domingo, 7 de fevereiro de 2016

BENFICA ARRASADOR


 

ATÉ 8 DE MARÇO TUDO SE DECIDIRÁ
belenenses - benfica

 

O Benfica tem estado verdadeiramente arrasador. Oitenta golos (80) marcados em todas as competições oficiais até ontem disputadas, cinquenta e nove (59) no campeonato, vinte e seis (26) sofridos, catorze (14) dos quais no campeonato.

A dois pontos do Sporting, vencendo categoricamente os diversos jogos em que participa, o Benfica espalha o pânico nos seus principais adversários, nomeadamente no Sporting, cuja estrutura dirigente e a própria equipa técnica não têm o equilíbrio emocional suficiente para suportar os resultados e o nível exibicional do Benfica.

Perguntar-se –á por que razão o Benfica respira no campo uma confiança que nunca demonstrou em nenhum dos seis anos de Jorge Jesus? Claro que a confiança decorre dos resultados e das exibições, mas tanto estas como os resultados decorrem do novo sistema de jogo da equipa e dos seus magníficos intérpretes.

No tempo de Jorge Jesus, a equipa nunca foi uma equipa tranquila. O "frenesim atacante" que Jorge Jesus imprimia à equipa, às vezes com grande brilho exibicional, era, paradoxalmente, a sua grande força e sua grande fraqueza.

No primeiro ano de Jesus, os efeitos negativos deste “frenesim” notaram-se menos do que nos anos subsequentes. Primeiro, porque o principal rival do Benfica – o FC Porto – estava mal e o sistema de jogo do Benfica era suficientemente inovador para deixar a maior parte dos adversários perplexos. Mesmo assim, o Benfica não ganhou vantagem suficiente sobre o seu principal adversário (Sporting de Braga) para poder descansar. Só na última jornada o campeonato foi ganho.

Depois, sempre com o mesmo sistema, o Benfica foi derrotado em todas as competições (salvo na Taça da Liga em dois anos) nos três anos seguintes, sempre pelo Futebol Clube do Porto.

Somente quando o Porto voltou a fraquejar, uma das vezes com um dos piores plantéis da sua história recente (2013/2014) e outra, no ano seguinte, com um plantel recheado de estrelas mas comandado por um treinador manifestamente incompetente, é que o Benfica exibiu manifesta superioridade sobre os seus principais opositores, embora sem nunca ter sido capaz de expressar essa superioridade em expressiva diferença pontual.

Sem falar nos desaires europeus e na Taça de Portugal (excepto num ano), tudo isto porquê se a equipa durante esses seis anos esteve sempre servida por excelentes intérpretes?

Porque nesse seu "frenesim atacante "a equipa desguarnecia frequentemente a sua rectaguarda, principalmente o meio campo (de consequências fatais contra equipas técnica e tacticamente evoluídas) e empurrava toda a equipa adversária para trás da linha da bola, nas imediações ou dentro da sua grande área. Consequências: faltava espaço ao Benfica e sobrava campo ao adversário para explorar com êxito, como tantas vezes aconteceu, as costas da defesa benfiquista.

Isto passava-se durante todo o jogo. Aquela imensa correria acima e abaixo era a imagem de marca das equipas de Jesus. Uma imagem que faz vibrar o espectador, pela espectacularidade do jogo, apesar de muitas vezes os golos não aparecerem ou aparecerem tardiamente e de frequentemente a equipa ficar excessivamente exposta às arremetidas do adversário. Claro que se essas arremetidas eram, com todo o respeito, do Gil Vicente ou Olhanense, as consequências eram umas; se eram do Bayer Leverkusen, do Zenit de São Petersburgo ou do Futebol Clube do Porto eram outras, completamente diferentes.

No tempo de Jesus, o Benfica, como hoje o Sporting, registava quase sempre uma posse de bola esmagadora, mesmo quando os resultados eram fracos.

Com Rui Vitória tudo isto mudou. A equipa abandonou aquele” louco frenesim” atacante, divide muito mais o jogo com o adversário, chame-se ele Atlético de Madrid ou Moreirense, tem muito menos posse de bola (veja-se o que se tem passado nos jogos em que o Benfica tem goleado), marca muitos mais golos e sofre menos!

Tudo isto porquê? Muito simplesmente porque tem mais consistência defensiva, é uma equipa muito mais equilibrada e coesa e porque beneficia de muitos mais espaços no ataque.

É por estas singelas razões, decorrentes do sistema de jogo que Rui Vitória soube pôr em prática, que me atrevo a afirmar que o Benfica este ano será campeão com uma diferença pontual sobre o segundo classificado superior à de qualquer um dos três anos em que foi campeão com Jesus e fará um percurso na Liga dos Campões à altura da sua história.

Restringir os êxitos do Benfica ao “aparecimento” de Renato Sanches e de Pizzi é muito redutor e, simultaneamente, enganador, apesar do excelente contributo que ambos têm dado na consolidação do sistema de jogo da equipa. E é redutor porque estes mesmos dois jogadores com Jorge Jesus não jogariam como estão a jogar hoje. Ele não os deixaria jogar assim. Atenção: isto não é uma crítica. É uma constatação. A “ideia de jogo” de Jesus opor-se-ia à liberdade de acção de Renato Sanches e ao actual posicionamento de Pizzi, como o ano passado se viu relativamente a este.
A oito de Março logo se verá se o prognóstico que hoje aqui deixo se confirma ou não.

5 comentários:

Anónimo disse...

A sua análise é muito precipitada na medida em que a equipa de Benfica ainda não ganhou nada.
Oxalá que esteja a ver coisas reais e inacessíveis aos olhos do commum adepto.
Mas de que o Benfica tem atropelado muitos adversários não há dúvidas!

Bom trabalho!

Fernandes Lima

Anónimo disse...

A 8 de Março estão no vosso lugar, em terceiro e a olhar para baixo com medo do Braguinha.

Para a semana começa o Porto a mostrar-vos o que realmente valem!

Bos imagem aí do lambadas! Quantos jogos vai levar?


Vasco!

FranciscoB disse...

Concordo c/ a análise. Chama bem a atenção para a forma vistosa como o Benfica de JJ evoluía no terreno - a diferença para o início desta época foi gritante e levou muitos ilustres benfiquistas a pensar q era o fim do mundo e estávamos à beira do abismo...

Acresce q o Benfica de JJ acabava as épocas sempre "de rastos" pq o seu sistema de jogo é demasiado exigente fisicamente. Não foi por acaso q só ganhou finais a equipas como o Marítimo ou como o Paços...

Nesta época, c/ Rui Vitória, o Benfica joga como uma "equipa normal" das q são campeãs ou vão longe na Europa.

wipinho disse...

Vasco Vasco, ja se te aperta o cu, Vasco.

preocupa-te com o teu Jorge Fernando e com os teus teos

Anónimo disse...

Anda tão entaladinho que já nem se senta não é seu labrego.

Miguel