quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

PORTO E SPORTING, EQUIPAS VULGARES




MAIS DUAS DERROTAS NA EUROPA

O Sporting, que nem sequer merecia ter passado a fase de grupos da Liga Europa, voltou a perder nesta competição, jogando um futebol vulgar, sem brilho e nenhuma criatividade.

Covardemente, Jesus imputa a responsabilidade da derrota a Semedo, quando a equipa já perdia nessa altura por um zero e até poderia estar a perder por mais, sem que o Sporting até então ou depois tenha criado uma única oportunidade de golo.

Mas Jesus não se manca. As suas declarações não ficaram por ai. Teve a lata, a suprema lata, de afirmar que o uruguaio, Coates, saiu porque vem da Inglaterra onde se não joga com esta intensidade nem frequência! Jesus é também um caso de psiquiatria.

Mas deixemos Jesus, que, segundo disse, até já ganhou em Leverkusen. Que equipa será esta que já ganhou em Leverkusen? Percorro os anais das competições europeias e não encontro nenhuma equipa “Jorge Jesus”. Esta egolatria de Jesus bem pode ser tratada juntamente com as múltiplas doenças do foro psiquiátrico que campeiam entre os dirigentes de Alvalade e seus principais adeptos.

Continuando: Jesus não desvaloriza os jogos na Europa, mesmo os da II Divisão, como é o caso, o que Jesus não tem é a coragem de os valorizar pelas múltiplas derrotas que as equipas sob a sua direcção tem sofrido no plano internacional. Qualquer adepto do futebol se recorda, só para falar das últimas, da humilhante derrota do Benfica em Leverkusen, por 3-1, e da derrota do mesmo Benfica em casa, por 2-0, contra o Zénite de Villas-Boas. Tanto uma como outra são imputáveis a Jorge Jesus que insistiu do primeiro ao último minuto num modelo de jogo que não era o adequado para o adversário em questão. Basta ler o que então se disse neste blogue para logo se concluir que esta não é uma opinião de hoje, ou seja, numa data em que Jesus está no Sporting, é a opinião que se teve quando o Jesus treinava o Benfica.

E vamos então falar claro para encerrar o tema Jesus: há algum treinador na Europa, seja ele de Malta, da Moldávia, da Alemanha ou da Inglaterra que desvalorize ou despreze um jogo europeu, mesmo da secundária Liga Europa? Um treinador com esse pensamento não tem lugar em nenhuma equipa com um mínimo de pretensões. Se Jesus o faz, é por pura covardia desportiva. Apenas para tentar disfarçar a sua incompetência neste plano.

Quanto ao resto, o Sporting, diminuído por esta atitude do seu treinador, jogou ao nível de uma equipa vulgar. Não é que o Sporting tenha jogado muito diferentemente desde que defrontou o Tondela, mas sempre foi ganhando alguns jogos. A continuar a jogar assim, o Sporting perderá tudo. No que aliás se acredita.

O Porto, que costuma ter outra atitude nos jogos europeus, apresentou-se em Signal Iduna Park como uma equipa pequena. Uma equipa, no estilo do antigo Estrela da Amadora, que se remete completamente à defesa, com onze jogadores atrás da linha da bola, esperando o “milagre” de um contra-ataque que lhe possa proporcionar um golo. E dizemos “milagre” porque não basta que aguarde a possibilidade de um contra-ataque vitorioso, é preciso fazer algo para que ele aconteça. E o Porto nada fez, apesar de estar a perder desde o sexto minuto.

Se nesse jogo houve uma equipa que nos decepcionou, essa equipa não foi a do Porto, da qual não esperávamos muito mais, mas a do Borússia de Dortmund, que nos pareceu uma equipa lenta, pouco criativa, incapaz de explorar as debilidades do Porto e de criar as oportunidades de golo que um ataque mais veloz e mais imaginativo seguramente criaria.

De certo modo, até foi penoso assistir a um jogo tão pouco participado por ambas as equipas. Uma jogando à defesa durante noventa minutos, incapaz de criar oportunidades de golo, salvo um ressalto que Suk não aproveitou, ou melhor, que o guarda-redes do Borússia não deixou aproveitar, e outra jogando lentamente, lateralizando sistematicamente o jogo, sempre à espera de uma aberta ou de um erro que permitisse chegar ao golo.

De facto, Pinto da Costa tinha razão quando disse que comparar o Benfica com o Dortmund era uma brincadeira. Basta atentar nas oportunidades de golo que o Benfica criou e compará-las com as do Borússia. Mas, enfim, isso já é história, embora história quase impossível de repetir.

Com estes resultados, tanto o Porto como o Sporting estão praticamente eliminados.

Em tempo: Jesus, na conferência de imprensa, tentou corrigir o que disse na flash interview sobre a intensidade e a frequência dos jogos em Inglaterra. Mas erradamente, porque também a equipa donde Coates veio jogou com a mesma frequência que as outras equipas inglesas, já que nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro não há jogos europeus nem cá nem lá! Se Coates não jogou é porque era suplente!

Mais: Jesus, nessa conferência, insurgiu-se contra os adeptos por terem assobiado Teo (e a razão é simples: venderam contra a sua vontade Montero e ficaram com Teo, logo têm de o aguentar…) e mostrou mais uma vez a instabilidade emocional que reina em Alvalade, quando afirmou que nunca permitirá que “Isto corra mal para mim!”. Jesus, como aqui já foi dito, tudo fará para ser campeão no Sporting, mas também já decidiu que para o ano lá não ficará. Ponto é saber se vai para o Porto ou se haverá noutro país alguma equipa, minimamente importante (talvez o Valencia), que o queira.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

PINTO DA COSTA PREPARA A DERROTA




PINTO DA COSTA DEFENDE O LUGAR



Como qualquer ditador, Pinto da Costa só largará o poder quando a natureza o impossibilitar de continuar ou se for corrido do lugar que ocupa. Não obstante o seu passado ao serviço do FC Porto, nunca esteve tão perto de ser “expulso” do lugar que ocupa como este ano. São muitas as vozes que o culpam dos sucessivos insucessos da equipa em três épocas consecutivas – que até poderiam ter sido cinco se não tivesse acontecido o que todos sabemos…-, a ponto de este ano considerarem indesculpável o fraco rendimento da equipa depois de tão grande investimento.

Pinto da Costa sabe tudo isso. Sabe que “deu” a Paulo Fonseca um dos piores plantéis do Porto contemporâneo; sabe que contratou um treinador incompetente a quem concedeu, como a nenhum outro, o direito de escolher os jogadores que quis (a “famosa armada espanhola”) e sabe também que está hoje muito longe de poder desempenhar fora do campo o grande papel que noutros tempos soube com muito êxito pôr em prática.

E como, não obstante a sua grande paixão clubista, sabe perfeitamente que o Porto deste ano não vai longe, não apenas por ter começado mal e ter sido incompetentemente dirigido, mas também porque lhe faltam, em zonas nevrálgicas do campo, os artistas que noutras ocasiões já teve, é que Pinto da Costa trata de valorizar os pequenos sucessos que a fortuna lhe concedeu para, por antecipação, tentar atenuar os insucessos que ai vem. E para isso nada melhor do que através de comparações que ele sabe serem falsas estar já a preparar os adeptos para as derrotas que estão à porta.

Quando Pinto da Costa afirma que o Dortmund não é o Benfica, apenas se limita a fazer uma constatação evidente. Mas quando além disso acrescenta que só por brincadeira se poderia supor tal coisa, o que Pinto da Costa pretende dizer é que o Borússia de Dortmund, não obstante as suas limitações, não irá certamente desperdiçar as oportunidades de golo que o Benfica perdeu só na primeira parte do seu confronto com o Porto.

Pinto da Costa sabe, como sabe qualquer outro espectador, que, só na primeira parte do jogo contra o Benfica, o Porto, além do golo que sofreu, poderia ter sofrido mais três e partir para o segundo tempo já goleado. Bastava que Pizzi, Mitroglou e Samaris não tivessem falhado o que normalmente não falham. Bem poderia Casillas ter feito a exibição que fez, defendendo os remates de Jonas (primeiro tempo) e de Mitroglou, Gaitan e Martins Indi (segunda parte) que ninguém tiraria ao Porto uma goleada.

Ora, é este espectro que Pinto da Costa tem em mente e cuja concretização teme.

Aliás, há outros indícios da perturbação que actualmente reina no Porto. A crítica à arbitragem no jogo contra o Arouca é digna dos psicopatas do Sporting pelas ligações inverosímeis estabelecidas entre factos que não tem entre si qualquer conexão. Sendo certo que o árbitro anulou ao Porto um golo válido, é também indiscutível que quando tal aconteceu ainda faltava jogar muito jogo, como certo é que depois desse evento o Arouca marcou. Ligar a anulação desse golo ao facto de o árbitro ser irmão de um ex-árbitro pertencente à comissão de arbitragem (ex-árbitro esse que o Porto gostaria de ver a dirigir a arbitragem portuguesa) e à circunstância de um dos adjuntos de Lito Vidigal, treinador do Arouca, ser filho do presidente da comissão de arbitragem é algo que até à data só estava ao alcance das mentes doentias e pequeninas do Sporting.

Em conclusão: muito vai ter de falar Pinto da Costa durante o que resta para o termo da época se quiser tentar novamente ser presidente do Porto no próximo mandato. Todavia, por muito que fale vai ter dificuldade em enganar os adeptos mais lúcidos do seu clube que há muito já perceberam que a “máquina” deixou de funcionar e que ele não é mais o timoneiro que outrora já foi.
Os rivais agradecem a sua continuação...

sábado, 13 de fevereiro de 2016

A DERROTA DESTA NOITE




O MÉRITO DO PORTO

Em primeiro lugar, é importante saber perder. Depois de tantos e tantos maus exemplos, é reconfortante que o Benfica, perdendo, tenha sabido perder.

Dito isto, sem prejuízo de voltar ao tema, gostaria agora de dizer como vi o jogo desta noite entre o Benfica e o Porto.

O Benfica e os seus adeptos partiram para este jogo com uma extraordinária dose de confiança, uma confiança que só recuando mais de três décadas pode ter paralelo noutros confrontos com o Porto. Confiança não é arrogância, ou não deve ser. É crença nas capacidades da equipa. Na sua eficácia goleadora. Na solidariedade do conjunto. Na excelente forma dos seus elementos.

E foi assim que o jogo começou. Logo nos primeiros minutos se ficou com a convicção de que o jogo poderia ser igual a outros destes últimos dois meses. É certo que antes do golo de Mitroglous já tinha havido duas perdidas, mas logo a seguir veio o golo e a confiança restabeleceu-se. Depois, a superioridade do Benfica continuou a ser evidente, mas a falta de eficácia manteve-se e a juntar a ela começou a desenhar-se uma grande exibição de Casillas. Até que o Porto, dez minutos volvidos, empatou na primeira oportunidade que teve e na sequência de uma clamorosa falta de marcação do meio campo, sem com isto querer retirar mérito à jogada do Porto e ao remate de Herrera.

O Porto empatou, mas o Benfica continuou por cima. Voltou a ter oportunidade de marcar. Umas vezes por inépcia do rematador, outras por mérito de Casillas, a bola não entrava.

Até que veio o segundo tempo e a ideia que pairava no espectador que se guia pelo que tinha acabado de observar era a de que se o Benfica continuasse a jogar como tinha jogado na primeira parte ganharia o jogo sem dificuldade, não obstante a ligeira vantagem que o Porto ia tendo no jogo a meio do campo e o sistemático recuo de Jonas para zonas longe da baliza adversária.

Só que a segunda parte foi muito diferente da primeira. Cedo se começou a perceber que o Porto iria dar uma réplica muito mais forte e consistente do que a que deu na primeira parte e percebeu-se também que a ineficácia que o Benfica demonstrou na primeiro tempo se iria manter na segundo, assim como a exibição de Casillas.

E passou então a admitir-se que a todo o momento o Porto poderia passar para a frente do marcador. O seu jogo a meio campo fortaleceu-se, o Benfica passou a ter menos hipóteses de chegar com facilidade à área adversária, levando tudo isto somado à convicção de que se o Porto viesse a ter uma oportunidade a não desperdiçaria.

E foi o que aconteceu numa jogada em parte também construída por Aboubackar, mas acima de tudo por ele finalizada com muito mérito. Depois deste golo, salvo numa ocasião (acidental), o Benfica da primeira parte não voltou a aparecer no jogo e desapareceu completamente depois das substituições de Samaris por Talisca e de Pizzi por Carcela. E mais ainda com a de Eliseu pelo sacrificado Sálvio que não merecia entrar num jogo destes. A dez minutos do fim, depois de uma lesão gravíssima que o inabilitou durante nove meses, meter Salvio é algo inexplicável!

Com esta derrota, limpinha, sem árbitros, sem arrogância, sem insultos, resultante da ineficácia própria e do mérito e brio do adversário, o Benfica desceu à terra. Perdeu o quinto clássico da época, pode até perder o sexto, mas mesmo assim ser campeão se psicologicamente não ficar abalado com o que aconteceu esta noite.

É preciso que se diga que esta noite poderia ter sido uma noite igual às muitas que se viveram nestes últimos dois meses se não tivesse havido tanta ineficácia. Com um Benfica medianamente eficaz o Porto não teria condições para resistir, tendo em conta o estado anímico em que seguramente se encontraria se o Benfica tivesse concretizado duas ou três oportunidades das que teve na primeira parte. Se… Mas como os “ses” não contam, e como não foi isso o que aconteceu, o que interessa agora saber é como ficará a equipa depois desta derrota.

Em si, esta derrota, nos termos em que aconteceu, não teria força suficiente para derrubar psicologicamente a equipa. Mas como ela acontece na sequência de quatro anteriores desaires com equipas da mesma igualha, sem contar com a derrota em casa contra o Atlético de Madrid e a derrota em Istambul contra o Galatasaray, pode ter efeitos muitíssimo perniciosos.

O futuro dependerá do estado anímico da equipa. Se se mantiver em alta pode até acontecer que a disputa a três seja mais favorável ao Benfica do que a disputa a dois. Como o Sporting vai seguramente perder pontos, mesmo que o Benfica perca em Alvalade, se nos restantes onze jogos estiver como esteve nos últimos onze continuará com todas as hipóteses de ser campeão.

Para isso nada melhor do que ganhar ao Zénite já na próxima terça-feira!     

domingo, 7 de fevereiro de 2016

BENFICA ARRASADOR


 

ATÉ 8 DE MARÇO TUDO SE DECIDIRÁ
belenenses - benfica

 

O Benfica tem estado verdadeiramente arrasador. Oitenta golos (80) marcados em todas as competições oficiais até ontem disputadas, cinquenta e nove (59) no campeonato, vinte e seis (26) sofridos, catorze (14) dos quais no campeonato.

A dois pontos do Sporting, vencendo categoricamente os diversos jogos em que participa, o Benfica espalha o pânico nos seus principais adversários, nomeadamente no Sporting, cuja estrutura dirigente e a própria equipa técnica não têm o equilíbrio emocional suficiente para suportar os resultados e o nível exibicional do Benfica.

Perguntar-se –á por que razão o Benfica respira no campo uma confiança que nunca demonstrou em nenhum dos seis anos de Jorge Jesus? Claro que a confiança decorre dos resultados e das exibições, mas tanto estas como os resultados decorrem do novo sistema de jogo da equipa e dos seus magníficos intérpretes.

No tempo de Jorge Jesus, a equipa nunca foi uma equipa tranquila. O "frenesim atacante" que Jorge Jesus imprimia à equipa, às vezes com grande brilho exibicional, era, paradoxalmente, a sua grande força e sua grande fraqueza.

No primeiro ano de Jesus, os efeitos negativos deste “frenesim” notaram-se menos do que nos anos subsequentes. Primeiro, porque o principal rival do Benfica – o FC Porto – estava mal e o sistema de jogo do Benfica era suficientemente inovador para deixar a maior parte dos adversários perplexos. Mesmo assim, o Benfica não ganhou vantagem suficiente sobre o seu principal adversário (Sporting de Braga) para poder descansar. Só na última jornada o campeonato foi ganho.

Depois, sempre com o mesmo sistema, o Benfica foi derrotado em todas as competições (salvo na Taça da Liga em dois anos) nos três anos seguintes, sempre pelo Futebol Clube do Porto.

Somente quando o Porto voltou a fraquejar, uma das vezes com um dos piores plantéis da sua história recente (2013/2014) e outra, no ano seguinte, com um plantel recheado de estrelas mas comandado por um treinador manifestamente incompetente, é que o Benfica exibiu manifesta superioridade sobre os seus principais opositores, embora sem nunca ter sido capaz de expressar essa superioridade em expressiva diferença pontual.

Sem falar nos desaires europeus e na Taça de Portugal (excepto num ano), tudo isto porquê se a equipa durante esses seis anos esteve sempre servida por excelentes intérpretes?

Porque nesse seu "frenesim atacante "a equipa desguarnecia frequentemente a sua rectaguarda, principalmente o meio campo (de consequências fatais contra equipas técnica e tacticamente evoluídas) e empurrava toda a equipa adversária para trás da linha da bola, nas imediações ou dentro da sua grande área. Consequências: faltava espaço ao Benfica e sobrava campo ao adversário para explorar com êxito, como tantas vezes aconteceu, as costas da defesa benfiquista.

Isto passava-se durante todo o jogo. Aquela imensa correria acima e abaixo era a imagem de marca das equipas de Jesus. Uma imagem que faz vibrar o espectador, pela espectacularidade do jogo, apesar de muitas vezes os golos não aparecerem ou aparecerem tardiamente e de frequentemente a equipa ficar excessivamente exposta às arremetidas do adversário. Claro que se essas arremetidas eram, com todo o respeito, do Gil Vicente ou Olhanense, as consequências eram umas; se eram do Bayer Leverkusen, do Zenit de São Petersburgo ou do Futebol Clube do Porto eram outras, completamente diferentes.

No tempo de Jesus, o Benfica, como hoje o Sporting, registava quase sempre uma posse de bola esmagadora, mesmo quando os resultados eram fracos.

Com Rui Vitória tudo isto mudou. A equipa abandonou aquele” louco frenesim” atacante, divide muito mais o jogo com o adversário, chame-se ele Atlético de Madrid ou Moreirense, tem muito menos posse de bola (veja-se o que se tem passado nos jogos em que o Benfica tem goleado), marca muitos mais golos e sofre menos!

Tudo isto porquê? Muito simplesmente porque tem mais consistência defensiva, é uma equipa muito mais equilibrada e coesa e porque beneficia de muitos mais espaços no ataque.

É por estas singelas razões, decorrentes do sistema de jogo que Rui Vitória soube pôr em prática, que me atrevo a afirmar que o Benfica este ano será campeão com uma diferença pontual sobre o segundo classificado superior à de qualquer um dos três anos em que foi campeão com Jesus e fará um percurso na Liga dos Campões à altura da sua história.

Restringir os êxitos do Benfica ao “aparecimento” de Renato Sanches e de Pizzi é muito redutor e, simultaneamente, enganador, apesar do excelente contributo que ambos têm dado na consolidação do sistema de jogo da equipa. E é redutor porque estes mesmos dois jogadores com Jorge Jesus não jogariam como estão a jogar hoje. Ele não os deixaria jogar assim. Atenção: isto não é uma crítica. É uma constatação. A “ideia de jogo” de Jesus opor-se-ia à liberdade de acção de Renato Sanches e ao actual posicionamento de Pizzi, como o ano passado se viu relativamente a este.
A oito de Março logo se verá se o prognóstico que hoje aqui deixo se confirma ou não.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

BREVE ANÁLISE DOS PROGRAMAS DESPORTIVOS DAS TELEVISÕES




A MEDIOCRIDADE E A TOXIDADE SÃO A REGRA



Deixando de lado as transmissões de espectáculos desportivos (alguns deles apenas manchados pelo sectarismo de alguns comentadores) e os canais dos clubes, de qualidade muito diferenciada, podendo até encontrar-se em algum deles programas bem mais interessantes do que os apresentados pelos canais generalistas abertos e pelos canais do cabo, noticiosos ou desportivos,  o que se pode dizer sem medo de errar é que a esmagadora maioria dos demais programas desportivos sobre futebol das nossas televisões são lixo tóxico.

Entre estes, para que não haja dúvidas, colocamos à cabeça o “Tempo Extra”, o “Play Off”, o “Dia Seguinte” e o “Prolongamento”. Depois, mas ainda lixo tóxico, vem o “Trio de Ataque”, “Mais Bastidores” e o programa de domingo da TVI 24 que não sabemos como se chama.

Era suposto que nestes programas se falasse de futebol. É certo que alguns dos participantes nestes programas percebem pouco de futebol, nunca jogaram à bola, nem nunca exerceram a profissão de crítico desportivo, mas também há participantes que têm desempenhado desde há longos anos essas funções e outros até foram jogadores, alguns, ou muitos deles, internacionais, e outros, além de jogadores, foram treinadores, sendo, por isso, suposto que percebam de futebol e falem sobre ele.

Infelizmente não é isso o que acontece. Vejamos um por um. “O Tempo Extra” nem sequer merecia ser qualificado como programa desportivo sobre futebol, dada a sua natureza, a sua configuração e os seus fins, mas como os seus dois intervenientes insistem em falar sobre assuntos que marginalmente tocam o futebol que se joga nos campos, importa dizer que este programa é uma das maiores fraudes do nosso panorama desportivo. O apresentador é um simples “moço de recados” do principal interveniente no programa, limitando-se a dar-lhes as deixas do guião por aquele previamente estabelecido e a controlar os tempos de antena.

E a primeira questão que a propósito deste programa se põe é esta: a quem pertence de facto o “Tempo Extra”? À SIC ou ao seu protagonista? Esta pergunta já foi feita várias vezes, mas nunca obteve resposta, o que deixa desde logo na sombra ou até no escuro o princípio da transparência. Dito isto, toda a gente sabe que neste programa se não fala de futebol, de futebol jogado. Neste programa intriga-se, manipula-se e frequentemente mente-se, quer directamente, quer sob a forma de insinuação, quer mediante processos de intenção. O que também não admira, porque dada a personalidade, o carácter e o passado do seu do seu protagonista só poderia esperar-se a produção semanal de lixo tóxico! E é isso o que o programa produz.

Depois vem o “Play Off”, que, aparentemente, apareceu ao domingo à noite para se substituir ao lixo tóxico que na SIC, nesse mesmo espaço, era semanalmente jogado sobre os telespectadores. E foi para poder competir com a concorrência que se contrataram antigos jogadores de futebol, também eles ex-treinadores, para que, finalmente, se falasse de futebol. E no começo isso conseguiu-se apesar dos fortes vestígios de lixo tóxico que transitaram do anterior programa. Todavia, a personalidade de Toni, de Manuel Fernandes e de António Oliveira era garantia suficiente de que o programa se poderia manter acima da média. A saída de Toni foi bem colmatada com entrada de António Simões e o seu nível manteve-se acima da média. Depois saiu Oliveira, por razões que se desconhecem, embora se intuam, e o programa ressentiu-se logo da sua falta. O seu substituto embora alardeasse, em palavras, grande independência de análise, não precisou de muito tempo para dizer ao que vinha. De facto, desde muito cedo se percebeu que privilegiava uma aliança com o “lixo tóxico” por entender que esse era o melhor meio de transmitir o recado que se propunha deixar e de cumprir a tarefa de que se incumbira. Com a passagem do tempo tudo isso se tornou mais evidente e foi pelo seu lado, sempre em aliança com o “lixo tóxico”, que se começou a deixar de falar de futebol. Posteriormente, com a saída de Manuel Fernandes, um desportista exemplar e de grande integridade moral, e a sua substituição por um vulgar assalariado, de cariz arruaceiro, que já esteve ao serviço de outro senhor, que o programa começou a aproximar-se do nível zero. Prevendo, em tempo útil, esse desfecho, António Simões desligou-se e bateu com a porta. Foi substituído por João Alves, que já nada poderá fazer para impedir aquilo que o programa hoje já é. “Lixo tóxico polifónico”. Se Alves quer ouvir um conselho, eu lho dou de graça: Vá-se embora e quanto mais depressa melhor!

Em próximos posts continuará a análise dos demais programas.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

OS JIHADISTAS DO SPORTING




DECLARAÇÃO DE GUERRA AOS ÁRBITROS



Tal como o Estado Islâmico, também o Sporting declarou guerra aos infiéis. Se infiéis para o IS são todos os que não seguem o Corão, na interpretação que dele fazem os jihadistas, também para o Sporting os inimigos a abater são todos os que não seguem as orientações do Grande Líder, doravante chamado mulá Carvalho, pela manifesta falta de curriculum para poder aspirar à categoria de líder supremo.

A “verdade desportiva" está para o Sporting, como o Corão para os jihadistas. Alguém já viu ou ouviu um jihadista pronunciar-se sobre um projecto de sociedade no plano económico, social, cultural tentando por essa via ganhar simpatizantes para a sua causa? Não, ninguém viu nem ouviu, porque os jihadista só falam do Corão, o livro sagrado, de cuja aplicação tudo resultará. O mesmo se passa com os jihadistas do Sporting. Desde que o mulá Carvalho alcançou a presidência do Sporting, alguém viu ou ouviu um jihadista do Sporting falar de futebol? Falar do modo como joga o Sporting, como jogam as outras equipas, como se exibem os principais jogadores da Liga Portuguesa? Não, ninguém ouviu. O que repetidamente se ouve é falar da “verdade desportiva”, da observância da qual, aparentemente, resultaria o reino dos céus na terra.

E aqui é que está a principal e indesmentível semelhança entre o Estado Islâmico e o Sporting. Da mesma forma que para o IS o Corão não passa de instrumento de domínio que lhes permite exercer a tirania sobre os seus súbditos e fanatizar os seus apaniguados contra todos os que o não seguem, também para o Sporting a “verdade desportiva” não passa de um slogan instrumental por via da qual querem amedrontar, ostracizar, manipular, condicionar todos os que humildemente se limitam a reconhecer que “errar é humano”.

Os jihadistas do Sporting não admitem o erro humano nem a divergência de opiniões ou avaliações, porque já estão a antecipar o que seria um “vídeo árbitro”, dirigido por Rui Santos como juiz supremo, assessorado por José Manuel de Freitas e Fernando Correia, escolhidos pelo mulá Carvalho sob proposta de Octávio Machado, José Eduardo e Inácio.

O que se passou este fim-de-semana depois do jogo de Alvalade foi uma vergonha para o futebol português. Certamente que Cosme Machado errou onde não devia ter errado. Desse erro poderiam ter resultado prejuízos para o Sporting. Acontece que os jihadistas do Sporting não estão satisfeitos com estas conclusões e menos ainda com o reconhecimento público, por parte do árbitro, do erro cometido e do respectivo pedido de desculpas. Nada disso interessa ao Sporting. Como nada lhe interessa a ocorrência de situações idênticas àquela em vários outros jogos no decurso de um campeonato, seja ele o português ou qualquer outro. Como também lhe não interessa que esse mesmo árbitro ainda recentemente num jogo contra o Arouca, quando o resultado era 0-0, tenha perdoado a breves minutos do fim um penalty ao Sporting, do qual poderia resultar a derrota e a perda de três pontos.

Nada disto importa ao Sporting. O que importa ao Sporting e aos seus jihadistas, sejam eles os já acima citados, ou outros que semanalmente defendem exactamente as mesmas posições e pontos de vista, como Rui Oliveira e Costa, é dramatizar o ocorrido com base numa gigantesca campanha de desmoralização da arbitragem destinada a condicioná-la e a manipulá-la para tentarem por esta via ganhar o que no campo já perceberam que vão perder.

É esse pânico em que o Sporting vive que faz com que todos os seus jihadistas afiem as armas para atacar os árbitros, para insultar Vítor Pereira, para lançar calúnias sobre os que fatalmente os irão derrotar.

Voltamos ao início: alguém mais ouviu falar de futebol? O Sporting está empenhadíssimo em tirar esse assunto da agenda porque sabe que os elogios ao Benfica são tantos e vêm de tantos lados que só poderiam ter um efeito desmoralizador.

Até o “Rei da Táctica” já quase não fala de futebol. Já está a antecipar o que lhe vai acontecer, preferindo falar na hipótese de treinar o Porto ou o Atlético de Madrid, certamente por já ter percebido que se foi meter num ninho de vespas donde não conseguirá sair incólume.

Bem podem os jihadistas do Sporting gritar, espernear, insultar, vilipendiar, já que destes comportamentos apenas restará o retrato fiel que todos fazemos deles – gente indigna de estar no desporto. Os árbitros não se deixarão condicionar. O Sporting não será campeão!