segunda-feira, 22 de agosto de 2016

BENFICA SEM SOLUÇÕES


 

DOIS PONTOS PERDIDOS EM CASA À SEGUNDA JORNADA

 

Desde que começou a pré-época que se evidenciavam, jogo após jogo, as insuficiências do Benfica. Um coro de comentadores afectos ao clube e alguns jornalistas incompetentes bem podiam tentar passar a imagem de um super-Benfica alicerçado num grande plantel, mas a verdade é que essa nunca foi a imagem que o Benfica deixou a quem percebe alguma coisa de futebol, depois de vistos todos os jogos da pré-época e os dois primeiros jogos oficiais.

De facto, a posse de bola acumulada pelo Benfica nunca correspondeu a um efectivo domínio do adversário nem a sua perda se traduzia numa pressão imediata e eficaz sobre o adversário com vista à sua pronta recuperação. Pelo contrário, o Benfica demorava muito a reagir à perda de bola e era muitas vezes assediado com perigo pelo adversário quando este a recuperava.

Tudo isto, porque o Benfica sem três peças caves da época passada corre o risco de se transformar numa equipa vulgar. Uma equipa que perdeu rapidez nas transições ofensivas, incapaz de criar roturas nas hostes adversárias, simplesmente mediana nas bolas paradas e com fragilidades nas soluções defensivas.

Foi isto o que se viu durante a pré-época e foi isto que ontem se repetiu no Estádio da Luz contra o Setúbal. Uma equipa que não conseguiu evitar um golo por deficiente posicionamento defensivo e tempo de entrada à bola. Uma equipa que não conseguiu criar uma única situação de perigo em jogadas de bola corrida e que demonstrou sempre muita falta de inspiração nas bolas paradas.

O espectro da derrota pairou sobre o Estádio da Luz, tendo o empate sido alcançado por penalty (Jimenes) quando faltavam menos de oito minutos para o fim do jogo. É certo que o Benfica até poderia ter ganho. Teve oportunidades para isso, mas não ganhou. Nem as jogadas que teriam proporcionado essa vitória seriam suficientes para alterar a análise do jogo e da equipa.

Mais do que aborrecidos, os adeptos saíram do Estádio da Luz apreensivos com o futuro da equipa na prova.

E têm fundadas razões para estarem apreensivos. O Benfica vai pagar bem caro aa venda de Renato Sanches. Inacreditável que um jovem de 18 anos tenha sido sofregamente vendido cerca de seis meses depois de ter despontado. Que o Benfica tivesse de vender Gaitan compreende-se e aceita-se. Que vendesse Sálvio, idem. Agora Renato, não se compreende nem se pode aceitar. Com a lesão de Jonas e sem Renato, o Benfica vai ficar exposto logo no começo do campeonato aos piores resultados. E desta vez a desvantagem dificilmente será recuperável.

Tudo isto se torna ainda menos aceitável por duas razões: primeiro, porque a venda de Renato assenta na arrogância de quem supõe que é a “estrutura” que ganha campeonatos; e depois na ignorância de quem não percebe que uma quarta derrota de Bruno Carvalho e uma segunda consecutiva de Jesus seriam o fim de um e o começo do fim de outro.

Em Maio vamos ver quem tem razão…