ESTRANHA, É O MÍNIMO QUE SE PODE DIZER
Num país onde os comentadores torcem claramente pelos clubes estrangeiros onde alinham jogadores portugueses ou por clubes treinados por portugueses com uma devoção semelhante à que devotam ao seu clube de eleição e sendo certo que o fenómeno toca muita outra gente, a decisão da UEFA, de nomear um árbitro português para o jogo de San Siro, foi uma imprudência.
Os catalães estão decepcionados com a arbitragem de Benquerença, e com toda a razão. Com excepção de um erro inicial, assinalando mal, um fora de jogo a Milito, todas as demais decisões da equipa de arbitragem foram sempre favoráveis ao Inter.
Como aqui já se disse, foram erros de mais. O segundo golo do Inter é precedido de uma falta sobre Messi não assinalada. O terceiro golo é marcado por Milito em off-side. O cartão amarelo a Daniel Alves é incompreensível. Ele foi derrubado dentro da área. Penalty, portanto. Benquerença considerou que houve simulação.
Mas houve mais: um jogador do Barcelona tentou, dentro da área do Inter, dominar a bola com o peito, mas foi de imediato empurrado sem que nenhuma falta tivesse sido marcada. Mais ainda: à entrada da área do Barcelona um jogador do Inter caiu e tocou várias vezes a bola com a mão. O árbitro marcou livre (perigoso) contra o Barcelona.
Benquerença vai ao Mundial, como se sabe, mas também se sabe que aqui há uns anos só ele não viu Vítor Baia tirar uma bola que estava mais de trinta centímetros dentro da baliza. E desde então não deixou de merecer os elogios do presidente do Porto.
Mourinho está longe, já há uns anos, mas mantém uma parceria muito interessante com Pinto da Costa. Ainda há duas épocas lhe comprou um jogador por quase trinta milhões de euros (isto é, comprou com o dinheiro do Inter), enfim, um preço que nem de perto nem de longe ninguém na Europa pagaria por ele. De resto, viu-se. O rendimento do jogador, em dois anos, foi nulo!
Mas já antes tinha pago (isto, pagou Abramovich) vinte milhões por Paulo Ferreira, que, com toda a simpatia que mereça, também não vale nada que se pareça com aquela verba.
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