sexta-feira, 28 de março de 2014

PERDER CANSA MUITO


 

MAS JESUS NÃO SE CONVENCE...



Se havia necessidade de provar que há dois “Benficas”, um com Fejsa e Enzo Pérez, no meio e com Markovic, Rodrigo, Lima e Gaitan na frente e outro com Rúben Amorim e qualquer outro no meio campo, e com Salvio, Cardozo e Sulejmani na frente, essa prova ficou ontem definitivamente feita no Porto.

Um Benfica irreconhecível, incapaz de construir uma jogada, perdendo bolas umas atrás das outras, um Benfica de pontapé parta a frente, completamente dominado por um Porto que não tem sido capaz de dominar sequer as mais fracas equipas que este ano defrontou, foi o Benfica que ontem tivemos no Dragão durante toda a primeira parte. Na segunda, compôs-se um pouquinho, principalmente depois da entrada de Gaitan e mais tarde, quase no fim, de Markovic, mas mesmo estes já nada de essencial poderiam mudar, porque o pior já estava feito.

Por todas as razões, desde logo as psicológicas, mais importantes que quaisquer outras pelo que aconteceu o ano passado, o Benfica tinha obrigação, o Benfica precisava de ganhar no Dragão ou, no mínimo, de não perder. O que o Benfica não precisava nada, mesmo nada, era de perder contra o Porto e ainda menos de fazer uma triste e pobre exibição, que só não teve outra consequência ao nível do resultado por sorte, muita sorte.

Jesus do alto da sua auto-suficiência entende que dá descanso aos jogadores não os pondo a jogar em jogos importantes e decisivos, deixando a sorte da equipa entregue aos acasos do jogo. Os melhores jogadores do Benfica têm de estar preparados, tal como os do Real Madrid ou do Barcelona ou do Chelsea, para jogar duas vezes por semana e para jogar todos os jogos importantes e decisivos.

Jogar e ganhar não cansa. O que cansa é perder, tanto para quem joga como para quem não joga. A equipa ficou ontem muito mais fatigada e descrente ao fim daqueles tristes 90 minutos do que teria ficado se tivesse feito um jogo de grande intensidade e tivesse ganho. Mas isto Jesus não percebe. Jesus não tem ponta final. Como o ano passado se viu e este ano se poderá ver novamente…

Hoje, pense Jesus o que pensar, o Benfica não sabe jogar com Cardozo. Aquele futebol de pontapé para frente não é nada. Além de que Cardozo não está jogando realmente nada como ontem mais uma vez se viu. De realçar também a péssima exibição de Rúben Amorim na primeira parte que falhou passes em série e esteve quase sempre mal posicionado. Infelizmente, também Garay esteve irreconhecível. Com o esquema de jogo de ontem até Rodrigo desaprende, apesar de ter sido juntamente com Luisão o melhor que o Benfica apresentou em campo. Mas Rodrigo não pode, por muito bom que seja e por melhor que seja a sua forma, fazer o papel dele e de mais dois. Não é humano exigir-lhe isso. Saiu duplamente cansado: por se ter esforçado tanto em vão e por ter perdido.

Em conclusão: dificilmente o Benfica passará à eliminatória seguinte, a derrota por 1-0 fora é, nas provas a eliminar, um péssimo resultado. Diz a história que neste tipo de provas mais vale, no primeiro jogo, perder em casa por 1-0 do que fora pela mesma marca. Se a memória não falha nunca o Benfica perdeu uma eliminatória depois de uma vitória em casa, no primeiro jogo, por 1-0. Por isso, as hipóteses do Benfica são escassas e serão nulas se Jesus insistir em não colocar a jogar a melhore equipa.

Jesus não compreendeu o que ontem se jogava no Dragão. Domingo, em Braga saber-se-á...

Finalmente, pelo que se vê e pelo que se ouve que é de crer que, na próxima época, o Porto  queira ficar ou com Jesus ou com Leonardo Jardim. O Benfica, desde que devidamente ressarcido, não deve ficar muito incomodado com isso. Mas cautela, nada de contratar um treinador que até hoje, como jogador ou como treinador, só jogou ou só treinou equipas pequenas. Se os erros do Porto servem para alguma coisa...esta é uma delas.

 


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