A PRESSÃO EM MADRID
Os madrilistas e o seu fanatismo clubístico, apenas comparável ao execrável nacionalismo chauvinista dos espanhóis, ainda não têm ideias seguras sobre como lidar com Mourinho. Por um lado, contestam-lhe o futebol, que está longe de merecer a nota artística do do Barcelona, lamentam a falta de golos e sentem-se impotentes para o influenciar como nas últimas décadas tem acontecido com todos os treinadores que por lá tem passado. Por outro lado, gostam das vitórias, mesmo que pela diferença mínima, apreciam que a equipa não sofre golos e têm uma secreta esperança de que a “estrela” ganhadora de Mourinho acabe também por brilhar em Madrid, mesmo com um futebol que os não satisfaz.
Depois é muito mais fácil exacerbar a crítica relativamente a um estrangeiro, nomeadamente se ele é um português. Se fosse alemão e tivesse o curriculum de Mourinho passariam o tempo a bajulá-lo. Com Mourinho passam o tempo a esquadrinhar os jogos que leva à frente do Real Madrid comparando, ponto por ponto, a actuação da equipa este ano com a do ano passado, de Pellegrini. Quantos ataques fez o Real este ano e o ano passado, quantos passes, quantos remates, quantos golos, quantos pontos, enfim, tudo o que possa ser comparado com a mais completa indiferença de Mourinho, que não entra no jogo da imprensa e não dá qualquer importância aos números que os jornais vão apresentando.
Hoje, mais uma vez, o Real Madrid não sofreu golos, marcou um e ganhou. Teve alguma sorte. Também isso é normal. Mourinho não é homem de azares.
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