sexta-feira, 11 de junho de 2010

COMEÇOU O MUNDIAL 2010 NA ÁFRICA DO SUL



A PRIMEIRA DECEPÇÃO

Começou hoje o Mundial de futebol na África do Sul. Mandela não merecia que o começo do Mundial ficasse associado a uma tragédia familiar - única nota triste num dia que ficará para a história da África do Sul.
Foi certamente por demagogia que Blatter decidiu o mundial em África. Mas nada mais justo, nem mais merecido. São africanos ou descendentes de africanos muitos dos grandes jogadores da história do futebol. Quando a África daqui a umas décadas for um continente muito diferente do que ainda hoje é, não obstante os extraordinários progressos dos últimos anos, o futebol brilhará em África como em nenhuma outra parte do mundo.
A cerimónia de abertura foi linda e espectacular, tal como ontem já havia sido o concerto que antecedeu o início dos jogos. Em contrapartida, o jogo de abertura foi fraco. O México jogou aquilo que sempre joga: um futebol lento, pouco audaz, sem a qualidade dos seus vizinhos do sul. Até poderia ter resolvido o jogo na primeira parte em duas ou três ocasiões em que dispôs de grandes facilidades concedidas por uma equipa sul-africana, muito ingénua e com muita dificuldade em posicionar-se correctamente no terreno.
Parreira é um homem experiente, mas o seu futebol também não varia muito. Muitas cautelas defensivas e um ou outro contra-ataque bem feito. E por aqui se ficou a selecção da África do Sul, que poderia ter ganho o jogo, à vontade, na segunda parte e acabou por empatar.
O golo que sofreu já não se aceita na primeira década do século XXI. Agora até se percebe melhor o que Jorge Jesus quer dizer quando se refere ao trabalho do treinador. Mas não foi apenas nesse golo que a selecção da RAS esteve mal. O posicionamento em campo dos seus jogadores deixa muito a desejar, nomeadamente – mas não só – nos desdobramentos ofensivos.
Enfim, um jogo que não apetece rever. Mais logo se ficará com uma primeira ideia do que pode esperar estas duas equipas no grupo a que pertencem. Mas não parece que possam esperar grande coisa.
Três notas: grande golo de Tshabalala numa boa jogada de contra-ataque; o excelente guarda-redes (Khune) da África do Sul; e a boa exibição de Giovanni dos Santos

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