segunda-feira, 10 de março de 2014

OS GOLOS DE SETÚBAL


 

BENFICA MAIS NA FRENTE
 

 

Ontem no Bonfim, contrariamente ao que muitos esperavam ou temiam, o Setúbal não só não facilitou a vida ao Sporting como o colocou em sérias dificuldades durante grande parte do encontro, batendo-se de igual para igual com a equipa de Alvalade.

O jogo ficou, porém, manchado por uma arbitragem desastrada que cometeu vários erros, alguns deles verdadeiramente inaceitáveis e apenas compreensíveis pelo desnorte que a partir de determinada altura se apoderou da equipa de arbitragem.

De facto, o que se passou é quase único nos anais da arbitragem portuguesa: nenhum dos quatro golos é legal. O primeiro golo do Sporting não entrou. Pelo menos, ninguém pode garantir que tenha entrado. O primeiro do Setúbal foi marcado em fora de jogo: foi um off side milimétrico, difícil de ver, mas foi off side. O penalty que deu o 2-1 ao Sporting não existiu: Capel deveria ter sido punido com um amarelo. Logo depois o penalty que deu o empate ao Setúbal também não existiu. Verdadeiramente, o único golo legal foi aquele que o árbitro invalidou ao Sporting.

Isto não quer dizer que o empate não tenha sido justíssimo já que o Sporting não desenvolveu futebol suficiente para merecer ganhar o jogo concludentemente. Foi uma partida disputada taco a taco em que qualquer um dos dois poderia ter ganho…ou empatado que foi o que aconteceu.

E também ninguém poderá afirmar que se o árbitro tivesse validado o único golo legalmente existente a vitória seria do Sporting. Tanto poderia ser como não ser.

Agora aguarda-se uma tremenda choradeira indignada do Sporting que vai tentar fazer crer, como já ontem começou a tentar, que o árbitro foi o único responsável pelo empate. Mas não foi. Como o Sporting não tem fair play e encontrou no discurso da vitimização o seu terreno favorito para compensar as suas insuficiências jamais reconhecerá que se deve exclusivamente à sua prestação o empate em Setúbal. E isto é tanto mais chocante quanto é certo o Setúbal não ter à sua disposição os mesmos meios para responder, apesar de ser um histórico do futebol português.

Na próxima jornada o Sporting terá a sua derradeira e verdadeira prova de fogo: ou ganha ao Porto e consolida-se no segundo lugar com acesso directo à Liga dos Campeões ou não ganha e terminará a época sem ganhar a um grande, correndo o sério risco de, ao menor deslize, ver fugir-lhe o segundo lugar.

Entretanto, o Benfica vai-se consolidando no primeiro lugar com sete pontos de vantagem sobre o Sporting e nove sobre o Porto. Ontem, derrotou o Estoril que, contrariamente ao que aconteceu na época passada, não teve argumentos para se opor ao Benfica. Perdeu por dois zero (Luisão e Rodrigo), mas poderia ter perdido por mais.

Jesus tem resistido à tentação de lançar de início Salvio e Cardozo, mantendo na frente Markovic, Rodrigo, Lima e Gaitan, que têm permitido que a equipa jogue de forma mais coesa e segura. Não sofrendo qualquer golo há muitos jogos e tendo marcado em todos, O Benfica tem todas as condições para ganhar o campeonato, apesar dos desafios que ainda tem pela frente, nomeadamente fora de casa: Nacional, Arouca, Braga e Porto.

Paulo Fonseca deixou o Porto a meio da semana e foi substituído por Luís Castro, um homem da casa. Todos terão ficado a ganhar: Paulo Fonseca que não tinha condições psicológicas para continuar, o Porto que estava completamente inibido com Paulo Fonseca e os jogadores que se vão sentir mais libertos. Ainda é, porém, cedo para avaliar os verdadeiros resultados da substituição. A vitória de ontem por 4-1 contra o Arouca é enganadora e não reflecte o que se passou em campo durante a maior parte do jogo. O Porto esteve durante cerca de meia hora mais perto de empatar do que de ganhar e só mesmo na ponta final do jogo a questão se resolveu a seu favor.

 

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