HOLANDA RESISTIU ENQUANTO PÔDE
A Espanha ganhou o Mundial 2010. E não há muito a dizer sobre a sua vitória quando todas as análises que antecederam o Grande Jogo apenas versavam sobre como poderia a Holanda neutralizar o jogo da Espanha. Quando a questão se põe nestes termos, isso significa que há uma evidente superioridade de uma equipa sobre a outra. Já que não se trata de saber como vencê-la, mas como impedir o adversário de ganhar.
E a Holanda esteve perto de o conseguir. Esteve a dois minutos de impedir que no jogo jogado a Espanha ganhasse. Para chegar onde chegou, a Holanda fez aquilo que se previa: pressionou alto a Espanha, através dos seus jogadores atleticamente mais poderosos, foi distribuindo alguns pontapés no corpo dos adversários e na bola, esperando que num lançamento longo, bem sucedido, um dos seus dois grandes artistas resolvesse o assunto. E isto também esteve para acontecer por duas vezes. Mas não aconteceu. Casillas não deixou.
Quando a resistência holandesa já tinha chegado aos limites – de facto Robben e Van Persie estavam completamente esgotados -, a Espanha ganhou com um golo de Iniesta.
Não foi muito inteligente substituir De Jong por Van der Vaart como se viu imediatamente e, mais tarde, no golo sofrido, já que é sua a incorrecta posição em campo que coloca em jogo Iniesta. Deveria ter saído Van der Persie. Por que não saiu, só o treinador holandês o saberá, embora para o espectador fique a suspeita de que a reacção pouco cordial do jogador na última vez que foi substituído tenha estado na origem do erro cometido.
De qualquer maneira a Espanha jogou mais e foi a melhor durante o torneio. O seu futebol não assenta apenas na excelente circulação de bola, mas também numa muito eficaz capacidade de a recuperar. O ponto negativo da Espanha, eventualmente relacionável com o seu modelo de jogo, é a sua fraca capacidade concretizadora. Marcou oito golos em sete jogos. Todos os jogos posteriores à fase de grupos foram ganhos apenas por 1-0.
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