segunda-feira, 28 de novembro de 2011

AINDA O VANDALISMO DOS ADEPTOS DO SPORTING

O BENFICA DEVE AGIR COM FIRMEZA



O Benfica faz mal em circunscrever a responsabilidade do que no sábado passado se passou na Luz a unicamente às declarações de um vice-presidente do clube de Alvalade. No Sporting todos têm culpa. Desde o presidente e restantes membros da direcção aos comentadores desportivos do clube todos são responsáveis.

Alias, a primeira medida que o Benfica deveria tomar na área da comunicação social era a de solicitar o afastamento dos comentadores que em seu nome participam naqueles espectáculos semanais para atrasados mentais, deixando o clube sem qualquer representatividade. Sem o Benfica tais programas não teriam qualquer hipótese de existir. Se tais comentadores se recusassem a seguir a orientação preconizada pela direcção, esta deveria pura e simplesmente desautorizá-los, estudando inclusive a hipótese de os expulsar de associados pelos prejuízos que a sua presença em programas daquela indigência causa ao clube e ao futebol em geral.

Por outro lado, como aqui já se preconizou, o Benfica deveria também actuar implacavelmente contra o Sporting, tanto no plano disciplinar como financeiro. Tudo indica que o Benfica está a tentar encontrar um bode expiatório, isolando-o para mais facilmente irresponsabilizar os demais,  e a circunscrever os danos materiais e desportivos ao mínimo admissível.

Razões para tal comportamento somente quem conhece as coisas por dentro as poderá explicitar, pois já se sabe que o futebol tem razões que o comum dos mortais desconhece.

O receio que os adeptos do Benfica possam fazer outro tanto em Alvalade não tem razão de ser, já que as claques do clube só poderão assistir ao jogo se os bilhetes forem por ele solicitados. Além de que o Benfica não precisa de apoiantes para jogar em Alvalade.

Este bate-boca que se está a passar entre os dirigentes dos dois clubes não faz o menor sentido por parte do Benfica. Uma simples declaração, firme, abrangente e implacável, teria sido suficiente. O mais importante viria depois, actuando por escrito e por palavras nos locais competentes.

Quanto à rede onde os adeptos do Sporting foram obrigados a ver o jogo, bem como à vigilância da policial, o Benfica só tem que demonstrar, citando as fontes legais e regulamentares aplicáveis, que a sua actuação é legalmente correcta; e quanto à polícia, só tem que exigir que esta explique como é que os adeptos do Sporting tinham, à mão, material incendiário susceptível de utilização durante ou no fim do jogo. Nada mais!

As consequências serão depois retiradas noutro lado.

domingo, 27 de novembro de 2011

VANDALISMO DOS ADEPTOS DO SPORTING NA LUZ

DERROTADOS, VINGAM-SE NO ESTÁDIO

Fogo foi extinto pelos bombeiros


Depois de um grande espectáculo de futebol, apenas ensombrado por uma arbitragem desprovida de senso comum, os adeptos leoninos deixaram na Luz um rasto de violência incendiária a que não pode considerar-se alheio o clima que desde há muito vem sendo criado nas televisões pelos comentadores leoninos.

Primeiro, foi a campanha desabrida contra a arbitragem, tanto mais inadmissível quanto é certo ser o Sporting um clube altamente beneficiado; depois, a sistemática campanha de anti-benfiquismo primário que esses mesmos comentadores em doses apreciáveis de ódio e despeito vão semeando todas as semanas.

Acresce a tudo isto uma direcção leonina que sempre que intervém é para, em voz alta, semear a desordem entre os desportistas, como a semana que ontem findou exemplarmente demonstrou.

O Sporting deveria ser severamente castigado pelo vandalismo dos seus adeptos, pelo clima de incitação à violência criado em redor do jogo, sob pena de incidentes deste género abrirem a porta a retaliações igualmente condenáveis e tão bárbaras quanto as cometidas pelos sportinguistas.

Além da indemnização pelos danos causados, que o Benfica deverá exigir até ao último cêntimo, pouco mais acontecerá ao Sporting, infelizmente. O Regulamento da Liga, por culpa de todos os clubes – ou, pelo menos, da maioria dos clubes, é extremamente benevolente em casos deste género.

No que respeita ao jogo, a conversa já tem de ser diferente. O Sporting apresentou-se na Luz como equipa disposta a bater-se com o Benfica de igual para igual. Pela primeira vez esta época, o Sporting jogou contra uma grande equipa e demonstrou estar à altura das exigências de um candidato ao título.

Foi do Sporting o primeiro grande remate com algum perigo às redes do Benfica, a que a equipa da Luz logo respondeu com um remate extraordinário, ao poste, de Gaitan. Durante toda a primeira parte o Benfica foi sempre a equipa mais perigosa, sem que isso signifique que estivesse a dominar a equipa adversária, não sendo, portanto, de estranhar que perto do intervalo tivesse marcado, na sequência de um canto, por Javi Garcia.

Na segunda parte, o jogo continuou no mesmo tom, com o Benfica ligeiramente por cima. Cardozo, a passe de Aimar, numa série de fintas sobre a linha da grande área sportinguista, proporcionou a Rui Patrício a defesa da noite.

Logo a seguir, numa jogada dividida entre Cardozo e o defesa central do Sporting, Cardozo caiu desamparado e protestou indignado por o árbitro nada ter assinalado, quando antes em circunstâncias semelhantes tinha sempre apitado falta contra o Benfica. E mais do que semelhantes: na primeira parte exibiu um cartão amarelo a Aimar por simulação de Insua. Pois bem: o árbitro não esteve para contemplações e mostrou a Cardozo o segundo cartão amarelo, por protestos. Em nenhum outro jogo desta importância, fosse na Inglaterra, na Espanha ou na Itália, se veria semelhante coisa. Foi manifestamente um cartão para prejudicar o Benfica. Se o árbitro o fez por imprudência ou por outra razão, somente ele o poderá dizer.

Com o Benfica reduzido a dez unidades a partir dos quinze minutos da segunda parte, o Sporting atacou mais e o Benfica teve de defender-se durante mais tempo do que aquilo que seria normal noutras circunstâncias. Atacar mais nem sempre significa estar mais perto de marcar. E foi isso o que aconteceu: o Benfica não se desuniu, Rodrigo entrou para o lugar de Aimar – mais uma grande exibição -, mais tarde Ruben Amorim substituiu Gaitan, extenuado, e o Sporting só por duas vezes criou real perigo. Da primeira vez numa cabeçada a centro de João Pereira a que Artur correspondeu com uma grande defesa. E da outra vez numa displicência desse mesmo Artur (em regra, tão seguro) que, podendo ter apanhado calmamente uma bola que seguia na direcção da linha de fundo, deixou que um avançado do Sporting a dominasse e rematasse de pronto. Artur defendeu, mas a recarga, em posição frontal, só não foi golo por sorte.

Gaitan nos últimos minutos que esteve em jogo ainda voltou a rematar à trave na marcação de um canto e Rodrigo, já no fim do jogo, a passe de Nolito, que entretanto entrara em substituição de Bruno César, isolou-se, mas mais uma vez perdeu no um para um contra o guarda-redes. Rodrigo é forte na área e na movimentação atacante, mas não se sente à vontade quando tem pela frente apenas o guarda-redes. Tem de treinar mais esse lance.

E não há muito mais a dizer sobre o jogo. Foi uma vitória sofrida, mas justa. Mas o Sporting está aí para a luta. Se os da frente facilitarem, o Sporting chegará lá.
 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O BENFICA NOS OITAVOS DE FINAL DA LIGA DOS CAMPEÕES



EMPATE A DOIS GOLOS EM OLD TRAFFORD

O Benfica não poderia ter começado melhor o jogo desta noite, em Manchester. Logo aos três minutos, numa excelente jogada do meio campo benfiquista, Gaitan cruzou para o segundo poste, na direcção de Rodrigo, mas a bola foi interceptada por Jones, fazendo-a entrar directamente na sua própria baliza.  

Este golo perturbou claramente os “red devils” e mais perturbados ficaram quando Bruno César, poucos minutos depois, falhou por pouco o segundo golo num excelente remate cruzado.

Até à meia hora o Benfica jogou tranquilo, com classe. A partir da meia hora o Manchester começou a crescer, muito por influência de Nani , e muito naturalmente marcou. Nani cruzou e Barbatov elevou-se bem entre os centrais do Benfica, marcando um excelente golo de cabeça.

A partir daí o Manchester cresceu ainda mais, Old Trafford passou a ouvir-se, e a equipa que estamos habituados a ver passou a estar presente.

Depois do intervalo manteve-se a pressão dos ingleses. Luisão lesionou-se aos 58 minutos e pouco depois o Manchester marcou por Flechter. Um golo que se justifica pelo domínio que vinha sendo exercido.

Mas logo a seguir deu-se o empate. Num ataque do Benfica De Gea repôs a bola em jogo com alguma atrapalhação (aliás, o guarda-redes do Manchester nunca esteve calmo durante a partida), Bruno César recuperou-a, correu pelo lado esquerdo do campo, centrou na direcção de Rodrigo, um defesa do Manchester interceptou o centro, e a bola sobrou para Aimar que fez golo.

Restabelecido o empate, o Benfica respirou durante largos minutos. E até o “problema Luisão” que estava a preocupar a equipa dentro e fora do campo ficou resolvido. Miguel Vítor entrou confiante e cumpriu.

Matic substituiu Gaitan e o Benfica ganhou muita consistência no meio campo. Por duas vezes o Manchester esteve à beira de voltar a marcar, uma por Berbatov, que rematou por cima, e outra num remate dentro da área a que Artur correspondeu com uma excelente defesa.

Antes de o jogo acabar, Rodrigo, numa jogada individual dentro da área, poderia ter feito golo.

No Benfica valeu sobretudo o colectivo. Mas houve vários jogadores que sobressaíram: Witsel, Aimar e Artur foram porventura os que mais brilharam, embora num jogo como o de hoje seja um pouco injusto realçar uns em detrimento de outros.

A arbitragem esteve bem. E os jogadores, com excepção de Fábio, também souberam facilitar as coisas sem prejuízo do empenho que punham na luta. É certo que o golo de Berbatov foi marcado em fora de jogo, mas num jogo em que houve tantos, todos do lado do Manchester, e alguns até bem mais perigosos para o Benfica, tem de se aceitar com tranquilidade um erro difícil de analisar.

Fica na exclusiva dependência do Benfica ficar no primeiro lugar do Grupo. O Manchester, pelo contrário, corre o risco de não ser apurado, se não pontuar em Basileia.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DA QUALIFICAÇÃO PARA O EURO AOS JOGOS DA TAÇA

 


O SPORTING AFIRMA-SE

Depois da qualificação para o Euro 2012 assistiu-se a mais uma demonstração da falta de maturidade de Paulo Bento ou talvez a uma indesmentível falta de classe.

Paulo Bento andou mal quando antes do jogo se referiu a Bosingwa nos termos em que o fez. Levou a resposta do jogador. Paulo Bento voltou à carga, desmentindo factos que pela sua autenticidade formal não podem ser desmentidos. E depois foi arrogante na hora da vitória.

Não aprendeu nada com os erros de Queiroz nem tão-pouco com a maturidade de Scolari. Entrou numa “conversa de comadres” da qual se saiu mal.

A exuberância de sentimentos que exibiu por eliminar a Bósnia no play off só se compreende pela imensa pressão e intranquilidade a que estava submetido. Lá mais para o Verão vai perceber que não haverá motivos para festejos tão exuberantes se não resolver os problemas da defesa portuguesa. E seguramente não os vai resolver com os jogadores que tem jogado.

Entretanto, virou-se a página da selecção e voltou-se às competições domésticas. Para que a transição não fosse muito brusca, começou-se pela Taça de Portugal, prosseguir-se-á pelas competições europeias e só depois se regressará ao campeonato.

O primeiro a entrar em cena, numa verdadeira “batalha naval”, foi o Benfica na Figueira da Foz. Foi um jogo disputado em condições climatéricas impróprias para o futebol. Alguém já viu disputar um jogo naquelas condições na Inglaterra? Ninguém, qualquer que seja a divisão. Aqui o jogo tem sempre que se fazer, porque o futebol cá da terra exige vários dias de intervalo entre os jogos. E como não há dias…tem de se jogar.

O Benfica ganhou com mais um golo de Rodrigo, acabado de entrar, quando faltavam poucos minutos para terminar. Ganhou como poderia ter perdido. Não porque a Naval tivesse jogado mais, mas porque, se tivesse marcado, como esteve perto de acontecer, ia ser muito difícil recuperar.

Outra coisa que também ninguém compreende, mas esta diz exclusivamente respeito ao Benfica, é saber por que razão Jesus pôs Aimar a jogar naquelas condições climatéricas.

No dia seguinte, sábado, o Porto exibiu o lado mais evidente da crise que desde o princípio da época o acompanha. Hoje o Porto é uma equipa desfeita. Tão desfeita como noutras épocas se tem visto o Benfica e o Sporting. Houve lances sobre os quais não vale a pena insistir que são elucidativos desse clima de desagregação que percorre a equipa. Não se sabe se é a competência técnica, puramente futebolística, do treinador que está em défice; o que se sabe é que com aquele treinador os jogadores só podem regredir ainda mais.

Também não adianta saber onde estão os culpados.   O estado de espírito de uma equipa é uma questão muito complexa na qual intervêm múltiplos factores. E pode muito bem até acontecer que o principal não tenha nada a ver com o treinador, mas antes com uma espécie de síndrome de sucesso alcançado que os jogadores podem sentir por saberem que, para alguns deles, o Porto é uma equipa de passagem. Ou seja, já fizeram o que tinham de fazer. Este ano já estão a mais…

Inutilmente se argumentará que este estado de espírito acabará por os prejudicar a eles tanto ou mais do que ao clube. Argumentação racional inútil para um problema do foro puramente emocional.

Mas o que se está a passar com o Porto é também um teste à competência de Pinto da Costa. Será que Pinto da Costa já interiorizou todas as consequências de não ter uma equipa fundamentalmente constituída por jogadores recrutados entre Caxinas e a Madalena?

No domingo, o Sporting eliminou o Braga num jogo interessante em que o Braga não foi feliz. Mais do que discutir o eventual off side de Capel ou as entradas de Polga, o que importa sublinhar é a sorte que costuma acompanhar as equipas vencedoras, sorte da qual o Sporting, esta época, tem sido muitas vezes protagonista.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PORTUGAL QUALIFICADO PARA O EURO 2012

VITÓRIA SOBRE A BÓSNIA POR 6-2

Portugal no pote 3, com Croácia, Grécia e Suécia (SAPO)



Depois de um começo desastroso no grupo de apuramento, a selecção portuguesa de futebol, sob direcção da nova equipa técnica a partir da terceira jornada, venceu com relativa facilidade, e nalguns casos até com certo brilhantismo, os cinco encontros seguintes, mas voltou a claudicar no derradeiro, contra a Dinamarca, no qual lhe bastava um empate para se qualificar directamente.

Não o obteve. Perdeu o jogo e até poderia ter sido goleada pondo inclusive em causa o segundo lugar. Não foi, por sorte, e qualificou-se para o play off, cabendo-lhe defrontar a Bósnia-Herzegovina.

No primeiro jogo, disputado na “muçulmana” Zelica, Portugal jogou bem no primeiro tempo e poderia logo aí ter decidido a eliminatória. Não aconteceu. No segundo tempo, em certas fases do jogo, a Bósnia foi superior, mas sem nunca ameaçar a superioridade portuguesa. O jogo terminou empatado 0-0 e o “tira-teimas” ficou adiado para quatro dias depois, no Estádio da Luz, em Lisboa.

E ontem, nesse jogo da segunda mão contra a Bósnia-Herzegovina, Portugal ganhou, goleando por 6-2.

O resultado espelha de certa forma a diferença entre as duas equipas. Não é que a Bósnia não tenha alguns excelentes jogadores. Tem. O que acontece é que nem sempre as equipas “jugoslavas” têm um futebol condizente com a categoria dos seus jogadores.

E a equipa portuguesa, apesar de não ter contado com todos aqueles que têm categoria para jogar na selecção, por rejeição de alguns deles por parte de Paulo Bento, não teve dificuldade em colocar-se em vencedora, logo nos primeiros minutos de jogo, mercê de um excelente golo de Ronaldo, marcado a cerca de trinta metros de livre directo, depois de pouco antes Meireles ter falhado incrivelmente um “golo certo”, rematando ao lado.

Mais uns minutos, e Nani, que nem sempre tem jogado na selecção o que joga no Manchester United, fez um daqueles remates com que costuma entusiasmar Old Trafford, marcando o segundo. Um grande golo.

Tudo parecia inclinado para uma vitória fácil e folgada, sem sobressaltos. Mas não. Num cruzamento para a área portuguesa, Coentrão saltou com o braço no ar, um pouco à semelhança dos jogadores de andebol, e fez penalty. Foi o 2-1.

No Estádio da Luz pairou o espectro do empate. Logo da eliminação de Portugal. Não porque a Bósnia estivesse a reagir à supremacia portuguesa, mas porque da segunda vez que foi área adversa marcou um golo. Entretanto, a primeira parte terminou.

Na segunda parte, Cristiano Ronaldo, com um novo golo, tornou as coisas fáceis, restabelecendo uma diferença tranquilizante. E mais fáceis ficaram, porque na sequência desse golo, Lulic foi expulso por ter protestado fora de jogo de Ronaldo. A RTP não parou a jogada, nem traçou a tal linha para se perceber se Ronaldo estava ou não em jogo. Nas poucas repetições que passou, uma vezes parecia que sim, outras que não, consoante o ângulo de visão.

Mesmo assim, com dez e a perder por dois de diferença, os bósnios reagiram e marcaram o segundo – um golo também protestado pelos portugueses por alegado fora de jogo. A RTP também não esclareceu, embora nas repetições parecesse que Pepe estava a pôr o adversário em jogo.

A partir daí a selecção portuguesa resolveu tirar todas as dúvidas, mandando no jogo, sem apelo nem agravo. Marcou mais três golos, dois dos quais por Postiga e outro por Veloso num livre directo muito bem executado, que os bósnios estavam manifestamente a contar que fosse marcado por Ronaldo.

No fim, uma grande festa: dos jogadores, da equipa técnica, dos jornalistas e, compreensivelmente, do público.

Que dizer mais? Em primeiro lugar, que as debilidades da equipa se mantém. Há jogos em que se notam menos, como ontem, outras em que se notam mais. Mas estão lá. Há jogadores que não têm categoria para jogar na selecção. Há outros que podem jogar muito mais, como é o caso de Coentrão – que está a ser vítima das “exigências tácticas de Mourinho no RM – e de Nani. E há problemas de posicionamento táctico da equipa em campo que não auguram nada de bom.

A selecção portuguesa sofreu doze golos na fase de grupo, um golo e meio por jogo, o que, a manter-se, desde logo torna inviável qualquer bom resultado na fase final. Dir-se-á que cinco desses golos foram marcados, em apenas dois jogos, sob a direcção da anterior equipa técnica. É verdade. Mas também é verdade que sob a “gestão” Paulo Bento, a equipa sofreu nove golos em sete jogos oficiais. É muito golo sofrido. Algo está mal. E quando isso acontece na defesa a culpa é do treinador pelo menos em setenta por cento, como dizem alguns técnicos. Logo, as perspectivas não são boas…

A “festa da vitória” compreende-se pela enorme pressão que havia sido posta no jogo e pelos riscos que o mesmo implicava, mas é manifestamente desproporcionada face à valia do adversário – a Bósnia, essa “coisa” amputada da Jugoslávia para satisfazer interesses geoestratégicos de uma certa potência europeia…

sábado, 12 de novembro de 2011

PORTUGAL EMPATA NA BÓSNIA A ZERO


E O PLAY OFF CONTINUA EM ABERTO
Cristiano Ronaldo: "não era um relvado era uma horta"

A primeira parte até foi bastante melhor do que aquilo que tem sido hábito, apesar de os médios continuarem a distribuir pouco jogo e de João Pereira não ter combinado uma única jogada com o Nani, pelo lado direito.

Ou seja, apesar das debilidades habituais da selecção (linha média pouco criativa e um defesa direito sem categoria), tudo correu muito melhor, porque o Pepe jogou muito bem – e nem sequer utilizou as habituais brutalidades que costuma pôr em campo – e o Ronaldo deu um grande fôlego à equipa durante toda a primeira parte, bem apoiado por Coentrão, apesar de longe do fulgor que exibia no Benfica.

Se Ronaldo tivesse tido um pouco mais de sorte e se a equipa tivesse um ponta de lança a sério, Portugal teria ido para o intervalo com a eliminatória quase resolvida. Não foi. Foi com um empate a zero, sem que a Bósnia tivesse feito mais do que um remate e, mesmo assim, sem perigo.

Na segunda parte o jogo mudou. A Bósnia apareceu muito mais no meio campo e na grande área de Portugal sem, contudo, causar muito perigo, salvo numa ocasião em que João Pereira não acompanhou a defesa, deixando isolado um avançado bósnio.

Ronaldo não pôde fazer na segunda parte o que fez na primeira. Não era humanamente exigível. O problema está em ele sentir que tem de fazer quase tudo e como obviamente não consegue vai-se desgastando, perdendo força e lucidez. A sua quebra foi a quebra da selecção.

Um simples jogo não dá para concluir que a selecção da Bósnia seja hoje melhor ou muito melhor do que há dois anos. Mas dá para ter a certeza de que vai ser uma equipa muito perigosos na Luz. Porventura mais do que em Zenica. Porquê? Antes de mais porque, numa eliminatória, o resultado de zero a zero é um bom resultado para quem joga em casa, quando entre as equipas em confronto não há um grande desnível. A Bósnia vai certamente tentar aproveitar as potencialidades que um campo mais largo e mais bem tratado, como o da Luz, oferece a quem gosta de jogar em contra-ataque, para dizer à maneira antiga.

Portanto, a eliminatória está longe de estar ganha, apesar de a exibição, na primeira parte, ter estado muito acima do que ultimamente tem sido habitual. Mas nem por isso as debilidades da selecção deixaram de vir à luz do dia.

Vale a pena insistir nelas: um guarda-redes que não sabe jogar com os pés e não dá confiança à equipa; um defesa direito sem classe; uma linha média sem fulgor, principalmente em consequência do abaixamento de forma de Meireles; e um ponta de lança que não existe.

Em conclusão: a “cabeça” de Paulo Bento continua a prémio por culpa própria…

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PAULO BENTO COMPLICA A VIDA À SELECÇÃO



E BOSINGWA CONTRA-ATACA



Desnecessariamente Paulo Bento foi acender uma fogueira em que se pode queimar. Sem que nada o exigisse, o seleccionador nacional achou por bem clarificar que Bosingwa foi preterido por não reunir as qualidades emocionais e mentais necessárias para jogar na selecção.

Ora este juízo do seleccionador de forma alguma tinha de ser evidenciado nestes termos. Embora muita gente se pergunta por que razão é Bosingwa preterido por um jogador como João Pereira, Paulo Bento tinha apenas, se quisesse responder, de dar a resposta habitual neste tipo de situações.

Ao especificar, acabou pondo em cheque a personalidade de Bosingwa que, como profissional de futebol que é, tinha e tem todo o direito de se defender contra quem publicamente o deprecia.

E Paulo Bento levou que contar. O jogador do Chelsea não se esqueceu de lhe lembrar o longo castigo que lhe foi aplicado no Euro 2000 pelo seu comportamento no final do jogo contra a França, bem como os sucessivos conflitos que criou no Sporting com vários jogadores, logo diligentemente enumerados  pelo repórter da Bola.

De facto, Paulo Bento tem problemas de relacionamento porventura resultantes de não ter uma presença, como técnico, que se imponha por si.

Escusado será dizer que depois de tudo o que se passou e de ter insistido numa convocatória semelhante à do último jogo, Paulo Bento joga o seu próximo futuro – e seguramente o seu futuro na selecção – no play off contra a Bósnia. Portanto, esta deveria ter sido mais uma razão para ser prudente nas palavras e criterioso nas escolhas.

Não foi numa coisa nem noutra. Oxalá o resultado do jogo de sexta-feira o contradiga…

COMENTÁRIO (ATRASADO) DA ÚLTIMA JORNADA


E DA DA LIGA EUROPA



A jornada dez começou com o empate do Porto em Olhão. Logo se percebeu que tal resultado iria mais uma vez dar lugar a um número incalculável de críticas quer teriam como principal alvo Vítor Pereira, já acusado pelos adeptos do Porto de estar a destruir uma grande equipa.

Podem dizer o que quiserem, mas a verdade é que empatar em Olhão não tem nada de excepcional, antes de mais por o Olhanense estar a fazer um excelente campeonato.

Mas se o Porto não ganhou terá sido por culpa do treinador? Porque não dizem antes que o guarda-redes do Olhanense fez uma defesa espectacular no penalty marcado por Hulk. Aliás, Hulk teve uma segunda oportunidade: falhou a recarga, aparentemente mais fácil do que o próprio penalty.

O Porto até poderia ter perdido, mas não seria justo. Se não jogou para ganhar, também não jogou para perder.

No dia seguinte o Benfica jogou em Braga. Uma deslocação difícil. Ao serviço do Benfica Jesus nunca lá ganhou.

O Benfica parece não ter entrado tão afoito como noutras ocasiões. Dizem alguns que entrou com excessivas cautelas. Talvez, mas também ninguém esquece que o ano passado perdeu lá por duas vezes.

Pedro Proença, mais uma vez, não teve qualquer dúvida em assinalar um penalty contra o Benfica numa jogada que, interpretada à luz do que dizem as regras, não justifica a grande penalidade. Pois é: Pedro Proença não teve dificuldade em ver o que na quarta-feira da semana passada seis olhos, em cima da jogada, não conseguiram ver – uma verdadeira defesa com a mão, dentro da área, de um jogador do Basileia para impedir um cruzamento perigoso de Maxi.

O Braga marcou e a luz do estádio faltou pouco depois. E faltou mais uma vez e outra vez, destruindo completamente o ritmo de jogo, enervando a equipa perdedora e dando tempo de descanso à equipa mais saturada.

Em Braga, nos últimos tempos acontecem coisas estranhas. Há dois ano foi uma agressão a Cardozo e tentativa de agressão a outros jogadores no túnel de acesso aos balneários. A época passada foi aquele teatro do Allan para expulsar Javi Garcia. O mesmo Allan que este ano já veio acusar Javi de o ter insultado. Mas que credibilidade tem um jogador que não tem qualquer problema em desvirtuar a verdade desportiva com uma simulação dolosa?  

O Benfica lá empatou num remate com alguma sorte e até poderia ter ganho se Rodrigo, que já marcou muitos golos, não tivesse falhado, mais uma vez, uma bola de golo.

No dia seguinte jogou o Sporting contra a União de Leiria. Jogou e não convenceu. Acabou por ganhar por 3-1, mas o resultado não espelha o que se passou em campo antes reflecte uma actuação desastrada do árbitro. Mais uma.

De facto, João Pereira – mais uma vez! – deveria ter sido expulso por ter pisado deliberadamente um adversário. Este ano não há sumaríssimos? Mas há mais. O segundo golo do Sporting foi precedido de falta de Capel, falta que só uma televisão mostrou e apenas uma vez. Finalmente, o penalty, no final do jogo, contra o Leiria e a respectiva expulsão, constituem um inacreditável exagero. Mesmo que houvesse penalty – e não houve – nunca uma mão naquelas circunstâncias implicaria expulsão.

Não há dúvida este Sporting sabe o que anda a fazer.

Antes da Jornada para o campeonato nacional, o Braga e o Sporting jogaram a quarta ronda da Liga Europa.

O Braga jogou em casa e ganhou por 5-1, tendo ascendido ao primeiro lugar juntamente com o Birmingham e o Bruges, todos com 7 pontos, reforçando com esta vitória a possibilidade de apuramento.

O Sporting, já apurado, num jogo pobre e triste, perdeu na Roménia por 1-0 contra a mesma equipa que quinze dias antes , em Alvalade, tinha cometido o inacreditável feito de ter jogado um jogo inteiro sem fazer um único remate à baliza!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O BASILEIA EMPATOU NA LUZ

O BENFICA VAI TER QUE FAZER PELA VIDA
Benfica empata com Basileia (1-1) e perde 1.º lugar



No jogo que há pouco terminou, no Estádio da Luz, a contar para a quarta jornada da Liga dos Campeões, o Benfica não conseguiu ir além do empate a um golo, ficando dependente dos seus resultados futuros a qualificação para a fase seguinte.

Em princípio, tal situação não tem nada de trágico. O Benfica depende apenas de si e para se apurar bastar-lhe-á uma vitória. O pior é que o próximo jogo é em Manchester, onde o Benfica nunca ganhou, correndo o risco, se perder, de ficar empatado em pontos com o Basileia, o seu adversário desta noite.

Mas tudo isto são suposições, havendo sempre uma multiplicidade de situações que podem acontecer, umas mais favoráveis, outras menos.

De certo, é o Benfica já ter feito este ano oito jogos para a Liga dos Campeões e não ter perdido nenhum. Ganhou quatro e empatou quatro.

O jogo desta noite não foi uma surpresa. Já aqui se tinha dito, após a vitória de Basileia, que o que mais impressionou na equipa suíça foi ela nunca se ter dado por vencida e ter dado sempre a sensação de que poderia virar o resultado.

E hoje, a partir dos trinta minutos da primeira parte, aconteceu exactamente o mesmo. O Benfica marcou cedo, num belo golo de Rodrigo – poderia até ter marcado mais cedo – e falhou perto da meia hora de jogo uma excelente oportunidade para dilatar a vantagem. Não o fez, o mesmo tendo acontecido ao Basileia na primeira parte ao falhar uma oportunidade de golo em tudo idêntica à do Benfica.

Nos últimos quinze minutos da primeira parte ainda se pensou que era o Benfica que estava a abrandar o ritmo de jogo, mas depois do recomeço logo se percebeu que a questão era outra: era o Basileia que estava impondo o seu ritmo, criando enormes dificuldades ao Benfica.

Na segunda parte o Basileia começou melhor e durante os primeiros dez minutos dominou o jogo. Depois o Benfica reagiu e criou várias situações de perigo na área dos suíços.

O jovem Luís Martins, lançado por Jesus para o lugar de Emerson, ia dando conta do recado, apesar de lhe ter calhado em sorte o jogador mais talentoso do Basileia, Shakiri. Inexplicavelmente, aos sessenta minutos de jogo foi substituído por Miguel Vítor. E logo no mesmo minuto o Basileia empatou num lance em que Maxi e o próprio Miguel Vítor não estão isentos de culpa.

De facto, se Shakiri se estava tornando mais perigoso, o que havia a fazer era reforçar a ajuda a Luís Martins, uma vez que Gaitan já dava claros sinais de esgotamento, pondo em campo alguém que o pudesse substituir.

A opção foi outra e em nada favoreceu a equipa, tanto mais que essa substituição ocorreu exactamente no período em que o Benfica, na segunda parte, esteve melhor.

Depois veio a substituição de Aimar por Cardozo, recuando Rodrigo. Só que não há no Benfica quem substitua Aimar se o jogo ainda não estiver ganho. E claro tudo piorou, apesar das insistências de Maxi pela direita.

Já muito tarde, Gaitan, completamente “estoirado”, foi substituído por Nolito. Ou seja, uma substituição que deveria ter ocorrido por volta da meia-hora só teve lugar a escassos minutos do fim do encontro.

Para lá da substituição de Cardozo por Rodrigo, que implica uma nova forma de jogar na frente, e da entrada de Witsel para o meio-campo, que implica alguma contenção nas transições, o que há de novo nesta equipa do Benfica é a sua incapacidade de manter um ritmo elevado durante todo o jogo, principalmente no que respeita à pressão sobre o adversário. Dá a ideia de que a equipa não tem a preparação física ideal, embora as estatísticas não revelem isso.




quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A QUARTA JORNADA DA LIGA DOS CAMPEÕES



PRIMEIRA RONDA
Fernando com Manduca no Apoel-FC Porto



No que respeita ao Porto, a jornada não poderia correr pior. Empatou a menos de dois minutos do tempo regulamentar e perdeu o jogo nas compensações. Uma lástima.

De facto, interrogam-se os entendidos como pode uma equipa com os mesmos jogadores da época passada, menos Falcao, e reforçada em alguns lugares, ter um comportamento exibicional em geral tão decepcionante e, no plano internacional, tão pouco competitivo.

A tentação será imputar todas as responsabilidades ao novo treinador. É a resposta mais fácil. É provável que o treinador tenha algo a ver com o que se passa, mas porventura menos pelas suas características técnicas do que pelo desvalor com os que os jogadores o vêem.

Explicando melhor: Vítor Pereira até pode perceber muito de futebol e a ele se dever uma boa parte do êxito alcançado o ano passado por Villas-Boas, só que não é assim que os jogadores o vêem. Vêem-no como o adjunto do ano passado e como um homem sem força suficiente para se impor pela presença. Talvez desta interiorização que os próprios jogadores, tal como os adeptos, fazem do treinador se deva a fracassada época do Porto no plano internacional.

Depois do resultado de ontem, ao Porto não lhe basta ganhar os próximos jogos para continuar em prova. Tudo depende dos outros resultados e, principalmente, da expressividade dessas hipotéticas vitórias. Tarefa difícil, para não dizer quase impossível. Tão difícil que até da Liga Europa pode ficar arredado. Pode, mas certamente não ficará.

No outro jogo do Grupo o Zenit venceu os ucranianos do Shakhtar Donetz e firmou-se no segundo lugar com mais três pontos que o Porto.

Nos restantes grupos, de realçar a “semi-escorregadela” do Chelsea que empatou frente à fraca equipa do Genk. Que ideia foi aquela de pôr o David Luiz a marcar penalties?

Por outro lado, a vitória do Valência contra o Leverkusen veio relançar a corrida à passagem à fase seguinte, estando, por agora, ainda tudo em aberto relativamente aos três primeiros – Chelsea, Leverkusen e Valência.

O Arsenal perdeu ontem uma excelente oportunidade de se apurar ou quase, permitindo, com o empate, ao Marselha ainda sonhar com o primeiro lugar. O mais provável, porém, será o Marselha e o Borússia lutarem pelo segundo lugar, tendo os alemães dado ontem um passo decisivo para poderem manter as aspirações a uma passagem aos oitavos de final, algo que, no fim da primeira volta, parecia estar completamente fora de hipótese.

Finalmente o Barcelona carimbou mais uma expressiva vitória, desta vez na República Checa, frente ao Viktoria Plzen, por 4-0. Com mais três golos de Messi – o tal que se suspeitava estar a passar uma má fase - e um outro de Fabregas.

Em Minsk, o Milan não foi além do empate a um golo com o Bate Borisov. Mesmo assim deu para se qualificar para a fase seguinte, juntamente com o Barcelona, tal o desequilíbrio entre os dois primeiros com 10 e 8 pontos, respectivamente, e os dois últimos com dois (Bate) e um ponto (Plzen).