sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

CAMINHO RUMO AOS TÍTULOS

 

BENFICA – AVISO À NAVEGAÇÃO

Os próximos 5 jogos do Benfica - Santa Clara, Arouca, Braga, Casa Pia e Paços de Ferreira – são decisivos para o futuro desta época, tanto a nível interno como internacional.

Não interessa continuar a insistir nas arbitragens. O Benfica tem obrigação de saber que raramente poderá contar com o benefício da dúvida nesta matéria. Foi assim na primeira parte do campeonato, foi assim também nas últimas três temporadas e não é de acreditar que isto venha a sofrer modificações por mais veementes que sejam os protestos.

O Benfica tem de ganhar inequivocamente como fez na primeira parte da época. Também não adianta estar a fazer comparações. É sabido desde há muito que o Porto não está sujeito à expulsão de jogadores por duplo amarelo. Há muito que é assim. Pinheiro foi a excepção, mas no fim me dirão quantos mais jogos voltará ele a apitar do FCP até ao fim da sua carreira, a menos que exiba publicamente uma penitência nunca vista. Já foi um avanço considerável, desde a introdução do VAR, que os fora de jogo das equipas adversárias deixassem de ser assinalados pelos centrais do Porto, isto apesar de as famosas linhas do sistema português em vigor terem anulado dezenas de golos válidos ao Benfica. Veremos se será este o sistema que continua em vigor em Portugal ou se será introduzido o que vigorou no Mundial. Também já é um avanço significativo a revogação da regra que permitia aos guarda-redes do Porto defender com as mãos fora da área, embora a outra regra – a de defenderem bolas dentro da baliza – continue a vigorar nos momentos difíceis, pelo menos até ser introduzido o sistema já em vigor em quase todo o lado.

Em resumo, vamos é jogar e deixamo-nos lamentos. E sobre esse aspecto há legítimas preocupações que não podem ser eludidas – o Benfica perdeu gás desde a interrupção do campeonato, como se viu contra o Penafiel, o Estrela da Amadora, o Moreirense, o Sevilha (particular), o Braga, o Portimonense e o Sporting. Aquele Benfica que encantou a Europa e que deixou de rastos os “dragartos” não voltou a aparecer.

A paragem prolongada é uma explicação, mas não é suficiente para explicar tudo. Houve jogadores que baixaram de rendimento e na parte propriamente técnica nem tudo correu bem (substituições atrasadas, quebra física, etc.).

Vamos todos tentar passar a mensagem de que temos de voltar a ser iguais ao que já fomos e não esperar pacatamente que essa qualidade renasça sem uma grande força interior que a impulsione.

 

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

OS DOIS ERROS QUE FERNANDO SANTOS NÃO DEVE COMETER

 

QATAR 2022

Sobre este estranho Mundial de Futebol muito haveria que dizer, desde a sua localização ditada por um “Pacto corruptivo” em que intervieram um Presidente da República, o Presidente da UEFA e o Presidente da FIFA, passando pelo coro de de reprovações hipócritas de todos aqueles que tanto no futebol como nos negócios em geral mantêm e desejam manter estreitas relações com o Qatar, até às opções do seleccionador nacional, Fernando Santos, que não sendo de todas as que fez até hoje das mais criticáveis nem por isso está isento de criticas por ter deixado de fora jogadores que lá deveriam estar, tanto pelo que trazem à selecção como pela excelente forma em que se encontram, como é o caso de Renato Sanches e Gonçalo Guedes bem como de Florentino Luís pela excelente forma em que se encontra dito .

Dito isto, e entrando naquilo que agora mais interessa, que é o jogo contra o Gana, há dois erros que o seleccionador português não pode cometer, a saber: Conceder a titularidade a Pepe e a Cristiano Ronaldo.

Embora por razões muito diferentes, nem um nem outro parecem estar na plenitude das suas capacidades ou sequer na forma minimamente exigível para um jogo desta responsabilidade.

Pepe teve durante esta época vários problemas, ao que parece de ordem física, que o impediram de estar ao nível com que terminou a época anterior. Apesar da idade, Pepe seria um indiscutível se estivesse a jogar normalmente. Mas não está. Esta época, ou dizendo melhor, esta primeira metade da época apenas realizou – até perto do fim – um grande jogo: foi contra o Atletico, em Madrid, apesar de não poder ser inocentado no golo que, nos últimos segundos, ditou a derrota do Porto.

Depois desse jogo, em que pareceu estar em excelente forma física, uma lesão, com o seu quê de misterioso, dada a política de sigilo seguida pelo FC Porto, não mais lhe permitiu voltar a ser o Pepe dos anos anteriores. No tempo que desde então decorreu, Pepe nas poucas vezes que jogou esteve muito abaixo do seu normal (como aconteceu contra o Club de Bruges) ou pura e simplesmente não jogou. E é nesta situação que o seleccionador o convocou para o Mundial, ou seja, um jogador que nos últimos dois meses não realizou um único jogo nem, ao que parece, sequer treinou. É por isso muito arriscado pô-lo a jogar.

O caso de Ronaldo é diferente e sobejamente conhecido. Por razões que na altura não justificou publicamente, Ronaldo resolveu não fazer a pré-época no seu clube de então (o Manchester United). Ou seja, não se treinou nem jogou porque não quis. Mais tarde, quando regressou ao clube e pretendeu jogar, o treinador achou – e bem – que não estava em condições de o fazer. Depois, nos diversos jogos em interveio, quer pelo clube quer pela selecção, a sua prestação foi medíocre, sendo notório que não estava em condições de corresponder às exigências competitivas das provas em que estava a participar – a Premier League e a Taçadas Nações – fosse por razões físicas ou de outra ordem, idade inclusive.

É assim uma grande irresponsabilidade pô-lo a jogar, tanto pelo prejuízo directo que para a equipa poderia representar a sua titularidade neste momento como pela previsível reacção de parte dos seus colegas que não estarão mais na disposição de ver preteridos jogadores que estão em melhor condição, nem dispostos ao sacrifício suplementar de esforço físico que a opção por Ronaldo lhes acarreta.

Dito isto, já agora avanço com o que seria a equipa que eu formaria com os jogadores que lá estão, embora à partida saiba que o “onze” escolhido por Fernando Santos será muito diferente.

Na baliza: não tenho ideia de, na selecção, em jogos oficiais, alguma vez Rui Patrício ter comprometido a equipa; pelo contrário, salvou-a muitas vezes com grandes e decisivas defesas, de modo que seria ele, para mim, o guarda-redes escolhido.

Na defesa: colocaria Cancelo à direita e Raphael Guerreiro à esquerda; no centro jogariam António Silva e Danilo.

Na linha média: poria Ruben Neves, Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Otávio

Na frente: Gonçalo Ramos e João Félix

Algumas explicações: Diogo Costa é bom guarda-redes, mas já o vi por mais de uma vez na intercepção dos cruzamentos rasteiros defender a bola para a frente, o que num torneio deste género pode ser fatal, como se tem visto (guarda-redes do Senegal , da Alemanha, da Costa Rica, entre outros).

Cancelo é indiscutível e Raphael Guerreiro defende melhor do que Nuno Mendes, e no ataque perde inúmeras bolas; portanto, é uma escolha que não oferece nenhuma dúvida.

No centro da defesa, António Silva é melhor do que Ruben Dias em todos os momentos do jogo: posiciona-se excelentemente, dai que na maior parte das vezes se limite a antecipar-se sem sequer ter necessidade de desarmar; mas também desarma bem e tem uma qualidade de passe notável, passa longo, médio e curto com a mesma facilidade; o passe quase sempre é feito para o interior do campo possibilitando de imediato um ataque, além de marcar golos e não fazer auto-golos. Para mim, é um indiscutível.

Na linha média, Bernardo Silva (no centro) e Octávio numa ala são ambos indiscutíveis; Bruno Fernandes e Ruben Neves têm no banco outros grandes jogadores, mas como estão num bom momento devem ser eles os titulares.

Na frente, estando fora Ronaldo, o melhor ponta de lança, com forte presença na área e com golo, que nós hoje temos é Gonçalo Ramos. João Félix, pela genialidade. Com ele em campo pode sempre acontecer qualquer coisa que mais ninguém faria.
 Se alguma coisa estivesse a correr mal  ou diferentemente do previsto há um banco riquíssimo que a todo o momento pode corrigir o que não está a correr bem.

 

 

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

O BENFICA NA LIGA DOS CAMPEÕES

 

O BENFICA NA LIGA DOS CAMPEÕES

Num grupo difícil em que está incluída uma superequipa, sem história, é certo, mas com muito dinheiro e jogadores de valor incalculável (PSG) e uma outra (Juventus) com pergaminhos quase equiparados aos do Benfica – historicamente, no plano interno, o Benfica tem 37 campeonatos e a Juve 36, sendo nove deles consecutivos conquistados neste século. A Juventus tem ainda 91 participações no campeonato italiano, menos uma que o total de ligas disputadas, por penalização, visto ter sido desqualificada (em 2004/2005) e rebaixada à segunda liga (série B) no ano seguinte. Nas competições internacionais (Taça dos Campeões e Liga dos Campeões) o Benfica tem 2 vitórias e 5 derrotas na final; a Juventus tem as mesmas vitórias (2) e mais uma derrota nas finais (6).  

Tanto na competição deste ano como na do ano passado, o Benfica esteve incluído em grupos fortes, tendo nestas duas participações até ao momento averbado apenas 3 derrotas (2 contra o Bayern de Munique e 1 contra o Liverpool), 6 empates (Dínamo de Kiev, Barcelona, Ajax, Liverpool e PSG (2) e 5 vitórias (Dínamo de Kiev, Barcelona, Ajax, Maccabi Haifa e Juventus). O ano passado o Benfica alcançou os quartos de final e este ano está bem posicionado para passar à fase seguinte. Isto sem contar os oito jogos que teve de realizar para participar na fase de grupos, nos quais registou 0 derrotas, 2 empates e 6 vitórias)

Quer isto dizer que o Benfica europeu está de regresso. De regresso na primeira e mais importante competição de clubes do mundo, já que foi nesta que o Benfica se fez grande e mundialmente conhecido.

O passo seguinte que é preciso dar sem receio é assegurar a presença dos principais jogadores da equipa quaisquer que sejam as propostas apresentadas, salvo se for “batida” a cláusula rescisão, facto que nunca ou quase nunca acontece (o único caso que recordo é o de Figo do Barcelona para o Real Madrid; o de João Félix foi um simples negócio em que o Benfica esteve envolvido por vontade própria, algo muito diferente da situação anterior). Se o Benfica precisar de vender para equilibrar as suas contas, em virtude de uma “folha salarial” onerosa e de encargos financeiros inevitáveis (obrigações), deverá tanto quanto possível preservar os mais valiosos e com mais futuro, adiando a sua venda um ou dois anos e tentar pôr no mercado aqueles que possam, não obstante o seu valor, ser substituídos mais facilmente. Por outras palavras: jogadores como António Silva, Enzo Fernandez, Florentino não podem ser negociáveis, salvo pagamento da cláusula de rescisão sem negociações (se não houver negociações também não haverá comissões a pagar a ninguém). Importante é também não cair em loucuras com jogadores em fim de carreira ou em fim de contrato por mais emblemáticos que eles sejam, nomeadamente se o plantel já dispuser de substitutos à altura, a menos que as prorrogações sejam por um curto período tempo – um ano no caso dos mais velhos e dois nos restantes. Fundamental é também manter o treinador, algo que já depende de outros envolvimentos, mas que certamente será tanto mais fácil quanto menos “devastadoras” forem as vendas realizadas.

sábado, 8 de outubro de 2022

OS GRANDES ESCÂNDALOS DESPORTIVOS E A SUA IMPUNIDADE MEDIÁTICA

 A FUGA AO FISCO DE FERNANDO SANTOS E O DOPPING DA W2 FC PORTO

Durante vários anos o Correio da Manhã, a CMTV e outros órgãos de informação do mesmo grupo empresarial bem como o Expresso flagelaram o Benfica com supostos escândalos “construídos” a partir de uma acção de banditagem informática traduzida na devassa e roubo de toda a correspondência electrónica do clube, recebida e publicada no Porto Canal, pela comunicação do Futebol Clube do Porto.

Com base nesse roubo informático “construíram-se” várias narrativas todas elas destinadas conspurcar a imagem e a honorabilidade do Benfica. Este é um assunto que toda a gente conhece e que conhecerá o seu verdadeiro desfecho nos tribunais portugueses.

Sobre este assunto que assentava num crime e num conjunto de extrapolações sem factos que verdadeiramente as sustentassem falou-se durante anos e volta e meia regressa à ribalta, como manobra de diversão, sempre que os principais rivais do Benfica passam por maus momentos.

Mas não deixa de ser curioso constatar que os verdadeiros escândalos, inequivocamente provados, não suscitam a menor curiosidade nem o interesse dos órgãos de comunicação e dos seus comentadores, apesar do manifesto interesse público de que se revestem.

Um deles tem a ver com a gigantesca fuga ao fisco de Fernando Santos, seleccionador nacional, que urdiu, juntamente com a Federação Portuguesa de Futebol, sua entidade patronal, um esquema, aliás pouco inteligente, para escapar ao pagamento dos impostos devidos. Conforme já está reconhecido em tribunal, Fernando Santos, a esposa e a filha de ambos – Juiz de profissão, ao que foi noticiado - constituíram uma sociedade comercial cujo objecto consistia na prestação de serviços à FPF. A Justiça considerou – e bem – que para efeito fiscal a personalidade jurídica daquela entidade deveria ser desconsiderada e atendida apenas e só a personalidade singular daquele que realmente prestava serviços à Federação. Numa linguagem mais simples, a dita sociedade não passava de uma ficção destinada a permitir a tributação em sede de IRC dos ordenados de Fernando Santos em vez de serem tributados, como deveria acontecer, em sede de IRS. Por outras palavras, aquela sociedade era o veículo por via do qual se processaria a gigantesca fraude de que acima falámos.

Fernando Santos, pelas fraudes que primeiramente foram detectadas, terá pago ao fisco, segundo a imprensa, 4 milhões de euros. Todavia, de acordo com notícias agora vindas a público, a Autoridade Tributária está igualmente a apurar o que se passou depois de 2018, estando em análise uma verba de 18 milhões de euros. A notícia não era muito clara sobre se a dívida de Fernando Santos poderia ainda ascender a 18 milhões de euros ou se era sobre esta importância que recai o pagamento do imposto em dívida.

Seja uma ou outra a situação, o que não pode restar dúvidas é que esta situação afecta decisivamente a honorabilidade do seleccionador e dos dirigentes federativos, que não deveriam poder continuar nos seus cargos tendo em conta que a entidade pagadora – a federação Portuguesa de Futebol – é uma instituição de utilidade pública. E das duas uma: ou todos se mantêm nos respectivos lugares e o Governo deve retirar à Federação Portuguesa de Futebol o estatuto de entidade de utilidade pública ou os responsáveis pela fraude fiscal se demitem ou são demitidos para que a FPF possa continuar a beneficiar do referido estatuto.

O outro escândalo que tem praticamente passado em claro é o que se refere à suspensão, pela União Ciclista Internacional, de 7 ciclistas da equipa W2 Futebol Clube do Porto com penas pesadíssimas que vão até 7 anos de suspensão para João Rodrigues ex-vencedor de uma Volta a Portugal e ao Algarve, por anomalias no passaporte biológico e uso de substâncias proibidas e os restantes seis suspensos por 3 anos.

Mais uma vez o Futebol Clube do Porto de Pinto da Costa mostrou, a propósito deste caso, a sua verdadeira face, quer por via das declarações de dirigentes do clube e da equipa de ciclismo, quer por via do posicionamento dos seus comentadores, dependentes e “independentes”, nos diversos meios de comunicação social.

Como sempre acontece, a primeira ideia que lhes ocorre em casos desta natureza ou semelhantes ou de acções altamente reprováveis do clube ou de pessoas a ele umbilicalmente ligadas é fazerem de conta que não se passou nada, ou não lhes darem relevância seja porque não estão provados, por mais óbvios que sejam os indícios ou até as próprias provas, ou porque os factos podem assentar numa mentira ou até porque podem não passar de provocações destinadas a enxovalhar o nome Futebol Clube do Porto.

Neste escandaloso caso de “dopping”, reiterado e em grande escala, com provas materiais inequívocas – o que foi encontrado na posse dos ciclistas da W2 FC Porto mais parecia um stock de supermercado – neste escandaloso caso, dizíamos, houve um comentador do FCP que chegou ao desplante de insinuar que alguém teria lá colocado todo aquele material sem o conhecimento da equipa com a única intenção de a incriminar. Habituados como estão à impunidade por parte da justiça local, todos ficam impávidos, apesar das iniciais suspensões provisórias., e a única coisa que lhes vem à cabeça é arranjarem um expediente que os possa livrar daquele imbróglio. Nunca há da parte deles uma condenação verdadeira, nem uma simples reprovação, convencidos que quanto menos falarem sobre o assunto maiores serão as hipóteses de ficarem impunes, como de costume.

Neste caso chegaram mesmo ao desplante de tudo terem feito para assegurar a participação da equipa na Volta a Portugal, como se as situações sob investigação nada tivessem a ver com a equipa, nem com os seus dirigentes e fosse apenas algo da responsabilidade dos ciclistas. E quase teriam levado a deles avante, com a cumplicidade da Federação e dos organizadores da Volta a Portugal, se as autoridades internacionais não tivessem intervindo a tempo. Depois desta tentativa, veio a mão pesada dos órgãos de justiça internacional e aí, tal como no futebol internacional, calam-se, tentam não fazer eco do que se passou e continuar como se nada tivesse acontecido.

O Presidente do Futebol Clube do Porto que regularmente se pavoneava no final de cada Volta a Portugal junto do vencedor como se de uma vitória do seu clube se tratasse, nada teve a dizer sobre esta pouca vergonha. Apareceu numa fotografia com o responsável técnico da equipa de ciclismo a ouvir este dizer que “foram enganados”. Não, não foram enganados. Os batoteiros foram apanhados! E os batoteiros agiram com a colaboração de quem lhes fez chegar as incríveis quantidades de material dopante.

AVISO À NAVEGAÇÃO

 UMA EXPLICAÇÃO

 A partir de hoje este blogue deixa de aceitar comentários. Nunca na minha vida tinha censurado o que quer que fosse, mesmo comentários totalmente despropositados e por vezes com excessos de linguagem.

Acontece que, completamente a despropósito, um comentador anónimo veio aqui insultar-me a propósito do texto abaixo publicado. Como é óbvio para qualquer pessoa, aquele texto por maior que seja a discordância sobre uma ou outra avaliação, nunca poderia merecer de um benfiquista um insulto soez como os que aqui tiveram lugar. Fácil é portanto perceber que foram outras as motivações e que estas nada têm a ver com o Benfica, mas seguramente com outro itipo de nteresses – interesses de quem pretende aproveitar-se do Benfica para tentar viver à sua custa. O malcriado que aqui apareceu é fácil de identificar. Além de malcriado é ignorante e nada sabe da história do Benfica nem do futebol português já que o seu pseudo benfiquismo apenas lhe serve para “papar alguns almoços” e tentar viver à custa do Benfica, pavoneando-se em certos meios a debitar banalidades ou a exibir relacionamentos .

Ora, como não é possível contemporizar com estas situações, nem a simples eliminação de comentários seria a solução adequada - uma solução que nunca adoptei e me vi agora obrigado a fazer  -  achei que a melhor solução seria a de impedi-los. Peço muita desculpa a quem não tem nenhuma responsabilidade desta situação e sofre consequências que não merece.

Acontece que eu escrevo sobre futebol apenas para me divertir e defender o Benfica e não para aturar malcriados e ignorantes.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

AS EXIBIÇÕES DO BENFICA NA LIGA DOS CAMPEÕES

 

OS COMENTÁRIOS DE DUARTE GOMES E OUTROS COMENTADORES DE TELEVISÃO

O Benfica continua invicto na Liga dos Campeões de 2022/23, tanto na fase de apuramento como na fase de grupos da competição. Com sete jogos disputados, o Benfica soma seis vitórias e um empate, 17 golo marcados e 4 sofridos. Dentre estes jogos, há dois, jogados contra duas das maiores equipa europeias, em que o Benfica realizou grandes exibições, exibindo e impondo o seu futebol sem preocupações especiais ou específicas relativas aos jogo dos adversários, salvo obviamente aquelas que resultam da imposição do seu próprio jogo e das correspondentes limitações que ele impõe no modo de jogar do adversário.

Pela primeira vez, desde há muitos, muitos anos, uma equipa portuguesa joga contra as melhores equipas sem subordinação a tácticas específicas para aquele jogo, seja em função do modo de jogar da equipa adversária seja por respeito aos craques que a integram, mas antes e só preocupada com a explanação do seu futebol, no modelo que põe em prática crente que ele é o futebol que melhor pode neutralizar as valências adversárias. Nunca mais o Benfica havia jogado assim desde os gloriosos anos 60 que tanto devem a Bela Guttmann e também aos extraordinários jogadores que integravam a equipa.

Acabaram-se os “mestres da táctica” e hoje o Benfica joga o seu futebol que começa a ser admirado e temido na Europa. Com duas exibições extraordinárias, contra a Juventus e contra o PSG, que somente não figurarão na galeria das inesquecíveis porque a eficácia concretizadora ficou muito aquém do futebol produzido, o Benfica prepara-se para ir a Paris jogar olhos no olhos contra o trio atacante mais valioso do mundo – Mbappé, Neymar e Messi – para ganhar. Nada garante que o consiga, mas há a certeza de que “medo” será coisa que o Benfica não terá, apesar de ter como adversários o melhor jogador (Messi) do mundo de todos os tempos depois de Maradona, um jovem portento tão imprevisível como veloz (Mbappé), e um jogador cuja excelência só é comparável à sua permanente queda para a batota (Neymar).

Toda a imprensa francesa é unânime em considerar que somente a grande exibição de Donnarrumma livrou o PSG de uma derrota na Luz, que poderia rer ficado construída na primeira parte, apesar do domínio exercido pelo PSG em certos períodos da segunda parte.

Dito isto, não pode deixar, mais uma vez, de se analisar os comentários de Duarte Gomes sobre a arbitragem. É uma constante nos comentários deste ex-árbitro opinar quase sempre contra o Benfica, quer em decisões de lances que lhe seriam favoráveis, como nas situações opostas. Apenas o não faz naqueles casos em que a decisão sobre o lance já é absolutamente ou previsivelmente indiferente para o resultado da contenda, numa clara manifestação de “esperteza saloia” ou “habilidade bacoca” com dizem os seus amigos do Norte.

Por isso, era óbvio que não valeria a pena esperar pelo seu comentário de hoje em “A Bola” para antecipadamente se saber que ele “expulsaria” Enzo aos 45m da primeira parte. Toda a gente viu que, na disputa de bola dividida com Verratti, Enzo chegou primeiro à bola, tocou depois com o pé na perna esquerda do italiano, com pouco força por ter, após o choque, refreado o ímpeto, e depois caiu por força do choque, tendo, na queda, pisado, sem querer e sem o poder evitar, a perna do dito adversário. O árbitro estava em cima do lance, a um metro se tanto, e viu a jogada melhor do que ninguém.

Pois Duarte Gomes chapa na Bola uma fotografia enganadora que altera e deturpa a natureza do lance e pede, zangado, a expulsão do médio argentino. Pois é este mesmo Duarte Gomes que em 11 de Fevereiro de 2021 analisa exactamente ao contrário um lance semelhante. Basta ler a Bola desse dia ou buscar na internet a capa deste jornal na qual o mesmo ex-árbitro se insurge contra a “inacreditável expulsão” de Luís Diaz no lance dividido com David Carmo que levou à fractura da perna deste jogador. Como toda a gente se recordará – e quem não se recordar pode buscar a jogada no You Tube – Luís Diaz chega primeiro à bola e subsequentemente em consequência do movimento em esforço que tinha feito embate de sola na perna de David Carmo. A generalidade dos comentadores de arbitragem considerou a expulsão errada por o choque ter ocorrido na sequência de um corte bola legal. Duarte Gomes alinhou nessa opinião, apesar da gravidade das consequências do choque. Hoje, contra o Benfica num lance que nem de perto nem de longe teve a mesma intensidade, Duarte Gomes defende exactamente o contrário do que antes defendeu.

Pra terminar: ouvi hoje à noite as primeiras intervenções dos comentadores da “Liga de Ouro” da CMTV – Encarnação do Porto, Malheiros do Benfica, Nuno Saraiva do Sporting e Sérgio Kretinas (creio que ´w assim que se chama), do Record – e não pude deixar de desligar a TV perante tanta imbecilidade. Malheiros está ao nível dos seus congéneres pela incapacidade de resposta e pela pobreza dos argumentos (???) que apresenta. De qualquer modo não era expectável outra coisa vindas as apreciações de quem vem. Apenas lamentar que o comentador do Record, pretensamente independente, não seja capaz de por um minuto abdicar do seu antibenfiquismo mesmo quando tal o leva inevitavelmente à mediocridade das suas análises. Como aconteceu quando afirmou que depois do golo de Messi, o Benfica se esvaziou como um balão furado e não mais foi capaz de fazer frente ao PSG. Semelhante apreciação só pode vir de um comentador medíocre. E mais espantoso ainda é que o pretenso comentador do Benfica deixe passar impune esta "barbaridade". Um tipo que não sabe perceber nem interpretar um jogo de futebol, como pode comentá-lo como jornalista?

Estes tipos ainda não perceberam que Roger Schmidt não prepara a equipa para o jogo X ou Y: Roger Schmidt prepara a equipa para jogar futebol tal como ele o entende, seja qual for a equipa adversária. Claro que o Benfica falhou alguns golos nesta Liga dos Campeões que lhe teriam garantido resultados históricos contra a Juventus em Turim e contra o PSG na Luz. Mas daí não se segue que o Benfica não marque golos – a prova está em que na fase de grupos já marcou 5 e sofreu apenas 2. Com menos golos sofridos apenas quatro equipas: Real Madrid (1), Manchester City (1), Club de Bruges (0) e Bayern de Munique (0). Ou seja, apenas menos um marcado do que o adversário de quarta feira (6), que integra o melhor ataque do planeta e menos um sofrido do que esta brilhante equipa (3) . Na Liga Nacional, o Benfica já marcou 19 Golos, apenas menos 1 do que o FCP e sofreu 3 enquanto o Porto já vai no dobro (6) . Portanto, em matéria de golos marcados o Benfica está a par os melhores, apesar de ter tido casiões para marcr muito mais. E em matéria de golos sofridos está tão bem como os melhores.

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

O FUTEBOL CLUBE DO PORTO E OS SEUS FANTASMAS

 

OS CASOS MAIS RECENTES 

O FCP é, nesta primeira fase da época, um clube acossado por dois factos altamente negativos: a prestação negativa da equipa de futebol na Liga nacional e na Liga dos Campeões. Na Liga dos Campeões dificilmente poderia haver pior começo: a derrota em casa com o Club de Bruge que goleou e ridicularizou os “dragões” e o excelente começo de época do Benfica, tanto a nível nacional como internacional.

Com apenas um destes factos, o FCP ainda poderia “sobreviver” e manter a “cabeça fora de água”, mas com os dois, temporalmente conjugados, é algo com que  não consegue conviver.

Para poderem continuar a “respirar”, os “dragões” agarraram-se à renúncia de Rafa à selecção, à alegada “campanha anti-Taremi”, às especulações sobre Pepe e ao caso “Seixas da Costa”, fazendo por deixar cair no esquecimento as agressões à família do treinador.

Quanto à renúncia de Rafa, agarram-se ao facto de o jogador não ter falado pessoalmente com o seleccionador e de ter “metido” a renúncia depois da convocatória. Só mesmo por brincadeira se podem levar a sério as críticas portistas. Como pode um clube cujo treinador chamou “palhaço” ao seleccionador por ter convocado jogadores do Porto, numa altura em que ao clube não interessava essa convocatória, um clube cujo presidente que já organizou manifestações públicas contra a selecção e os seus jogadores numa passagem destes pela cidade do Porto, um clube cujo presidente não teve escrúpulos em ter “jogado” com a eventual renúncia de Deco à selecção para evitar um pesado castigo, um clube cujo presidente brindou com champanhe a derrota da selecção no Euro 2004, como podem os adeptos deste clube ter legitimidade moral para avaliar a conduta de Rafa?

Quanto à alegada “campanha anti-Taremi”, o que verdadeiramente incomoda o FCP não é, nem de perto nem de longe, o que em Portugal se possa dizer sobre o comportamento de Taremi em campo, nomeadamente dentro da área adversária. Com isso convive o FCP muito bem, como se tem visto. O que preocupa o FCP é a arbitragem internacional já ter conhecimento de que Taremi adopta frequentemente comportamentos antidesportivos para enganar os árbitros. O que preocupa o FCP é essa atenção redobrada com que os árbitros de campo e o vídeo-árbitro seguem as jogadas de Taremi e as consequências que daí resultam: anulação dessas jogadas e punição do jogador, como aconteceu o ano passado em Madrid quando foi anulado um golo marcado com a mão e este ano foi detectada uma simulação que levou à sua expulsão por acumulação de cartões. Isto é que preocupa o FCP e o que se pretende com esta “campanha” do Porto é condicionar os árbitros e dar “luz verde” a Taremi para continuar a agir como até aqui.

Juntamente com esta campanha surge a “defesa” de Pepe, apesar de não ter sido acusado de nada. Pepe tem tido este ano um comportamento muito irregular na equipa do Porto. De uma maneira geral não tem correspondido ao que dele esperavam. Tanto assim que umas vezes está em campo e joga mal, outras vezes vai para a “bancada” por razões que o treinador não desvenda. Pode ser baixa de forma ou insuficiência física. O que não se compreende é que estando Pepe fora da equipa principal, por alegada “insuficiência física” o seleccionador o convoque e o integre nos trabalhos da selecção para dois dias depois o dispensar sem se saber concretamente o motivo. Causou igualmente alguma perplexidade o facto de Pepe em Madrid ter denotado uma condição física invejável, a ponto de já no tempo de compensação ter feito uma corrida admirável (embora infrutífera) de uma baliza à outra e logo no jogo seguinte se ter “arrastado” no campo sem força para pôr termo a vulgares jogadas adversárias. Ou seja: o facto de nem a Federação nem o FCP terem dito o que se passa com Pepe levou a uma onda de especulações nas redes sociais que teriam sido evitadas com outro tipo de informação. Foi exactamente por se ter referido a algumas destas especulações das redes sociais, sem contudo as assumir, que o comentador afecto ao Benfica, Jaime Cancela de Abreu, foi expulso da Sport TV, sem mais explicações.

Curioso que este verdadeiro atentado à liberdade de opinião não tenha sido censurado nem condenado, apesar da gravidade de que tal acto se reveste num Estado democrático, e, pelo contrário, sejam condenados, criticados, insultados e até ameaçados todos os que criticam certos comportamentos do FCP, do seu treinador ou de jogadores como se de um acto criminoso se tratasse. Mais uma vez o que preocupa o FCP é o facto de não poder voltar aos “bons velhos tempos” em que as críticas e as denúncias eram combatidas e silenciadas por meios que hoje já não podem ser usados como regra. Procedimentos, aliás, que certos comentadores do FCP não se cansam de enaltecer nas televisões como sendo os mais eficazes, dando como exemplo o “tabefe” que o comentador da Eleven merecia por ter dito o que disse num jogo de padel (“Aqui não há taremis”).

Quanto ao caso Seixas da Costa, é bom que se diga que não há ainda condenação com trânsito em julgado. Há uma decisão condenatória de primeira instância susceptível de recurso, que poderá ser revertida na Relação. Se a expressão em causa tivesse sido usada relativamente a certos comportamentos do treinador  do FCP não temos a menor dúvida de que Seixas da Costa não seria condenado, como também não o seria se tivesse sido proferida no contexto de uma actividade profissional, como a de jornalista ou a de comentador. Tendo a expressão sido usada relativamente à pessoa do treinador e não aos seus comportamentos, o caso complica-se um pouco, mas não pode, mesmo assim, dar-se por decidida no sentido já conhecido. Esperemos, portanto, para ver o que acontece.

Quanto à agressão à família de Sérgio Conceição por apedrejamento do automóvel em que viajava depois da derrota sofrida (4-0) contra o clube de Bruges – único acontecimento realmente digno de firme condenação e da tomada de medidas imediatas para punição dos culpados, o FCP e o seu círculo mais próximo de apoiantes foram muitíssimo mais comedidos do que relativamente aos casos antes referidos. A SAD do FCP em envergonhadas três linhas condenou o facto e tentou responsabilizar a polícia. Os “Super dragões” tiveram de publicar dois comunicados para se perceber que estavam contra o sucedido e o presidente do Porto, Pinto da Costa, depois de muito instado e criticado, precisou de oito dias para quebrar o silêncio e individualmente manifestar a sua reprovação. Tudo isto porquê? Por duas razões muito fáceis de enunciar: primeiro, porque a agressão foi perpetrada por adeptos do FCP, presumivelmente pertencentes aos “Super dragões” (facto sobre o qual continua a pairar o mais completo silêncio) e depois, porque não está no ADN deste FCP (agora é que se pode com propriedade falar de verdadeiro ADN) condenar actos de agressão praticados por responsáveis do clube, por pessoas que actuam sob as suas ordens, ou por pessoas que pertencem ao círculo dos seus apoiantes mais activos ou mais próximos. Os exemplos nestes últimos quarenta anos são tão abundantes e constituíram prática tão reiterada que seria fastidioso ter de enumerar os mais significativos. Recentemente basta lembrar a agressão de um jornalista em Moreira de Cónegos (facto já caído no esquecimento) e que levou o presidente do clube, testemunha ocular de tudo o que se passou, a afirmar no melhor estilo siciliano: “Não há uma única imagem que prove a agressão”. Depois temos o que se passou no jogo contra o Sporting, findo o encontro, tanto dentro do campo como nas garagens (episódio, este último, protagonizado por altos responsáveis do clube). E temos também o espectáculo degradante protagonizado por responsáveis do FCP, tanto dentro do campo (no fim do jogo) como posteriormente, tanto nas televisões como na imprensa, sempre que o clube perde ou empata nas competições domésticas.

É este clima que não dispensa o emprego de meios condenáveis que faz com um acontecimento tão grave como o que aconteceu com a família do treinador não tenha levado imediatamente os responsáveis a uma firme condenação e a um convicto empenhamento na identificação e punição dos autores do crime, mas antes se contentem com aquele comportamento  de quem está à margem do acontecido e deixem exclusivamente a cargo das vítimas a defesa da sua integridade física e moral.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

RAFA E A SELECÇÃO

 

VIVA RAFA!

Rafa dispensa apresentações. É um jogador único no panorama futebolístico nacional. Com características que nenhum outro jogador tem e que fazem dele um jogador imprescindível em qualquer equipa vencedora. Mesmo no mundo do futebol europeu e sul-americano, Rafa cominua a ser um jogador dificilmente igualável.

Rafa é um jogador tecnicamente perfeito? Não, não é. Se fosse, se tivesse o último passe sem falhas e a finalização com cerca de 100 por cento de êxito, Rafa seria, sem favor, o melhor atacante do mundo neste momento.

Na selecção, das pouquíssimas vezes em que o seleccionador o pôs a jogar, quase sempre na segunda parte e várias vezes a poucos minutos do fim, Rafa cumpriu sempre. Todos nos recordámos do jogo conta a Hungria, em Budapeste, no último Europeu: a equipa portuguesa, não obstante todos os seus craques, não estava a conseguir desbloquear o jogo, Rafa entrou e em escassos dez minutos transformou um frustrante zero a zero numa folgada vitória por três a zero. E o que fez o seleccionador? Pô-lo na bancada no jogo seguinte e também o não chamou na derrota que atirou a selecção portuguesa para uma aleatória eliminatória, que apenas correu bem porque a Itália teve a infelicidade de perder um jogo que poderia ter ganhado por mais de meia dúzia.

Dizendo as coisas como elas são: Rafa não contava para o seleccionador Fernando Santos nem enfileirava no lote de “ronaldetes” que, desde há vários anos, integram a maior parte da equipa das “quinas”. São raríssimos os jogadores presentes na selecção que não reverenciam Ronaldo – somente aqueles que, pela sua presença e prestações nas melhores equipas do mundo e na liga mais competitiva do futebol mundial, não podem deixar de ser convocados e de jogar, se podem dar ao luxo de não pertencer ao clã de Ronaldo, como é o caso, entre outros, de Diogo Jota, Bernardo Silva e João Cancelo. Todavia, qualquer pequeno abaixamento de forma remetê-los-á imediatamente para o banco e depois para casa.

Rafa tem a sua personalidade, que não é arrogante nem impositiva, mas também não é subserviente nem aceita contemporizar com o que não concorda, nem finge ter prazer e felicidade com o que lhe não interessa nada, por mais que apelem à hipocrisia como modo natural da vida em sociedade.

E é com estas características, que o distinguem positivamente como cidadão e como jogador, que resolveu pôr termo à sua relação com a selecção. E ninguém tem nada com isso. Quando muito, apenas e só exprimir pesar por selecção perder (sem nunca verdadeiramente o ter tido) um grandíssimo jogador.

É conveniente deixar desde já bem claro que a comunicação com que Rafa pediu para ser dispensado do estágio em curso da selecção, bem como manifestou a sua indisponibilidade, por razões pessoais, para integrar a selecção nacional são correctíssimas. A comunicação pedindo dispensa do estágio foi dirigida, como não poderia deixar de ser, ao director desportivo da selecção, com conhecimento ao seleccionador e a manifestação da sua indisponibilidade para integrar a selecção foi endereçada, como também não poderia deixar de ser, ao presidente da Federação. Tudo correcto, como correctas igualmente foram as respostas dadas pelas instâncias competentes.

Assim sendo, pouco mais haveria a dizer sobre a posição de Rafa e muito menos apreciações valorativas sobre a sua decisão.

Mas não foi nada disso a que se assistiu. Os comentadores politicamente mais reaccionários afectos ao Porto e ao Sporting, bem como os fanático capazes de passar por cima de todas as suas convicções como cidadãos, tentaram arrasar Rafa com as mais disparatadas comparações, outros vilipendiaram-no com ataques mesquinhos de todo o tipo, tentando a atingir a sua honra  e o seu carácter.

Houve um comentador do Sporting, Carlos Barbosa da Cruz, conhecido pela mediocridade dos seus comentários “jurídicos”, que, numa pose semelhante à dos antigos apaniguados do “fascismo salazarista”, chegou ao ponto de comparar a decisão do Rafa a uma deserção, à fuga ao cumprimento de um dever patriótico, logo susceptível de integrar um crime de “lesa-Pátria”. Outros insultaram-no, como aconteceu com dois “marretas da SIC”, o acaciano Ribeiro Cristóvão eo ressentido e ressabiado David Borges.

Todavia, pior do que tudo isso, pior do que todos os dislates, insinuações, insultos e calúnias de comentadores e jornalistas afectos ao Porto e ao Sporting, está o gravíssimo acto cometido pela administração/direcção da Sport TV que numa decisão sem precedentes na democracia portuguesa expulsou o comentador Jaime Cancela de Abreu por delito de opinião – uma opinião compreensiva e apoiante da decisão de Rafa, uma opinião altamente crítica do comportamento da Federação Portuguesa de Futebol no seu relacionamento com a selecção de futebol e seus jogadores, uma opinião sobre o domínio muito preocupante de Ronaldo na selecção, impondo-se ao treinador/seleccionador, condicionando as convocatórias e a participação dos convocados nos próprios jogos. Um acto que não pode ficar impune. A Sport TV, a sua administração, terá de responder por este perigoso atentado à liberdade de opinião.

Para terminar, Rafa sabe que pode contar com a solidariedade e o apoio dos benfiquistas em tudo quanto diga respeito à sua relação com o futebol. Agora e sempre

quinta-feira, 12 de maio de 2022

A ENTREVISTA DE JORGE JESUS NO BRASIL

 

JORGE JESUS, UM HOMEM SEM QUALIDADES

Jorge Jesus está a viver à custa do Benfica desde o Natal. Verdadeiramente, deve ao Benfica tudo o que lhe tem sido pago. Mas deixemos isto agora.

Como toda a gente ligada ao futebol se recordará, a segunda passagem de Jorge Jesus pelo Benfica foi um completo desastre, sob todos os pontos de vista.

Foi um desastre, porque Vieira trouxe para o clube um treinador que a maior parte dos sócios e dos adeptos não queria. Um homem em quem não confiavam como pessoa nem como técnico.

Foi um desastre, porque para contratar Jorge Jesus, o Benfica teve de pôr de parte o que parecia ser o seu projecto desportivo, para assumir o do treinador, que é, como a anterior passagem de 6 anos já tinha demonstrado, um projecto caro e errático, assente na contratação de muitos jogadores, a maior parte deles sem valia para jogar no Benfica.

Foi ainda um desastre, porque foi uma passagem muitíssimo cara, sem qualquer retorno.

E foi um desastre, fundamentalmente, por ter tido como consequência algo que nunca tinha acontecido ao Benfica: afugentou dos estádios os adeptos benfiquistas em todo o país e pôs os poucos que assistiam aos jogos a apupar a equipa.

E foi, por último, um desastre por o futebol praticado pela equipa ser de fraquíssima qualidade.

Perante este quadro, Jesus se fosse um homem de carácter, teria pedido ao presidente para sair e para lhe perdoar a indemnização de 10 milhões de euros por rompimento do contrato, o que certamente lhe teria sido concedido.

Jesus não o fez, embora tenha reconhecido que já não tinha condições para continuar depois de os jogadores, numa espécie de rebelião, se terem recusado a treinar com ele. Perante esta excepcional ocorrência, Jesus embora reconhecendo que não tinha condições para continuar, exigiu, para sair, que o Benfica lhe pagasse os ordenados até ao fim do contrato.

O que se passou foi isto. O que aconteceu depois de Jesus ter saído até à sua recente viagem ao Brasil, foi a propaganda que os amigos do costume fizeram dele para o tentar colocar num clube “à altura”: Como esse clube não apareceu, nem aparecerá, Jesus atreveu-se a jogar novamente a “carta brasileira” tentando que o Flamengo o contratasse.

O intento saiu-lhe a vários títulos furado. De uma maneira geral todo o meio do comentário desportivo brasileiro se insurgiu contra  as palavras em “Off” que foram vazadas para  a imprensa, segundo as quais ele dava ao Flamengo um prazo curto para o contratar. De outros quadrantes geográficos vieram igualmente palavras de apoio a Paulo Sousa. O próprio treinador do Flamengo numa breve alocução deu uma eloquente e educada resposta a Jorge Jesus que foi muito apreciada no Brasil.

Uns dias depois concedeu uma entrevista à Sport TV, conduzida por um seu amigo, e na qual estavam presentes outros jornalistas e comentadores, durante a qual Jesus foi igual a si próprio: aldrabou factos, omitiu outros tantos por inconvenientes, naquele seu linguajar que lhe tem servido de desculpa para os múltiplos insucessos que tem somado.

Falou da sua primeira passagem pelo Benfica como um período repleto de êxitos.  Na verdade, na ordem interna ganhou o campeonato no ano em que chegou, perdeu muitos pontos, acabando por ser campeão no último jogo num campeonato disputado com o Braga que, por ter perdido, como se disse, o último jogo, ficou a 5 pontos do Benfica.

Ao contrário do que ele disse na entrevista, o Benfica não arrasou em golos (marcou 77 ou 78), nem em pontos, ganhou o campeonato com 76 pontos em 90 possíveis.

Depois, apesar de contar sempre com grandes jogadores, perdeu os três seguintes campeonatos para o FC Porto. E ganhou os outros dois que se seguiram.

A seguir foi para o Sporting, durante três épocas, nas quais apenas ganhou uma Supertaça e uma Taça da Liga. Nada mais.

Na segunda passagem pelo Benfica, com investimento de 100 milhões de euros na primeira época e de várias dezenas na segunda, não ganhou absolutamente NADA. E ficou de ambas as vezes em terceiro lugar.

Na dita entrevista concedida no Brasil, além de ter omitido tudo isto, mentiu deliberadamente quer quando afirmou que foi ele que se demitiu, bem como quando se vangloriou de uns elogios de Guardiola à equipa do Benfica, quando já não era treinador do Benfica, pior ainda nunca defrontou Guardiola enquanto treinador do Benfica nem mesmo ao serviço de qualquer outra equipa. A afirmação já lhe valeu um desenho jocoso que Rui Vitória publicou nas redes sociais, realmente o destinatário dos elogios de Pepe Guardiola. De facto, é preciso ter uma grande lata, sabendo, como não poderia deixar de saber, que nunca jogou contra Guardiola, vir assumir como dirigidos si, elogios que foram dirigidos a outrem.

Depois do futebol que exibiu no Benfica durante quase duas épocas e que pode ser visto e revisto por quem quiser, bem como o seu péssimo relacionamento com os jogadores, é muito difícil que algum grande clubeo possa querer como treinador.

domingo, 16 de janeiro de 2022

BENFICA, UMA DESGRAÇA

 

BENFICA, UMA DESGRAÇA

Nestes tempos de mudança acentuada do futebol jogado no campo, em que novas concepções se estão impondo, o Benfica de ontem, com Jesus, e o de hoje, com Veríssimo, é uma completa desgraça sob todos os aspectos.

Dir-se-á que Veríssimo tem pouco tempo para poder ser julgado, além de ter herdado um plantel de que muito provavelmente não gosta. Apesar de ser verdade, o que se vai vendo, como já se via na equipa B, é a inexistência de qualquer ideia nova que altere a dinâmica da equipa.

Se nada for feito, se a direcção não tiver a competência para fazer as mudanças que se impõem, o Benfica como grande equipa do futebol português está condenado e a um nível mais elevado sonhar com algo diferente não passará disso mesmo: um sonho.

Do ponto de vista do plantel, o Benfica tem de ser remodelado de alto a baixo. O ideal seria vender a maior parte antes que atinjam um valor próximo do zero no mercado de transferências.  As faltas atingem todos os sectores. Assim:

O Benfica precisa de dois guarda-redes, experientes, com percurso em grandes ligas, que saibam jogar com os pés, saibam sair aos cruzamentos, reduzir a profundidade e dêem garantias entre os postes. Depois precisa de um lateral direito moderno, que ataque com critério, que defenda e saiba rematar. Dos que lá estão só será necessário escolher um como suplente. Precisa igualmente de um lateral esquerdo com as mesmas características para competir com Grimaldo. Na linha média pode vendê-los todos, com excepção de Paulo Bernardo que tem meia época â sua frente para demonstrar o que vale. A linha média do Benfica é, desde Fejsa e Samaris se lesionaram, o ponto mais fraco da equipa. O Benfica nunca teve neste século uma linha média tão fraca como a actual. É necessário uma linha média que saiba defender bem, construir bem, romper as linhas adversárias quer com passes verticais quer com jogadas individuais e que além disso saiba rematar e faça golos. A actual linha média do Benfica é das piores da primeira liga, tanto assim que todas as linhas médias que com ela se defrontam todos os domingos a superam inequivocamente. Escolhendo cá dentro bem e lá fora com critério é possível é possível construir uma excelente linha média com pouco dinheiro ou até de graça. O Sporting construiu uma linha média excelente de graça e linha substituta quase de graça. Na frente é preciso perguntar a Rafa porque deixou de tentar furar as linhas adversárias, tendo-se tornado, na ausência dessa funcionalidade, um jogador manifestamente excedentário. Dos médios ala talvez se possa ficar com Everton, que parece mais solto, e com Diogo Gonçalves. Como avançados propriamente ditos, dos quatro que competem entre si talvez se possa vender um e contratar outro na liga portuguesa.

Depois desta limpeza colmatada com o conselho de quem percebe de jogadores e de futebol não de comissões, caberá escolher um treinador em conformidade, assunto muitíssimo mais delicado. De preferência um técnico português que esteja realmente a par do futebol moderno. O campo de recrutamento é vasto e deve ser explorado sem preconceitos. Pode ser alguém da segunda liga ou até do campeonato de Portugal, o importante é que saiba e esteja disposto a trabalhar a sério.

O jogo de ontem, bem como os jogos contra o Porto e contra o Sporting foram uma miséria. Não há, no Benfica,  nenhuma dinâmica que permita chegar ao golo. E como os golos não caem do céu, salvo excepcionalmente, o que aconteceu vai continua a acontecer, porque a maior parte das equipas joga mais do que o Benfica ou, no mínimo, joga o suficiente para o neutralizar.

BENFICA, UM PROJECTO DE MUDANÇA

 

BENFICA, UMA DESGRAÇA

Nestes tempos de mudança acentuada do futebol jogado no campo, em que novas concepções se estão impondo, o Benfica de ontem, com Jesus, e o de hoje, com Veríssimo, é uma completa desgraça sob todos os aspectos.

Dir-se-á que Veríssimo tem pouco tempo para poder ser julgado, além de ter herdado um plantel de que muito provavelmente não gosta. Apesar de ser verdade, o que se vai vendo, como já se via na equipa B, é a inexistência de qualquer ideia nova que altere a dinâmica da equipa.

Se nada for feito, se a direcção não tiver a competência para fazer as mudanças que se impõem, o Benfica como grande equipa do futebol português está condenado e a um nível mais elevado sonhar com algo diferente não passará disso mesmo: um sonho.

Do ponto de vista do plantel, o Benfica tem de ser remodelado de alto a baixo. O ideal seria vender a maior parte antes que atinjam um valor próximo do zero no mercado de transferências.  As faltas atingem todos os sectores. Assim:

O Benfica precisa de dois guarda-redes, experientes, com percurso em grandes ligas, que saibam jogar com os pés, saibam sair aos cruzamentos, reduzir a profundidade e dêem garantias entre os postes. Depois precisa de um lateral direito moderno, que ataque com critério, que defenda e saiba rematar. Dos que lá estão só será necessário escolher um como suplente. Precisa igualmente de um lateral esquerdo com as mesmas características para competir com Grimaldo. Na linha média pode vendê-los todos, com excepção de Paulo Bernardo, que tem meia época â sua frente para demonstrar o que vale. A linha média do Benfica é, desde que Fejsa e Samaris se lesionaram, o ponto mais fraco da equipa. O Benfica nunca teve neste século uma linha média tão fraca como a actual. É necessário uma linha média que saiba defender bem, construir bem, romper as linhas adversárias quer com passes verticais quer com jogadas individuais e que além disso saiba rematar e faça golos. A actual linha média do Benfica é das piores da primeira liga, tanto assim que todas as linhas médias que com ela se defrontam todos os domingos a superam inequivocamente. Escolhendo cá dentro bem e lá fora com critério é possível é possível construir uma excelente linha média com pouco dinheiro ou até de graça. O Sporting construiu uma linha média excelente de graça e a linha substituta quase de graça. Na frente é preciso perguntar a Rafa porque deixou de tentar furar as linhas adversárias, tendo-se tornado, na ausência dessa funcionalidade, um jogador manifestamente excedentário. Dos médios ala talvez se possa ficar com Everton, que parece mais solto, e com Diogo Gonçalves. Como avançados propriamente ditos, dos quatro que competem entre si, talvez se possa vender um e contratar outro na liga portuguesa.

Depois desta limpeza colmatada com o conselho de quem percebe de jogadores e de futebol e não de comissões, caberá escolher um treinador em conformidade, assunto muitíssimo mais delicado. De preferência um técnico português que esteja realmente a par do futebol moderno. O campo de recrutamento é vasto e deve ser explorado sem preconceitos. Pode ser alguém da segunda liga ou até do campeonato de Portugal, o importante é que saiba e esteja disposto a trabalhar a sério.

O jogo de ontem, bem como os jogos contra o Porto e contra o Sporting foram uma miséria. Não há, no Benfica,  nenhuma dinâmica que permita chegar ao golo. E como os golos não caem do céu, salvo excepcionalmente, o que aconteceu vai continua a acontecer, porque a maior parte das equipas joga mais do que o Benfica ou, no mínimo, joga o suficiente para o neutralizar.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

O FUTURO DO BENFICA

 

O QUE TEM DE SER FEITO (Algumas despretensiosas notas)

Vou começar com uma nota que de optimismo nada tem: não sei se há nos órgãos dirigentes do clube e da SAD alguém com competência para planear o futuro do Benfica em consonância com a sua grandeza desportiva, a grandeza que já teve, que perdeu e que precisa de recuperar, interna e externamente, na base de um projecto explicado aos sócios e aos adeptos e a que estes adiram pela excelência do que lhes é proposto e não pelas belas palavras que o possam emoldurar nem pelo benfiquismo de quem o apresenta.

Vamos falar de futebol, deixando as demais modalidades para depois, uma vez devidamente estruturado o que se pretende fazer com o futebol, a principal (ou exclusiva) fonte de receita de clube.

Primeira questão. O Benfica deve continuar a ser um clube de formação – formação de excelência - recrutando os profissionais competentes nas diversas áreas em que a formação se compõe, sem nunca esquecer que a componente cidadã deve integrar essa formação. O Benfica não deve formar apenas jogadores, por melhores que eles sejam, deve também formar cidadãos que integrem na formação da sua personalidade grandes valores do desporto de acordo com as melhores práticas. E deve também, como não poderia deixar de ser, inserir animicamente os formandos nos grandes valores da “mística” e da história do Benfica, alicerçados na grandeza do clube espelhados nas inúmeras vitórias que integram a sua história. A formação não poderá ser um simples albergue de futuros profissionais de futebol que passam pelo Benfica em busca de um sonhado futuro melhor, mas de formandos empenhados na representação do Benfica, como primeiro objectivo, independentemente do que possa acontecer depois.

Em segundo lugar, a formação dos jogadores de futebol deve orientar-se e assentar no modelo de jogo que se pretende que o Benfica pratique, em estreita consonância com a prática seguida pela equipa principal. Um modelo do clube e não mais um modelo do treinador.

Terceira questão, será da responsabilidade da direcção, da sua estrutura directiva para o futebol, a escolha dos jogadores e do treinador. O treinador terá de ser encarado como um empregado do clube, com autonomia técnica, porém subordinada a uma ideia de jogo que faz parte da natureza do clube, também ela alicerçada na sua história. O respeito por este pressuposto exige que haja doravante a maior cautela nessa contratação. O Benfica jamais poderá acolher nas suas fileiras um treinador que domine a estrutura técnica do futebol, imponha o seu modelo de jogo qualquer que ele seja, nem ter a palavra definitiva sobre a contratação de jogadores e muito menos admitir-se a contratação de um treinador que actue de acordo com os seus subjectivos e irracionais “estados de alma” quer eles se caracterizem pela “embirração” com certos jogadores quer pelo seus “amores” relativamente a outros. A sua actuação terá de ser estritamente profissional e indiferente a esses estados de alma.

Quarta questão, terá de ser altamente competente do ponto de vista técnico a estrutura dirigente do futebol profissional integrada pelo presidente do clube e pelo director desportivo, um profissional de reconhecidos méritos, identificado com os objectivos do clube. Não basta o “benfiquismo” nem a sua paixão clubística – é preciso muito mais. Da estrutura directiva do clube fará parte um técnico-adjunto, escolhido pelo Benfica, que integrará a equipa técnica do treinador.

Creio que terá de ser dentro desta e doutras linhas que se deverá começar a organizar o novo Benfica, sem ambiguidades oportunistas no seu percurso. Se o passado serve para alguma coisa, essa “alguma coisa” terá de consistir na erradicação de erros recorrentes e na “impossibilidade” da sua repetição. De qualquer modo, depois de tudo o que se tem passado nestes últimos anos, seria inadmissível que os órgãos dirigentes do Benfica se não inspirassem nos grandes clubes europeus como modelo a seguir em todos os domínios, e esquecer de vez que não será à custa de capitais alheios, sejam eles árabes, asiáticos ou americanos, que Benfica recuperará a sua grandeza.

Como o caminho se faz caminhando, a direcção do Benfica deverá imediatamente demitir o treinador principal e os membros da sua equipa técnica que não se integrem nas futuras linhas programáticas, sendo o treinador principal advertido de que o despedimento será feito com base em “justa causa” (assunto a tratar à parte, noutro post).

A substituição do actual treinador há-de ser inspirada no novo modelo a criar no clube sem prejuízo, nesta emergência, da natureza temporária (até ao fim da época) e experimental do que agora for escolhido. Se é verdade que uma contratação com estas características corre alguns riscos, não é menos verdade que uma contratação por mais tempo, feita um pouco à pressa, corre riscos muito maiores. Tem de ser contratado um treinador moderno, que compreenda a dinâmica do futebol moderno, capaz de a explicar à direcção de forma convincente e não mais uma contratação que se apresente com o simples projecto de vencer, “arrasando” ou não os adversários. Isso é conversa de ignorante na qual o Benfica não pode mais embarcar. Quando se fala em futebol moderno quer-se dizer o futebol praticado pelas melhores equipas europeias, que embora tenham pontos comuns entre elas, têm diferenças assinaláveis, cujas matrizes se poderiam agrupar nos seguintes exemplos : a) Liverpool e Bayern; b) Manchester City e c) Chelsea, sendo que, de acordo com a história do Benfica, o que parece melhor ajustar-se à paixão dos seus adeptos e ao modelo de jogo que melhor a serve e os serve é o do Liverpool/Bayern de Munique.

 

PAULO SOUSA, O MESMO DE SEMPRE

 PAULO SOUSA 

Que Paulo Sousa é um profissional de pouco carácter para quem a palavra dada conta pouco e o reconhecimento é um conceito sem conteúdo já todos os benfiquistas o sabiam. Na sua personalidade não figura a gratidão como valor humano. Para ele o que conta é o dinheiro.

O que está em causa no seu comportamento é o modo como actua: o completo desprezo pela entidade a que contratualmente está ligado, pelos amigos que o contrataram e nele confiaram. Já assim fez com o Benfica e agora com a Polónia.

Desta vez, porém, o seu gesto teve outra repercussão e o que por todo lado ecoa é uma reprovação sem reticências do seu comportamento. O Benfica está, finalmente, vingado pelo repúdio generalizado da sua atitude. Ainda bem !