sábado, 24 de julho de 2010

BENFICA: QUANTOS FICAM?

QUE HIPÓTESES COM OUTRO PLANTEL?

Depois da transferência de Di Maria, têm-se multiplicado nos jornais as notícias sobre outras inevitáveis saídas no plantel benfiquista. As notícias visam fundamentalmente Ramires, David Luiz e Fábio Coentrão. Não é muito provável que saiam os três, mas somente quando o mercado fechar, no fim de Agosto, se saberá, com segurança, quem partiu e quem ficou.
O assédio aos jogadores mais influentes não se faz apenas por via das verbas a pagar ao clube com os quais eles têm contrato, mas principalmente pelos ordenados milionários com que lhes acenam os clubes que os pretendem. Postos perante este cenário, os clubes com menos recursos têm escassas possibilidades de resistir. É que não é fácil manter no plantel um jogador a quem ofereceram um ordenado várias vezes superior ao que está auferindo no clube a que está vinculado.
Isto para dizer, que o vínculo contratual e o montante da cláusula de rescisão não são determinantes para manter no plantel um jogador que queira partir, embora também daqui se não possa concluir que nada valem. Não é isso o que se pretende dizer. O vínculo e as cláusulas contratuais condicionam, mas não são determinantes.
O mais provável perante uma forte insistência, acompanhada de uma proposta razoável, segundo os critérios do mercado, é que o jogador acabe por ser transferido por um preço inferior ao estabelecido na cláusula de rescisão que blinda o contrato.
É esse o risco que o Benfica corre. Apesar do muito dinheiro que aquelas transferências lhe possam proporcionar, fica a incógnita das suas consequências no plano desportivo. É que não é fácil substituir em poucas semanas jogadores daquele gabarito. Um plantel pode não ser constituído por jogadores de luxo, como era o da época passada no Benfica, mas tem de ser um plantel equilibrado e bem estruturado.
E a questão que se coloca é a seguinte: se Di Maria já não é substituível de imediato, Ramires e Fábio Coentrão sê-lo-ão ainda menos. Não há no plantel do Benfica quem esteja à altura de os substituir na função, mesmo que com menos brilho. Já o caso de David Luiz é diferente. O jovem defesa-central é um magnífico jogador, mas é muito indisciplinado tacticamente e até se pode levantar a dúvida sobre se alguma vez ele poderá ser o patrão de uma defesa. Se pode ser ele a comandar a manobra defensiva da equipa ou se, para brilhar, terá de ter sempre alguém que seja capaz de fazer aquele serviço. E, é claro, que um jogador com estas características, por muito bom que seja – e David Luiz é-o sem dúvida – é sempre mais facilmente substituível.
Resta saber se com a saída de quatro jogadores fundamentais Jorge Jesus está em condições de continuar a garantir a qualidade (possível) e a competitividade (máxima).
É bom lembrar que Mourinho no Porto venceu com uma equipa que ele construiu com poucos recursos e feita de “retalhos” apanhados nas sobras do Benfica, da União de Leiria e mais alguns. É óbvio que há uma diferença: a equipa de Mourinho, no Porto, foi construída por ele; a equipa de Jorge Jesus, no segunda ano de Benfica, a confirmarem-se as transferências, será uma equipa “desconstruída”. A verdade é que nunca, no Porto, Mourinho teve um plantel com o valor individual do plantel do Benfica do ano passado. É altura, portanto, de Jesus, com outros recursos, confirmar o seu valor.

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