segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A INSOLÊNCIA DE EDUARDO BARROSO


 

A POBREZA DO COMENTÁRIO DE ADEPTO

 

O comentário de adepto é, pela própria natureza das coisas (paixão, facciosismo, desconhecimento do outro), um comentário pobre e quase sempre prejudicial ao futebol quando se expressa através dos grandes meios de comunicação social.

Daí as críticas que este blogue tem feito a todos os programas de adepto (trio de ataque, dia seguinte e prolongamento) que as televisões nos proporcionam. A questão não está em saber qual é o melhor, porque são todos maus, mas qual é o pior. E depois qual o pior de todos os comentadores com base em critérios de avaliação das qualidades pessoais dos respectivos intervenientes.

Para quem, mesmo esporadicamente, assista a esses programas dificilmente poderá deixar de concluir que o comentador mais nefasto, qualquer que seja o ângulo por que é apreciado, é sem qualquer dúvida Eduardo Barroso.

É certo que há outros comentadores tão facciosos quanto ele. Também incapazes de um pequeno gesto de imparcialidade. Mas todos eles marcam uma diferença de vulto relativamente a Barroso: uns são propositadamente irónicos e, por mais brutais ou cáusticos que sejam os seus comentários, o que verdadeiramente os diverte é o efeito que causam no oponente. Outros são “arranjistas”. A televisão serve os seus propósitos de promoção pessoal, desde a política até à profissão a que se dedicam. Outros são “manhosos”: pretendem dar a ideia de que estão a exercitar um juízo imparcial quando na realidade o que fazem é defender o ponto de vista que outros lhe encomendaram.

Com Barroso tudo é diferente. Barroso assenta o seu comentário no mais puro sectarismo, de estilo jihadista – um comentário em que as pessoas, sejam elas os árbitros ou os adversários, são sempre tidos como seres inferiores relativamente a si próprio e aos que ele defende.

Mas não se fica por aí: além disso, ele viola frequentemente os mais elementares padrões éticos que devem guiar o comportamento de uma pessoa. Perante duas situações exactamente iguais, ele encontra sempre uma resposta diferente para o “seu Sporting” não apenas por simples facciosismo, o que seria desculpável, mas pela baixíssima consideração que os seus oponentes lhe merecem.

A defesa que ele faz dos inúmeros lances em que o “seu Sporting” é beneficiado são prova disso mesmo. Na sua arrogância insolente até chega a dizer: “Sim, mas nós merecemos”.

Aliás, a sua personalidade fica completamente evidenciada na defesa convicta que ele faz das alarvidades do presidente do Sporting, uma das piores coisas que chegou ao futebol nestas últimas décadas – o que não deixa de ser significativo tendo em conta aquilo que o futebol tem tido no dirigismo desportivo.

Por último, a sua insolência, a sua arrogância e a sua insuportável “superioridade moral” não lhe permitem suportar críticas seja de quem for. “Atrasados mentais”, “catedráticos” (diz ele depreciativamente; ele que sobre essas matérias até deveria estar calado…) e outros epítetos ainda mais depreciativos é a receita que ele prescreve para quem o critica.

Campanha negra contra Barroso? Não. Apenas o retrato de uma personalidade que se não recomenda como exemplo!

Barroso e Bruno de Carvalho têm feito pelo Sporting o que nem em sonhos o mais fanático dos adversários dos “leões” julgaria possível. Que se conservem lá por muito tempo, apesar do triste espectáculo e do péssimo exemplo que vão dando a quem, mesmo sem querer, os escuta!