terça-feira, 17 de dezembro de 2013

BENFICA E PORTO NA 2.ª DIVISÃO EUROPEIA


 

VALE A PENA APOSTAR NA LIGA EUROPA?
 

 
Como a partir da terceira jornada da fase de grupos se esperava, o Benfica e o Porto não se qualificaram para a fase seguinte da Liga dos Campeões.
 
Para o Benfica, a eliminação precoce numa competição onde no passado escreveu as páginas mais gloriosas da sua história não pode deixar de considerar-se uma grande derrota. Pela terceira vez, o Benfica, com Jesus no comando técnico, não logra alcançar a fase seguinte. Apenas uma vez, na era Jesus, o Benfica seguiu em frente. Das restantes transitou para a Liga Europa, onde fez uma carreira regular, mas que ninguém no plano internacional verdadeiramente valoriza, mesmo quando o resultado final dessa participação é a vitória.

A Liga Europa é a segunda divisão das competições europeias, residindo o seu maior interesse na pontuação que nela se pode arrecadar para efeitos de ranking das competições da UEFA. Quanto ao resto – visibilidade, dinheiro, audiências, prestígio – a sua importância é escassa ou quase nula.

A eliminação deste ano, previsível a partir do empate na Luz contra o Olympiakos, é inaceitável, apesar dos dez pontos conquistados, exactamente por ocorrer na época em que o Benfica tem um dos melhores planteis da sua história, depois dos tempos gloriosos de Eusébio, Coluna e C.ª. É certo que o Benfica fez uma grande exibição em Atenas, donde não merecia ter saído derrotado, mas é igualmente verdade que realizou, principalmente na primeira parte, uma péssima exibição na Luz contra esse mesmo Olympiakos, que ganhou por sorte ao Anderlecht em Bruxelas e teve um comportamento deplorável em Paris contra o PSG.

Portanto, os dez pontos do Benfica não são assim tão brilhantes como à primeira vista poderiam parecer. As estatísticas podem dizer que os resultados do Benfica na Champions, com Jesus, são dos melhores que o Benfica conseguiu neste novo formato da prova, mas a realidade que as estatísticas não revelam diz outra coisa. Diz que a melhor participação do Benfica neste novo formato ocorreu com Ronald Koeman, dirigindo uma equipa que, nem de perto, se equiparava em valores individuais aos que este ano estão à disposição do treinador.

Jesus falha, assim, interna e externamente, pela manifesta incapacidade de tirar partido dos excelentes jogadores que tem à sua disposição.

O Porto, também eliminado, teve uma participação deplorável na Liga dos Campeões. Com um plantel reduzido e manifestamente mais fraco que o do Benfica, com um treinador inexperiente e um público muito exigente, suspirando pelos jogadores que não tem, o Porto conseguiu a “proeza” de ser apurado para a Liga Europa com uma das mais baixas pontuações de sempre: cinco pontos!

Com muitas presenças na Liga dos Campeões e de nela já ter feito história, o Porto, este ano, relativamente ao Benfica,  sempre pode apresentar como desculpa para a sua péssima prestação, a perda de dois dos seus mais influentes jogadores e a má vontade com que outros se mantêm no plantel por a direcção ter recusado propostas que, apesar de ficarem aquém das cláusulas de rescisão, eram muito vantajosas para os jogadores em questão, como é o caso de Mangala, Fernando e Jackson Martinez.

Algo de novo está acontecendo para os lados das Antas, pois onde antes se atestava a grande honra e o enorme prazer que era continuar no clube, apesar das solicitações e pretensões externas, ouve-se agora o público desagrado pelas transferências frustradas para clubes com outras potencialidades financeiras.

Depois deste desaire dos dois mais importantes clubes portugueses, a questão que a ambos agora se coloca é se vale a pena a aposta a sério na Liga Europa com as inevitáveis consequências competitivas no plano interno, nomeadamente no campeonato….