quinta-feira, 28 de abril de 2011

MOURINHO DERROTADO PELO BARÇA



MOURINHO NÃO SABE PERDER

O jogo de hoje à noite entre o Real Madrid e o Barcelona merece ficar na história do futebol por marcar o confronto entre duas concepções antagónicas de futebol - o futebol do Barcelona e da sua escola de que Guardiola é um digno representante e o futebol de Mourinho imposto à equipa mais vitoriosa da história do futebol – o Real Madrid.
A vitória clara, inequívoca, do Barça sobre o Real Madrid é acima de tudo a vitória do futebol contra o anti-futebol. A vitória de quem sabe privilegiar o futebol e recusar a violência. A vitória do futebol de classe contra o futebol covarde – do futebol que apenas tem como objectivo o resultado quaisquer que sejam os processos para lá chegar.
O Real Madrid, o grande Madrid, com nove vitórias na Champions, não merecia isto. Com alguns dos melhores jogadores do mundo, o Real Madrid vê-se forçado, pelas concepções futebolísticas do seu treinador, a jogar o futebol típico de uma equipa vulgar. De uma equipa que passa o jogo à espera de uma falha do adversário para ganhar, nem que tal vitória seja conseguida à custa de uma repartição da posse de bola de 20% para 80%!
Hoje, para bem do futebol, Mourinho foi derrotado pelo Barcelona por 2-0, com dois golos de Messi.
Aconteceu o que se esperava, o que os mais avisados já tinham antecipado: Pepe, cuja função em campo é impedir que se jogue futebol, nem que para isso tenha de usar quaisquer meios, foi expulso, em consequência de uma entrada violenta sobre Dani Alves.
Mourinho queixou-se em termos impróprios da decisão do árbitro e foi igualmente expulso. De que se queixa Mourinho? Das faltas cometidas por uma equipa que apenas tem 20% de posse de bola? Mourinho, tão inteligente, não quer perceber que as expulsões são uma consequência do futebol que ele pratica e das instruções que transmite aos seus jogadores.
É lamentável que um jogador como Cristiano Ronaldo tenha de ficar prisioneiro das estratégias de Mourinho e não possa explanar o seu futebol. É lamentável que Ronaldo não possa num jogo desta importância ombrear com Messi, no plano individual.
Ninguém pode ficar indiferente ao sacrifício de Ronaldo, isto para não falar dos que nem sequer entraram em campo, preteridos pelo futebol de Mourinho.
Os jogadores começam a aperceber-se que o futebol que praticam nos grandes confrontos não é o que se espera deles, nem o que está ao nível daquilo que a classe individual de cada um poderia proporcionar.
Por tudo isso, não seria de admirar se o dia de hoje também marcasse o começo do fim do mito Mourinho…

domingo, 24 de abril de 2011

BENFICA - UMA VITÓRIA QUE NÃO EMPOLGA




FESTEJOS FÚNEBRES


O Benfica ganhou a Taça da Liga, mas ninguém considerou o feito importante. É a competição sem prestígio na qual é preciso estabelecer sanções para obrigar as equipas a actuar com um mínimo de titulares. E depois do que se passou no Campeonato e na Taça de Portugal, ganhar ao Paços de Ferreira era o mínimo que se poderia exigir.
Mesmo assim foi uma vitória sofrida, sem brilho e pela tangente. Não que o Paços de Ferreira tivesse criado grandes oportunidades ou tivesse suplantado o Benfica durante os noventa minutos de jogo, mas exactamente por o Benfica não ter ultrapassado a mediania perante uma equipa que não dispõe dos mesmos argumentos.
Na primeira meia hora, o Benfica ainda jogou algo que se visse. Tanto assim que marcou dois golos, um por Jara de cabeça, na sequência de uma jogada de Coentrão e outro por Javi numa bola parada marcada por Martins, mas depois foi caindo gradualmente. No segundo tempo, Luisão num lance infeliz fez auto golo e a partir daí o Benfica pensou muito mais em defender-se do que em aumentar a diferença. E embora o Paços não tivesse disposto de uma clara oportunidade de golo, um certo pendor defensivo do Benfica irritou os adeptos, que não estavam mesmo nada dispostos a esquecer o que se passou contra o Porto por duas vezes em menos de quinze dias. Só uma grande exibição da equipa restituiria a alegria às bancadas e a confiança aos jogadores.
Como isso não aconteceu, os festejos foram tudo menos alegres ou vibrantes. Ganhou, cumpriu a obrigação, mas ninguém reconheceu mérito no feito.
A equipa constitua instável e improdutiva. Psicologicamente foi-se abaixo e há jogadores que já não deveriam alinhar há alguns jogos. O primeiro é Cardozo, que não se percebe bem o que anda a fazer em campo. E para que se percebesse, Jesus, no seu português muito especial, disse que o Cardozo ficava em campo para apoiar nas “estratégias defensivas”!
Saviola também não está bem há muito tempo e não se percebe se não está bem porque Cardozo está péssimo ou se é antes por razões que lhe são inerentes.
Já há muito que Jesus com os jogadores que tem deveria ter tentado dar uma resposta a isto, colocando na frente outro jogador em vez de Cardozo e se mesmo assim Saviola continuasse em baixo substituí-lo também. Não se percebe, ninguém percebe, por que não joga Weldon e o treinador também não explica.
O que o treinador explica são outras coisas, como esta: os jogadores estavam cansados; não tiveram três dias de descanso para recuperar; havia muitos jogadores nos limites; então, como havia muitos, esperou até ao minuto 88 para ver o que estava mais cansado e fazer a respectiva substituição! A gente ouve e não acredita…
Nos adeptos e nos espectadores ficou a convicção – daí os assobios e a irritação – de que o Benfica não dispõe de argumentos para alcançar a final da Liga Europa e de que o treinador está um deserto de ideias. Quinta-feira, já se verá como vai ser…
O árbitro, Pedro Proença, como quase sempre que apita o Benfica, só faz asneira. Se é de propósito ou não, ele o saberá. Inventou um penalty a favor do Paços, por falta de Maxi que só ele viu. E cerca de doze minutos mais tarde não marcou um penalty por falta sobre Saviola que somente ele não viu!
Se Proença apitar na próxima quarta-feira o Real Madrid Barcelona, há todas as razões para supor que se irá assistir a uma segunda edição do Inter-Barça do ano passado, apitado pelo Benquerença…
Quanto aos jogadores do Benfica, realce para Moreira, que defendeu um penalty, e esteve sempre bem – se a forma fosse o único critério que conta, ele seria escolhido para a meia-final de quinta-feira. Só que outros valores mais altos se alevantam…
Realce também para Aimar que jogou com garra e com vontade de ganhar; assim como Carlos Martins. De Coentrão nem adianta falar tal é o empenho, a vontade e a classe que põe em todos os jogos.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

BENFICA - ANNUS HORRIBILIS




COMO NÃO HÁ MEMÓRIA

A presente época ficará certamente na história do Benfica como a sua pior época. Só mesmo uma improvável vitória na Liga Europa a poderia atenuar. Mas tal não acontecerá. O Benfica não tem equipa para ir à final.
Todos sabemos que no futebol sem batota tudo pode acontecer (e com batota também) mas não será uma antecipação arrojada concluir desde já que a época que está correndo constituirá uma das maiores frustrações do futebol do Benfica.
Nem sequer é equiparável ao pobre sexto lugar alcançado pela dupla Vilarinho-Toni na sequência da vitória eleitoral contra Vale e Azevedo e do despedimento de Mourinho como treinador. Tudo porque Vilarinho na sua imensa sabedoria queria à frente do Benfica um treinador benfiquista. Se queria um benfiquista por que não foi buscar o Barbas à Costa da Caparica, que é um benfiquista de alma e coração, a quem o clube muito deve, e nunca se aproveitou do clube para colher qualquer vantagem?
Mas esta época ainda é pior, porque este era o ano da confirmação. Depois de uma vitória no Campeonato o ano passado, alcançada com um futebol vistoso, empolgante, construído na base de uma equipa de luxo, que teve de se bater até ao último dia contra dois adversários que durante toda a época não lhe deram tréguas, este ano era, pelo seu significado simbólico e prático, o ano decisivo para o Benfica – ou se mantinha no topo e dava uma forte machadada na hegemonia do Porto ou voltava a perder e a vitória do ano passado passaria a ter um significado idêntico à de 2004/05.
Logo se percebeu pela forma como o Benfica iniciou as provas oficiais – Supertaça, Campeonato e Liga dos Campeões – que a equipa deste ano estava a léguas da do ano passado, incapaz pelas suas prestações de se alcandorar novamente no topo do futebol português. Erros vários, pelos quais são responsáveis a direcção e o treinador, logo deixaram antever o que se iria passar. E tudo ficou mais grave, quando o Benfica perdeu a Supertaça logo no início da época para o Porto, que até ai tinha sido uma equipa hesitante e instável, e depois, quase de enfiada, perdeu três jogos no início do campeonato e começou pessimamente a Liga dos Campeões, na qual acabaria por se classificar no terceiro lugar do grupo, sem honra nem glória, mercê de um golo conseguido no último minuto pelo Lyon contra o Hapoel de Televive.
Perante tamanha “catástrofe”, os dirigentes e o treinador ainda ensaiaram o discurso da vitimização, favorecido por alguns erros de arbitragem num ou dois jogos, mas a contundente derrota por 5-0 que a seguir o Porto lhe infligiu acabou por deitar por terra aquela estratégia e a deixar a nu a crua realidade – o Benfica deste ano era um flop!
A seguir a esta derrota, manteve-se o plano inclinado na Liga dos Campeões e nas competições domésticas. No entanto, mercê de um conjunto de jogos em casa com equipas fracas, a equipa conseguiu fazer vários jogos sem perder, tendo depois embalado, nos meses de Janeiro e Fevereiro, para uma série de vitórias e de exibições, entre as quais a vitória no Porto para a Taça de Portugal, que voltaram a dar novo ânimo aos desalentados adeptos benfiquistas.


O pior foi que aquilo que poderia ter sido aproveitado para galvanizar a equipa, na base de um discurso prudente e realista, deu lugar, por parte dos dirigentes e também do treinador, a um discurso triunfalista, desportivamente insustentável por quem continuava o oito pontos de diferença do primeiro, que continuava a ganhar, jogando melhor ou pior, mas sem nunca perder um ponto.
E novamente voltou uma euforia que os factos não sustentavam. Criou-se nos adeptos a convicção de que a Taça de Portugal já estava ganha, a Liga Europa para lá caminhava, a Taça da Liga eram favas contadas e campeonato ainda estava por decidir, pois, tendo como certa a vitória na Luz contra o Porto, só seria preciso esperar que este “escorregasse” mais duas vezes para ele ficar no “papo”.
E depois foi o que se viu: a derrota em Braga, de um Braga que até esse jogo ainda nem sequer tinha despertado para o campeonato, as derrotas e os empates subsequentes e, para cúmulo da vergonha e da humilhação, a vitória do Porto na Luz, selando do mesmo passo a conquista do título no estádio menos improvável de todo o campeonato.
Ficavam as outras três frentes, tidas pelos responsáveis desportivos e técnicos como “absolutamente seguras”. E eis que nova humilhação acontece: o Porto volta a ganhar na Luz por margem suficiente para afastar o Benfica da final.
O grande objectivo da época – quebrar a hegemonia portista – não só ficou por alcançar, como, pelo contrário, aquela ficou muito mais consolidada, com alicerces muito seguros na profunda desmoralização infligida às hostes benfiquistas.
Tudo se perdeu: as competições, a arrogância, a moral, o brio e até a superioridade moral, que episódios lamentáveis ocorridos na Luz e na TV Benfica igualmente destruíram.
Ao Benfica fica a possibilidade de uma vitória na “tacinha da latinha de cerveja” e o medo – sim, é disso que se trata: o treinador do Benfica tem medo do Porto – de reencontrar o Porto na final da Liga Europa.
Nunca na história do Benfica se tinha vivido tamanha humilhação!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

MOURINHO GANHOU A COPA DO REI AO BARÇA



MÉRITO? SIM, DO ANTI-FUTEBOL

Como se esperava, depois do jogo de sábado passado, Mourinho acabou por levar a melhor sobre o Barcelona, na final da Copa do Rei, em Valencia, com um golo de Cristiano Ronaldo, no prolongamento.
Muito continuarão ver neste triunfo a prova do imenso talento de Mourinho. Se se olhar o futebol como um simples confronto agonístico entre duas formações, algo parecido com uma batalha, da qual depende o futuro e a sorte dos que nela participam, sim, há mérito e talento.
Porém, se o futebol for olhado como um confronto lúdico e aleatório, em que os próprios intervinientes se empenham e se divertem, destinado a proporcionar espectáculo aos que no campo ou pela televisão o seguem emocionados, tem de considerar-se que Mourinho é a negação do futebol como espectáculo.
Mourinho joga com o único objectivo de ganhar, nem que para isso tenha de sacrificar completamente o futebol. Aliás, ele nem se dá conta que está a sacrificar algo, porque é para ele tão evidente que o que está em jogo é apenas um confronto que tudo o resto lhe passa à margem.
Mais uma vez, foi penoso ver hoje dez dos melhores jogadores do mundo, metidos no seu meio-campo com o único objectivo de impedir o Barcelona de jogar. todavia, como os jogadores que fazem este triste espectáculo são muito bons, acontece que num contra-golpe podem marcar e garantir vitória.
Foi isso o que mais uma vez aconteceu. Numa bola lançada sobre o lado esquerdo, Di Maria foi mais rápido que Dani Alves, centrou e Ronaldo foi soberbo no golpe de cabeça. Estava alcançada a vitória.
Uma grande frustração para os artistas de Guardiola, que, a bem do futebol e do espectáculo que ele proporciona, vão ter de encontrar o antídoto para este anti-futebol de Mourinho, próprio de uma equipa de terceiro nível.
O futebol de Mourinho faz lembrar o do “falecido” Estrela da Amadora no tempo de Fernando Santos, quando se deslocava ao Estádio da Luz para empatar por 0-0, ou, quem sabe, num golpe de sorte ganhar. Só que os jogadores do Estrela eram pagos a pataco enquanto os do Real são pagos a peso de ouro. Mereciam outra consideração...
É triste para o futuro do futebol que treinadores como Mourinho continuem a ganhar assim, embora seja certo que as suas potencialidades estão cada vez mais limitadas aos jogos a eliminar.

O PORTO É MUITO MELHOR QUE O BENFICA



ESTE PORTO ESTÁ MUITOS FUROS ACIMA DO BENFICA

Não é só Porto, como equipa, que está muitos furos acima do Benfica, é também Villas-Boas como treinador que está a léguas de Jesus.
Adivinhava-se o que ia acontecer: só mesmo um super Benfica poderia travar este Porto, exuberante, confiante, compacto que joga como uma verdadeira equipa. E o Benfica tinha caído a pique depois do jogo com o Braga. O treinador tem responsabilidade nisso. Deveria ter assumido todos os jogos que faltava jogar com o mesmo empenhamento. O Benfica não fez isso: pôs de lado o campeonato, onde se arrasta penosamente e apostou (supôs) tudo nas outras provas.
Só que não há várias provas: há uma única prova. Para se estar a cem por cento, tem de se estar com a mesma mentalidade em todas as competições.
Tínhamos previsto neste blogue que isto iria acontecer. E ainda só estamos no começo do fim. Ainda faltam o Paços de Ferreira e o Braga, ambos com hipóteses de ganhar.
No jogo de hoje, o Benfica – o mesmo é dizer o seu treinador – cometeu vários erros. Em primeiro lugar, tentou dar a iniciativa do jogo ao Porto. O Porto não a aceitou. E o Benfica continuou privado das suas melhores armas que são os alas. Sem Gaitan e sem Salvio, mais ainda se justificava que Coentrão tivesse subido, como costuma fazer, e Maxi, também.
Mas não foi isso o que aconteceu. Durante toda a primeira parte, Maxi e Coentrão nunca subiram, e a maior posse de bola do Benfica não passou de um logro (posse de bola sem progressão), já que o Porto dominou sempre o jogo e poderia, na primeira parte ter marcado, pelo menos uma vez, nas três oportunidades que teve.
Ao passo que o Benfica teve umas bolas paradas que não deram nada e que só uma vez criou algum perigo.
Logo se percebeu que o meio-campo portista era fortíssimo, enquanto o do Benfica não existia. As bolas iam longas para a frente, onde Cardozo - picado pela “mosca tsé-tsé – é como se não existisse. Foi um erro grave deixar Aimar no banco e outro não ter posto a jogar na ala direita Weldon, que não se percebe porque não joga.
Na segunda parte, o Porto passeou a sua exuberante classe; arrumou o Benfica em dez minutos e esperou pelo fim do jogo.
As substituições de Jesus foram tardias e a de Kardec, desnecessária, porque também já viu que é uma “múmia” em campo.
No espaço de quinze dias, o Porto humilhou pela segunda vez o Benfica na Luz. Os que, arrogantemente, supunham que a eliminatória estava ganha, não vão aprender nada com o que aconteceu. É que alguns são mesmo muito pouco inteligentes. E quanto mais se mostram na televisão, mais triste é a figura que fazem.
Jesus, tal como os dirigentes antes referidos, também tem imensas limitações. Antes de mais é preciso perceber que quem não é capaz de expor, com um mínimo de coerência, uma ideia, dificilmente poderá, como treinador, ter alguma competência. É penoso ouvi-lo…No Benfica, o seu tempo terminou…
O Porto será naturalmente a equipa vencedora da Liga Europa. Este Porto é muito melhor que o Porto de Mourinho, que era uma espécie de Grécia, com um futebol feio e nada corajoso.
Não há comparação possível: este é muito melhor. A equipa assume o jogo, não é covarde, sem ser temerária. Faz o que tem de fazer, dando espectáculo, com consistência.
A vitória por 3-1 não só é inteiramente merecida como justifica os parabéns de quem gosta de futebol!

terça-feira, 19 de abril de 2011

PARA COUCEIRO PERCEBER




NO RESCALDO DO PORTO-SPORTING DE DOMINGO PASSADO

No fim do jogo de domingo passado, Couceiro dirigiu algumas críticas à arbitragem, com muita moderação e sem o ar agressivo que usou na Luz, apesar de não haver qualquer espécie de comparação entre as duas arbitragens.
Couceiro sabia onde estava, local que ele conhece bem por experiência própria, por isso limitou-se a fazer o "número" que lhe competia sem ter sido acintoso, aliás na linha do que tem sido o Sporting dos últimos tempos relativamente ao Porto.
Mas entre as coisas que disse, uma houve causou profundo mal-estar nas hostes portistas, não obstante a sua razoabilidade.
Disse Couceiro: “Os bancos (de suplentes e técnicos), em Portugal, deveriam estar colocados como em Espanha; a equipa visitante deveria ter o banco do lado direito e a visitada do lado esquerdo”.
O objectivo é evidente: evitar que a equipa da casa passe o tempo todo a pressionar o fiscal de linha. Aliás, a medida é tão acertada que até deveria ser imposta pela FIFA.
Resposta de Pinto da Costa: “Como ele (referindo-se a Couceiro) vai deixar de treinar o Sporting dentro de três jornadas, na próxima época que arranje uma equipa da Liga espanhola para ter os bancos como ele gosta”.
Além de ser uma resposta ordinária, de mau gosto, como são quase todas as intervenções de Pinto da Costa, ela é muito mais do que isso. É a resposta de quem não aceita, nem admite que um seu ex-empregado formule propostas ou faça críticas prejudiciais ao “grémio portista”. Mais ainda: é uma resposta que contém implícita uma ameaça: com essa conversa já não arranjas aqui emprego (subentenda-se nas “filiais e “dependências” do Porto, que são muitas, como se sabe).
Couceiro corre assim o risco de não ser protegido pelo Sporting, como tudo indica, e de ter perdido um “amigo” que não admite infidelidades.
É assim o futebol português…

segunda-feira, 18 de abril de 2011

CRUYFF CONFIRMA ANÁLISE DESTE BLOGUE SOBRE MOURINHO


MOURINHO DISFARÇA O RM DE EQUIPA MENOR

Johan Cruyff confirma, ponto por ponto, as analises que aqui têm sido feitas sobre Mourinho. Depois do banho de bola há uns meses levou em Camp Nou, quando ainda estava hesitante entre assumir a grandeza do Real ou fazer dele uma espécie de Inter de Madrid, Mourinho decidiu que nunca mais voltaria a perder por aquela vergonhosa margem, nem que para isso tivesse que transformar a maior equipa do mundo – a equipa do século XX – numa vulgar equipa de futebol defensivo que luta para não descer de divisão. E foi o que passou a fazer nos grandes confrontos. O RM joga como aqui há uns anos jogavam em Portugal as equipas que lutavam para não descer de divisão.

Só que o objectivo de Mourinho, embora usando os mesmos processos, é diferente. Joga para ganhar títulos. E pode fazê-lo porque tem consigo alguns dos melhores jogadores do mundo.

E é isso que leva Cruyff a afirmar que “Mourinho não é um treinador de futebol, mas de títulos. Não é um técnico se olharmos para este desporto como um espectáculo, para os adeptos, seja no estádio, seja em directo”.

E continua a velha glória do futebol holandês e mundial: “Quem joga em casa, em Santiago de Bernabéu, com sete defesas, tem muito medo”. E acrescenta, igualmente no sentido já referido neste blogue: “Bernabéu não permite uma gestão deste tipo de treinadores”.

Cruyff diz ainda que Mourinho disfarça o RM de equipa menor, pondo-a a jogar atrás, para em contra-ataque tentar tirar partido do adiantamento da equipa adversária, embora sujeitando-se como sempre tem acontecido a que a sua equipa, massacrada pelo adversário, cometa muitas faltas e sofra expulsões.

Finalmente, Cruyff entende ainda que pôr Pepe a jogar no meio-campo é um convite a que vá para o balneário mais cedo.

Só faltou dizer que Pepe tem gozado, principalmente na Champions, da benevolência dos árbitros, como aconteceu contra o Olympique de Lyon.

Mourinho não gosta de futebol. Gosta de ganhar. Mourinho tem um futebol covarde face aos artistas de que dispõe. O futebol ficaria a perder…se Mourinho ganhasse, como durante anos a fio ficou a perder quando as tácticas do catenaccio italiano dominavam parte do futebol europeu. Viva a Premier League!

PORTO CONTINUA INVICTO

BENFICA CUMPRE OS MÍNIMOS
Foi mais um jogo triste o desta tarde no Estádio da Luz entre o Benfica e o Beira-Mar.

As segundas linhas do Benfica são fracas e alguns têm uma atitude irresponsável. Até dá sono ver aqueles rapazes a jogar a passo, displicentemente, como se estivessem a jogar a “feijões”. Aimar e Martins bem tentaram imprimir outro ritmo, mas não conseguiram. Sidnei é um autêntico desastre, além de irresponsável. Marcou um golo, porque era quase impossível não fazê-lo. Mesmo assim, esteve em vias de falhar.

O Beira-Mar na primeira parte esteve afoito e poderia ter marcado. Na segunda caiu muito, tendo voltado a atingir um certo ritmo, mesmo no fim. Esforço, de resto, premiado por um belo golo por um miúdo ganês que por acaso até é do Benfica.

Na segunda parte, a entrada de Maxi, a vinte minutos do fim deu outro ritmo ao jogo e foi nesse período que o Benfica marcou o segundo golo, por Jara. Cardozo também entrou. Não trouxe nada ao jogo. Está tão irresponsável como Sidnei.

Uma equipa que não é capaz de jogar a um nível elevado, jogue quem jogar, não dá garantias. Animicamente vale pouco e competitivamente também. Por outras palavras, o Benfica tem a eliminatória da Taça de Portugal em risco, o que a acontecer seria uma vergonha. Mas está mais para isso do que para outra coisa.

Elmano Santos esteve ao seu nível. Apesar de investigado no “Apito Dourado”, nada se passou. Continua em grande forma e já se viu que é um árbitro com quem se pode contar…Como é possível? Como é possível negar o que toda a gente vê? Uma vergonha!

O Porto depois de estar a perder, virou o resultado e ganhou por 3-2, tendo o terceiro golo do Porto e o segundo do Sporting sido marcados a poucos minutos do fim. O Porto joga para ganhar. Com vontade de ganhar. Constituiria uma grande surpresa se este época voltasse a perder.


ADITAMENTO


Interessa acrescentar que o Sporting se queixa da arbitragem, mas sem razão. Rolando, segundo os sportinguistas, jogou a bola com a mão dentro da área. E daí? Rolando tem autorização para jogar a bola com a mão dentro da área, tal como Vítor baía tinha para defender com a mão fora dela.

Já, segundo Pedro Henriques, se um jogador do Benfica, caído na área, de costas na direcção de quem chuta, sofre o embate da bola no braço, junto ao corpo, é falta!

Queixam-se, queixam-se...porque desconhecem as regras...

domingo, 17 de abril de 2011

A ESTRATÉGIA DE MOURINHO


O REAL MADRID-BARCELONA

O jogo desta noite, entre o Real Madrid e o Barcelona, era muito importante para Mourinho. Não pelo que dele pudesse resultar para a Liga espanhola, que essa já há muitas jornadas está entregue ao Barcelona, mas como ensaio para os três jogos que se seguem e que são decisivos para as competições em que se inserem.

Como se sabe, Mourinho não tem um futebol corajoso, um futebol daqueles que o adepto gosta de ver – que afronte o adversário, que acredite nas suas potencialidades e esteja disposto a arriscar para ganhar.

Mourinho só joga assim, quando joga, com os mais fracos. Mourinho tem um futebol diferente, um futebol que alguns chamam covarde e que outros preferem qualificar de muito táctico.

Claro que, quando as armas não são iguais, quando os jogadores que estão de um e outro lado do campo são tão desiguais no seu valor individual, justifica-se que se chame táctico ao futebol jogado pela equipa individualmente mais fraca.

Mas não é nada disso o que se passa com o Real Madrid. Os merengues têm uma equipa de luxo onde jogam alguns dos melhores jogadores do mundo. Uma equipa que se dá ao luxo, como hoje aconteceu, de ter no banco jogadores como Káká, Özil, Adebayor, Higuain, para citar apenas alguns, tem de ter a coragem de jogar outro futebol.

Mas não foi isso o que se viu. O primeiro tempo terminou com uma percentagem de posse de bola de 25%-75%! Com Pepe a jogar a médio para “dar pancada” no Xavi, no Iniesta ou quem lhe aparecesse pela frente.

Mourinho quis hoje testar o tipo de jogo que vai usar na quarta-feira na final da Copa do Rei e logo depois nas meias-finais da Champions League. Um futebol que entregue o jogo ao adversário para, no contra-golpe ou numa bola longa, jogada para as costas da defesa do Barcelona, o poder surpreender.

É esse o jogo que Mourinho vai fazer, tentando manter o resultado em branco o mais tempo possível. O que verdadeiramente Mourinho gostaria de ter no RM era o Drogba de há quatro anos ou o Milito do ano passado. Um centro-avante que fosse capaz de dar luta durante todo o jogo a quatro defesas, para manter os outros atacantes livres para funções defensivas e soltos no esporádico contra-ataque.

Viu-se hoje o Real Madrid, o grande Real Madrid, a fazer uma coisa que já nem as equipas mais defensivas fazem: subir apenas cinco homens na marcação dos cantos, deixando os outros cinco recuados para prevenir o contra-ataque adversário.

Como já aqui dissemos várias vezes, Mourinho é um homem com sorte. O Barcelona não pode facilitar nos jogos a eliminar, apesar do Real Madrid, hoje, ter tido o seu melhor período a partir do momento em que passou jogar com dez e sentiu que tinha de arriscar para não perder.

Ou seja, o jogo de hoje demonstrou – se tal demonstração ainda fosse necessária – que Mourinho não gosta de futebol. Mourinho gosta de ganhar!

Para terminar: Mourinho queixa-se da arbitragem. Tanto quanto se percebe, indevidamente. O penalty que dá o empate ao Madrid não existe e há um, na primeira parte, sobre Villa, indiscutível, que o árbitro não marcou e que ditaria a expulsão de Casillas.

Mas quer lá Mourinho saber dos factos. Mourinho o que quer é ganhar!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

TRÊS EQUIPAS PORTUGUESAS NAS MEIAS-FINAIS DA LIGA EUROPA

PORTO, BENFICA E BRAGA

O Porto foi o primeiro a entrar em campo. Ganhou naturalmente por 5-2 contra uma equipa fraca que vai em último lugar do campeonato russo. Uma equipa que sofre dez golos em dois jogos, apesar de ter marcado três, não deixa de ser uma equipa sem nível para participar nas provas epopeias, mesmo que se trate da II divisão europeia, como muitos dizem.

Isto não quer dizer que o Porto não passasse à mesma, se o adversário fosse mais forte. Já defrontou equipas mais fortes e ganhou a todas. Na próxima eliminatória o Porto vai defrontar uma das melhores equipas da Liga Europa, apesar de também ela não ser, no contexto europeu, uma grande equipa.

O Braga passou uma eliminatória difícil, com mérito e é, das três equipas portuguesas, a que cometeu o maior feito. Por razões muito simples: em primeiro lugar, porque ganhou na sua caminhada europeia a grandes equipas; e, em segundo lugar, porque estava longe de ter a mesma cotação europeia do Porto e do Benfica.

O empate a zero em casa, depois do empate a um golo em Kiev valeu-lhe a eliminatória.

A próxima eliminatória europeia, contra o Benfica, vai servir para tirar a prova dos nove, mesmo relativamente ao que se passou em Braga no jogo do campeonato contra a equipa da Luz.

O Benfica, que também não defrontou na Liga Europa nenhuma grande equipa europeia, embora tenha jogado com uma das mais renomadas da dita liga, passou a eliminatória contra o PSV por 6-3 no cômputo dos dois jogos. Em Lisboa, 4-1 e 2-2 na Holanda.Não se pode dizer que o Benfica tenha corrido perigo em Eindhoven.

O Benfica começou bem o jogo, deveria ter marcado por duas vezes, ganhou confiança e ia cometendo o mesmo erro que, há um ano, em Liverpool lhe foi fatal. Esqueceu-se que estava a jogar um jogo a eliminar, com um resultado a proteger. A forma irresponsável como se lançou na aventura do golo, com a defesa muito subida, e com o PSV a insistir nas bolas para as costas da defesa, fez com o Benfica sofresse dois golos em dez minutos e tivesse ficado a um passo da desvantagem na eliminatória.

No entanto, ainda no primeiro tempo, a equipa foi-se recompondo aos poucos, embora sabendo que de um momento para outro tudo poderia acontecer, e lá conseguiu um golo – aliás, um magnífico golo de Luisão – sobre o intervalo que lhe devolveu definitivamente a tranquilidade.

No segundo tempo tudo foi diferente. E é bom não esquecer, os jogos têm sempre duas partes…

O Benfica dominou o jogo, marcou o segundo, deu a volta ao jogo e controlou-o até final sem problemas. Isso não significa que o Benfica não tenha alguns problemas. Primeiro, a equipa, embora saiba reagir à adversidade e à desvantagem, joga de uma maneira quando desde início começa a controlar o jogo e de outra, muito mais intranquila, quando o adversário lhe troca as voltas e o tenta surpreender, seja por via de marcações impiedosas, seja no contra-ataque.

Nestas situações têm residido as dificuldades do Benfica. Depois, é preciso reconhecer que o parceiro de Luisão, seja ele qual for, dificilmente faz esquecer David Luiz, mesmo sem este a jogar bem; que há intranquilidade relativamente à baliza, além de Cardozo também estar com dificuldades.

No jogo de hoje, Luisão foi fundamental e César Peixoto também realizou um bom jogo. Carlos Martins foi muito útil e Gaitan, sem ter estado mal, já há muito tempo que não faz um grande jogo.

Feitas as contas, acabaram por ficar em prova as melhores equipas, sendo que a do Porto é a mais consistente. Se passar a próxima eliminatória, será favorita á vitória, seja contra o Benfica, seja contra o Braga.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

LIGA DOS CAMPEÕES - QUARTOS DE FINAL


REAL MADRID E SCHALKE 04 NAS MEIAS FINAIS


Sem surpresa e sem forçar o Real Madrid venceu o jogo da segunda mão, em White Hart Lane, contra o Tottenham por 1-0, golo de Cristiano Ronaldo.

No pensamento de Mourinho e dos jogadores estavam os próximos e decisivos encontros com o Barça. Nada menos que quatro em dezoito dias. Aparentemente, o menos relevante será certamente o da Liga.

De facto, se o Barcelona ganhar, o campeonato ficará definitivamente resolvido. Se empatar ficará tudo na mesma, ou seja, manter-se-á a vantagem dos catalães. Mas se o Real Madrid ganhar, mais do que o resultado, importante poderá ser o seu efeito do resultado sobre os outros três jogos, nomeadamente sobre os da Liga dos Campeões

Uma derrota do Barcelona no Santiago de Bernabéu fará crer aos madrilistas que é possível vencê-los nas meias-finais da Champions, o mais importante, e, por arrastamento, na final da Copa do Rei.

E sabe-se como Mourinho é forte nos jogos a eliminar. Como recorre a tudo para ganhar. O Barcelona sabe-o por experiência própria.

No outro jogo, apenas para cumprir calendário, pois a eliminatória já vinha decidida de San Siro, o Schalke 04 voltou a ganhar, desta vez pela margem mínima (2-1), com mais um golo de Raul, que se consagra como o melhor marcador da Champions e como o mais importante reforço da equipa de Gelsenkirchen.

Enganam-se os que pensam que as meias-finais serão “favas contadas” para o Manchester. Não constituiria qualquer surpresa a ausência da equipa inglesa, em Maio, no estádio de Wembley

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O BENFICA ESTÁ A PISAR CAMINHOS PERIGOSOS


O CASO DA BENFICA TV


Filipe Vieira, quase tão silencioso como Cavaco, falou para dizer que não falava. Só falará depois do jogo das meias-finais da Taça de Portugal contra o Porto.

Fez mal em ter ficado calado. Deveria ter pedido desculpas aos benfiquistas e ao Porto pelo que se passou na Luz, no fim do jogo contra o Porto.

O apagão é inadmissível e constitui uma vergonha para os benfiquistas. Mas deveria ter dito mais. Deveria ter criticado a equipa por não ter voltado a ganhar nas competições domésticas depois do jogo contra o Braga.

Entretanto, factos muito mais graves aconteceram. As televisões dos clubes são em quase todo o lado antros de fanatismo doentio que em nada ajudam à grandeza dos clubes. Podem, inclusive, tornar-se veículos de violência se o poder público nada fizer para as vigiar e conter, aplicando-lhes as sanções devidas.

Qualquer que seja o apreço que Pinto da Costa mereça aos benfiquistas como homem do desporto, melhor dizendo, do futebol – e certamente a consideração é nula – é inadmissível que a TV do clube sirva de meio para a expressão de sentimentos vulgares, de baixo nível, impróprios de serem ouvidos pelo grande público.

O Benfica é, mais uma vez, responsável pelo que se passou e com o seu silêncio, que cada vez se assemelha mais a assentimento, apenas favorece e potencia que no clube da Luz se crie um clima e uma moral desportiva cada vez mais parecidos com os do clube de Campanhã.

Urge tomar medidas, limpando quem está a mais. Se o Benfica o não fizer é porque já está a caminho de se transformar num clube diferente daquele que o povo português conhece há mais de 100 anos!

LIGA DOS CAMPEÕES


MANCHESTER UNITED E BARÇA NAS MEIAS-FINAIS


Nada de novo se passou hoje como nada de novo se passará amanhã na Liga dos Campeões.

O Manchester ganhou tranquilamente ao Chelsea, uma equipa sem alma, em cima da qual se despejam rios de dinheiro, sem qualquer efeito útil. Embora seja verdade que só assim pode gastar quem o ganhou da forma que se conhece.

Fernando Torres não marca, não tem trazido nada à equipa e é óbvio que Drogba é muito mais jogador. Mas não chega.

Não sendo uma extraordinária equipa, o Manchester ganhou sem dificuldade. E Giggs demonstrou que, perto dos 40 anos, ainda é um grande jogador.

Em Portugal, os jogadores mais velhos são votados ao ostracismo, tal como os trabalhadores mais antigos nas empresas. No Benfica isso então é evidente.

Um jogador experiente pode não poder jogar o tempo todo, embora Giggs tenha sido o que correu mais, mas, se for bom, jogará bem o tempo que lhe estiver destinado. Veremos se o Manchester terá as mesmas facilidades contra o Schalke 04 na próxima eliminatória.

O Barcelona cumpriu calendário e ganhou com mais um golo de Messi. Espera-o um Real Madrid, sedento de vingança. Mourinho vai fazer o possível e o impossível por ganhar a próxima eliminatória. Quem será o árbitro?


ADITAMENTO


Faltou dizer que o árbitro do Manchester United-Chelsea foi o conhecido Olegário Benquerença. Sem ter cometido as enormidades que o ano passado puseram o Inter na final, esteve mal no capítulo disciplinar. Na dúvida expulsou Ramires, ex-benfiquista, apesar de agora estar equipado de azul. Mas deixou em campo Terry...que sempre equipou de azul.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O BENFICA ARRASTA-SE PENOSAMENTE


E DESVIRTUA O CAMPEONATO


O que se está passando com o Benfica é a imagem do que aconteceu há oito dias no fim do jogo contra o Porto na Luz: uma equipa sem perspectivas comandada por uma direcção sem rumo.

O pior que pode acontecer a uma equipa, como a uma pessoa, é perder a sua dignidade face ao infortúnio ocasional ou provocado.

Depois da derrota em Braga, o Benfica empatou na Luz com o Portimonense, último classificado, perdeu com o Porto, primeiro classificado e voltou a perder na Figueira da Foz contra a Naval, penúltimo classificado.

O Benfica tinha obrigação de ganhar estes três jogos, independentemente dos efeitos que tais vitórias pudessem ter na classificação geral. Tinha obrigação de ganhar em defesa da honra, em defesa da verdade desportiva e, acima de tudo, pelo respeito que deve aos associados e simpatizantes.

A pouca vergonha que o Benfica anda a fazer nesta parte final d campeonato vai ter consequências muito negativas no prestígio do clube e, contrariamente ao que se pretende fazer crer, também nas provas ainda em disputa.

Quem aceita a derrota como uma situação normal ou quem do alto das suas responsabilidades defende a “gestão do plantel” como o mais importante a fazer neste momento, está a prestar um mau serviço ao Benfica e ao seu futuro. Quando se ouve altos responsáveis do clube a fazer estupidamente a defesa de tais pontos de vista, o menos que se lhes pode exigir é que se demitam.

Na Espanha o Real e o Barça com compromissos europeus e nacionais importantes no futuro próximo não deixam de ganhar os jogos que têm pela frente, qualquer que seja a composição da equipa.

O Benfica deste ano está um passo do Benfica de Vilarinho treinado por Toni. E há todas as razões para supor que esse passo vai ser dado!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

VITÓRIAS DO BENFICA E DO PORTO NA LIGA EUROPA


O BRAGA EMPATOU EM KIEV


Aparentemente, o Benfica e o Porto estão nas meias-finais da Liga Europa e Braga vai a caminho. Mas só aparentemente, porque na realidade apenas o Porto tem a eliminatória garantida.

O Sporting de Braga vai ter em casa mais dificuldades do que aquelas que experimentou em Kiev, onde beneficiou de uma expulsão incrível de Shevchenko que muito lhe facilitou o jogo do Braga na segunda-parte.

Sem nunca ter estado perdido, o Braga teve alguma sorte. Primeiro, na forma como obteve o seu golo - um auto-golo - e depois por não ter sofrido mais nenhum, sem com isto se retirar o mérito do seu guarda-redes em vários lances. Como sempre, esteve excelente.

É difícil fazer um prognóstico sobre o desfecho desta eliminatória, embora a carreira internacional do Braga esta época permita acalentar todas as esperanças.

Independentemente da natureza do campo em Moscovo, o Porto já tem a eliminatória garantida. O Spartak não tem a menor hipótese de virar o resultado de 5-1.

O Porto começou mal o jogo, poderia ter sofrido golos por duas vezes, mas depois do primeiro golo de Falcao a equipa redimiu-se e embalou para uma grande exibição na segunda parte, com mais dois golos do colombiano, um de Varela e outro de Maicon.

Falcao assume-se cada vez mais como o grande jogador do Porto. Com Falcao a equipa é uma coisa, sem ele é outra, completamente diferente. Falcao é hoje um dos grandes pontas de lança do futebol mundial, e tem no Porto quem o saiba servir na perfeição.

O Benfica, depois da derrota de domingo e quando se temia que ela tivesse consequências na subsequente produção da equipa, apresentou-se na Luz com o propósito de fazer uma grande exibição. O público, que igualmente se acreditava que pudesse começar a desertar, correspondeu em grande número, proporcionado a maior assistência da época.

Os argentinos do Benfica “encheram” o campo com a sua arte, mas a classe de Fábio Coentrão e a grande categoria de Maxi Pereira foram igualmente decisivas para o resultado alcançado.


Vencer o PSV Eindhoven, ou qualquer outra equipa, por 4-1, numa prova a eliminar, é sempre um grande resultado em qualquer parte do mundo. Mas o Benfica somente terá tranquilidade na Holanda se marcar um golo e quanto mais cedo o marcar, melhor. Se isso não acontecer, passará um mau bocado, num campo muito difícil, onde outras equipas, no passado, em provas internacionais, já foram goleadas.

No jogo desta noite da Luz o Benfica poderia ter marcado mais golos. Alguns foram falhados de forma incrível, tanto no primeira como na segunda parte. Depois do golo sofrido, o Benfica intranquilizou-se e perdeu a confiança com que se vinha exibindo. Essa pequena fase do jogo é bem o exemplo do que pode acontecer em Eindhoven.

Grandes exibições dos laterais, Coentrão e Maxi, grande exibição de Aimar – uma das melhores da época -, que marcou o primeiro golo, dois golos de Salvio, igualmente com uma grande exibição, e outro a finalizar de Saviola, que poderia ter marcado mais.

Roberto voltou a falhar, mas não adianta falar mais no assunto até final da época.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

CHAMPIONS LEAGUE


PRIMEIRA MÃO DOS QUARTOS DE FINAL


Começam a cair os primeiros sonhos de vitória. Ontem foi a vez de o Inter ser copiosamente derrotado em casa pelo Schalke 04 num jogo que até começou muito bem para os italianos, com um extraordinário golo de Stankoviks, que, pouco depois, iria abandonar a partida lesionado.


Quando a Liga começou, muitos foram os que acreditaram, a começar pelo Benfica, que o Schalke seria uma equipa acessível, além do mais por estar mal classificada na Bundesliga. A verdade é que depois de se ter classificado em primeiro lugar na fase de grupos e de ter eliminado contundentemente o Valência, se prepara para, daqui a oito dias, fazer o mesmo ao campeão europeu em título – o Inter de Milão, já que não é nada provável quer os italianos consigam reverter uma derrota por 5-2.

Com excelentes jogadores no ataque, onde Raul está com melhor desempenho do que nos últimos anos do Real Madrid, com um grande guarda-redes, além de uma defesa relativamente segura, já não constituiria surpresa se o Schalke 04 viesse a defrontar na final o vencedor do mais que previsível Real Madrid-Barcelona das meias-finais.

No outro jogo, o Real Madrid venceu normalmente o Tottenham por 4-0. Apesar de todo o seu voluntarismo, os londrinos de White Hart Lane deveriam ter ficado na fase anterior se o Milan, em San Siro, tivesse estado minimamente inspirado e não tivesse feito tantas asneiras. De todos os jogos, este era certamente o mais fácil. Mesmo assim, Mourinho arriscou muito, com a sua habitual arrogância e autoritarismo, fazendo jogar Ronaldo contra o parecer dos médicos. Veremos as consequências…

Nos jogos de hoje, o Chelsea foi batido em Londres por 1-0 pelo Manchester United, que já não ganhava em Stamford Bridge desde 2002. O Chelsea parece uma equipa sem alma e, principalmente, sem comando. Ancellotti deve ter hoje selado o seu próximo destino, a anunciar no fim da época.

Sem David Luiz, que não pode jogar na Champions por já lá ter jogado este ano pelo Benfica, e com uma dupla de avançados – Torres e Drogba - que não só não marca golos como até parece que impede Anelka de os marcar, o Chelsea está transformado numa pálida imagem do que já foi. Apesar de lá militarem ainda algumas grandes vedetas, há também muito jogadores em fim de carreira ou, como acontece na Inglaterra, em vias de down grade para um clube de segunda linha. Muito dificilmente o rumo da eliminatória se alterará na próxima terça-feira em Old Trafford.

Em Camp Nou, o Barcelona mais uma vez demonstrou que é uma equipa fantástica, mesmo quando parece que não está em grande forma. Tudo acontece com simplicidade e aparente facilidade, mesmo quando tem pela frente uma grande equipa como é o Shaktar Donetz. Um golo nos primeiros minutos, mais outro por volta da meia-hora, um terceiro no recomeço da segunda parte, um quarto no minuto seguinte ao golo dos ucranianos e mais um quinto a fechar fazem parecer simples o que é o resultado de uma grande classe.

Depois, o Barcelona tanto joga muito bem a atacar, como a defender e ainda melhor quando troca a bola no meio-campo. Torna-se, de facto, muito difícil jogar contra o Barcelona no momento actual. Parece uma equipa sem falhas.

Como tudo indica, vai haver dois grandes jogos, ou, pelo menos, um grande jogo, na próxima meia-final.

Num curto espaço de tempo, se tudo correr como se espera, o Real e Barça irão encontrar-se por quatro vezes. Mourinho vai fazer dos jogos a eliminar os jogos do ano e sabe-se como ele costuma ser forte neste tipo de jogos…

terça-feira, 5 de abril de 2011

A DIRECÇÃO DO BENFICA NÃO PODE CALAR-SE

CRESCE A INDIGNAÇÃO

Por todo o lado, nos jornais, nas televisões, nas redes sociais, nos blogues, nos comentários dos jornais on line, “benfiquistas de velha cepa” insurgem-se contra o tratamento aviltante que os responsáveis do Benfica, no passado domingo, infligiram ao rival do norte, depois da derrota sofrida na Luz.

Como aqui já foi dito, e nunca é demais repeti-lo, a questão não está em saber se os benfiquistas já sofreram privações bem piores directa ou indirectamente orientadas por Pinto da Costa e a sua gente. Só mesmo por rematada estupidez e não menor falta de inteligência se pode defender ou desculpar o que se passou com o que noutras ocasiões tem sido feito ao Benfica. Pois a questão está em saber se o Benfica quer ser realmente diferente ou apenas um pouquinho diferente.

O Benfica tem de cumprir o seu dever e desempenhar o seu papel com dignidade, independentemente do modo como os outros actuem.

Desvalorizar o incidente, que encerra em si indícios muito preocupantes de condutas futuras, é um caminho que os benfiquistas não aceitarão.

A Direcção do Benfica tem de falar. O seu silêncio constitui uma terrível aprovação do que se passou. Deve falar, desculpar-se e ponto final. Não deve apresentar justificações para o sucedido, nem invocar outros comportamentos alheios para atenuar a sua culpa.

Não deve reproduzir o comunicado do Porto depois dos incidentes à saída de Paços de Ferreira. Deve pedir desculpa aos seus próprios adeptos que estão envergonhados com o que se passou e à equipa adversária.

Enquanto o não fizer sem reticências, sem mas nem ses, muitos continuarão a clamar por essa atitude.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O BENFICA DEVERIA PEDIR DESCULPA

AO PORTO E AOS SEUS ADEPTOS


O gesto de ontem à noite, na Luz, foi indigno de um grande clube com as tradições do Benfica. A derrota, embora dolorosa, mesmo quando não tem qualquer importância para o desfecho da competição, não pode, nunca pode, servir de pretexto para um acto de despeito, de anti-desportivismo, de desprezo pelo adversário, quaisquer que sejam os méritos deste nesses mesmos planos.

Actuando como actuou, o Benfica coloca-se ao nível do que de mais baixo há na prática desportiva. E a questão que agora se põe é exactamente saber o que tal gesto indicia. À primeira vista ele parece querer dizer que o Benfica está também disposto a enveredar por caminhos que, em teoria, até agora sempre tinha rejeitado: o da vitória a qualquer preço e por qualquer meio.

Há indícios que apontam para comportamentos lamentáveis, que não eram habituais no grande clube da Luz, como certas intervenções televisivas de alguns dos seus responsáveis, que, pela arrogância com que se exprimem, pelo fundamentalismo das suas opiniões, estão cada vez mais próximo dos processos e daqueles que dizem querer combater.

Em conclusão: o que se passou ontem na Luz não pode ficar pela sanção desportiva. Exige-se que os responsáveis do Benfica apresentem desculpas aos seus adeptos e ao FCP.

Aliás, no plano desportivo foi uma derrota “limpinha”, que só peca por escassa. Se o Benfica não estava competitivamente preparado para “dar luta”, se os jogadores (ou alguns deles) achavam que já não valia a pena, por que não desvalorizaram o jogo durante a semana que o antecedeu?


Depois, no plano técnico-táctico, também ninguém compreenderá, em primeiro lugar, a opção por Ayrton a defesa direito, um jogador pesado, lento, à partida incapaz de travar qualquer extremo minimamente veloz. A prova de que ele não tinha aptidões para o desempenho do lugar, está evidente na forma como saiu do jogo, dando toda a impressão de que a “lesão” foi uma demonstração evidente da sua incapacidade para continuar em campo.

Como incompreensíveis são as substituições no começo da segunda parte. Aimar, que estava empenhado no jogo – era dos mais empenhados – deveria ter continuado mais tempo e a substituição de Jara pelo abúlico Cardozo, que passa o tempo a mascar chicletes, foi de todo incompreensível, não por Cardozo ter sido expulso logo a seguir, mas por Jara dar muitas mais garantias de eficácia e de entrega ao jogo do que o actual Cardozo.

E o papel de Sidnei no Benfica também tem de ser reavaliado, apesar da recente prorrogação do contrato. No seu estilo “bailarina”, Sidnei deixa no espectador frequentemente a imagem de alguma irresponsabilidade. Ontem ofereceu um golo a Falcao, que o desperdiçou, deixou isolar Rodriguez, valeu Roberto, e “defendeu” o remate que, no fim do jogo, daria o empate ao Benfica. É muito para um jogador só!

Depois vem o caso de Roberto. O jovem guarda-redes espanhol teve um começo de época para esquecer. Nos jogos particulares os deslizes foram-se sucedendo. E nos primeiros jogos oficiais foi uma desgraça, nas três derrotas iniciais houve erros clamorosos de Roberto. Depois, estabilizou e até chegou a fazer em vários jogos defesas excepcionais. Mas os “frangos” voltaram, não com a frequência dos primeiros jogos, mas sempre em ocasiões muito comprometedoras para a equipa. E perante tais factos – faz defesas incríveis e sofre golos igualmente incríveis - a questão que se coloca é saber se não estamos a repetir o caso Moreto, que também fazia defesas impossíveis, até penalties, e deixava entrar golos inadmissíveis.

Um guarda-redes com estas características, por muito que as grandes defesas superem os “frangos”, é um guarda-redes que destabiliza a equipa. E uma grande equipa não pode sentir tal instabilidade na sua baliza. Quem não se lembra do que aconteceu ao Barcelona na época pós Zubizarreta?

O Benfica precisa de um guarda-redes mais regular: não precisa de fazer defesas impossíveis, basta que não sofras golos incríveis. Um guarda-redes como o do Braga…

Finalmente, é de crer que esta derrota de ontem possa ter efeitos catastróficos na equipa. Se a derrota de Braga, apesar das condições em que foi sofrida já teve as consequências que se conhecem, imagine-se o que poderá acontecer com a de ontem…

domingo, 3 de abril de 2011

BENFICA HUMILHADO NA LUZ

ARBITRAGEM SEM CLASSE

Começando pelo árbitro: é mais um sem classe, como quase todos ou mesmo todos os que andam no futebol português. Ou porque têm “telhados de vidro”, ou porque são pouco inteligentes, a maior parte deles não tem autoridade para se impor aos jogadores, a não ser por via de um autoritarismo estúpido que acaba sempre por estragar o espectáculo.

Em regra, na maior parte dos jogos, os jogadores respeitam-se e raramente são violentos ou, mais correctamente, só alguns são violentos.

Os árbitros é que têm em Portugal muita dificuldade em respeitar os jogadores e o público. Ainda hoje, na Luz o árbitro começou o jogo da pior maneira: interrompendo uma jogada perigosa para marcar uma falta que até parece não ter existido. Se fosse para expulsar o pretenso faltoso ou, ao menos, para lhe mostrar um amarelo, ainda se justificaria, mas não estando em causa nem uma nem outra punição, deveria ter deixado seguir o jogo. Consequência: quem acabou por levar o amarelo foi um jogador que conduzia a bola, por ter protestado a decisão do árbitro.

Depois continuou a marcar faltas que não existiam, para um e outro lado, e a mostrar amarelos por faltas menores. Marcou um penalty a favor do Benfica que parece não ter existido e puniu com amarelo Otamendi, que demonstrou ser um jogador correcto. No segundo tempo expulsou-o, por aparentemente ter feito obstrução numa jogada em que não a poderia evitar.

Verdadeiramente, só houve duas faltas graves e violentas: a de Cardozo, bem expulso e a de Moutinho, que deveria ter sido expulso e não foi.

Portanto, e em conclusão, um árbitro sem classe.

Do jogo propriamente dito, só há dizer que o Porto ganhou bem e até poderia ter ganho por mais. O Benfica foi arrogante na sua melhor fase do campeonato, foi triunfalista, chegou a dizer que à vantagem pontual do Porto haveria que descontar os três pontos do jogo da Luz e outras coisas do género. E na hora da verdade foi o que viu. Uma vergonha.

É claro que Maxi Pereira faz muita falta, mas uma equipa de primeiro plano tem de ter substitutos à altura. E Ayrton não é claramente um substituto à altura, sendo até de pôr em dúvida a verdade da sua lesão.

E Sidnei é um irresponsável, a ele se devendo um golo do Porto, mais um que o Benfica não marcou por ele se ter posto na frente da bola! De Roberto há a dizer que é um guarda-redes que dá “frangos” incríveis, tão incríveis como outras defesas que faz. E isso destabiliza completamente a equipa como aconteceu no princípio da época.

O Benfica ainda poderia ter ânimo para tentar contrariar o jogo do Porto se tudo se passasse normalmente, mas um “frango” daqueles aos oito minutos de jogo deitou tudo a perder.

A saída de Jara foi um erro e é muito duvidoso que Aimar não devesse ter continuado por mais tempo. Que culpa tem ele de o Javi Garcia ter feito várias asneiras?

O Porto ganhou bem como já se disse e mereceu ser campeão na Luz.

De realçar a correcção com que o jogo decorreu, apesar das duas expulsões.

Vergonha, inacreditável vergonha, indigna do Benfica, foi o que se passou no fim do jogo. É inadmissível que o Benfica tenha apagado a luz e posto a água a correr. Que exemplo dá uma direcção que assim procede aos energúmenos que andam pelas claques?

Qualquer benfiquista do “velho Benfica” fica envergonhado com o que passou e não pode deixar de condenar veementemente o comportamento de uma direcção cada vez mais parecida com a de Pinto da Costa.

Fora do Benfica os que se comportam sem dignidade. Fora!

O BENFICA PORTO DE LOGO À NOITE


A IMPORTÂNCIA DE UM JOGO SEM IMPORTÂNCIA


Tanto o Benfica como o Porto têm definidas as respectivas classificações no campeonato nacional.

O Porto será campeão e o Benfica ficará em segundo lugar. Tanto o Porto como o Benfica terão na quinta-feira um jogo bem mais importante para a liga Europa. Sendo óbvias as aspirações de ambas as equipas à presença na final desta competição, é muito natural que encarem com preocupação e rigor o que ainda não está definido em detrimento do que já está decidido.

Acontece que, por força dos acasos em que o futebol é fértil – pelo menos, para alguns clubes – o jogo da Luz pode ser, para o Porto, o jogo do título, se ganhar. E isto fez com o jogo adquirisse uma importância que nenhuma das equipas, no actual contexto, gostaria que tivesse.

O Benfica, em defesa da honra, vê-se obrigado a impedir que o Porto ganhe, para não assistir à humilhação de ter o seu estádio como cenário da primeira comemoração e o Porto vê-se obrigado a tentar ganhar para alcançar um feito quase inédito.

Perante isto, é difícil saber como vão os treinadores reagir à pressão dos acontecimentos, embora seja de todo desejável que o jogo de quinta-feira não seja sacrificado a pequenas questões domésticas de que pouca gente se lembrará daqui a algum tempo.

Benfica e Porto já prestarão um bom serviço ao futebol se realizarem logo à noite um grande jogo.

BRAGA SOBE AO TERCEIRO LUGAR


E O REAL MADRID CADA VEZ MAIS LONGE DO BARCELONA


Ontem em Aveiro, o Braga, animado que está pelos seus triunfos europeus, foi capaz de virar o jogo e vencer com toda a tranquilidade. Tudo se conjuga para que hoje se firma no terceiro lugar.

O Sporting vai passar por um mau bocado, situação que as eleições apenas agravaram, agora que o candidato que reúne o apoio do maior número de sócios, também parece ter reunido provas suficientes para impugnar as eleições.

Godinho Lopes, a triste imagem da continuidade, não terá, como aqui já tínhamos dito, uma vida fácil, embora a dificuldade possa ser atenuada pela brevidade da sua passagem à frente do Sporting.

Ontem, quem ouviu José Couceiro – o tal que foi à Luz queixar-se da arbitragem! – ficou com a ideia de que o Sporting está sem ânimo para defender o quarto lugar, quanto mais o terceiro! Tudo vai depender do jogo de hoje em Guimarães.

Entretanto, no outro lado da Península, o Real Madrid afastou-se ainda mais da possibilidade de ganhar o campeonato. Derrotado em casa pelo Gijon, ficou a oito pontos do Barcelona, que umas horas depois, vencia fora o Villareal por 1-0.

A ironia desta derrota de Mourinho, em casa, está em ela ter ocorrido contra a equipa treinada pelo homem que na primeira volta lhe chamou "canalha", por Mourinho ter insinuado que o Gijon havia facilitado, em Camp Nou, a vitória do Barcelona. Ontem a vingança.

Quem vê, logo a seguir à derrota do RM, o jogo do Barcelona percebe bem a frustração de Mourinho. Mais do que frustração, a impotência.

É isso que seguramente Mourinho deve sentir. Como igualar aquele futebol do Barça? Ao, menos, como travá-lo? Como impedir que miúdos da cantera chamados à equipa principal se integrem na equipa como se sempre lá tivessem estado?

Por muito ególatra que Mourinho seja, ele não poderá deixar de sentir que o Barcelona, este grande Barcelona que desde há vários anos joga da mesma maneira, trouxe algo de novo e de muito importante ao futebol. E fê-lo silenciosamente, sem ruído, apenas com infinita ressonância das suas belas vitórias.

E ele, que é “especial”, “number one”, o que trouxe? Mourinho vive na Espanha a sua mais dura prova como treinador de futebol E teme – isso nota-se – que se esteja a aproximar a queda de um mito….

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O SPORTING E A CONTRATAÇÃO DE TREINADORES


O QUE TÊM A DIZER OS MORALISTAS DO SPORTING?


O ano passado, o Sporting, que concorria com o Vitória de Guimarães para o 4.º lugar do campeonato, contratou o treinador do Vitória no decurso do campeonato, tendo Paulo Sérgio confirmado o facto em conferência de imprensa concedida nas próprias instalações do clube que lhe estava a pagar o ordenado.

Isto é o que se pode chamar um acto de grande nobreza!

Este ano, um dos candidatos à presidência do Sporting – que, aliás, acabou por ser eleito – fez um pré-contrato com o treinador do Braga, com a época em curso e com o clube minhoto a concorrer directamente com o Sporting para o memo lugar na tabela classificativa, além de haver ainda um confronto entre ambos, que pode ser decisivo para saber quem fica à frente.

Se isto não é, objectivamente, adulterar a verdade desportiva, então não gostaríamos de conhecer uma qualquer outra forma de integrar o conceito.

Todavia, nada melhor, para tirar dúvidas, do que perguntar ao impoluto apoiante de Godinho Lopes e conhecido comentador de TV, Rui Oliveira e Costa.

Se ele disser que não – ele que é de uma integridade a toda a prova seja noutras matérias, seja em futebol, basta ouvi-lo a propósito da contratação do ex-Olhanense, Jardel – é porque, de facto, não há qualquer problema.

Convém ouvir os moralistas do Sporting, seja este ou outros, para que se fique a saber qual a norma padrão nestas matérias. É aliás essa moralidade que tanto aproxima Rui Oliveira e Costa de Pinto da Costa!

PAULO BENTO NO "PONTAPÉ DE SAÍDA"


AS INSUPERÁVEIS INCAPACIDADES DE FREITAS LOBO


Paulo Bento esteve esta noite no “Pontapé de Saída”. A primeira questão que cumpre realçar é a de que uma nova geração de treinadores do futebol português que estão a léguas dos seus antecessores, não apenas pelos conhecimentos técnicos que possuem, mas também pelas notáveis capacidades comunicacionais que exibem.

E quando se fala em capacidades comunicacionais de forma alguma estamos a referir-nos ao estilo Mourinho, cuja capacidade comunicacional pode ser (será?) benéfica para a sua equipa, mais propriamente para ele, mas que nada de positivo trás ao futebol. Antes pelo contrário, degrada-o remetendo-o para uma espécie de produto onde o que conta é a vitória qualquer que seja o meio para a alcançar.

Portanto, não é de gente como Mourinho de que estamos a falar. Mas antes de treinadores independentes, “sem dono”, como Paulo Bento, Carvalhal e outros.

No programa desta noite, Carvalhal, com classe, explicou como joga a equipa, falou nos diferentes modos ou sistemas que tem utilizado em função dos jogadores convocados, mas nunca entrou, por entender que deontologicamente não o deveria fazer, no critério das convocações, que, para ele, depreende-se, é da exclusiva responsabilidade do seleccionador.

Foi o pivot, liberto das grilhetas que no futebol doméstico de clubes lhe impõe um guião inalterável, que acabou por colocar as questões mais interessantes. Desde logo, a questão que aqui já tinha sido aflorada, da pressão de Mourinho sobre o seleccionador a propósito da utilização dos seus jogadores. Levantou também a questão, óbvia, das limitações de Hugo Almeida, da titularidade de Eduardo, mas esqueceu-se da “dança dos defesas centrais”.

A tudo Paulo Bento respondeu com convicção e alguns casos, pelo menos pareceu, com sinceridade. Pode não ter convencido, mas não se escudou em frases feitas para não responder.

Já Freitas Lobo optou, mais uma vez, por fazer uma triste exibição das suas insuperáveis limitações.

Para além de ter feito uma explanação sem sentido do que é o “ADN” do futebol português e o papel do treinador face a essa fatalidade genética – o que não deixa de ser uma perfeita patetice - , tese ilustrada com citações igualmente patetas de Pedroto – de facto, a expressão máxima da pior fase do futebol português, principalmente como treinador, já que como jogador o seu “profissionalismo” foi bem demonstrado por Yustrich - , onde ele queria chegar era ao seu querido Queiroz, a Pepe e ao famoso “projecto para a estruturação” do futebol português.

Mais uma vez deu “porrada” em Pepe e, por tabela, em Paulo Bento, no secretário de Estado do Desporto, defendeu de passagem o FCP e o Braga por estarem a torpedear os novos estatutos da FPF, e não foi capaz de colocar a Paulo Bento uma única questão sobre as suas opções como seleccionador nacional.

Silenciou completamente as “javardices” de Queiroz – de facto, se Pepe é em campo um selvagem, Queiroz é na rua um malcriado, com linguagem ordinária, sem compostura – e mais uma vez veio com as “tretas do costume” sobre o “pretenso projecto” do dito Queiroz, embora sem o citar.

Só que desta levou que contar. Paulo Bento empertigou-se e deu-lhe uma resposta cabal. Explicou-lhe - quase lhe perguntando se queria que lhe fizesse um desenho – qual é o papel de uma equipa técnica, o que cabe na competência do treinador, o que cabe na competência da Federação, a importância para o futebol português dos resultados alcançados desde 1996 e a importância de o seleccionador se saber manter no seu lugar.

Não poderia ter sido mais eloquente. E Freitas Lobo demonstrou, mais uma vez, as suas inultrapassáveis limitações “genéticas” de que jamais conseguirá libertar-se.

Uma sugestão: e que tal se abrisse uma lojinha de futebol no “Porto Canal”? Em casa sempre é outro conforto…