terça-feira, 31 de maio de 2011

BENFICA CAMPEÃO EUROPEU – FOI HÁ 50 ANOS

EM BERNA, EM 31 DE MAIO DE 1961



Há cinquenta anos, em Berna, no Wankdorf Stadium, o Benfica de Béla Guttman, num jogo memorável, venceu o Barcelona por 3-2.
É uma data inesquecível para o desporto português – é a primeira grande vitória – vitória mesmo – de uma equipa portuguesa numa competição internacional de prestígio e na modalidade que mais paixões desperta à superfície da terra.
Três anos apenas distavam do grande feito brasileiro em Estocolmo, que os portugueses haviam seguido e aplaudido como algo que nunca poderia acontecer por cá. Mas aconteceu. E embora o mérito desta conquista caiba aos jogadores do Benfica, à sua direcção, ao seu grande Presidente Maurício Vieira de Brito e ao director do futebol Manuel da Luz Afonso, ninguém poderá esquecer jamais o papel de Béla Guttman como treinador da equipa – uma espécie de mago que transformava em ouro, qual Midas, tudo aquilo em que tocava.
Antes de chegar a Portugal, já tinha sido campeão na Hungria pelo Üjpest, na Holanda pelo Enschede (agora Twente), na Itália pelo Milan, no Uruguai pelo Peñarol e no Brasil pelo S. Paulo.
Este inteligentíssimo e arguto judeu húngaro, depois naturalizado austríaco, que escapou, sabe-se lá como, às garras de Hitler, chegou ao Benfica vindo do Porto onde se tinha sagrado campeão na época de 19958/59. Numa transferência atribulada como sempre são as que ocorrem entre os dois grandes clubes portugueses, Guttman chegou ao Estádio da Luz, até então muito marcado pela herança inovadora de Otto Glória, para logo se sagrar campeão nacional, tendo previsto no contrato que assinou uma verba pela vitória na Taça dos Campeões Europeus, verba que a direcção do Benfica não teve qualquer dificuldade em deixar empolar tão remota era a possibilidade de aquele feito se verificar. De facto, nas cinco anteriores edições da prova, nunca as equipas portuguesas – Sporting (duas vezes), Porto (duas) e Benfica (uma) – haviam passado a primeira eliminatória.
Mas não foi assim na época de 60/61. O Benfica ainda em 1960 ganhou as primeiras duas eliminatórias ao Hearts (5-1, no conjunto dos dois jogos) e ao Üjpest (7-4); e depois em 1961 “despachou” o Aahrus (7-2) e o Rapid de Viena (4-1), enquanto o Barcelona, adversário da final, eliminou sucessivamente o Lierse (5-1), o Real Madrid, detentor dos cinco títulos anteriores, (4-3); o SK Hradec Krávolé (5-1); e o Hamburgo (2-2).
As duas equipas encontraram-se na final com oito jogos realizados - e não com quatro como por ignorância ou manifesto desejo de desvalorizar a vitória diz hoje o repórter do Público, um tal Luís Francisco – para um jogo em que o Barcelona era claramente favorito.
Köcsis marcou ao 20 minutos, de cabeça, Águas, aos 30 minutos, no primeiro ataque do Benfica empatou a centro de Cavém; logo a seguir, aos 32 m, Ramallets aumentou de auto-golo a vantagem para o Benfica; Coluna, no começo da segunda parte, marcou um grande golo e pôs o resultado em 3-1; e depois, aos 75 m, Czibor marcou o segundo do Barcelona.
E foi uma festa como nunca se tinha visto.
Águas foi o melhor marcador da prova com 12 golos, seguido de Zé Augusto com 6.
 Para a história fica a composição das duas equipas:
Benfica: Costa Pereira; Mário João, Germano e Ângelo; Neto e Cruz; José Augusto, Santana, Águas, Coluna e Cavém.
Treinador – Béla Guttman
Barcelona: Ramallets; Foncho, Gensana e Gracia; Verges e Garay; Kubala, Kocsis, Evaristo, Suarez e Czibor.
Treinador – Enrique Orizaola

O BENFICA NO SEU LABIRINTO

O PIOR ESTÁ PARA VIR

Não tinha nada de premonitório o último post que aqui foi escrito sobre o futuro próximo do Benfica.
Antevia-se, com base no que aconteceu este ano, o que poderia acontecer na próxima época. Para além da incompetência dos principais responsáveis, ela já está envenenada pelo que entretanto veio a público: a investigação da PJ, os guarda-redes, enfim, um ruído que não se calará tão cedo.

Os jornais dizem que a PJ investiga a transferência de Júlio César que, como se sabe, foi comprado ao Belenenses. Comprado ao que se diz por um milhão de euros, apesar de no Belenenses só ter entrado metade do dinheiro. Há quem diga que houve comissões não declaradas ao fisco, há quem diga muita coisa.

Entretanto, os suspeitos defendem-se. Mas como se poderá explicar no Benfica a compra de um outro guarda-redes por 8,5 milhões de euros? Quantos guarda-redes no mundo valem esse dinheiro? E o que tem de valer um guarda-redes que vale esse dinheiro? Tudo perguntas que a época que passou deixou sem resposta. Ou ainda pior: tornou quase impossível uma resposta racionalmente aceitável.

Engano? Erro? Mas como pode haver erros desta dimensão em assuntos (teoricamente) da especialidade de quem os pratica?

Não há volta a dar: no Benfica há uma troika que está sob suspeita: Vieira, Rui Costa e Jesus. Não cabe ao adepto nem ao comentador especificar a natureza da suspeita, mas antes enunciar as certezas que os habitam. A primeira é de que a troika é incompetente; e a segunda é a de que é difícil conceber tanta incompetência junta.

A nova época começa perto do fim deste mês: quem tem condições para continuar? Quem vai ter de sair? Essa a interrogação dos adeptos. Só que no Benfica, como no país, quem manda são os bancos…


segunda-feira, 30 de maio de 2011

RESCALDO DA ÉPOCA 2010/2011

AS VITÓRIAS E AS FRUSTRAÇÕES


Embora a época futebolística não tenha ainda acabado em Portugal, falta o jogo da selecção, no que respeita aos clubes está tudo acabado há um bom par de dias.
A época terminou em glória para o FCP e para Villas Boas, que, como treinador, conseguiu um feito notável.
É indiscutível que o Porto tem uma grande equipa que oscilou ligeiramente – muito ligeiramente – durante cerca de sessenta dias, mais ou menos os mesmos em que Falcão esteve lesionado. Mesmo assim, conseguiu durante esse período aguentar-se quase sem derrotas e praticamente sem favores. Aliás, os favores mais importantes – di-lo a experiência – são sempre os do início do campeonato. Isso não quer dizer que uma boa equipa não seja capaz de suplantar a ausência de favores, mas quer apenas significar que a existência desses favores torna a vida mais tranquila.
Quando o seu concorrente mais directo baqueou, o Porto manteve-se forte e vitorioso a ponto de ter quase ter triplicado, no campeonato, a diferença pontual que o separava do segundo classificado, ou seja, antes da derrota do Benfica em Braga por 2-1.
A partir dessa jornada o campeonato ficou entregue e depois ficou também a Taça de Portugal por o Benfica ter claudicado na eliminatória em que partia com dois golos de vantagem E a seguir a Liga Europa, onde desde há muito se previa não haver na prova equipa capaz de ombrear com os portistas.
Quatro títulos - com excepção de um, são títulos conquistados na sequência de muitos jogos - constituem um palmarés invejável para qualquer equipa do mundo.
Do lado do Benfica, pelo contrário, a “débacle” não poderia ser pior. Este foi um dos anos mais negros de toda a história do Benfica, não só pelo insucesso desportivo, mas principalmente pelo modo como a equipa se comportou a seguir ao jogo contra o Braga, para o campeonato. É, de facto, inadmissível que depois da derrota em Braga a equipa tenha entrado numa espiral descendente incontrolável, própria de um clube sem “rei nem roque”. Evidentemente, que os jogadores não podem deixar de ser responsabilizados, embora a responsabilidade maior pertença à direcção (da SAD e desportiva) e ao treinador. O que se passou durante os dois meses finais da época acabou por ser o espelho fiel daquilo que o Benfica é – uma equipa à deriva.
Pior ainda: esta situação só pode agravar-se na próxima época. Mantendo-se os mesmos intervenientes – e não há nenhuma razão para supor que vão mudar – os defeitos enquistados só podem tornar mais grave a presente situação.
No Benfica falta muita coisa, desde logo um plantel mais equilibrado, mas muito mais importante do que o plantel é o que está por detrás do plantel – a direcção e a equipa técnica. Há muita incompetência no Benfica e muito pouca instrução. Sabe-se hoje que as qualificações não são sinónimo de emprego garantido, mas sabe-se também que sem qualificações não há emprego. Os três principais responsáveis pelo futebol do Benfica – Vieira, Rui Costa e Jesus – não têm por junto a escolaridade mínima obrigatória que hoje se exige a um jovem em idade escolar. E o Benfica, como não pode deixar de ser, ressente-se disto. Em regra, uma regra quase sem excepções, as grandes empresas têm à sua frente gente preparada, com profundos conhecimentos no ramo e com elevadas qualificações académicas. Ainda houve um tempo em que o futebol estava à margem destas exigências, mas hoje está cada menos e quem continuar a apostar na iliteracia só pode esperar o descalabro.
AS qualificações só por si não são garantia de êxito, mas sem elas o êxito será certamente muito mais difícil.
O Benfica não tem quem saiba falar em público, quem seja capaz de interpretar e muito menos de gizar uma estratégia comunicacional.
Depois, o Benfica contrata mal e fala muito. O Benfica – soube-se agora – não tinha um treinador de guarda-redes competente. Mas de quem é a responsabilidade: da pessoa que desempenhava essas funções ou do treinador principal? O que se passou com os guarda-redes foi uma vergonha. E vamos lá ver se, face ao que veio a público, se a vergonha ainda não será maior. Aliás, o que está vindo a público levanta fundadas suspeitas sobre as razões profundas das múltiplas “asneiras” cometidas pelos dirigentes do Benfica. Pode bem ser que a “burrice” afinal mais não seja de que um expediente utilizado em proveito próprio por quem dirige.
Em conclusão, antevê-se um descalabro na próxima época ainda maior do que o desta.
O Sporting esteve ao nível daquilo que tem sido desde que lá saiu Paulo Bento. Esteve mal, muito mal, apesar de na ponta final ter recuperado um pouquinho relativamente aos seus concorrentes mais directos.
Já o Braga, acabou por fazer uma daquelas épocas em que esteve à beira de conseguir várias coisas, sem ter alcançado nenhuma. Todavia, as duas derrotas que infligiu ao Benfica e a presença na final da Liga Europa, onde não foi nada inferior ao Porto, garantiram um lugar na história aos jogadores e ao treinador. Um lugar que será doravante muito recordado se o Braga regredir ou que será mais depressa esquecido, se os próximos anos continuarem a ser de progresso e ascensão.
Quanto ao resto, o campeonato findo foi marcado por uma profunda desigualdade entre o Porto e as demais equipas concorrentes, desigualdade tão grande que deu mesmo para abrir um segundo fosso entre o Benfica e os demais.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O FCP E OS ÁRBITROS




O QUE O FCP DE PINTO DA COSTA NÃO ACEITA

A Marca noticia hoje um jantar entre elementos da direcção do FCP e o árbitro que dirigiu o jogo contra o Villarreal, para a Liga Europa, na última quinta-feira, no qual também teria estado presente, a partir de certa altura, Pinto da Costa.
Como seria de esperar, a direcção do Porto nega e anuncia que vai processar a Marca e o jornalista que escreveu a notícia.
Entretanto, soube-se que o elemento indicado pela FPF para fazer o acompanhamento do árbitro, a chamada “ligação”, foi, nem mais nem menos, o ex-arbitro António Garrido!
António Garrido, como toda a gente sabe, trabalhou para o Porto durante muitos anos, na “difícil tarefa de aconselhar o FCP em matéria de arbitragem”. Garrido terá sido o primeiro “sportinguista” a bandear-se para o FCP. Outros se lhe seguiram, tendo tal percurso feito escola até hoje.
A notícia da Marca não pode constituir para ninguém que conheça o futebol português uma “descoberta sensacional”. Pinto da Costa até diz que a notícia é falsa, mas o que ninguém consegue explicar é por que razão tais notícias têm o Porto como alvo. São coisas que só acontecem com o Porto e ao Porto!
Martins dos Santos, ex-árbitro de futebol, que durante anos foi acusado de beneficiar escandalosamente o FCP e de prejudicar vergonhosamente o Benfica, apesar de múltiplas vezes suspeito, conseguiu sempre escapar à “complexa justiça” da cidade do Porto, mas um dia destes, quando se dedicava ao seu habitual “métier”, foi apanhado pela judiciária a “vender um jogo” de uma divisão secundária. E parece que desta vez está tramado, porque as notas estavam marcadas. Faltou-lhe a “expertise” e a protecção que, noutras constâncias, o tornaram invulnerável durante tanto tempo.
Mas por que razão o Porto, tendo frequentemente uma boa equipa de futebol, não foge à suspeita, segundo a vox populi, de não dispensar a ajuda dos árbitros? Segundo a convicção popular há duas arreigadas razões que justificam tal comportamento:
A primeira é o Porto, nomeadamente o seu presidente, não aceitar como normal a imparcialidade dos árbitros; os árbitros ou tendem para o lado do Porto, ou são hostilizados;
A segunda – muito mais importante do que a primeira – é o presidente do Porto não aceitar a natureza aleatória do jogo: “se somos melhores, temos de ganhar sempre”; mais, “se somos melhores, não temos que nos desgastar física e emocionalmente na busca de um resultado”.
Ou seja, a beleza do futebol como jogo não existe. O que existe é a “beleza do resultado”.
Mourinho, no Real Madrid, ressente-se muito de velhos hábitos que agora não pode manter…

quarta-feira, 4 de maio de 2011

MOURINHO ELIMINADO PELO BARÇA



A VITÓRIA DO FUTEBOL


O jogo desta noite entre o Barcelona e o Real Madrid fechou um conjunto de quatro confrontos em menos de um mês com clara vantagem para o Barcelona: ganhará a Liga; irá à final da Champions e apenas perdeu a Taça do Rei.
Ou seja, o Barcelona ganhou o mais importante. Poderia o Real Madrid ter feito mais? De uma maneira geral a crítica é muito clara a esse respeito: o Madrid poderia ter feito mais…se não fosse Mourinho.
É que desta vez Mourinho perdeu dentro e fora do campo, o que é novo nele, já que normalmente a sua estratégia passa por começar ganhar fora do campo para depois assegurar a vitória lá dentro.
Em Madrid essa estratégia não deu certo. Ela teve desde muito cedo a forte oposição de um largo sector influente do Real, que viu com maus olhos o “teatro” de Mourinho antes e depois dos jogos. E depois também não aceitou que Mourinho, dentro do campo, sacrificasse o futebol e a classe de um valioso naipe de jogadores a uma estratégia puramente “resultadista”.
Mourinho, habituado a ter o apoio incondicional dos adeptos e convencido que, por via dos resultados, pode subjugar as vontades dos que se lhe opõem, situem-se eles na crítica mediática ou na direcção do clube, não mediu bem as consequências de pôr em prática, num clube como o Real Madrid, uma certa forma de alcançar resultados à revelia do futebol jogado. Ou seja, pensou que no Real, como nos outros três clubes por onde andou, os resultados tudo justificariam. Enganou-se. No Real Madrid os resultados contam…mas têm de se chegar a eles jogando futebol que convença.
E Mourinho não só não conseguiu alcançar os objectivos a que se propôs, como ainda é responsabilizado por não os ter alcançado. Com os jogadores de que o Real dispõe, Mourinho tinha de fazer muito mais e acima de tudo tinha a obrigação de tentar ganhar jogando contra o adversário olhos nos olhos. Se perdesse – e provavelmente, nesta fazer da época, não perderia – toda a gente lhe perdoaria. Assim, toda a gente o responsabiliza.
A “conversa” de Mourinho não só indispôs a UEFA, como, inclusive, conseguiu criar conflitos e picardias entre jogadores que, embora sendo rivais, se respeitavam e até se estimavam por muitos deles fazerem parte da mesma equipa – a vitoriosa selecção de Espanha.
Mourinho e alguns jogadores menos clarividentes bem podem imputar responsabilidades à arbitragem. Mas esse argumento não leva a lado nenhum, porque qualquer pessoa que tenha visto os últimos quatro confrontos com o Barcelona sabe que a equipa catalã foi sempre melhor em todos os jogos e todos mereceu ganhar, mesmo o que perdeu.
Como aqui já se disse, é muito provável que o fim do “mito Mourinho” tenha começado em Espanha, exactamente com ele ao serviço da “equipa do século XX” e tendo ao seu dispor um lote invejável dos melhores jogadores do mundo.
A vitória do Barça é, assim, a vitória do futebol e tudo aponta para uma grande final em Wembley entre duas equipas que, acima de tudo, gostam de jogar futebol.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O FIM DE ÉPOCA DO BENFICA



O QUE É MELHOR: SER ELIMINADO OU IR À FINAL?

Neste triste final de época muitos serão os benfiquistas que por estes dias formulam uma pergunta de resposta aparentemente fácil: o que é melhor para o Benfica na Liga Europa: ser eliminado pelo Braga ou ir à final com o Porto?
Aparentemente, o melhor é ir à final: num simples jogo as probabilidades de ganhar tendem a ser idênticas; e como para ganhar é preciso lá ir, a resposta está dada. O pior é que no subconsciente dos benfiquistas, jogadores incluídos, paira o espectro de quatro derrotas esta época contra o Porto, qual delas a mais humilhante. É provável que este factor pese decisivamente no jogo de quinta-feira contra o Braga.
Por outro lado, há factores de descrença que estão muito para além dos méritos do Porto: a questão do guarda-redes,
Roberto foi mal batido no jogo contra o Braga, por deficiente posicionamento, como voltou ontem a ser mal batido contra o Olhanense. Perante situações que se repetem não há jogador, principalmente na defesa, que entre em campo confiante.
No Porto, pelo contrário, respira-se confiança. Há confiança, mas não há excesso de confiança e é essa atitude que tem sido decisiva na consolidação da caminhada vitoriosa da equipa. Contra o Villareal foi o que se viu e ontem, em Setúbal, o costume.
Na próxima quinta-feira o Porto tem todas as condições para repetir em Espanha a exibição e o resultado, mais golo, menos golo, da semana passada.
Finalmente, o Sporting e o Braga vão ter de discutir entre ambos o terceiro lugar, não sendo difícil vaticinar que nesta disputa o Sporting leva vantagem.