quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A COVARDE ATITUDE DE RICARDO CARVALHO



NÃO HÁ SANÇÕES?

Não se sabe com rigor tudo o que rodeou o inqualificável acto de Ricardo Carvalho, mas o que se conhece é suficiente para não ter em relação a ele qualquer tipo de contemplação. O facto foi noticiado das mais diversas formas, embora haja um denominador comum nos jornais desportivos portugueses: Ricardo Carvalho renunciou à selecção por não se sentir respeitado.

Nesta forma de titular a notícia está implícita a avaliação que os jornalistas desportivos fazem do acto, mas fica também expressa a avaliação que esses pseudo-jornalistas merecem dos desportistas portugueses.

Com excepção da RTP (Rodrigues dos Santos) que titulou: Ricardo Carvalho fugiu da selecção por uma porta lateral, todos os demais jornalistas, nos jornais em que escrevem, nas emissoras de rádio onde falam e nas televisões que os mostram, voltaram a deixar bem claro a natureza invertebrada do seu comportamento, agora a propósito da fuga covarde de um jogador, ontem de um dirigente batoteiro, amanhã de um treinador mentiroso. Eles não estão na profissão para servir o jornalismo, mas para se servir dele. Mas deixemos os jornalistas desportivos que são o pior que o futebol tem (e no futebol há coisas muito más…) e concentremo-nos por momentos no comportamento de Ricardo Carvalho.

Carvalho, um dos mais internacionais da selecção, abandonou o estágio no dia da partida da equipa para Chipre, onde vai disputar um dos decisivos encontros para a qualificação do Euro 2012. Porquê? Os factos são ainda desconhecidos. A Cadena Ser espanhola diz que Carvalho se ausentou durante a noite, tendo sido por isso afastado da equipa. O Mundo Deportivo diz que houve uma altercação com Paulo Bento dando a entender que é esse conflito que está na origem da sua decisão. De certo e seguro, apenas o que disse Cristiano Ronaldo nas declarações que prestou à imprensa na manhã de quarta-feira: na selecção ninguém tem direito ao lugar, nem se pode considerar titular. Quem manda é o Mister e a nós só nos cumpre obedecer.

Na altura ninguém atendeu a estas declarações, que foram tomadas por mais um daqueles lugares-comuns a que os futebolistas frequentemente recorrem quando querem dar uma resposta redonda.

Ao fim do dia, porém, já ninguém poderia ter dúvidas da razão daquelas declarações. Carvalho não aceitou ser suplente e fugiu. Se a decisão de Paulo Bento é disciplinar ou técnica, não importa. O que interessa sublinhar é o grave acto de indisciplina do futebolista do Real Madrid. Tendo em conta certas qualificações do Código Penal é caso para perguntar se o jogador que abandona a selecção não incorrerá em graves sanções. Uma coisa é renunciar a ser seleccionado outra muito diferente é aceitar ser seleccionado e depois abandonar o lugar. Foi o que Carvalho fez, devendo, por isso, ser exemplarmente punido.

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