JÁ SE PERCEBEU O QUE VAI FAZER
Está cada vez mais claro que as convocatórias de Queiroz pouco têm a ver com a forma e regularidade dos jogadores. E se é assim agora e assim tem sido desde que ele é seleccionador, por maioria de razão o será relativamente à convocatória final para o Mundial da África do Sul.
Pode compreender-se que um seleccionador com anos de função tenha em conta na escolha dos jogadores certas características de personalidade que os diferenciam relativamente a outros técnica e fisicamente semelhantes. O que não pode é aceitar-se que na escolha interfiram frequentemente considerações que ninguém compreende por não se justificaram objectivamente.
Já se percebeu que em matéria de guarda-redes o critério de escolha não é o do jogador que está em melhor forma, que tem mais experiência, que menos golos sofreu e por aí fora. O critério é outro: se dúvidas houvesse aí estava a chamada de Hilário para as dissipar.
Por outro lado, Queiroz continua a apostar em jogadores lesionados, alguns dos quais já há muito deveriam ter deixado de ser seleccionáveis.
A seguir bastou que uma equipa das que mais cometeu erros, que mais irregular tem sido durante todo o campeonato, tivesse ganho dois jogos seguidos para ver de imediato alguns dos seus jogadores convocados - eles que juntamente com os seus camaradas de equipa foram durante a época os responsáveis pela situação em que está o grupo a que pertencem.
Pelo contrário, os jogadores das equipas vencedoras, que têm demonstrado uma notável (às vezes até brilhante) regularidade exibicional ao longo da temporada não são convocados!
Tudo se prepara para uma repetição na África do Sul do que aconteceu na Coreia, em 2002. Não me admiraria nada que Queiroz tivesse uma recepção igual à de Oliveira. Estou a exagerar? Não, não estou: os critérios (isto é, a ausência deles) são os mesmos. A submissão a certos poderes fácticos também. Portanto, não há razões para crer que os resultados venham a ser muito diferentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário