sexta-feira, 9 de julho de 2010

O QUE SE PODE ESPERAR DA FINAL




A ESPANHA PARTE EM VANTAGEM

A grande questão que se põe relativamente ao jogo de domingo entre as duas equipas finalistas é saber como pode a Holanda neutralizar a circulação de bola da Espanha, de forma a impedir que o jogo seja apenas jogado de um lado.
A avaliar pelos últimos três jogos, terá de reconhecer-se que é uma tarefa difícil.
A Holanda se não quer ser completamente dominada e sujeitar-se a ficar apenas com as escassas chances que as simples vicissitudes do jogo por vezes permitem tem de fazer pressão alta, diz a maior parte dos entendidos. Só que esta estratégia depara-se logo com uma grande dificuldade. Quem é que na equipa da Holanda tem condições técnicas para fazer esta pressão alta? Van Persie, Robben, Sneijder? Certamente não. Nenhum deles tem capacidade nem disponibilidade física para fazer sequer o que Hugo Almeida fez na selecção portuguesa, enquanto Queiroz o deixou jogar. Dick Kuyt, sim, à semelhança do que já fez contra o Brasil tanto em relação a Maicon como em relação a Daniel Alves. Mas não chega. Em seu auxílio tem de estar permanentemente presente Van Bommel e De Jong. Mas se estes vierem para a primeira linha da pressão, quem fica na segunda?
Tudo problemas muito complicados de resolver pelo treinador holandês. Depois há ainda outra fragilidade da equipa holandesa: a defesa. Com a capacidade de passe e a técnica de circulação de bola de Xavi e de Iniesta não vão faltar na defesa da Holanda situações semelhantes à de Robinho no jogo contra o Brasil.
Em princípio, portanto, a Espanha vencerá e, desta vez, marcará mais do que um golo. Mas há, evidentemente, uma grande curiosidade em saber como vai jogar a Holanda. E como a bola é redonda – e este Mundial tem demonstrado isso mesmo – e a emoção e o estado de alma das equipas também desempenham um importantíssimo papel, ninguém poderá dizer o que vai acontecer se, por exemplo, a Holanda marcar primeiro, numa das tais vicissitudes do jogo em que o futebol é fértil.

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