quinta-feira, 20 de março de 2014

BOA EXIBIÇÃO DO PORTO EM NÁPOLES



SUSTO DO BENFICA NA LUZ
Dragão calou o inferno de San Paolo na noite de Fabiano
 

O Benfica apresentou-se hoje na Luz contra o Tottenham com uma formação que indiciava que a eliminatória estava ganha, diga Jorge Jesus o que disse sobre este assunto. E de facto, essa foi a impressão com que se ficou durante grande parte do jogo, não apenas pelo lado do Benfica mas também pelo lado do Tottenham. A equipa inglesa parece ter entrado em campo com a convicção que a sorte da eliminatória estava traçada.

Acabou por não ser assim, embora durante largos minutos tenha sido assim. Na primeira parte o Benfica foi trocando a bola, aqui e ali com alguma arte, com a defesa a responder sempre eficazmente a todas as situações, embora fosse evidente para todos que assistiam ao jogo que o Benfica não conseguia ser acutilante.

Com uma equipa que apenas manteve os cinco habituais da defesa – Oblak, Maxi, Luisão, Garay e Siqueira - e com seis jogadores não habituais daí para a frente – Ruben Amorim, André Gomes, Salvio, Djuricic, Cardozo e Sulejmani – o Benfica nunca conseguiu, nem de perto nem de longe, fazer pelo centro do terreno o jogo que costuma fazer. Tudo se passava pelas alas, como em épocas passadas, com correrias de Salvio e de Sulejmani e mais umas quantas de Maxi e de Siqueira, quase sempre inconcludentes, salvo na jogada em que o Benfica fez o primeiro golo. Pelo centro nada, ou quase nada. Cardozo quase não tocou na bola e Djuricic das vezes que foi a jogo nunca tinha a quem passar.
Conclusão óbvia: a jogar neste estilo ou, se se pretender, com este esquema, o Benfica não vai longe. E se está mais longe do que é habitual e se está em regra mais compacto, é porque joga doutra maneira. Ou seja, Marcovic, Lima e Rodrigo impuseram outro estilo de jogo. Um tipo de jogo que com Cardozo em campo não é possível.

E foi isso o que mais uma vez aconteceu: o Benfica dominou, mas salvo o golo de Garay e antes por Luisão, também num cruzamento, nunca esteve à beira de marcar. Um desequilíbrio no segundo tempo, a menos de quinze minutos do fim, permitiu ao Tottenham marcar o primeiro golo e logo a seguir o segundo numa jogada normal em futebol. A partir desse momento o Benfica tremeu e só não foi para prolongamento porque Oblak fez três grandes defesas em remates que qualquer um deles poderia ter dado em golo. Depois do nonagésimo minuto lá veio um penalty, indiscutível, que Lima converteu, tirando o Benfica do sufoco em que se deixou envolver e que além do mais lhe permitiu manter a invencibilidade em casa.

Uma coisa porém é certa, se o Benfica quer à final da Liga Europa, Jesus vai ter de jogar com a equipa principal nos próximos jogos. Hoje acabou a rotação se se quer ganhar. E os jogadores do Benfica, como os do Real Madrid, do Barcelona, do Bayern e das demais equipas que estão nas competições europeias, têm de estar preparados para jogar duas vezes por semana. Jogar duas vezes por semanas nesta fase do ano não é uma sobrecarga, é uma honra.

Bem melhor que o Benfica esteve o Porto em Nápoles, onde também empatou por 2-2, depois de ter estado a perder por 1-0, ter revertido o resultado para 1-2 e, na compensação, ter permitido o empate.

É verdade que o Porto demonstrou fragilidades, principalmente posicionais, mas não só. O meio campo não tem jogadores à altura das aspirações do Porto, mas uma grande força de vontade, a que Luís Castro não é de forma alguma alheio, uma extraordinária exibição de Fabiano, a eficácia de Ghilas e a magia de Quaresma fizeram o resto.

Se na primeira parte o Nápoles foi superior, na segunda o Porto aguentou-se muito bem e a partir do primeiro golo dominou animicamente o jogo, permitindo esse domínio que Quaresma tivesse feito um golo de antologia. Todavia, o Nápoles continuou a insistir, mas contou sempre com Fabiano, seguramente o melhor jogador em campo.

Em conclusão: Benfica e Porto estão nos quartos-de-final da Liga Europa, Rúben Amorim e Quaresma têm de ser seleccionados enquanto Varela dificilmente aguentará o lugar na selecção.

Última conclusão: o Presidente do Sporting, os Ribeiros Cristóvãos, os Eduardos Barrosos e todos os que com eles se identificam deveriam ver estes dois jogos e a partir deles perceber a sorte que o Sporting tem por se encontrar no segundo lugar da Liga portuguesa. Se não forem capazes de compreender, que metam explicações…

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