terça-feira, 26 de outubro de 2021

JESUS E A DESVALORIZAÇÃO DOS JOGADORES DO BENFICA

 

AS INCONGRUÊNCIAS DE JESUS

Não se percebe se Jorge Jesus está na plenitude das suas faculdades como treinador ou se algo de anormal se passa com ele.

Comecemos pelo lado menos grave da questão, mas que não deixa de causar um grande desconforto aos benfiquistas. Em primeiro lugar, os elogios ditirâmbicos a equipas normais como o PSV e que nada justificavam. É uma equipa típica da 2.ª divisão europeia, que pode ser goleada no campeonato holandês, como também pode perder nas competições internacionais, tanto em casa como fora, por equipas teoricamente mais fracas. Onde está, então, essa superequipa que Jesus viu?

Depois vem as afirmações sobre outras equipas, como o Bayern, de que é a “melhor equipa do mundo” e que tem os melhores jogadores do mundo, tudo isto antes de o Benfica ter feito os jogos que tem para fazer com os alemães na Liga dos Campeões. Que necessidade tem ele de estar a apregoar aos quatro ventos a superlativa classe do Bayern? Para amedrontar e desmoralizar os seus jogadores ou para antecipadamente se desculpar se vier a ter uma derrota pesada em Munique? Em qualquer dos casos, a resposta a estas intervenções de Jesus será sempre negativa.

Vem também a seguir as habituais afirmações sobre as excepcionais intervenções do Benfica depois do intervalo. Todas estas intervenções sobre o brilhantismo do Benfica se referem a jogos em o Benfica jogou mal ou até muito mal durante o tempo quase todo. E aquela história de as tais “grandes exibições “ só virem depois do intervalo, só agravam a sua posição como treinador e não o contrário, como ele supõe. Se ele ao intervalo tem de corrigir quase tudo, é porque preparou mal o jogo e não contrário.

Finalmente, vem a desconsideração dos seus jogadores. Primeiro foi o Vlachodimus, que depois de excelentes exibições nas fases de apuramento para a Liga dos Campeões nunca ouviu da boca do seu treinador uma palavra de conforto ou de incentivo. Antes pelo contrário, com aquela cara de “grande sábio” que ele próprio se atribui, diz aos jornalistas que eles não percebem nada do que estão ver, e que o guarda-redes do Benfica não fez mais que a sua obrigação. Em contrapartida, fica positivamente embasbacado com duas defesas de Neuer, sendo uma delas perfeitamente normal e a outra com algum grau de dificuldade, todavia atenuada pela estatura do guarda-redes.

Como se não bastasse, no último jogo contra o Vizela, em que o Benfica fez uma triste exibição desconsiderou Rafa, que salvou a equipa (de várias coisas, entre as quais o jogo de Vizela se tornar no quarto jogo consecutivo sem ganhar no tempo regulamentar, tudo contra equipas, com excepção do Bayern, que ou são da segunda divisão ou lutam para não descer) e também o Pizzi, que ele tem preterido em detrimento de jogadores que ele pediu para comprar por dezenas de milhões de euros e que não têm rendido nada, nem a maior parte dos adeptos acredita que algum dia venham a render, enquanto o Pizzi, múltiplas vezes campeão com Vitória e Laje, tem no decorrer da sua carreira, feito muito boas exibições e marcado muitos golos. Pois o que ocorreu dizer a Jesus, depois do comportamento discriminatório que tem tido em relação a Pizzi, pondo-o sistematicamente no banco ou dando-lhe escassíssimos minutos, foi dizer que eles não defendem. Qualquer dia, a equipa do Benfica só tem defesas: actualmente já joga com cinco defesas e dois médios defensivos e ainda precisa que jogadores como Pizzi e Rafa andem a defender em vez de marcarem ou darem golos a marcar como sabem fazer e bem?

O que se espera é que Rui Costa não embarque em euforias com Jesus e se mantenha à distância suficiente para fazer uma avaliação serena do desempenho do treinador.

sábado, 23 de outubro de 2021

O BENFICA BAYERN

 Esta mensagem foi apagada por engano e antecede a que hoje foi publicada

BENFICA BAYERN E AS FANTASIAS DE JESUS

Sejamos claros: o Bayern foi sempre muito superior ao Benfica durante todo o jogo. Na perigosidade dos lances que criou, na intensidade com que jogou durante 90 minutos, na técnica dos seus jogadores bem como na capacidade individual de alguns jogadores que lhes permitiu furar a defesa do Benfica e desposicioná-la, abrindo brechas que somente não deram golos mais cedo por alguma falta de sorte.

Certamente que o Benfica teve duas ou três situações em que conseguiu a acercar-se da área do Bayern e criar algum perigo como sempre acontece, mesmo nos jogos em que há um acentuado desnível competitivo entre os contendores. Todas as equipas do meio da tabela para baixo que vêm jogar à Luz e são dominadas pelo Benfica conseguem sempre criar uma ou duas situações perigosas e às vezes até marcar um golo.

Que Jesus não saiba ver o que se passou no jogo e continue a veicular a tese de que o Benfica o conseguiu dividir durante muito tempo é uma fantasia que será grave se ele próprio acreditar nela, como parece que acredita.

O modelo defensivo que Jesus tentou pôr em prática – e será difícil admitir outro – começo a desmoronar-se logo que o Bayern marcou e entrou em descalabro com a substituição dos três da frente. Com excepção de Yaremchuck, que poderia ser substituído por Gonçalo Ramos, o Benfica não tem no seu plantel ninguém que possa substituir Rafa e Darwin neste tipo de jogo. E mais ainda no resto da equipa qualquer outra substituição também seria muito problemática. Já tinha havido a de André Almeida, forçada, razoavelmente substituído por Diogo Gonçalves, numa emergência, que se não verificou, a substituição de um central por Morato ou até por Ferro, e na linha média Weigl é insubstituível e João Mario quase, por os restantes perderem a bola com muita facilidade, como se viu. Portanto, as substituições foram um fracasso e agravaram consideravelmente a já difícil situação do Benfica. Talvez o sérvio possa ser uma opção em Munique para substituir alguém que esteja esgotado.

A ida a Munique vai ser penosa porque o Bayern vai jogar com a mesma intensidade e infelizmente não vejo que o Benfica esteja em condições de os enfrentar durante noventa e tal minutos.

Há que esperar pelo próximo jogo interno para saber se esta senda de derrotas ou de empates vai continuar e ombrear com o que se passou o ano passado. O que vem destes três últimos jogos não augura nada de bom. Oxalá estejamos enganados.    

20 DE NOVEMBRO DE 2021

O BENFICA, O BAYERN DE MUNIQUE E JORGE JESUS

 

A DERROTA DO BENFICA 

Como os benfiquistas sabem, o Benfica tem uma péssima “relação” com o Bayern. Porventura, a pior de todas no quadro geral das competições europeias. O Benfica dá-se mal com o Bayern. Não só nunca lhe conseguiu ganhar como foi por várias vezes goleado, embora em Munique.

A primeira vez que o Benfica defrontou o Bayern foi em 1975/76, era treinador Mário Wilson – empatou 0-0 em Lisboa e perdeu 1-4 em Munique; em 1995/96, para a Taça UEFA, perdeu em Lisboa por 1-3 e em Munique por 1-4, e era novamente treinador Mário Wilson; em 2015/16, perdeu em Munique por 0-1 e empatou na Luz por 2-2, era treinador Rui Vitória; em 2018/19, perdeu 0-2 na Luz e 1-5 em Munique, era treinador Rui Vitória.

Na presente temporada 2021/22, com Jorge Jesus ao leme, o Benfica sofreu contra o Bayern a maior derrota em casa e no dia 2 de Novembro terá de ir jogar a Munique.

Não interessa agora discutir se esta equipa do Benfica é a melhor que até hoje defrontou o Bayern ou se já houve outras muito melhores que no passado também perderam. Ou se o Benfica tem tido o azar de defrontar o Bayern quando este se encontra em grande forma e tem uma grande equipa. As estatísticas dizem-nos que a equipa do Benfica que melhores resultados alcançou contra o Bayern foi a de Rui Vitória, tendo estado na Luz a um passo da vitória, se Jovic, mesmo no fim, não tivesse falhado uma bola de golo e que o Bayern, desde que começou a Bundesliga, no actual formato, tem tido sempre grandes equipas e já foi campeão europeu por 6 vezes.

Dito isto, Jorge Jesus não sai ileso do desaire da Luz da passada quarta-feira (0-4) por várias razões. Em primeiro lugar, é absolutamente despropositada a conversa do treinador do Benfica nas intervenções que antederam o jogo. Afirmar constantemente que o Benfica iria defrontar “a melhor equipa do mundo” , que integra alguns dos “melhores jogadores do mundo” não é nem nunca foi uma atitude motivacional nem fortalecedora do espírito da equipa. Pelo contrário, é factor de desmoralização dos jogadores que, perante o quadro traçado pelo treinador, começam a sentir-se impotentes antes de o próprio desafio se iniciar.  E é uma tentativa de desculpabilização antecipada do treinador que, passando uma mensagem de dificuldade quase inultrapassável, quer desde logo desresponsabilizar-se pela derrota e preparar os adeptos e os dirigentes para o pior. Ora, os adeptos não precisam que Jorge jesus lhes diga qual a valia do Bayern já que muitos deles vêem-no jogar todas as semanas na liga alemã e também nas competições internacionais, bem como igualmente sabem como têm corrido as coisas internamente na Bundesliga ao Bayern de Munique. O que Jesus tem de fazer é preparar a equipa para jogar seja contra quem for, que é exactamente isso que fazem os treinadores das equipas portuguesas menos apetrechadas quando defrontam o Benfica, sejam elas da primeira, da segunda ou da terceira divisão. E muitas vezes com excelentes resultados.

Depois ficou também claro para quem estava a ver o jogo que na sua preparação se não tomou na devida consideração a avalanche ofensiva do Bayern em todos os momentos do jogo, facto que necessariamente levaria, mais tarde ou mais cedo, à derrota. E já durante o jogo quando se esperava, depois do primeiro golo do Bayern resultante de um livre muito bem executado, que o Benfica reforçasse o meio campo para tentar fazer frente à torrencial capacidade ofensiva do Bayern, deixando ficar em campo os seus dois jogadores mais rápidos (Darwin e Rafa), Jorge jesus substituiu Yaremchuck por Cebolinha aos 76 m e 5 minutos depois J Mário, Darwin e Rafa por Taarabt, Pizzi e Gonçalo Ramos. Quatro minutos depois de Cebolinha entrar o resultado passou de 0-1 para 0-2 e quatro minutos depois do segundo grupo de substituições de 0-2 para 0-4.

E nada disto é uma simples coincidência: meter Everton para suster a capacidade atacante de Gnabry é algo que não lembraria ao mais pintado! Se antes de Gnabry Pavard já quase só jogava ao ataque, visto os três de trás do Bayern ( Lucas Hernandez, Sule e Dayot) chegarem e sobrarem para o frágil ataque que o Benfica estava em condições de desencadear, pior ainda as coisa ficaram quando Jesus resolve meter “Cebolinha” para defender, tira os dois atacantes mais velozes e substitui-os por Ramos e Pizzi, que quase nem tocaram na bola.

Seria sempre difícil segurar o 0-0, já que somente por sorte o Bayern não saiu ao intervalo a ganhar por 2 ou 3, mas mais difíceis as coisas ainda ficaram quando o meio campo se desconjuntou por ter ficado sem os auxílios de Rafa e Darwin, e o ataque desapareceu por completo. O que se exigia era manter em campo Darwin e Rafa, reforçar o meio campo com Morato ou Ferro ou até Paulo Bernardo e se as coisas estivessem a correr razoavelmente substituir lá mais para o fim do jogo Darwin ou Rafa por Radonjic, que é igualmente um jogador veloz e possante. Assim foi o descalabro.

Infelizmente, depois do jogo Jesus continuou com a mesma conversa da “melhor equipa do mundo” à qual juntou o “melhor Guarda-redes do mundo” (Manuel Neuer) por ter feito uma defesa normal e uma outra com um grau de dificuldade um pouco mais elevado, mas nada de excepcional já que a bola ficou enquadrada, em altura e em largura, dentro daquilo a que se pode chamar o corpo do guarda-redes na horizontal. E mais uma vez nem uma palavra para o seu guarda-redes (Odysseias Vlachodimus) a quem deve a presença na Champions League e a quem deve também ter mantido as redes invioláveis até ao minuto 70.

Depois de todas as intervenções de Jesus não se espera nada de bom em Munique, além do mais porque se percebe que o treinador do Benfica está com medo. E isso é terrível para a equipa.