LEONARDO JARDIM UM
EXEMPLO SAUDÁVEL
O Sporting está cada vez mais com os tiques de clube pequeno
que se considera grande: grandes aspirações, pequenos resultados. O que tem
como consequência reacções despropositadas provocadas pelas sucessivas
frustrações dos objectivos inalcançados. E tanto mais violentas quanto mais
perto parece ter estado dos frustrados objectivos.
Aconteceu assim na Taça de Portugal, ao ser eliminado pelo Benfica,
voltou a acontecer no domingo ao ser eliminado na Taça da Liga… por culpa
própria.
Os dirigentes do Sporting – não o treinador que é um modelo
de comportamento desportivo – não têm estabilidade emocional para participar em
competições desportivas de primeiro plano. Qualquer pretexto, por mais ridículo
que seja, lhes serve para ofuscar o inêxito com base em causas virtuais
indemonstráveis e assim tentarem passar a mensagem de que a derrota é sempre da
responsabilidade de terceiros que na sombra maquinam dia e noite contra o
Sporting.
O que se passou na Taça da Liga é da responsabilidade da Liga…e
do Sporting. A Liga deveria ter assegurado e garantido que os jogos começavam à
mesma hora. Mas a Liga não pode garantir que os jogos que começam à mesma hora
terminem à mesma hora. Mas, se por razões que se desconhecem, os jogos não
começaram à mesma hora, há que averiguar por que razão isso aconteceu. E só se o
Porto tivesse actuado dolosamente é que poderia ser punido. Como esse dolo é
muito difícil de provar, para não dizer impossível, num atraso de 2 minutos e
45 segundos, o Sporting poucas ou nenhumas possibilidades terá de passar às meias-finais
de uma competição que perdeu no campo.
O Sporting poderia ter evitado o que se passou e não seria
penalizado por isso se se tivesse recusado a entrar em campo enquanto o Porto o
não fizesse. Não há regulamento que o impeça de fazer isso. Nem haveria nesse
comportamento qualquer batota ou vigarice. Que Eduardo Barroso não compreenda
isto, que os dirigentes do Sporting também não compreendam, é absolutamente
normal dado o fanatismo que lhes perturba a mente. Se os directores desportivos
do Sporting, nenhum deles, têm a inteligência suficiente para conhecer os
critérios de classificação ou de eliminação da prova ou de interpretação dos
regulamentos, é um problema grave com que o Sporting se debate. Podem esses
dirigentes ter feito a sua aprendizagem numa “boa escola”…mas logo esqueceram o que aprenderam mal chegam ao Sporting.
Em conclusão: há muitas razões de queixa no futebol
português. Todos sabemos disso. Mas é ridículo que se pretenda combater o que
está mal há muitos anos com situações como as de domingo passado.
O protesto ridículo sobre o que se passou no domingo apenas
vai servir de motivo para que os mesmos de sempre se aproveitem desse ridículo
para que tudo continue na mesma.
Aliás, basta ouvir E. Barroso para se perceber o que é a
moralidade desportiva para os fundamentalistas do Sporting. Barroso calunia os
jogadores adversários imputando-lhe intenções e actos que não prova ou que eles
manifestamente não cometeram. Deturpa vergonhosa e dolosamente que se passou no
Marítimo-Benfica do ano passado. Omite os vários golos em fora de jogo que o
Sporting marcou este ano. Omite o que se passou no Sporting-Benfica deste ano
em Alvalade: um golo em off side e um
penalty sobre Cardozo que só Hugo
Miguel e E. Barroso não viram.
A honra dos jogadores para Eduardo Barroso é algo que pode
ser enxovalhada com calúnias vulgares. Numa palavra: Barroso não tem classe. É
vulgar, demasiado vulgar!
A tudo isto Seara assiste impávido…O Benfica apenas lhe serve
para tentar ganhar votos… e notoriedade…