SPORTING GOLEIA GUIMARÃES EM ALVALADE

Depois do empate do Porto em casa com a Académica e da vitória do Braga sobre o União de Leiria, ao Benfica, se queria manter-se na luta pelo título, só restava vencer em Paços de Ferreira, à semelhança aliás do que tem feito na maior parte das vezes em que lá se deslocou.
A recente carreira do Paços de Ferreira na era Calisto deixava antever um jogo difícil para o Benfica, apesar de a tradição jogar a seu favor.
O Benfica apresentou no jogo desta tarde algumas alterações: Capdevilla no lugar de Emerson (castigado) e Saviola, que não tem jogado, ao lado de Cardozo. Nos primeiros minutos, ainda houve a impressão de que o Benfica controlaria o jogo, tanto mais que por duas vezes, uma por Nolito, outra por Saviola, esteve à beira de marcar.
Mas logo se percebeu que o contra-ataque do Paços, conduzido por Melgarejo, jogador emprestado pelo Benfica, era fortíssimo e iria colocar grandes dificuldades aos encarnados. E foi o que aconteceu. Durante toda a primeira parte, o Paços deu sempre a sensação de que era mais perigoso do que o Benfica e de que a todo o momento poderia fazer um golo. E assim sucedeu. Michel na sequência de um cruzamento de Melgarejo fez o golo.
No começo da segunda parte, mais precisamente nos primeiros dez minutos, o domínio do Paços acentuou-se de tal forma que só mesmo por muita sorte o Benfica não sofreu novo golo por três vezes.
A verdade é que não tendo marcado o Paços, marcou o Benfica. Jesus substituiu Saviola e Nolito por Nelson Oliveira e Gaitan, tendo ambos sido decisivos no primeiro golo do Benfica, aos 64 minutos, ou seja, quase vinte depois do recomeço. Nelson Oliveira esgueirou-se pela direita, cruzou para Cardozo que deixou passar para Gaitan, que fez golo.
Quatro minutos depois, Bruno César num livre sobre o lado direito, excelentemente marcado, fez o segundo. A partir dai tudo se tornou mais simples para o Benfica e mais difícil para o Paços que, se queria pontuar, teria de ter a iniciativa do jogo. E mais difícil ainda ficou oito minutos depois , por expulsão de Michel, por acumulação de amarelos.
A partir do segundo golo, o Benfica deixou de ter problemas; e tudo se tornou ainda mais fácil depois da expulsão de Michel. Mas as coisas ainda ficaram pior para o Paços a dois minutos do fim, reduzido a nove unidades, por expulsão de Ricardo por entrada violenta sobre Bruno César.
Bruno César não apenas pelo golo que marcou, mas pelas jogadas em que interveio, duas das quais levaram à expulsão de dois jogadores do Paços, acabou, mais uma vez, por se revelar fundamental para a vitória do Benfica. De realçar igualmente Nélson Oliveira que entrou e mudou o jogo.
Este jogo teve várias incidências que deram lugar a protestos de ambas as equipas. No fim da primeira parte Bruno César foi derrubado na área e o árbitro, inexplicavelmente, adoestou-o com um amarelo! Na segunda parte, Nélson Oliveira caiu na área numa jogada de choque com um defesa do Paços e o árbitro puniu-o igualmente com um amarelo. Admitindo que a jogada não é merecedora de grande penalidade, também de forma alguma se justifica a punição foi uma jogada de choque. Mas já o mesmo se não poderá dizer de um outro lance, perto do fim do jogo, em Nelson Oliveira é claramente derrubado dentro da área e o árbitro nada assinalou.
Quanto à expulsão de Ricardo, embora o jogador acabe por não tocar em Bruno César, nada ou pouco há a dizer da decisão do árbitro, já que o jogador do Paços teve a clara intenção de derrubar o adversário, só não o tendo conseguido porque o benfiquista conseguiu in extremis furtar-se à agressão, saltando sobre as pernas de Ricardo, mas não evitando contudo o desequilíbrio e a consequente perda de uma jogada perigosa. A entrada de Ricardo é violenta, ao jogador e não à bola, não havendo qualquer espécie de dúvida sobre estes lances à luz da lei do jogo. Tais lances têm de ser punidos com falta e disciplinarmente. A única dúvida estaria em saber se o cartão deveria ser amarelo ou vermelho. Como a entrada foi muito violenta justifica-se o vermelho.
Perguntar a Pedro Henriques, ex-árbitro, agora ao serviço da TVI, qual o seu juízo sobre estes lances é a mesma coisa que numa universidade o professor confiar a um repetente burro o encargo de explicar aos colegas como se resolve o teste de uma disciplina em que ele já havia chumbado por mais de uma vez!
No último jogo da noite, o Sporting goleou o Guimarães por 5-0 e juntou-se no quarto lugar ao Marítimo, vencedor na sexta-feira passada do Feirense por 2-1. Com o Guimarães muito fragilizado pelos problemas financeiros que o afligem e destroçado animicamente após o dois zero, o Sporting não perdoou, construindo na segunda parte uma goleada que lhe poderá renovar o ânimo para o jogo em Manchester na próxima quinta-feira!
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