quarta-feira, 21 de março de 2012

BENFICA NA FINAL DA TAÇA DA LIGA



MUITA PRESSÃO SOBRE OS ÁRBITROS NA FASE FINAL DO CAMPEONATO

 

Começando pelo fim: Artur Soares Dias realizou uma boa arbitragem no Estádio da Luz. Apesar da intensidade do jogo, os jogadores também não complicaram e sempre que estavam em vias de pisar o risco o árbitro interveio para evitar o pior. Houve cartões amarelos para ambos os lados, mas desta vez, com excepção do que foi mostrado a Sandro, todos são aceitáveis.
Não houve lances determinantes mal ajuizados pelo árbitro. Não houve os chamados "lances polémicos" . Pelo menos, para mentes sadias não houve. Um fora de jogo marcado a Hulk, perto do fim, parece bem assinalado. E nada mais de relevo se pode apontar.
Ainda antes de ir ao jogo propriamente dito: tanto o Porto como o Benfica demonstraram grande interesse e empenho na vitória. Porventura não tanto pelo significado do jogo no contexto da prova em que se insere – meias-finais da Taça da Liga – mas pelo efeito desmoralizante que poderia ter, no campeonato, para a equipa perdedora. Se o Porto tivesse ganho, como intensamente tentou, o Benfica ficaria animicamente em muito mau estado para os jogos que faltam do campeonato. Perder, no Estádio da Luz, duas vezes com o Porto no espaço de pouco menos que três semanas seria arrasador. E para o Porto a derrota também não o deixa em bom estado. Reforça a tese daqueles que não acreditam na regularidade da equipa.
Claro que o Benfica, nomeadamente Jesus, aproveitou a vitória para tirar dela consequências que vão muito para além do próprio jogo da mesma forma que o Porto, por parte de Pinto da Costa e de Vítor Pereira, desvalorizou a derrota muito para além daquilo que foi o seu real significado. O Porto queria muito ganhar e como não ganhou tenta por todos os meios evitar que os seus efeitos da derrota se propaguem ao campeonato.
A prova de que a vitória era muito importante para o Porto está no facto de tanto o treinador como o presidente terem, de modo aparentemente ridículo, justificado a derrota com base em erros de arbitragem. Aparentemente porque tanto um como outro sabem muito bem que a arbitragem foi boa. As críticas não visavam o jogo que se jogou na Luz, mas os jogos que aí vêm para o campeonato. Pressão sobre os árbitros, portanto…
Quanto ao jogo em si - vitória do Benfica por 3-2 -,  o que se pode dizer é que a primeira parte foi espectacular e repartida, com períodos de domínio divididos. Quatro golos, dois para cada lado. Logo aos quatro minutos o Benfica marcou por Maxi. O Porto empatou por Lucho aos oito, voltou a marcar aos dezassete por Mangala e o Benfica empatou aos quarenta e dois minutos por Nolito, depois de no espaço de cinco minutos ter enviado três bolas aos ferros, duas por Luisão e uma por Aimar.
Na segunda parte o jogo baixou de intensidade, como não poderia deixar de ser. Os treinadores foram jogando os seus trunfos – o Benfica substituiu Bruno César por Gaitan aos 56 m; aos 65 m Nélson Oliveira por Cardozo; e Aimar por Saviola aos 73 m; o Porto fez entrar James por Lucho aos 63 m; aos 72 m Junko por Kleber; e aos 85 m Iturbe por Sandro – numa clara demostração de que queriam ganhar o jogo e evitar o desempate por grandes penalidades. O Benfica teve durante a segunda parte mais oportunidades e acabou por ser feliz num grande remate de Cardozo aos 77 minutos! Grande passe de Gaitan sobre a linha do meio campo, Cardozo isolou-se e à entrada da área com o pé esquerdo desferiu um remate mortífero.
Percebeu-se também pelo decorrer do jogo que a tal instabilidade do Porto tem a ver com problemas físicos e ausência de substitutos à altura. Hulk só é verdadeiramente perigoso na primeira meia hora, embora o seu grau de perigosidade vá decrescendo a partir do quarto de hora inicial. Depois desaparece do jogo ou deixa de ter nele a mesma participação. A linha média está esgotada e não há quem a substitua. Lucho já não aguenta dois jogos por semana e Moutinho não pode fazer tudo. Na frente continua a haver o problema do ponta de lança. Nem Kleber nem Junko estão à altura do que a equipa necessita.
Por todas estas razões a eventual e provável derrota do Benfica na Liga tem de considerar-se um grande percalço dada a fragilidade do actual FCP. Mais probabilidades de vencer tem indiscutivelmente o Braga …se daqui até ao fim do campeonato não houver “mosquitos por cordas”. Mas infelizmente já se percebeu que vai haver muita luta …fora do campo.


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