terça-feira, 12 de junho de 2012

OS GRANDES JOGADORES E OS GRANDES PALCOS



A MARCHA DO EURO 2012
La gioia di Shevchenko dopo il gol del 2-1. Reuters



À medida que o Euro 2012 avança – e com os jogos de hoje ficou concluída a primeira ronda dos quatro grupos – e se vai assistindo a alguns grandes jogos e a excelentes exibições individuais, vai-se também consolidando a ideia de que selecção portuguesa no confronto com as demais tem uma categoria média baixa, à qual, além do jogo de equipa, falta também a presença de grandes jogadores.

Ontem vimos um grande jogo entre a Itália e a Espanha, no qual brilharam a excelência táctica, mais da Itália do que da Espanha, e a grande categoria individual dos jogadores em campo, mais da Espanha do que da Itália. Mas nem numa nem noutra equipa os grandes jogadores deixaram de aparecer. Iniesta foi fantástico durante todo o jogo, uma espécie de Zidane com menos vinte centímetros, e Fabregas que, estando a jogar num lugar que não é o seu, não deixou de na hora certa fazer a desmarcação e o remate decisivos. Do lado italiano, o veterano Di Natali mais uma vez demonstrou a sua extraordinária classe de goleador e de jogador de área, assim como Pirlo a quem a veterania não impede de ser o jogador à volta do qual toda a equipa gira.

Hoje, a França e a Inglaterra também proporcionaram um bom espectáculo, um pouco à semelhança do anterior. A Inglaterra com muitas baixas, algumas delas insubstituíveis, como é o caso de Rooney, soube colmatar com eficácia táctica o que lhe faltou na qualidade técnica do conjunto. Enquanto a França, muito renovada, mostrou sempre uma extraordinária vontade de ganhar e exibiu a classe de vários talentos que todavia não foram suficientes para derrotar a Inglaterra. Como nota interessante do encontro, o facto de os dois golos do jogo terem sido marcados por jogadores do Manchester City (Nasri e Lescott)

O jogo seguinte, entre a Ucrânia e a Suécia, foi um dos jogos mais emocionantes deste Europeu, muito provavelmente pelo brilhantismo que as duas grandes vedetas dos dois países – Shevchenko Ibrahimovic – emprestaram ao jogo.  

Os grandes jogadores aparecem nos grandes palcos. E hoje Shevchenko foi bem a prova cabal disso mesmo. Marcou dois golos extraordinários – o segundo golo é uma verdadeira obra de arte pela forma como ludibriou completamente as marcações – virou o jogo e foi digno da vibrante ovação com que o Estádio de Kiev brindou a sua exibição. Ovação que se repetiu na sala de imprensa quando se apresentou aos jornalistas para prestar declarações. Tanto ele como o seleccionador da Ucrânia, o grande Blockin, mereciam esta vitória.

ESPANHA - 1 - ITÁLIA - I
CROÁCIA - 3 - REPÚBLICA DA IRLANDA - 1
FRANÇA - 1 - INGLATERRA - 1
UCRÂNIA - 2 - SUÉCIA - 1

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