A ARGUMENTAÇÃO DE DUARTE GOMES
Não há nenhum lance a que a imprensa portuguesa denomina de “polémico”, em que intervenham os três principais clubes portugueses, em jogos nacionais ou internacionais, que Duarte Gomes, ex-árbitro e hoje comentador de arbitragem, não siga os seguintes “critérios”: sempre a favor do Sporting; sempre contra o Benfica; contra o Porto, se o lance não tiver qualquer influência no resultado, a favor do Porto sempre que tiver.
Como antibenfiquista primário,
adepto do Sporting, e como árbitro citado nas escutas do “Apito dourado” (ouvir
a deliciosa conversa entre Pinto da Costa e Pinto de Sousa sobre a escolha dos
árbitros), Duarte Gomes conhece muito bem as linhas com que se cose. O
respeitinho é muito bonito…
No penúltimo jogo do Benfica,
contra o SC de Braga, nem seria necessário esperar a opinião de Duarte Gomes
sobre o primeiro golo do Benfica, para antecipar o que ele iria dizer. E o que
ele disse foi que antes da falta sobre Seferovic por “toque ligeiro” no
avançado do Benfica, Everton derrubou Antunes, falta que o árbitro não assinalou.
Acontece que Everton não derrubou Antunes, tendo antes havido uma simples carga
de ombro que, como sempre acontece desequilibra
o jogador que progride no terreno a uma velocidade superior ao que a ele se
encosta, principalmente se não estão a correr paralelamente. Nenhum árbitro na “Europa
civilizada do futebol” assinala falta a esta jogada. Em Portugal, como se sabe,
o mais fraco deita-se para o chão e o árbitro tende a marca falta contra o que
ficou em pé.
No jogo de ontem, contra o
Barcelona, também era de esperar que Duarte Gomes corroborasse a decisão do
juiz de linha que anulou o golo de Otamendi. A argumentação de Duarte Gomes é
ridícula e chega a fazer figura de mentecapto na conclusão que tira face às
premissas de que partiu. Diz ele: “A
decisão é algo discutível por duas razões: a bola foi colocada no arco de
círculo a um metro da linha de baliza (o que tornou menos provável que, no seu
trajecto, tenha saído totalmente); o árbitro assistente moveu-se para trás de
Grimaldo aquando da execução do pontapé de canto (deixou de estar no enfiamento
da linha, colocando-se em posição desfavorável”. Perante estas premissas o
que seria de esperar que fosse a conclusão de Duarte Gomes? Pois é, não foi a que
a lógica impunha mas exactamente a contrária. E contra as mais elementares
regras da argumentação concluiu Duarte Gomes: “ No entanto, também foi evidente que a bola na sua trajectória descreveu
um arco de fora para dentro. Como nenhuma imagem prova que a decisão do árbitro
foi errada, é mais do que justo conceder-lhe o benefício da dúvida”.
Como acima disse, ´Duarte Gomes é
tão antibenfiquista e ficaria tão ressabiado se o Benfica tivesse ganho que nem
se apercebe da pobreza da sua argumentação.
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