar o actual segundo lugar do Braga senão dizendo que tudo nas duas equipas foi igual, salvo um pormenor que tudo diferenciou: o jogo de Guimarães que o Braga perdeu e que o Benfica ganhou, mesmo no fim, na sequência de uma falta inexistente na linha lateral do campo!
Esta declaração está bem de acordo com a cultura e a escola desportivo de que Domingos é oriundo. Uma cultura de desprezo pelo adversário e uma escola onde o que conta é a vitória qualquer que seja o meio por que se obtém.
Toda a gente sabe que o Braga fez um campeonato espectacular, apesar da derrota por 5-1 no Dragão, que dava para ser campeão em qualquer um dos anos anteriores. Suplantou o Porto, que esteve ao nível dos anos anteriores, mas não chegou até hoje para suplantar o Benfica, que fez ainda um campeonato mais espectacular, principalmente pelo modo muito concludente com que firmou a maior parte das suas vitórias.
Por outro lado, não há nada, absolutamente nada, que possa ser assacado às vitórias do Benfica. Pelo contrário, há razão para algumas queixas. O Braga nem sempre pode dizer o mesmo como, entre outros, o jogo contra o Guimarães em casa claramente ilustra.
As palavras de Domingos visando diminuir a eventual vitória do Benfica só o diminuem a ele….embora o aproximem da origem para onde mais tarde ou mais cedo voltará.