terça-feira, 21 de dezembro de 2010

AFINAL, MOURINHO NÃO AGUENTA A PRESSÃO



OS CLUBES DE MOURINHO

Fica cada vez mais patente a cada dia que passa que Mourinho tem muita dificuldade em conviver com quem o supere. E para evitar ou tentar evitar que tal aconteça, Mourinho lança mão, sem escrúpulos, de tudo o que lhe possa ser útil.
Nenhum critério de natureza ética o demove nesse objectivo. Os seus critérios são puramente pragmáticos e utilitários. O que for útil, é bom. A mais completa amoralidade é a norma de conduta de Mourinho.
Por isso, Cruyft, com razão, diz que Mourinho pode ser, e é, um bom treinador para a sua equipa, mas não é um bom treinador para o país, para o futebol e para todos aqueles que podem tirar proveito de um grande exemplo.
Acontece que para Mourinho estas palavras não representam nada, nem sequer ele as interioriza como uma censura. O seu objectivo é ganhar, e, desde que o consiga, convive muito bem com tudo o resto.
Acontece que no Real Madrid as coisas não são bem iguais às de outros clubes por onde Moutinho passou. O Real Madrid quer ganhar, mas quer acima de tudo ser um clube de projecção nacional e mundial, sem mancha. Um clube que respeita os adversários, que respeita as estruturas do futebol nacional, europeu e mundial em que está integrado, em suma, o Real Madrid não é, nem quer ser um clube pária, mesmo que esse fosse o segredo ou o caminho mais curto para as vitórias. O Real Madrid quer ser, e nunca pela sua história abdicará disso, um clube de referência.
Aquilo a que eles chamam de “madridismo” não aceita, nem pode aceitar, os comportamentos de Mourinho e da sua gente.
Mourinho vem de outras experiências, umas de batota declarada e confirmada por escutas, outras de clubes adquiridos por plutocratas sem escrúpulos, oligarcas autoritários que se acham com direito a tudo, outras ainda de clubes impopulares e rejeitados não apenas pela grande maioria dos adeptos do futebol, mas inclusive da cidade ou região a que pertencem. É nestes ambientes que Mourinho se sente bem. Neles goza de rédea solta para utilizar a vasta gama de recursos que sabe pôr ao seu serviço para ganhar.
No RM não vai poder actuar assim. E não é facto de ontem já ter pedido desculpa ao presidente pelo que aconteceu na véspera que ele se pode sentir habilitado a voltar actuar da mesma maneira no dia seguinte.
Além do mais, em Madrid percebem que Mourinho está completamente destabilizado pelo futebol do Barcelona. Afinal, Mourinho não aguente a pressão. Ele que tanto se gabava de ser indiferente a tudo o que o rodeava…
Como desculpa, dizem alguns, tem a seu favor o ter levado um dos maiores “banhos de futebol” de que há memória!

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