HÁ TRISTEZA NO FUTEBOL DO BENFICA
Pela primeira vez, como treinador, Jorge Jesus apresentou-se perante a imprensa com um ar abatido e triste, aparentemente sem soluções para o mal que afecta o Benfica.
O jogo contra o Braga, também a passar um mau bocado, não foi bom, nem foi mau. Foi um jogo triste, sem alma, no qual à partida se sabia que um passaria e outro ficaria.
Há qualquer coisa nos jogadores do Benfica que nem eles, nem o treinador, conseguem erradicar.
A equipa joga como se não houvesse treinador. Embora isso não seja necessariamente culpa do treinador. Do mesmo modo que o ano passado jogava como se o treinador estivesse permanentemente “dentro do campo” a explicar-lhe o que fazer, embora isso também não fosse mérito exclusivo do treinador.
Há, de facto, qualquer coisa no futebol, que está para além da lógica e da racionalidade. Há no futebol um lado afectivo e emocional que, não sendo suficiente para transformar onze jogadores numa boa equipa, é, todavia, necessário para fazer de onze bons jogadores uma boa equipa.
Há qualquer coisa no Benfica que se “quebrou” e que somente por um daqueles acasos em que o futebol é fértil se pode voltar a “soldar”.
Talvez Jesus não seja treinador para mais de um ano, principalmente pelas suas limitadíssimas capacidades comunicacionais e também pelo super ego que exibe quando está vitorioso. Nem uma coisa nem outra se adquirem ou perdem aos cinquenta anos…
Talvez que o Benfica devesse ter vendido quase todos os jogadores que queriam sair, nomeadamente os estrangeiros, e devesse ter comprado bem e a tempo alguém para os substituir.
Talvez…O que parece ser certo é que o Benfica não encontra dentro de si forças suficientes para se manter no topo. De cada vez que lá chega, volta a cair. E depois de cair leva muito tempo a levantar-se de novo.
Importante, muito importante é conseguir um lugar na Liga dos Campeões da próxima época. Não é que o resto seja secundário. O que não pode é sacrificar-se o essencial na tentativa de alcançar o acessório.
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