terça-feira, 30 de agosto de 2011

O BENFICA VENCEU NA MADEIRA



UMA VITÓRIA IMPORTANTE

Benfica impõe-se no nevoeiro madeirense e iguala Braga na frente



Num jogo que esteve para não se realizar e que foi marcado durante toda a primeira parte por um intenso nevoeiro, que por duas vezes levou à interrupção do encontro, o Benfica venceu por 2-0 com golos de Cardozo, na primeira parte e de Bruno César mesmo no fim do tempo de compensação.

Depois do golo de Cardozo e até aos 94 minutos, o Benfica correu sempre o risco de empatar, não tanto pelo futebol jogado pelos madeirenses, mas antes pelas contingências do jogo que a todo momento podem ditar a marcação de um tento.

O Nacional começou melhor, com Mateus a criar muitas dificuldades à ala esquerda benfiquista, embora de todas as vezes que se aproximou da baliza Artur tivesse respondido sempre com a sua habitual segurança e eficácia. Vê-se que é um guarda-redes que deixa a equipa tranquila. O Nacional atacava, mas acabou por ser o Benfica no segundo remate que fez à baliza a marcar por Cardozo, de cabeça, num cruzamento de Gaitan.

Na segunda parte Nolito cedeu o lugar a Bruno César e o Benfica ficou mais consistente. Todavia, tal não impediu que o Nacional tivesse feitio um forcing no início da segunda parte, beneficiando de uma série de cantos seguidos, a que o Benfica respondeu com segurança. A partir dos dez minutos iniciais do segundo tempo só deu Benfica, mais em termos de domínio do que propriamente de oportunidades perdidas, embora também tivesse havido algumas.

Lá mais parta a frente, Aimar, hoje muito marcado, foi substituído por Enzo Pérez e Gaitan ocupou o lugar que até ai tinha sido de Aimar. À medida que o tempo se aproximava dos noventa minutos crescia a ansiedade entre as hostes benfiquistas, não porque o Nacional constituísse uma ameaça séria, mas por temerem que nas tais contingências do jogo o Benfica viesse a sofrer um golo sem já ter tempo de recuperação.

Acabou porém por ser Bruno César que numa correria de quase todo o campo poria fim ao jogo com um belo golo.

Na equipa do Benfica salientou-se, além de Artur, Cardozo pelo golo que marcou e pelos remates que o guarda-redes do Nacional defendeu. Witsel esteve seguro e eficaz sem ser exuberante. Bruno César vai-se afirmando. No banco ficou Saviola, entre outros. Ruben Amorim entrou quase no fim para substituir Gaitan. Emerson, sempre tão seguro, cometeu hoje alguns erros desnecessários numa altura em que tais erros enervavam a equipa por lhe fazerem correr algum perigo.

O Nacional jogou o jogo pelo jogo com coragem e abnegação, contribuindo dessa forma para que na Choupana se jogasse um verdadeiro jogo de campeonato.

O árbitro mostrou cartões amarelos a mais num jogo com poucas faltas, usando sempre um critério muito apertado. Em contrapartida da vez que se justificava a expulsão de um jogador do Nacional por clara agressão a Witsel…ficou-se pelo amarelo. Aliás, esse mesmo jogador deveria ter sido antes admoestado por entrada dura e fora de tempo sobre o mesmo Witsel. Da amostragem de amarelos resultou a expulsão, por acumulação, de um jogador do Nacional (João Aurélio), por, num curto espaço de tempo, ter travado irregularmente dois contra-ataques perigosos do Benfica.




segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O SPORTING FOI AO TAPETE



AGORA SÓ FALTA O PRESIDENTE
Sporting-Marítimo (LUSA/Miguel A. Lopes)



O presidente do Sporting é ridículo. Continua com um discurso sem sentido que só poderá contribuir para uma desresponsabilização de todas as estruturas dirigentes e técnicas do clube. Insistir nas questões de arbitragem quando o Sporting não joga rigorosamente nada começa a parecer aos olhos de todos algo de que o presidente se serve para tentar manter o seu lugar.

Na verdade, há todas as razões para supor que no Sporting, no actual contexto da colectividade leonina, o que está em jogo não é tanto o técnico como a direcção. Conhecendo-se as vicissitudes que levaram esta direcção ao poder, umas duas horas depois de ter sido anunciada a sua derrota em eleições, é de prever que a “fúria” dos adeptos leoninos se vire contra ela mais do que contra a equipa técnica.

Realmente não se compreende que um clube que faz dezasseis contratações (!!!) não acerte uma. Então, não teria sido muito mais sensato contratar apenas dois ou três jogadores de créditos firmados para outras tantas posições chave (um defesa central, um médio criativo e um ponta de lança) e manter o essencial da estrutura da equipa que, apesar de não ser nada do outro mundo, sempre dava mais garantias do que esta torrente de saídas e de entradas que, primeiro que se acomode, se é que alguma vez se vai acomodar, ainda levará muito tempo?

Se de Godinho Lopes já se sabia que não percebe nada de futebol e se de Duque, idem, salvo nas questões colaterais…, a grande decepção vem de Carlos Freitas que, depois de tantas críticas, se revelou afinal ainda pior do que os criticados.

Fica a incógnita sobre o que vale Domingos. E certamente não tardará quem diga, ou até já o sussurre, que em Braga ele herdou uma máquina bem montada por Jesualdo e por Jesus, limitando-se o seu mérito a mantê-la em andamento. Mérito que, a ser apenas esse, já não seria pequeno, porque também há muito quem faça o contrário – estrague tudo em que põe a mão. A ser assim, Domingos não terá sido suficientemente inteligente ao ter escolhido um clube onde tudo está por fazer, dominado fratricidamente por vários clãs que se digladiam até às últimas forças e que acima de tudo vivem fora do tempo em que hoje o futebol se movimenta.

Quanto ao jogo de ontem à noite, contra o Marítimo – derrota em casa por 3-2 -, o que se assistiu foi a um “apanhado de rapazes”, acabados de reciprocamente se conhecerem, que se juntaram para jogar futebol contra um adversário de que nunca tinham ouvido falar. Então, o que se passou nas bolas paradas, nomeadamente nos cantos, e nos remates de longe, foi simplesmente confrangedor.

À lupa percebe-se que Evaldo estará eventualmente em linha com o defesa adversário – tudo depende do frame em que se pára a imagem – e que o segundo golo do Sporting é marcado na sequência de uma falta que deveria ter sido assinalada a favor do Marítimo. Ficaram ainda dois cartões amarelos por mostrar a jogadores do Sporting que simularam quedas dentro da área do Marítimo, tendo uma delas dado ridiculamente lugar a mais um protesto do presidente.

Na TVI, no programa “Mais futebol”, fica-se na dúvida sobre se Pedro Henriques é tão incompetente como parece…ou se se faz. De um ex-árbitro que, no desempenho da profissão, foi classificado em último lugar, tudo se pode esperar…

sábado, 27 de agosto de 2011

BARCELONA VENCEU A SUPERCOPA EUROPEIA



O PORTO FOI UM DIGNO VENCIDO



No jogo desta noite realizado no Mónaco para decidir o título da Supercopa europeia o Barcelona derrotou o FC Porto por 2-0 com golos de Messi e de Fabregas.

Três conclusões importa retirar do jogo que hoje opôs o campeão europeu ao vencedor da Liga Europa.

Em primeiro lugar, o Barcelona é sem qualquer espécie de dúvida a melhor equipa do mundo e, muito provavelmente, pelo que vem jogando desde que Guardiola assumiu o comando a melhor equipa de futebol de todos os tempos. Não é, por isso, fácil jogar contra o Barcelona, tanto pelo valor individual dos seus jogadores, como futebol de equipa que exibe. Aliás, as duas coisas estão intrinsecamente ligadas: são as grandes equipas que fazem grandes os jogadores que as compõem e são os grandes jogadores de equipa que fazem grandes as equipas em que alinham.

Em segundo lugar, é preciso dizer que o Porto jogou muito bem contra o Barcelona, tanto pelo que jogou, como pelas dificuldades que criou ao jogo do Barcelona. O Porto foi batido no primeiro tempo por um erro clamoroso de Guarin e pela super classe de Messi. Não merecia ir para o intervalo a perder. Não sendo uma equipa comparável à do Barcelona, o Porto naqueles primeiros 45 minutos justificou a igualdade tanto quanto o seu adversário. No segundo tempo o Barcelona continuou a controlar o jogo, sem nunca subjugar o Porto, que apenas foi traído a poucos minutos do fim por duas expulsões (Rolando e Guarin): a primeira consequência da superioridade de Messi sobre qualquer adversário; a segunda da exclusiva responsabilidade de Guarin com mais uma entrada assassina sobre Fabregas. Recebeu – e bem – o vermelho directo.

Em terceiro lugar, as duas outras lições que se tiram deste jogo são as seguintes: o Porto deu uma lição ao Real Madrid e, principalmente a Mourinho, sobre como jogar contra o Barcelona: sem medo, jogando um futebol corajoso com base num rigoroso alinhamento da defesa e sem violência (a brutalidade de Guarin, percebeu-se, é da sua exclusiva responsabilidade e nada tem a ver com uma específica estratégia da equipa); a segunda respeita às evidentes diferenças entre uma arbitragem europeia e as arbitragens a que o Porto está habituado nos jogos internos.

Convém desenvolver um pouco este tema: Hulk não se atirou para o chão nos pontapés de canto nem foram tentadas simulações de qualquer género. O árbitro, apesar de ser o da “Marisqueira de Matosinhos”, agiu quase sempre bem e com rigor.  Marcou contra o Barcelona dois livres directos, à entrada da área, um deles por mão de um defesa do Barcelona numa bola chutada de muito perto. Agiu correctamente, ao contrário do que por cá se faz em certos jogos. Interrompeu inexplicavelmente uma jogada de ataque do Barcelona, quando Xavi já corria isolado para a baliza, para marcar uma falta ligeira sobre Daniel Alves cometida perto da área do Porto. No lance entre Keita e Guarin, em que os portistas reclamaram grande penalidade, o árbitro agiu correctamente, deixando seguir o jogo. De facto, tratou-se de um choque normal entre os dois jogadores, um choque para o qual ambos concorreram em igualdade de circunstâncias. Aliás, quando se dá o choque a bola está atrás dos pés de Guarin e não à frente.  

Em conclusão: o Porto perdeu, o Barcelona ganhou bem, mas sem o erro clamoroso de Guarin e sem os carões vermelhos, ambos indiscutíveis, o Porto poderia muito naturalmente ir para prolongamento. É o mais que se pode dizer.

Mais duas notas: uma sobre a equipa do Porto. Álvaro Pereira faz falta e Falcão não tem nem vai ter substituto à altura. A outra sobre os comentadores da RTP. Não são comentadores: são treinadores do FCP com microfone na mão.  

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

TRÊS LANCES DO BENFICA –TWENTE




QUE JORGE JESUS DEVE REVER
 1 – O primeiro remate de Nolito - A primeira grande oportunidade de golo do Benfica resulta de uma jogada de Nolito, na fase inicial do encontro, que isolando-se pela esquerda tentou, já muito próxima da baliza, fazer o golo passando a bola por cima da cabeça do guarda-redes holandês. O remate saiu ao lado. Jesus protestou e na primeira vez que Nolito se aproximou da linha lateral deu-lhe uma valente reprimenda. Mas sem razão. Sem qualquer razão. Ao contrário do que Jesus supõe, Nolito não tinha a quem passar a bola. Gaitan que acompanhava o lance posicionou-se mal, coberto pelo defesa holandês. E do outro lado não estava ninguém do Benfica. Só gente do Twente. Jesus deveria ter aplaudido Nolito, que sentiu muito a reprimenda, a ponto de dai para a frente se ter visto "compelido" a prescindir da jogada individual para fazer um passse que em muitos casos "matava"a dinâmica de jogo, só para não de voltar a ouvir o treinador. Noutras ocasiões, em situações semelhantes, tem feito coisas bem mais interessantes, coisas que no jogo de ontem teve de prescindir por pressão do treinador.
Há razões para supor que Jesus, irracionalmente, embirra com Nolito. Moraliza Cardozo, mesmo quando comete asneiras imperdoáveis, e desmoraliza Nolito. Está errado.

2 – O segundo golo de Witsel – Já se sabe que Witsel é um jogador com escola. E também um jogador inteligente. Mas se acaso havia alguém, distraído, que não sabia, ficou a partir de ontem a saber. A jogada do terceiro golo do Benfica é toda ela perfeita. O primeiro toque de Aimar, o soberbo lançamento de Cardozo, isolando Witsel, mas tudo se perderia se o executante da última fase da jogada não fosse, como é, um jogador de eleição. Witsel correu isolado para a baliza com um adversário à ilharga. Perto da área, para aliviar a pressão e simultaneamente abrir o ângulo de remate, flectiu para o lado o seu lado direito e rematou rasteiro, sem defesa para o lado direito do guarda-redes. Parece fácil, mas não é. Ou dito de outra maneira, o que é feito com inteligência torna-se fácil. Se Witsel tivesse feito o que faz a maior parte dos jogadores portugueses ou sul-americanos que por cá andam muito provavelmente continuaria a correr na direcção do guarda-redes, fechando cada vez mais o ângulo de remate e possibilitando o tackle do defesa que o perseguia. Vale a pena passar esta jogada nas escolas de futebol
3 – Último remate de Cardozo – Numa jogada pela direita, salvo erro conduzida por Maxi Pereira, a bola foi endossada a Cardozo que, depois de se ter virado, numa daquelas voltas sobre si próprio e sobre o adversário que ultimamente tem feito com muito sucesso, rematou com força e sem ângulo à figura do guarda-redes. Isolado, em posição frontal à baliza, desguarnecida, estava Witsel. Seria o 4-0. Jesuis não censurou Cardozo. Cardozo precisa de “mimo”, mesmo quando faz asneiras…

MOURINHO VINGA-SE E PÕE CASILLAS NO BANCO



A “HINCHADA” ESTÁ COM MOURINHO
El Bernabéu respalda a Mourinho



Mourinho deu ontem mais um passo inequívoco no sentido do plano que pretende pôr em prática no Real Madrid para afrontar a presente época desportiva. Num jogo particular, contra o Galatasaray, Mourinho colocou Casillas no banco e pôs Adán a jogar. Ou seja, num jogo em que testava junto dos “hinchas” do Real Madrid as consequências do seu recente comportamento em Camp Nou, pode dizer-se que Mourinho saiu claramente vencedor. Numa espécie de plebiscito informal, bem ao jeito dos caudilhos, a “hinchada” respondeu com um apoio sem falhas ao timoneiro Mou, expresso em dezenas de cartazes que de uma ponta à outra do estádio ornamentavam as bancadas do Santiago de Berbabéu.

Para culminar, a sua ousadia foi ao ponto de deixar Casillas no banco, decisão que toda a gente interpretou como um castigo aplicado ao grande guarda-redes por, depois dos acontecimentos de Camp Nou ,ter telefonado a Puyol e a Xavi, seus amigos, rectificando as declarações que ele próprio fizera no fim do jogo.

Engana-se, portanto, quem supõe que Mourinho poderia abandonar a sua estratégia ou condescenderia no amolecimento da crispação que criou. Pelo contrário, vai exacerbá-la e levá-la às últimas consequências, porque é dentro desse clima de ódio, de desprezo pelo adversário transformado em inimigo, nesse contexto por ele tido como fundamental para o desempenho da sua função, que Mourinho se sente bem.

Apesar de o Real Madrid também ter uma forte tradição de caudilhismo e apesar de cerca de metade da sociedade espanhola viver na nostalgia do caudilhismo, Mourinho não vai sair vitorioso desta sua estratégia tanto razões exógenas como endógenas ao Real Madrid - razões que neste blogue já foram por várias vezes explicitadas. E mesmo este “aviso” a Casillas vai jogar contra si. Não lhe vai bastar ter na imprensa o apoio da Marca e no balneário o da “turma” de Jorge Mendes mais o de Sérgio Ramos. É pouco…

BENFICA: GRANDE VITÓRIA



MELHOR, SÓ GANHAR O CAMPEONATO

Benfica está na fase de grupos da Liga dos Campeões


Os benfiquistas não devem ter vergonha de o dizer: este era o primeiro e um dos principais objectivos da época. Se o Benfica falhasse a Liga dos Campeões a época estaria perdida, acontecesse o que acontecesse nas quatro provas que ainda tinha para disputar.

Primeiro que tudo pelo prejuízo económico que tal exclusão causaria ao clube; depois pela desmoralização que se apoderaria da equipa; e, finalmente, pela instabilidade que a eliminação necessariamente acarretaria.

Alcançado este objectivo, o Benfica já quase ganhou a época. Melhor apenas a vitória no campeonato; pior não ficar pelo menos em segundo lugar na superliga.

Isto não quer dizer que o Benfica não deva ter ambição relativamente ao que ai vem. Claro que deve. O que quer dizer é que sem “isto” o resto ruiria como um castelo de cartas.

Postas as coisas no seu devido lugar, interessa acrescentar que é com todo o mérito que o Benfica alcança a fase de grupos da Liga dos Campeões, ainda por cima no pote 2. Passou com todo o mérito a eliminatória contra o Trabzonspor (2-0 e 1-1), que afinal vai ser repescado, e com classe a difícil equipa da Holanda, o Twente (2-2 e 3-1), que lhe calhou na segunda eliminatória.

Os holandeses têm um jogo leal: gostam de jogar futebol, buscam o golo e o espectáculo. Com equipas destas o Benfica dá-se bem. Tem um jogo semelhante, só que superior. Essa a razão porque marcou dois golos na Holanda e três na Luz. De facto, mesmo quando estava a ganhar por 3-0, o Benfica não fez anti-jogo, nem procurou gerir o resultado e o tempo. Pelo contrário, tentou sempre marcar o quarto, que teria merecido, acabando por sofrer um golo que o futebol do Twente esta noite na Luz não justificou.

Na primeira parte o Benfica poderia ter marcado por várias vezes e seria perfeitamente razoável que tivesse partido para o intervalo, pelo menos, com dois golos de vantagem.

Acabou por fazer no segundo tempo, o que não conseguiu no primeiro: dois golos de Witsel e um de Luisão no contexto de uma grande exibição puseram fim à questão que atormentava os benfiquistas: o acesso à Liga dos Campeões.

A equipa jogou muito bem, embora um futebol como o holandês seja o ideal para uma equipa como o Benfica. Analisando os vários sectores da equipa:
Artur esteve excelente, como sempre, quando é chamado a intervir e lá fez mais uma vez a tal defesa impossível…Na defesa, Garay fez o seu melhor jogo ao serviço do Benfica; Luisão esteve ao seu nível e Emerson é um defesa pouco exuberante, mas muito seguro. Maxi ainda não está ao seu nível, apesar de vir a melhorar de jogo para jogo. Na linha média, todos estiveram excelentes: Aimar derrama classe; Witsel é um portento; e Javi parece outro já que não tem, como era justo e humano, de ter a seu cargo todo o trabalho do meio campo. O ataque, individualmente falando, foi talvez o sector mais fraco: Gaitan falhou um golo e tarda a ganhar a grande forma do ano passado; Cardozo rematou muito, mas quase sempre mal, a ele se tendo ficado a dever menos um golo numa jogada em que tendo Witsel ao lado com a baliza escancarada preferiu rematar para mais uma defesa do guarda-redes holandês (coisa que Witsel, como grande jogador que é, em condições semelhantes, não faz, como já demonstrou); e Nolito foi muito cedo “castrado” por Jorge Jesus, que, sem razão, lhe reprovou não ter concluído de outro modo uma jogada de golo. Nolito, porém, fez o que deveria ter feito: tentar marcar. Mas vê-se que Jesus tende a contrariar uma certa exuberância de Nolito por temer que ela redunde em prejuízo da equipa. Mas sem razão. Nolito, tal como é, faz muita falta ao Benfica e ao público. Jesus deveria tê-lo deixado concluir o jogo. Nolito, sem prejudicar a equipa, estava interessado em marcar o sexto golo ao serviço do Benfica em jogos oficiais. Jesus, com 3-0 no marcador, não lhe deveria ter roubado essa possibilidade. O Benfica precisa de um Nolito muito moralizado.

Os que entraram no decurso do jogo: Bruno César, Matic e Saviola não comprometeram, mas também não estiveram ao nível dos substituídos. O que se compreende, por o resultado já estar feito.

Amanhã, a pior coisa que poderia acontecer ao Benfica seria um grupo constituído pelo Barcelona, Manchester City e Borússia Dortmund ou Nápoles. Excluído um grupo com esta composição, apenas interessa não cair no grupo do Barcelona.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

MANOBRAS DE MOURINHO




AS COMUNICAÇÕES À IMPRENSA E OS DESMENTIDOS
José Mourinho



No melhor estilo daquilo que aprendeu noutras paragens, Mourinho procura tirar partidos dos acontecimentos de Camp Nou, tentando reforçar entre os “hinchas” do Real Madrid a ideia de que há um inimigo externo que luta com poderes subterrâneos contra o Real Madrid, vendo nele, o treinador, o principal alvo a abater para que tal cruzada seja coroada de êxito.

Esta bacoca estratégia não tem rigorosamente nada de novo. É usada na política por qualquer aprendiz a ditador e é utilizada no futebol pelos chamados clubes párias que vêem nela um bom processo para reforçar a união interna contra os principais adversários, doravante transformados em inimigos, e acima de tudo para porem os seus principais responsáveis a coberto de qualquer crítica interna.

Ainda agora, a propósito da actuação de Mourinho em Camp Nou, sendo de prever uma ríspida reacção dos sectores madridistas que não alinham nas “manobras” de Mourinho, o treinador, por intermédio do seu porta-voz pessoal, pôs a circular a notícia de que estava a ponderar abandonar o Real Madrid por não se sentir suficientemente defendido e acima de tudo por se sentir muito só na defesa dos interesses do clube.

Como o presidente do Real Madrid já tem neste momento o seu futuro hipotecado aos resultados desportivos de Mourinho não teve outra alternativa que não fosse a de publicar um comunicado acusando o banco do Barcelona de, durante toda a partida, ter provocado o banco do Real Madrid, deixando implícita com esta denúncia uma desculpa para o comportamento de Mourinho no fim do jogo, nomeadamente para com Tito Vilanova, adjunto doe Guardiola. Simultaneamente, Mourinho e o seu porta-voz não só desmentem o que antes tinham posto a circular com desculpas esfarrapadas (como a de que o telefone ter sido clonado!), como publicam um comunicado em que o treinador pede desculpas aos verdadeiros madridistas, não aos falsos, pelo seu comportamento, agora justificado por não ser um homem ás direitas, isento de hipocrisia! E o porta-voz acrescenta que tem de se compreender o que fazem a Mourinho, bem como as suas reacções, por ele estar a trabalhar para o “clube mais odiado”!

Mourinho pode reunir nas suas mãos todo o poder. Pode transformar Florentino Pérez num pobre instrumento da sua estratégia para a vitória. Pode, inclusive, despersonalizar a maior parte dos jogadores que tem ao seu serviço. Pode até ganhar alguma coisa recorrendo aos conhecidos processos extra-futebol de que se costuma servir para vencer. Mas não ter futuro em Madrid. Mourinho não compreendeu o Real Madrid, não compreendeu os espanhóis e a sua actuação vai servir para mais tarde demonstrar que a irracionalidade no futebol tem os seus limites.

E o mais provável é que tudo se precipite muito rapidamente…


terça-feira, 23 de agosto de 2011

O SPORTING E A ARBITRAGEM



O QUE VERDADEIRAMENTE ESTÁ EM JOGO



Não há hoje a menor dúvida de que o Sporting pretende criar um clima de constrangimento sobre a arbitragem para que os árbitros, em caso de dúvida, apitem sempre a seu favor.

A estatística dos últimos anos aponta inequivocamente no sentido de o Sporting ser o clube mais favorecido pelos erros de arbitragem. O ano passado se não tivessem sido os erros que o favoreceram o Sporting teria ficado bem abaixo do Braga. Acontece, todavia, que o Sporting, para escamotear os múltiplos erros de gestão em que a sua direcção tem incorrido ao longo dos anos, soube mediaticamente prevalecer-se de duas situações em que saiu desfavorecido, para, a partir delas, e com base numa aliança tácita com o Futebol Clube do Porto, criar um clima de vitimização em nada correspondente à realidade.

Referimo-nos ao penalty do jogo da final da Taça da Liga que permitiu ao Benfica empatar o jogo e depois ganhá-lo no desempate por grandes penalidades e ao jogo contra o Beira-Mar, há duas épocas atrás, em que o clube de Aveiro marcou no início do jogo um golo com a mão, acabando por vencer a partida por 1-0.

Em ambos os casos, a irregularidade somente se detectou pela televisão, após múltiplas repetições de diversos ângulos, não sendo portanto legítimo a partir destes dois casos tirar quaisquer outras consequências que não sejam as de que num jogo de futebol há erros, cometidos por todos …e também pelos árbitros.

Depois, tanto num jogo como noutro, o Sporting, se fosse realmente superior, teria tido tempo mais do que suficiente para dar a volta ao jogo. Não fez por falta de classe e não por culpa dos árbitros.  

Mas há mais: depois da demissão de Bettencourt, Carlos Freitas, então ao serviço do Braga, entrevistado pela televisão, demonstrou que ao Sporting, ao contrário do que se diz, não tem faltado dinheiro, mas talento directivo e ilustrou as suas declarações com as centenas de contratações falhadas pelo clube de Alvalade, concluindo que, com tantos erros, não há clube que resista.

Pois é esse mesmo Carlos Freitas que agora ao serviço do Sporting e apenas com duas jornadas cumpridas vem declarar que o campeonato já perdeu toda a credibilidade depois do que se passou nas duas primeiras jornadas. E tudo isto porquê? Porque, como já se viu, o Sporting não joga rigorosamente nada e tudo aponta para mais um rol de contratações falhadas. O esforço financeiro que o Sporting realizou para esta época está longe de poder ser compensado em campo por manifesta falta de classe dos jogadores contratados. Mas não somente por isso. Também por qualquer coisa de muito negativo que se passa dentro do clube que faz com alguns – não todos – dos jogadores contratados pelo Sporting tenham em Alvalade um rendimento bem inferior ao que exibiram noutras equipas, inclusive nas respectivas selecções.

Por último, percebe-se que o Sporting, subalternizando-se, mantém a sua aliança tácita com o FCP. Como se vê pelas declarações prestadas pelos dirigentes leoninos, eles não estão nada preocupados com os penalties mal assinalados a favor do Porto – penalties inexistentes aos alhos de qualquer espectador imparcial – mas apenas com o facto de em idênticas circunstâncias não serem marcados contra o Benfica!

É esta a credibilidade que o Sporting quer trazer ao futebol português! Um credibilidade que apenas o favoreça e, se possível, também ao Porto, contra o qual, depois de Dias da Cunha-fase II, o Sporting nunca mais levantou a voz nem publicamente contestou as vantagens que o clube das Antas retira dos “erros” de arbitragem.


domingo, 21 de agosto de 2011

O BARCELONA-REAL MADRID AINDA NÃO ACABOU

Puyol, Casillas y Piqué


MOURINHO EM APUROS

 Como se previa e como aqui foi amplamente antecipado, Mourinho vai ter muita dificuldade em acabar a época no Real Madrid e, se tal acontecer, essa será seguramente uma derrota maior do que os 5-0 que levou do Barça.
Estão longe de se extinguir as sequelas dos eventos do último jogo do Real Madrid em Barcelona. Tudo o que ao longo destes dias se tem vindo a conhecer, mais não é do que a prova do profundo mal-estar que reina no Real em consequência do comportamento de Mourinho à frente da equipa.
Para além daquilo que foi revelado através de imagens, sabe-se agora que Mourinho, ao contrário do que ele vinha tornando público, considerava de extrema importância a vitória na Supercopa. Com dez dias de vantagem na preparação sobre o Barcelona, Mourinho “impôs” a vitória aos seus pupilos, importantíssima do seu ponto de vista pelo efeito desmoralizador que teria sobre os catalães.
Para isso deu-lhes instruções muito seguras sobre como actuar. Não adornar as jogadas; jogar rápido, vertical e simples, em poucos toques, para evitar os contra-ataques conduzidos por Messi. Intimou-os também a jogar duro quando não tivessem a bola, já que nenhum árbitro – disse-lhes Mourinho – teria a coragem de mostrar um amarelo a um jogador do Madrid nas duas primeiras faltas.
As coisas correram mal, como se sabe, e do balneário saíram críticas responsabilizando o treinador pelo sucedido. Segundo os jogadores, o último golo do Barcelona resulta de um incorrecto posicionamento de Coentrão que, não tendo rotina do médio, mas apenas de lateral ou extremo, posicionou-se defeituosamente. Os colegas, porém, não o culpam a ele, mas sim a Mourinho.
Em todo o caso, a imprensa espanhola lá vai dizendo que Coentrão no meio do campo recuperou apenas uma bola, contra oito do Xabi Alonso na segunda parte e acrescentam que Marcelo, no segundo tempo, como defesa esquerdo, recuperou mais do dobro das de Coentrão na primeira.
Hoje os jornais espanhóis trazem mais desenvolvimentos sobre o jogo da Supercopa e sobre Mourinho.
Nos primeiros oito meses de Mourinho em Madrid, Casillas, o capitão do Real e da selecção, afastou-se completamente da política de comunicação de Mourinho, bem como do “grupinho” dos jogadores de Jorge Mendes, que no fim dos treinos ficava nas imediações relvados de Valdebebas a conversar com o treinador e com o empresário. Segundo se diz, Casillas passava ao largo para nem sequer ter de lhes falar. Depois insurgiu-se publicamente contra o egoísmo de Ronaldo e Mourinho queixou-se publicamente de não ser acompanhado pelo capitão na defesa da equipa. Florentino Pérez terá então pedido a Casillas, grande símbolo do Real, que fizesse demonstrações públicas de lealdade a Mourinho. Foi a partir de então que Casillas passou a dizer aquilo que o treinador queria que ele dissesse, a ponto de ter entrado em conflito com alguns dos seus grandes amigos da selecção, nomeadamente Xavi.
No jogo da passada quarta-feira, Casillas foi muito criticado por ter dito que Fabregas, seu companheiro de selecção, estava a fazer teatro. Porém, depois de ter visto repetidas vezes a entrada de Marcelo, rectificou a sua posição e telefonou a Xavi e a Puyol, para lhes dizer isso mesmo.
A selecção falou mais alto. Entre seguir acriticamente Mourinho e desagregar a selecção, Casillas defendeu a Espanha, como se previa e como os espanhóis de todos os clubes desejariam.
Entretanto, Mourinho passou a ser internamente muito mais crítico de Ronaldo que, como toda a gente viu, não se meteu na confusão, ficou a falar tranquilamente com Iniesta e também já deu público conhecimento pelo desconforto que para ele representa entrar numa partida contra o Barcelona numa posição defensiva.
Em resumo: aquilo que Mourinho mais prezava e que julgava controlar – a privacidade do balneário – está hoje completamente posto em causa: a devassada é da responsabilidade dos jogadores, e não de outros sectores, que vão, anonimamente, dando conta do que lá se passa e do seu estado de espírito. E tudo isto vai “corroendo” Mourinho e fazer aumentar a paranóia de que já dá claros indícios quando pretende fazer crer que está lutando sozinho….contra todos!

BENFICA VENCE FEIRENSE

BENFICA VENCE MAS NÃO CONVENCE




O Benfica venceu o primeiro jogo em casa na segunda rodada do campeonato frente ao Gil Vicente recém-promovido por 3-1.
O resultado parece folgado, mas é enganador. O Benfica marcou cedo e poderia, no primeiro tempo, ter ampliado a vantagem não fosse a falta de pontaria, ou a pontaria a mais, dos seus avançados. Como não marcou e sofreu na segunda parte o golo do empate, por Rabiola, passou por algumas dificuldades que só mesmo muito perto do fim conseguiu aliviar.

A nota mais negativa é o Benfica continuar a sofrer golos de bola corrida por falta de coordenação na defesa. No golo do Gil Vicente, uma parte da defesa subiu e dois jogadores ficaram, deixando o avançado do Gil em jogo e à vontade para fazer golo.

Logo a seguir ao empate, Saviola caminhava isolado para as redes, mas o árbitro interrompeu a jogada para mancar um fora de jogo inexistente. Algum tempo depois também um avançado do Gil, Ludovic, caiu depois de um contacto com Javi Garcia. Apesar de Javi ter entrado na jogada com os braços abertos – o que é permitido – e de ter tocado nas costas do jogador do Gil Vicente, não parece que o lance seja merecedor de grande penalidade. Obviamente que uma jogada idêntica com Hulk daria penalty, mas na Europa ninguém marcaria tal falta.

Lá mais para diante, Maxi isolou-se pelo lado direito, ganhou a linha de baliza e cruzou para Cardozo que fez golo. Estava desfeito o empate, mas o jogo não estava acabado. Só por inépcia de Jonathan é que o Gil Vicente não voltou a empatar numa jogada semelhante à que deu o golo do Benfica.

Perto do fim a passe de Witsel, Bruno César, que entretanto tinha entrado, marcou um grande golo em remate cruzado, depois de num curto espaço de terreno se ter desenvencilhado de dois adversários.

Foi a tranquilidade, mas a dúvida quanto a este Benfica permanece. Sofre muitos golos. Tem falta de sincronização na defesa. E concede espaços exagerados. Na próxima quarta-feira se jogo o futuro próximo da equipa.

No Benfica, Capdevila estreou-se como titular, tendo Emerson ficado na bancada. No decurso do jogo, Witsel rendeu Gaitan aos 60 minutos; Bruno César entrou para o lugar de Aimar aos 77m e Enzo Pérez substituiu Nolito perto do fim do jogo.

Nolito igualou Eusébio, marcando nos primeiros cinco jogos oficiais em que participou. Interessante, tanto mais que Jesus, ao contratá-lo, parecia ter-lhe reservado um lugar no banco. O espanhol impôs-se e hoje quem espera a sua vez para jogar é Enzo Pérez.


sábado, 20 de agosto de 2011

PROBLEMAS DA ARBITRAGEM




O PORTO MAIS UMA VEZ; OS PROTESTOS DO SPORTING; E AS FALSAS SOLUÇÕES...
Liga pede à FPF árbitro de 2ª categoria (SAPO)

 O Sporting tem de arranjar uma desculpa para os sucessivos maus resultados com que iniciou a época. A arbitragem é desculpa mais simples e mais fácil, apesar de nos últimos dois anos ter sido indiscutivelmente a equipa que mais beneficiou dos “erros” de arbitragem.
Já voltaremos ao Sporting e às suas propostas. Antes, porém, interessa analisar o que se passou no Porto-Gil Vicente. Uma vergonha, é o mínimo que se poderá dizer. Logo aos quatro minutos Otamendi deveria ter sido expulso por ter derrubado, isolado, o avançado do Gil que corria em direcção à baliza do Porto. O árbitro resolveu o assunto, marcando penalty e admoestando o defesa do Porto com um simples cartão amarelo.
Poucos minutos depois, Hulk, mais uma vez, caiu na área, sem ninguém lhe tocar, numa simulação grosseira que o árbitro sancionou com uma grande penalidade contra o Gil Vicente. Um escândalo! Se isto continua assim mais vale acabar já com o campeonato e encarregar o presidente da comissão de arbitragem de entregar o título ao Porto. Recuperando o vernáculo de Eduardo Catroga, o mais que se pode dizer é quem tocar em Hulk, dentro da área, com um “pentelho” sofre grande penalidade.
Mas há mais: um pouco mais tarde, num cruzamento, um avançado do Gil Vicente é, dentro da área, positivamente abalroado por um defesa do Porto e o árbitro nada marca. O mesmo que em Guimarães, ou seja, o costume.
Voltando às críticas do Sporting. A principal crítica que se pode fazer às queixas do Sporting é a falta de credibilidade. Nunca, mesmo nos casos mais escandalosos, os comentadores do Sporting na TV reconheceram um erro de arbitragem que os favorecesse, salvo quando o lance já não tinha qualquer interesse para o desfecho do encontro. Com os dirigentes, nestes últimos anos, passou-se exactamente o mesmo. Por isso, há todas as razões para supor que aquilo que o Sporting pretende é pressionar a arbitragem, para que esta passe a apitar em seu favor.
Quanto às propostas destinadas a assegurar a verdade desportiva, é preciso perceber muito bem o que se pretende. À semelhança do que se passa com as propostas de Rui Santos, também não se percebe muito bem o que é que o Sporting quer. O assunto já foi abordado neste blogue, mas vale a pena voltar a ele.
Em primeiro lugar, tudo o que se destine a assegurar a transparência da arbitragem é de louvar: critérios de nomeação dos árbitros; conhecimento público dos relatórios e classificações; criação de uma instância de recurso constituída por pessoas idóneas, nomeadas à margem dos clubes, para decidir, no máximo, em três dias, sobre a classificação atribuída ao árbitro e outras medidas no mesmo sentido serão bem-vindas e devem ser apoiadas por quem realmente preza a verdade desportiva.
Já quanto ao que se passa dentro do campo, relativamente às decisões do árbitro e quanto à possibilidade de recorrer a meios externos, é preciso compreender muito bem o que se pretende.
As leis que regem o futebol, como quaisquer outras leis, para serem aplicadas carecem de interpretação. E por mais rígidos que sejam os critérios que o intérprete está obrigado a seguir, resta sempre na interpretação de qualquer norma uma margem de irredutível subjectividade, tanto maior quanto mais difícil for a definição dos conceitos utilizados na sua redacção. Raros são os casos em que a aplicação de uma norma resulta de uma interpretação unívoca. Isso só acontece quando usam grandezas matemáticas (a barreira tem de estar a colocada a x metros da bola) ou outros casos semelhantes (por exemplo, é golo quando a bola ultrapassa por inteiro a linha da baliza ou, a regra de fora de jogo, nos casos em que a bola provenha de um companheiro de equipa ou ainda nos casos de a bola ter ou não ter saído das linhas de jogo). Nos demais casos há sempre lugar a uma avaliação, que se não for feita pelo árbitro vai ter de ser feita por alguém em seu lugar.
Portanto, o que é preciso perceber é se o Sporting pretende que a arbitragem recorra às ditas novas tecnologias em todos os casos ou apenas naqueles em que a aplicação da norma resulta de uma interpretação unívoca, isto é, uma interpretação que não varia em função de quem a faz, ou, de uma forma mais simples, nos casos em que o que está em jogo é uma simples declaração de ciência e não uma valoração.
Postas as coisas nestes termos, que são os únicos em que correctamente a questão se pode pôr, não deveria haver qualquer objecção ao recurso a esses novos meios nos casos em que o que está em jogo é uma simples declaração de ciência: a bola entrou ou não entrou; saiu ou não saiu; a barreira estava ou não estava à distância regulamentar; foi ou não foi off-side (embora neste caso apenas se houver meios tecnicamente fiáveis; de outro modo presta-se a batota).
Nos demais casos é absolutamente contrário à natureza do futebol criar uma instância de recurso susceptível de modificar a decisão do árbitro. É da essência do futebol que o árbitro decida em última instância, sem prejuízo obviamente do protesto por erro técnico. Se nestes casos se recorresse às novas tecnologias o que na prática se estava a fazer era a substituir a avaliação do árbitro pela avaliação de uma outra entidade estranha ao terreno de jogo. O futebol não é isso.
As arbitragens competentes e as arbitragens sérias têm de ser alcançadas por outras vias.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

MOURINHO INCENDEIA O FUTEBOL ESPANHOL




MOURINHO JOGA O SEU FUTURO ATÉ AO NATAL

Basta ler a imprensa espanhola e conhecer um pouco a psicologia colectiva do país vizinho para imediatamente se perceber que Mourinho está com a “cabeça a prémio”, jogando na presente temporada o destino do seu próximo futuro.

Antes de mais os espanhóis, como muitos outros povos, são ferozmente nacionalistas, capazes de cerrar fileiras contra o inimigo externo mesmo que internamente se mantenham disputas muito acesas, senão mesmo violentas.

Mourinho é considerado na Espanha um estrangeiro arrogante, que não se deixa subalternizar ou intimidar por viver em país alheio. A arrogância de Mourinho assenta na vitória. E vitória é coisa que Mourinho ainda não alcançou em Espanha, salvo a Copa do Rei, jogada no contexto de múltiplos jogos com o arqui-rival Barcelona do qual saiu derrotado nos demais.

Mais do que em qualquer outro país, Mourinho, em Espanha, depois da humilhante derrota por 5-0, assentou a sua estratégia num confronto verbal violento contra o Barcelona e contra diversos outros poderes do futebol espanhol, quebrando assim uma tradição do “madridismo” que sempre se orgulhou de construir a sua grandeza futebolística apenas e só dentro do campo de jogo.

Para estar completamente à vontade e sentir que a sua estratégia era levada à prática sem hesitações nem reticências, Mourinho, depois de convencer (?) Florentino Pérez que o seu caminho era o único que poderia travar a hegemonia do Barcelona, reclamou para si todo o poder, afastou Valdano e passou a ser ele a comandar toda a acção do Real Madrid tanto dentro como fora do campo numa manifestação de concentração de poder como antes nunca se tinha visto na história do Real Madrid.
Os sectores “intelectuais” do Real reagiram nos chamados jornais de referência a esta predominância de Mourinho, mas o presidente apoiado pelos “hinchas”, pela Marca e, o que parece, pelos jogadores, tem mantido a confiança em Mourinho na expectativa de que este seja o caminho certo para a vitória. Que a alcançar-se tudo desculparia…

Mourinho, “educado” no que há de pior no futebol português, incapaz de ganhar dentro do campo por mérito próprio ao grande Barcelona da actualidade, quis transportar para Espanha, ao serviço do Real Madrid, o clima de permanente guerrilha e de violência verbal que há vários anos existe em Portugal, de modo a criar na aficcion merengue e nos próprios jogadores um estado de espírito capaz de os convencer de que somente a luta contínua contra o inimigo externo poderá levar à vitória.

E então, desde a agressividade no campo, por vezes violência, à guerra verbal fora do campo, tudo lhe vai servindo para atingir os seus fins. Em conferências de imprensa cada vez mais patéticas, Mourinho tem aparecido como uma espécie de mórmon do Utah, fanático, que só vê pecado e devassidão fora da sua seita, contra os quais luta, numa pugna desigual, pela “virtude” que só ele incarna.

Acontece que a Espanha não é Portugal e apesar da fractura, por vezes violenta, da sociedade espanhola em múltiplos outros domínios, ela não se tem deixado instrumentalizar no futebol pelos métodos muito rudimentares de que Mourinho faz uso. Por várias razões: em primeiro lugar, porque Mourinho é estrangeiro, desagradando ao espanhol entrar numa guerra comandada por um estrangeiro; depois, porque há em Espanha a convicção generalizada, mesmo nas hostes do Real Madrid, de que o Barcelona tem uma grande equipa e o que os madridistas verdadeiramente queriam era a construção de uma equipa em Madrid que, pelo seu futebol, pudesse suplantar a de Barcelona e não uma guerra contra o poder de supostos inimigos externos…já que, por definição, o poder está com eles, no centro e não na periferia; finalmente, porque os espanhóis têm um orgulho desmedido na sua selecção, campeã da Europa e do Mundo, e o que menos pretendem é a criação de um clima de violência e de permanente crispação que possa levar à desagregação da selecção, maioritariamente constituída por jogadores do Madrid e do Barcelona.

Por todas estas razões, e mais ainda pelo passado do Real Madrid e o seu tradicional posicionamento no futebol espanhol, Mourinho vai ter poucas hipóteses, ou nenhumas, de ganhar os jogos fora do campo, pelo que começa a escassear o tempo que lhe resta para provar o que vale. Até ao Natal se definirá o seu futuro e, em grande medida, o seu futuro como treinador de mérito.

É muito provável que, para combater o clima que Mourinho está a tentar criar no futebol espanhol, muito rapidamente sejam tomadas medidas severas contra ele na sequência dos acontecimentos de quarta-feira passada. Medidas que, a acontecerem, Mourinho tentará mais uma vez aproveitar ao serviço da sua estratégia. Mas sem êxito, pois como já se viu, o caminho seguido por Mourinho não tem saída.
E isso também demonstra, como neste blogue sempre se tem defendido, que Mourinho não é assim tão inteligente quanto o fizeram. Se persistir na sua estúpida estratégia vai mesmo, mais tarde ou mais cedo, ter de regressar à base, que esse sim é o lugar do mundo onde melhor se poderá integrar e onde terá mestres à altura para colmatar as suas eventuais lacunas ou mesmo para tomarem a seu cargo o essencial do “jogo sujo” de que não prescindem para as suas actuações.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

MOURINHO DERROTADO NA SUPERCOPA ESPANHOLA


MESSI É ÚNICO
Messi sí que es único

Num jogo muito intenso, preparado tacticamente ao milímetro por Mourinho, o Real Madrid, apesar de ter estado melhor do que nos cinco jogos do ano passado contra o Barcelona, o mais que conseguiu foi marcar dois golos e criar algum suspense a nove minutos do fim.
Viu-se, mal o jogo começou, que Mourinho optou desta vez por uma pressão muito alta para tentar “matar” à nascença o jogo do Barça e simultaneamente fazer uma marcação cerrada a Xavi, o grande maestro do meio-campo, certamente por admitir que neutralizando-o acabaria por “secar” a fonte inspiradora da essência do jogo catalão.
Pressão alta, no estilo Mourinho, não significa jogar ao ataque; significa apenas defender ou destruir mais à frente. E foi isso o que Mourinho fez, apoiando-se sempre que possível no jogo violento de Pepe – um verdadeiro animal à solta nos campos de futebol. Tentando desorganizar o jogo do Barcelona na sua origem, Mourinho também acreditava tirar partido nas bolas transviadas por intermédio de Cristiano Ronaldo ou Benzema, ou até de Özil.
E assim aconteceu nos primeiros minutos de jogo a ponto de alguns terem ficado com a sensação de que estava encontrado o antídoto para o "tica-taca" do Barcelona. Puro engano: a pressão alta pressupõe dobragens eficazes e protecção sem falhas das costas da defesa. Na primeira oportunidade lá estava Messi a isolar com um passe longo Iniesta que fez golo. E a cena repetiu-se por várias vezes até ao último minuto de jogo só não tendo outras consequências porque na baliza do Real Madrid está um super guarda-redes - Casillas, capaz de ganhar a maior parte das disputas no um contra um.
Mesmo assim o Real sempre incomodou, tendo igualmente posto à prova a eficiência de Valdez (um portento a jogar com os pés), acabando por empatar com um golo de Cristiano Ronaldo aparentemente marcado em fora de jogo.  
Perto do fim da primeira parte, na sequência de um canto, Messi, a passe de calcanhar de Piqué, desembaraçou-se dos opositores merengues e fez de pé direito o 2-1 para o Real Madrid.
Na segunda parte o jogo perdeu qualidade. Percebeu-se que o Barcelona ainda está longe da forma física ideal, tendo por isso baixado propositadamente o ritmo de jogo.
Mourinho deixou Khedira, já com um cartão amarelo, no balneário e fez entrar no jogo Marcelo, para o lugar de Coentrão, que passou doravante a desempenhar a ingrata e infrutífera tarefa de marcar Messi. Via-se, porém, não obstante todas as cautelas de Mourinho, que a todo o momento Pedro ou Messi poderiam aparecer isolados frente a Casillas e fazer o 3-1, tanto mais que as tarefas agressivamente defensivas que Marcelo estava encarregado de desempenhar ficaram muito cedo prejudicadas com um entrado dura que lhe mereceu o cartão amarelo.
Apesar da intensidade do jogo e quando já se esperava a vitória do Barcelona, o Real Madrid por Benzema empatou a nove minutos do fim na sequência de uma série de ressaltos após a marcação de um canto, quando Kaká já se encontrava em jogo.
Animaram-se as hostes madridistas que viram nesse golo o prenúncio de uma vitória em Camp Nou, fosse no prolongamento ou nos penalties. Mas eis que poucos minutos volvidos, o super Messi, muito provavelmente o melhor jogador de todos os tempos, põe ponto final na contenda, concluindo com um grande golo uma típica jogada de ataque do Barcelona.
Os minutos que decorreram até ao fim do jogo são de grande nervosismo para ambas as equipas. Mas os de Madrid perdem a cabeça e Marcelo, o tal que tinha vindo com instruções de impor mais dureza no corredor direito do Barça, tem uma entrada verdadeiramente assassina sobre Fabregas, entrado pouco tempo antes, e é expulso.
Como o lance ocorreu junto à linha da área técnica, assistiu-se à cena do costume em circunstâncias semelhantes. Quem estava fora do campo entrou em “jogo”, gerou-se uma grande confusão, logo aproveitada por Mourinho para meter um dedo no olho do adjunto de Guardiola, acabando Villa e Özil, que já tinham sido substituídos, por ser expulsos e outros jogadores admoestados com cartão amarelo.
Entre um modelo de jogo que acredita na sua superioridade técnico-táctico e a escravidão da táctica acabou, mais uma vez, por vencer o futebol de quem joga e deixa jogar contra o futebol de quem acima de tudo se preocupa em não deixar jogar. Salve, Guardiola!
Do ponto de vista lúdico, dimensão que o futebol não pode deixar de ter não obstante os grandes interesses que lhe estão associados, constituirá certamente uma grande frustração para os jogadores mais criativos a “escravidão” táctica a que Mourinho os submete. Que saudades vão ter Di Maria e Coentrão das “liberdades” de que gozavam no Benfica e que tanta fama lhes granjearam nos quatro cantos do mundo. Em Madrid, como ainda hoje se viu, nunca passarão de uma peça – mais uma – da engrenagem montada por Mourinho para sua glória pessoal.
Finalmente, uma referência às grandes exibições. Para além do super Messi, destaque muito especial para Daniel Alves e para Casillas, ambos com exibições impecáveis. Cristiano Ronaldo, melhor na primeira parte do que na segunda, perdeu mais uma vez, a grande distância, o confronto com Messi.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O BENFICA EMPATOU NA HOLANDA


A ELIMINATÓRIA NÃO ESTÁ RESOLVIDA

'Rei' Artur vale empate ao Benfica na Holanda (2-2)

 O Benfica empatou na Holanda contra o Twente no play off da Liga dos Campeões 2011/2012 num jogo bem disputado, emocionante e com várias hipóteses de golo para cada lado.
As oportunidades do Twente foram quase todas neutralizadas por Artur que fez mais uma grande exibição. Desde Michel Preudhomme que o Benfica não tinha na baliza um guarda-redes com tanta classe. Artur é um daqueles guarda-redes que despontam tarde, que se afirmam perto dos trinta e que ainda têm pela frente uma grande carreira. Ao Benfica não poderia ter acontecido nada melhor depois da decepção que Roberto constituiu a época passada.
O Twente marcou muito cedo, aos seis minutos, depois de Gaitan ter desperdiçado uma oportunidade flagrante de golo quando se encontrava isolado a frente a Mihaylov.
Depois de um começo mais forte dos holandeses, o Benfica empatou num grande golo de Cardozo, depois de uma recuperação de bola de Aimar, que voltou a realizar uma grande exibição.
Pouco depois numa jogada de contra-ataque em que participaram vários jogadores do Benfica, Witsel, frente ao guarda-redes adversário, numa demonstração de grande classe e de grande compreensão do que é um jogo colectivo, lateralizou para Nolito que assim marcou o terceiro golo na Champions.
Na primeira parte, em remates de longe ou de bola parada Artur foi chamado a intervir, fazendo-o sempre com segurança, embora o Benfica tivesse o jogo relativamente controlado.
No segundo tempo intensificou-se a pressão do Twente, com Artur sempre a responder bem, e com o Benfica a ameaçar marcar o terceiro.
Aos sessenta minutos, Aimar foi substituído por Saviola, e o jogo do Benfica perdeu alguma consistência. Saviola não concretizou a maior parte das jogadas em que interveio, nem trouxe nada de novo ao ataque do Benfica.
Ruben Amorim entrou para o lugar de Gaitan, mas não foi suficiente para compensar a nítida baixa de forma física de Maxi. Revendo o encontro, percebe-se que com o "Maxi doutras eras" o Twente não teria marcado os golos que marcou – nem o primeiro, nem o segundo. Em ambos Maxi tem responsabilidades. As condições em que entrou na equipa, depois da vitória na Copa América, não são as melhores. Tal como o ano passado vai ser necessário esperar algum tempo para ver chegar o grande Maxi.
Perto do fim do jogo, o Twente empatou com um golo irregular sancionado pelo árbitro e pelo juiz de baliza, ambos muito perto do lance.
O Benfica terminou o jogo tranquilamente, poderia até ter ganho, se Nolito mantivesse a mesma eficácia a que nos acostumou.
Em suma: o Benfica tem todas as condições para passar a eliminatória, mas não pode facilitar. Tem de defender melhor e ser mais eficaz no ataque. De sublinhar que os golos sofridos pelo Benfica este ano têm sido todos de bola corrida. Talvez porque nas bolas paradas tenha Artur na baliza. Talvez porque nas bolas corridas a defesa precise ainda de muito trabalho. Cinco golos em quatro jogos oficiais é muito golo…

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PEDRO HENRIQUES – O GRANDE DETURPADOR



DECISÃO INADMISSÍVEL DA TVI


A TVI manteve no programa desportivo Mais Futebol a mesma equipa do ano passado, depois da saída de Sá Pinto.
É absolutamente inadmissível que a emissora tenha escolhido para comentar a arbitragem um árbitro classificado em último lugar na época 2009/2010 e que, por isso, teria baixado de categoria se tivesse continuado no activo. Acontece que Pedro Henriques é medíocre. Mas é mais do que isso: como ele está vendo o mesmo que todos nós vemos e interpreta os lances de forma completamente diferente daquilo que eles foram e sempre em benefício directo ou indirecto do mesmo clube só pode tirar-se a conclusão de que tal comentador não é confiável. E nada pior do que ter no futebol gente ostensivamente suspeita. A TVI tem obrigação de o mandar para casa imediatamente se quiser servir o futebol. Se, pelo contrário, pretender associar-se à batota deve mantê-lo.
 Dos lances apreciados relativos à primeira jornada a única coisa que se pode dizer a partir das imagens apresentadas é que no jogo do Guimarães-Porto Benquerença esteve igual a si próprio. Ou seja, uma alma gémea de Pedro Henriques. Marcou contra o Guimarães uma grande penalidade inexistente e fez que não viu uma mão de Rolando…que continua, como na época passada, com autorização para jogar a bola com a mão dentro da área. Mas há mais: o jogador que pisou Moutinho foi punido e Moutinho numa entrada violenta sobre um avançado do Guimarães foi punido com amarelo quando deveria ter sido expulso.
Nas várias incidências do jogo vê-se perfeitamente que Benquerença arbitrou a favor do Porto. Como sempre. Também não deveria estar no futebol
No jogo Gil Vicente - Benfica é completamente falso que Nolito esteja em off-side. Há uma imagem distorcida que sugere essa possibilidade, mas na imagem em que se vê a metade do campo defendida pela turma de Barcelos percebe-se perfeitamente que Nolito está em jogo. Aliás, nem sequer está em linha!
No jogo de Alvalade é falso que o Jogador do Olhanense tenha tocado voluntariamente a bola com a mão. Na rotação do corpo a bola toca-lhe na mão involuntariamente. De acordo com o critério da generalidade dos árbitros portugueses tal situação não configura uma infracção. Critério certamente discutível, antes de mais pela sua subjectividade. Em tais casos não seria nada difícil, mesmo tendo em conta a letra da lei, formular um critério objectivo que pusesse termo às polémicas que tais lances suscitam.
Há duas expulsões não sancionadas, uma para cada lado. No lance do golo anulado a Postiga, parece que o jogador está em jogo. Mas a imagem da TVI não é esclarecedora. Pode ser que na emissora que transmitiu o jogo tenha sido mostrada outra imagem, mas as da TVI não esclarecem nada.
Em conclusão: continua tudo na mesma: batota no campo e batota no comentário…

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

COMEÇOU O CAMPEONATO: O BENFICA EMPATOU EM BARCELOS




ERROS CRASSOS DE JESUS




O Benfica tem um plantel melhor que o do ano passado, tem bons valores individuais, poderia fazer uma boa equipa, mas não tem um treinador à altura. Estar a ganhar por 2-0 aos dezanove minutos de jogo e empatar é algo que não augura nada de bom.

Mais uma vez o arrogante Jesus evidenciou aos olhos de toda a gente as suas conhecidas limitações. Em primeiro lugar, é inexplicável que Cappedevila não tenha sido convocado, nem faça parte da lista dos jogadores utilizáveis no play-off da Liga dos Campeões. Mesmo que haja razões técnicas para o deixar de fora, as justificações de Jesus são inaceitáveis. Só quem pretenda criar mau ambiente no balneário pode apresentar justificações como as de Jesus.

Mas há mais: no jogo desta noite, contra o Gil Vicente, a saída de Aimar, em detrimento de Jara, é mesmo de quem percebe pouco de futebol. Não está em causa a entrada de Witsel, naquela altura ou mais tarde, mas sim a substituição do jogador mais criativo do Benfica, ainda por cima a jogar muito bem, deixando ficar em campo quem reúne poucas ou nenhumas condições para jogar de início. DE facto, manter Jara em campo foi um erro: um erro crasso. Mas se a saída de Aimar é injustificável, a de Gaitan também anda lá perto. Não que Gaitan estivesse a fazer uma grande exibição, mas com Gaitan em campo é sempre possível esperar que o “impossível” aconteça. Enzo Perez ainda está muito longe de poder corresponder às exigências do futebol europeu.

Tudo isto será estupidez do treinador? Provavelmente é, mas nunca é de pôr de parte a hipótese, num desporto tão permeável aos mais diversos interesses, como é o futebol profissional, que haja, além da estupidez, outras razões.

Jesus é caprichoso, vingativo e acima de tudo pouco inteligente. Cabe-lhe por inteiro a responsabilidade do empate.

Na defesa, só Artur realizou uma grande exibição. Ruben Amorim, tal como Jara, é para entrar com o jogo em andamento, de preferência no meio do campo. O primeiro golo do Gil Vicente resulta de uma falha sua, inadmissível em alta competição, com a agravante de ser um tipo de intervenção (no caso, de não intervenção) que já poderia ter dado mau resultado uns minutos antes. Foi por um triz que não deu.

Emerson é um jogador de qualidade média, sem rasgo, com poucas falhas, mas de pouquíssima utilidade atacante. Não convocar o lateral esquerdo da selecção espanhola, campeão da Europa e do Mundo, é algo que só mesmo está ao alcance de um treinador como Jorge Jesus.

Os centrais que jogaram também não são nada de especial. Jardel é vulgar e Garay está longe de ser um craque. Ou seja, Luisão faz muita falta.

A linha média tem hoje mais força, mas ela só será rentabilizada se na frente houver jogadores de grande nível. E esses não são certamente Jara, nem Enzo Pérez - este, pelo menos, para já.

Nolito e Saviola marcaram pelo Benfica. Com o golo de hoje, Nolito soja soma cinco com a camisola do Benfica

O Gil Vicente ficou claramente perturbado com a rapidez e a capacidade de contra-ataque do Benfica, sofreu dois golos em menos de vinte minutos, mas nunca se desorganizou. Marcou no fim da primeira parte um golo oferecido por Ruben Amorim e no começo da segunda, quando parecia estar a claudicar, por Laionel. Um grande golo! Manda, todavia, a verdade que se diga que antes e depois do dois zero o Gil Vicente só não marcou devido à grande classe de Artur.
A arbitragem, embora sem clase, comno se esperava, não teve qualquer influência no resultado. Marcou faltas inexistentes num jogo disputado com correcção, salvo uma ou outra simulação. Puniu uma, deixou por punir outra.

Em conclusão, o Benfica começa mal e, como se verá, Jesus não tem futuro na Luz. São erros a mais…