domingo, 24 de abril de 2011

BENFICA - UMA VITÓRIA QUE NÃO EMPOLGA




FESTEJOS FÚNEBRES


O Benfica ganhou a Taça da Liga, mas ninguém considerou o feito importante. É a competição sem prestígio na qual é preciso estabelecer sanções para obrigar as equipas a actuar com um mínimo de titulares. E depois do que se passou no Campeonato e na Taça de Portugal, ganhar ao Paços de Ferreira era o mínimo que se poderia exigir.
Mesmo assim foi uma vitória sofrida, sem brilho e pela tangente. Não que o Paços de Ferreira tivesse criado grandes oportunidades ou tivesse suplantado o Benfica durante os noventa minutos de jogo, mas exactamente por o Benfica não ter ultrapassado a mediania perante uma equipa que não dispõe dos mesmos argumentos.
Na primeira meia hora, o Benfica ainda jogou algo que se visse. Tanto assim que marcou dois golos, um por Jara de cabeça, na sequência de uma jogada de Coentrão e outro por Javi numa bola parada marcada por Martins, mas depois foi caindo gradualmente. No segundo tempo, Luisão num lance infeliz fez auto golo e a partir daí o Benfica pensou muito mais em defender-se do que em aumentar a diferença. E embora o Paços não tivesse disposto de uma clara oportunidade de golo, um certo pendor defensivo do Benfica irritou os adeptos, que não estavam mesmo nada dispostos a esquecer o que se passou contra o Porto por duas vezes em menos de quinze dias. Só uma grande exibição da equipa restituiria a alegria às bancadas e a confiança aos jogadores.
Como isso não aconteceu, os festejos foram tudo menos alegres ou vibrantes. Ganhou, cumpriu a obrigação, mas ninguém reconheceu mérito no feito.
A equipa constitua instável e improdutiva. Psicologicamente foi-se abaixo e há jogadores que já não deveriam alinhar há alguns jogos. O primeiro é Cardozo, que não se percebe bem o que anda a fazer em campo. E para que se percebesse, Jesus, no seu português muito especial, disse que o Cardozo ficava em campo para apoiar nas “estratégias defensivas”!
Saviola também não está bem há muito tempo e não se percebe se não está bem porque Cardozo está péssimo ou se é antes por razões que lhe são inerentes.
Já há muito que Jesus com os jogadores que tem deveria ter tentado dar uma resposta a isto, colocando na frente outro jogador em vez de Cardozo e se mesmo assim Saviola continuasse em baixo substituí-lo também. Não se percebe, ninguém percebe, por que não joga Weldon e o treinador também não explica.
O que o treinador explica são outras coisas, como esta: os jogadores estavam cansados; não tiveram três dias de descanso para recuperar; havia muitos jogadores nos limites; então, como havia muitos, esperou até ao minuto 88 para ver o que estava mais cansado e fazer a respectiva substituição! A gente ouve e não acredita…
Nos adeptos e nos espectadores ficou a convicção – daí os assobios e a irritação – de que o Benfica não dispõe de argumentos para alcançar a final da Liga Europa e de que o treinador está um deserto de ideias. Quinta-feira, já se verá como vai ser…
O árbitro, Pedro Proença, como quase sempre que apita o Benfica, só faz asneira. Se é de propósito ou não, ele o saberá. Inventou um penalty a favor do Paços, por falta de Maxi que só ele viu. E cerca de doze minutos mais tarde não marcou um penalty por falta sobre Saviola que somente ele não viu!
Se Proença apitar na próxima quarta-feira o Real Madrid Barcelona, há todas as razões para supor que se irá assistir a uma segunda edição do Inter-Barça do ano passado, apitado pelo Benquerença…
Quanto aos jogadores do Benfica, realce para Moreira, que defendeu um penalty, e esteve sempre bem – se a forma fosse o único critério que conta, ele seria escolhido para a meia-final de quinta-feira. Só que outros valores mais altos se alevantam…
Realce também para Aimar que jogou com garra e com vontade de ganhar; assim como Carlos Martins. De Coentrão nem adianta falar tal é o empenho, a vontade e a classe que põe em todos os jogos.

Sem comentários: