segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

O FUTURO DO BENFICA

 

O QUE TEM DE SER FEITO (Algumas despretensiosas notas)

Vou começar com uma nota que de optimismo nada tem: não sei se há nos órgãos dirigentes do clube e da SAD alguém com competência para planear o futuro do Benfica em consonância com a sua grandeza desportiva, a grandeza que já teve, que perdeu e que precisa de recuperar, interna e externamente, na base de um projecto explicado aos sócios e aos adeptos e a que estes adiram pela excelência do que lhes é proposto e não pelas belas palavras que o possam emoldurar nem pelo benfiquismo de quem o apresenta.

Vamos falar de futebol, deixando as demais modalidades para depois, uma vez devidamente estruturado o que se pretende fazer com o futebol, a principal (ou exclusiva) fonte de receita de clube.

Primeira questão. O Benfica deve continuar a ser um clube de formação – formação de excelência - recrutando os profissionais competentes nas diversas áreas em que a formação se compõe, sem nunca esquecer que a componente cidadã deve integrar essa formação. O Benfica não deve formar apenas jogadores, por melhores que eles sejam, deve também formar cidadãos que integrem na formação da sua personalidade grandes valores do desporto de acordo com as melhores práticas. E deve também, como não poderia deixar de ser, inserir animicamente os formandos nos grandes valores da “mística” e da história do Benfica, alicerçados na grandeza do clube espelhados nas inúmeras vitórias que integram a sua história. A formação não poderá ser um simples albergue de futuros profissionais de futebol que passam pelo Benfica em busca de um sonhado futuro melhor, mas de formandos empenhados na representação do Benfica, como primeiro objectivo, independentemente do que possa acontecer depois.

Em segundo lugar, a formação dos jogadores de futebol deve orientar-se e assentar no modelo de jogo que se pretende que o Benfica pratique, em estreita consonância com a prática seguida pela equipa principal. Um modelo do clube e não mais um modelo do treinador.

Terceira questão, será da responsabilidade da direcção, da sua estrutura directiva para o futebol, a escolha dos jogadores e do treinador. O treinador terá de ser encarado como um empregado do clube, com autonomia técnica, porém subordinada a uma ideia de jogo que faz parte da natureza do clube, também ela alicerçada na sua história. O respeito por este pressuposto exige que haja doravante a maior cautela nessa contratação. O Benfica jamais poderá acolher nas suas fileiras um treinador que domine a estrutura técnica do futebol, imponha o seu modelo de jogo qualquer que ele seja, nem ter a palavra definitiva sobre a contratação de jogadores e muito menos admitir-se a contratação de um treinador que actue de acordo com os seus subjectivos e irracionais “estados de alma” quer eles se caracterizem pela “embirração” com certos jogadores quer pelo seus “amores” relativamente a outros. A sua actuação terá de ser estritamente profissional e indiferente a esses estados de alma.

Quarta questão, terá de ser altamente competente do ponto de vista técnico a estrutura dirigente do futebol profissional integrada pelo presidente do clube e pelo director desportivo, um profissional de reconhecidos méritos, identificado com os objectivos do clube. Não basta o “benfiquismo” nem a sua paixão clubística – é preciso muito mais. Da estrutura directiva do clube fará parte um técnico-adjunto, escolhido pelo Benfica, que integrará a equipa técnica do treinador.

Creio que terá de ser dentro desta e doutras linhas que se deverá começar a organizar o novo Benfica, sem ambiguidades oportunistas no seu percurso. Se o passado serve para alguma coisa, essa “alguma coisa” terá de consistir na erradicação de erros recorrentes e na “impossibilidade” da sua repetição. De qualquer modo, depois de tudo o que se tem passado nestes últimos anos, seria inadmissível que os órgãos dirigentes do Benfica se não inspirassem nos grandes clubes europeus como modelo a seguir em todos os domínios, e esquecer de vez que não será à custa de capitais alheios, sejam eles árabes, asiáticos ou americanos, que Benfica recuperará a sua grandeza.

Como o caminho se faz caminhando, a direcção do Benfica deverá imediatamente demitir o treinador principal e os membros da sua equipa técnica que não se integrem nas futuras linhas programáticas, sendo o treinador principal advertido de que o despedimento será feito com base em “justa causa” (assunto a tratar à parte, noutro post).

A substituição do actual treinador há-de ser inspirada no novo modelo a criar no clube sem prejuízo, nesta emergência, da natureza temporária (até ao fim da época) e experimental do que agora for escolhido. Se é verdade que uma contratação com estas características corre alguns riscos, não é menos verdade que uma contratação por mais tempo, feita um pouco à pressa, corre riscos muito maiores. Tem de ser contratado um treinador moderno, que compreenda a dinâmica do futebol moderno, capaz de a explicar à direcção de forma convincente e não mais uma contratação que se apresente com o simples projecto de vencer, “arrasando” ou não os adversários. Isso é conversa de ignorante na qual o Benfica não pode mais embarcar. Quando se fala em futebol moderno quer-se dizer o futebol praticado pelas melhores equipas europeias, que embora tenham pontos comuns entre elas, têm diferenças assinaláveis, cujas matrizes se poderiam agrupar nos seguintes exemplos : a) Liverpool e Bayern; b) Manchester City e c) Chelsea, sendo que, de acordo com a história do Benfica, o que parece melhor ajustar-se à paixão dos seus adeptos e ao modelo de jogo que melhor a serve e os serve é o do Liverpool/Bayern de Munique.

 

PAULO SOUSA, O MESMO DE SEMPRE

 PAULO SOUSA 

Que Paulo Sousa é um profissional de pouco carácter para quem a palavra dada conta pouco e o reconhecimento é um conceito sem conteúdo já todos os benfiquistas o sabiam. Na sua personalidade não figura a gratidão como valor humano. Para ele o que conta é o dinheiro.

O que está em causa no seu comportamento é o modo como actua: o completo desprezo pela entidade a que contratualmente está ligado, pelos amigos que o contrataram e nele confiaram. Já assim fez com o Benfica e agora com a Polónia.

Desta vez, porém, o seu gesto teve outra repercussão e o que por todo lado ecoa é uma reprovação sem reticências do seu comportamento. O Benfica está, finalmente, vingado pelo repúdio generalizado da sua atitude. Ainda bem !

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O FUTEBOL CLUBE DO PORTO NO SEU MELHOR

 

O FCP E O DESTINO DAS COMISSÕES


No FCP ninguém quer saber se o filho de Pinto da Costa recebe comissões juntamente com Pedro Pinho para as fazer regressar parcialmente (sim, parcialmente, porque com alguma coisa há-de ficar com eles pelo “trabalho” realizado) a Pinto da Costa (como suspeita o Ministério Público) e/ou ao próprio clube para fins ilícitos.

Aos adeptos, sócios, ex-jogadores da “velha guarda”, comentadores e jornalistas afectos ao clube, isso não interessa rigorosamente nada. Que o dinheiro reverta para Pinto da Costa ou família, que o clube esteja tecnicamente falido, apesar dos negócios milionários realizados desde há mais de 20 anos, “intervencionado" pela UEFA, sem um património correspondente às receitas realizadas, isso não só não interessa como muito provavelmente até achem justo que assim seja.

O que importa é que o clube não perca, qualquer que seja a forma como ganha.

A verdade é que o que se está passando no FCP – e há todas as razões para supor, dados os antecedentes, que o que se conhece não passa da ponta do iceberg - constituiria em qualquer parte do mundo – mesmo na corrupta Ucrânia ou na Bulgária – um escândalo nacional que teria como primeiras vítimas a direcção da SAD portista e os próprios directores do clube, que, por exigência dos adeptos e por imposição da cidadania levariam à entrada em funções de uma nova direcção encarregada de colaborar na “limpeza” do clube.

Mas que ninguém se iluda. Nada disso se passará. Pois embora toda a gente perceba que o filho e o amigo de Pinto da Costa recebem desde há muitos anos dinheiro sem fazerem rigorosamente nada que o justifique, a não ser este “trabalhinho” que têm feito, vai ser muito difícil, daí para a frente, encontrar o rasto do dinheiro, se ele circular em nota ou se tiver sido “lavado” com a perícia própria de que está no “ramo” há muitos anos.

Algum dinheiro terá deixado rasto mas essa será sempre a parte insignificante, para o que realmente está em jogo. O pagamento a bruxas, à ex-mulher de Pinto da Costa, ao chefe da claque e outras “minudências” de dezenas ou até algumas centenas de milhares de euros não serão suficientes para fazer vir à tona o que continua escondido e de difícil acesso.

O que já se sabe será, todavia, suficiente para descredibilizar o clube e os seus dirigentes. Mas que é que isso interessa se nada disso atinge a massa associativa nem gera o seu repúdio? Vamos ter a mesmo conversa, apesar de desta vez a grande vítima ser o clube, que tivemos a propósito do “Apito Dourado”: “Sim, Pinto da Costa tem larga experiência em relacionamentos matrimoniais, daí nada mais natural que um árbitro se dirija à sua casa, pela calada da noite, para lhe pedir conselhos sobre como relacionar-se com a esposa”. Ou como Pinto da Costa tem também larga experiência de relacionamento com atletas de alta competição, nada mais aconselhável do que mandar entregar “fruta” aos árbitros, para que estejam fisicamente em grande forma.

E tudo fica resolvido por essa via. Quem parece, porém, não estar pelos ajustes é o treinador. Enfurecido com as lesões causadas a jogadores pelas péssimas condições dos campos de treino do clube, principalmente da relva, só lhe faltou acrescentar à violenta crítica que fez aos responsáveis, que enquanto uns gandulos andam a encher os bolsos com comissões pagas por receitas por ele geradas, ele nem sequer tem direito a um campo de treinos em condições! Isto para não ter de dizer algo semelhante ao que disse ao director desportivo a propósito da aquisição de jogadores, momentos antes de o VAR, inexplicavelmente, ter invalidado ao Famalicão o golo do empate, exactamente idêntico ao que minutos antes tinha sido validado ao Porto.

No FCP ninguém quer saber se o filho de Pinto da Costa recebe comissões juntamente com Pedro Pinho para as fazer regressar parcialmente (sim, parcialmente, porque com alguma coisa há-de ficar com eles pelo “trabalho” realizado) a Pinto da Costa (como suspeita o Ministério Público) e/ou ao próprio clube para fins ilícitos.

Aos adeptos, sócios, ex-jogadores da “velha guarda”, comentadores e jornalistas afectos ao clube, isso não interessa rigorosamente nada. Que o dinheiro reverta para Pinto da Costa ou família, que o clube esteja tecnicamente falido, apesar dos negócios milionários realizados desde há mais de 20 anos, “intervencionado pela UEFA, sem um património correspondente às receitas realizadas, isso não só não interessa como muito provavelmente até achem justo que assim seja.

O que importa é que o clube não perca, qualquer que seja a forma como ganha.

A verdade é que o que se está passando no FCP – e há todas as razões para supor, dados os antecedentes, que o que se conhece não passa da ponta do iceberg - constituiria em qualquer parte do mundo – mesmo na corrupta Ucrânia ou na Bulgária – um escândalo nacional que teria como primeiras vítimas a direcção da SAD portista e os próprios directores do clube, que, por exigência dos adeptos e por imposição da cidadania levariam à entrada em funções de uma nova direcção encarregada de colaborar na “limpeza” do clube.

Mas que ninguém se iluda. Nada disso se passará. Pois embora toda a gente perceba que o filho e o amigo de Pinto da Costa recebem desde há muitos anos dinheiro sem fazerem rigorosamente nada que o justifique, a não ser este “trabalhinho” que têm feito, vai ser muito difícil, daí para a frente, encontrar o rasto do dinheiro, se ele circular em nota ou se tiver sido “lavado” com a perícia própria de que está no “ramo” há muitos anos.

Algum dinheiro terá deixado rasto mas essa será sempre a parte insignificante, para o que realmente está em jogo. O pagamento a bruxas, à ex-mulher de Pinto da Costa, ao chefe da claque e outras “minudências” de dezenas ou até algumas centenas de milhares de euros não serão suficientes para fazer vir à tona o que continua escondido e de difícil acesso.

O que já se sabe será, todavia, suficiente para descredibilizar o clube e os seus dirigentes. Mas que é que isso interessa se nada disso atinge a massa associativa nem gera o seu repúdio? Vamos ter a mesmo conversa, apesar de desta vez a grande vítima ser o clube, que tivemos a propósito do “Apito Dourado”: “Sim, Pinto da Costa tem larga experiência em relacionamentos matrimoniais, daí nada mais natural que um árbitro se dirija à sua casa, pela calada da noite, para lhe pedir conselhos sobre como relacionar-se com a esposa”. Ou como Pinto da Costa tem também larga experiência de relacionamento com atletas de alta competição, nada mais aconselhável do que mandar entregar “fruta” aos árbitros, para que estejam fisicamente em grande forma.

E tudo fica resolvido por essa via. Quem parece, porém, não estar pelos ajustes é o treinador. Enfurecido com as lesões causadas a jogadores pelas péssimas condições dos campos de treino do clube, principalmente da relva, só lhe faltou acrescentar à violenta crítica que fez aos responsáveis, que enquanto uns gandulos andam a encher os bolsos com comissões pagas por receitas por ele geradas, ele nem sequer tem direito a um campo de treinos em condições! Isto para não ter de dizer algo semelhante ao que disse ao director desportivo a propósito da aquisição de jogadores, momentos antes de o VAR, inexplicavelmente, ter invalidado ao Famalicão o golo do empate, exactamente idêntico ao que minutos antes tinha sido validado ao Porto.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

DUARTE GOMES, UMA ANEDOTA!

 

 A  ARGUMENTAÇÃO DE DUARTE GOMES

Não há nenhum lance a que a imprensa portuguesa denomina de “polémico”, em que intervenham os três principais clubes portugueses, em jogos nacionais ou internacionais, que Duarte Gomes, ex-árbitro e hoje comentador de arbitragem, não siga os seguintes “critérios”: sempre a favor do Sporting; sempre contra o Benfica; contra o Porto, se o lance não tiver qualquer influência no resultado, a favor do Porto sempre que tiver.

Como antibenfiquista primário, adepto do Sporting, e como árbitro citado nas escutas do “Apito dourado” (ouvir a deliciosa conversa entre Pinto da Costa e Pinto de Sousa sobre a escolha dos árbitros), Duarte Gomes conhece muito bem as linhas com que se cose. O respeitinho é muito bonito…

No penúltimo jogo do Benfica, contra o SC de Braga, nem seria necessário esperar a opinião de Duarte Gomes sobre o primeiro golo do Benfica, para antecipar o que ele iria dizer. E o que ele disse foi que antes da falta sobre Seferovic por “toque ligeiro” no avançado do Benfica, Everton derrubou Antunes, falta que o árbitro não assinalou. Acontece que Everton não derrubou Antunes, tendo antes havido uma simples carga de ombro que, como sempre acontece  desequilibra o jogador que progride no terreno a uma velocidade superior ao que a ele se encosta, principalmente se não estão a correr paralelamente. Nenhum árbitro na “Europa civilizada do futebol” assinala falta a esta jogada. Em Portugal, como se sabe, o mais fraco deita-se para o chão e o árbitro tende a marca falta contra o que ficou em pé.

No jogo de ontem, contra o Barcelona, também era de esperar que Duarte Gomes corroborasse a decisão do juiz de linha que anulou o golo de Otamendi. A argumentação de Duarte Gomes é ridícula e chega a fazer figura de mentecapto na conclusão que tira face às premissas de que partiu. Diz ele: “A decisão é algo discutível por duas razões: a bola foi colocada no arco de círculo a um metro da linha de baliza (o que tornou menos provável que, no seu trajecto, tenha saído totalmente); o árbitro assistente moveu-se para trás de Grimaldo aquando da execução do pontapé de canto (deixou de estar no enfiamento da linha, colocando-se em posição desfavorável”. Perante estas premissas o que seria de esperar que fosse a conclusão de Duarte Gomes? Pois é, não foi a que a lógica impunha mas exactamente a contrária. E contra as mais elementares regras da argumentação concluiu Duarte Gomes: “ No entanto, também foi evidente que a bola na sua trajectória descreveu um arco de fora para dentro. Como nenhuma imagem prova que a decisão do árbitro foi errada, é mais do que justo conceder-lhe o benefício da dúvida”.

Como acima disse, ´Duarte Gomes é tão antibenfiquista e ficaria tão ressabiado se o Benfica tivesse ganho que nem se apercebe da pobreza da sua argumentação.

 

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

JESUS NÃO TEM ESTATUTO PARA TREINAR O BENFICA

 

JESUS NA CHAMPIONS LEAGUE

Como ontem se viu, não somente pelo resultado, mas principalmente pelo discurso Jesus não tem estatuto para treinar o Benfica. Um Benfica com ambições europeias, que se bata com dignidade contra as melhores equipas do mundo, mesmo sabendo a enormíssima diferença financeira que as separa das demais e não um Benfica que entre em campo batido e fique relativamente satisfeito por ter marcado dois golos, sendo o resultado agregado dos dois jogos de 9-2!

Jesus já jogou a Champions, com a prova que está em curso, por dez vezes. Sete no Benfica e três no Sporting.

No Benfica foi eliminado uma vez na terceira eliminatória contra o PAOK (20/21); no Sporting foi eliminado no play-off contra o CSKA (15/16).

Na fase de grupos apenas uma vez foi apurado (11/12), no Benfica, com 12 pontos. Nessa época passou as eliminatórias (terceira e play-off) contra o Trabzonsport e Twente, respectivamente, tendo na fase de grupos defrontado o Manchester United, o Otelui e o Basileia. Nos oitavos de final eliminou o Zenit St. Peterburg e nos quartos foi eliminado pelo Chelsea, com duas derrotas.

Nas demais vezes em que participou foi sempre eliminado na fase de grupos.

No Benfica, em 2010/11, com 6 pontos contra H. Telaviv, Shalke 04 e o O. Lyon.

Em 2012/13, foi eliminado com 8 pontos contra Celtic Glasgow, Barcelona e Spartak de Moscovo.

Em 2013/14, foi eliminado com 10 pontos contra o Anderlecht, PSG e o Olympiakos

Em 2014/15, foi eliminado com 5 pontos contra Zenit, Bayer Leverkusen e Mónaco.

No Sporting, em 2016/17 foi eliminado na fase de grupos com 3 pontos contra Real Madrid, Legia Varsóvia e Borussia Dortmund.

Em 2017/18, depois de ter eliminado o Steaua de Bucareste no play-off, foi eliminado na fase de grupos com 7 pontos contra o Olympiakos, Barcelona e Juventus.

No Benfica, com excepção da prova em curso, teve sempre grupos fracos e na fase de apuramento chegou a ser eliminado pelo PAOK como todos se recordarão. No Sporting, os grupos que defrontou foram relativamente mais fortes, tendo, numa das vezes, ficado pelos 3 pontos.

A primeira conclusão que se pode tirar é a de que Jesus não pode ser treinador de uma equipa com ambições europeias, pois em 9 vezes fracassou 8 e muito provavelmente voltará a fracassar este ano.

À ausência de resultados, soma-se a qualidade do futebol praticado, degressivamente mais fraco nestes últimos anos. Fraco, sonolento e incapaz de entusiasmar o espectador.

Talvez na América Latina possa continuar a carreira já que na Europa o ciclo de Jesus, em clubes com alguma nomeada, deve ficar encerrado com esta passagem pelo Benfica.

 

 

DESDE HÁ UM MÊS

 DE 3 DE OUTUBRO ATÉ HOJE

De 3 de Outubro até hoje o Benfica fez sete jogos em todas as competições em que participa. Matematicamente ainda não está fora de nenhuma, mas desportivamente poucos são os que acredirão que possa vencer alguma ou até manter-se por muito mais tempo naquelas que se disputam por eliminatórias. 

Nesses sete jogos ganhou dois, perdeu três e empatou dois. Marcou 9 golos e sofreu 15. Se fosse numa competição em que todos jogam contra todos teria 8 pontos e se nessa competição participassem 18 equipas estaria, em termos de pontuação, classificado no último terço da tabela, entre o 13.º e 18.º.

É muitissimo pouco para um clube como o Benfica. E o pior é que ninguém antevê dias melhores.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

O BENFICA DE HOJE

 

UM RETRATO DO BENFICA

Para muitos, entre os quais me incluo, avizinha-se uma “tragédia” de proporções superiores à da última época. A série negra de seis jogos, com duas vitórias, uma obtida no último segundo perante um adversário que não merecia perder e outra no prolongamento, também pouco merecida, perante uma equipa mal colocada na divisão inferior, dois empates, e duas derrotas, seguida de dois jogos de grande dificuldade – Bayern e Braga – e tendo ainda que defrontar o Sporting e o Porto na primeira volta do campeonato não deixa antever nada de bom.

Por que acontece isto? Dizem alguns, porque o Benfica não tem uma cultura vencedora. Como não sei bem o que isso significa, prefiro dizer que o Benfica tem dois problemas para os quais não vejo solução a curto prazo, tanto mais que já passou tempo mais do que suficiente para os ter resolvido. Esses problemas consistem no seguinte: o Benfica não sabe o que há-de fazer com a bola, mas também não sabe o que há-de fazer sem ela. E sem dominar estes dois princípios nenhuma equipa, por mais garra que tenha, por mais esforçada que seja, nunca será uma grande equipa vencedora.

Na segunda década do século XXI o Benfica demonstrou em várias épocas e com diferentes treinadores que dominava aqueles dois princípios, depois, a partir daquele fatídico jogo contra o Porto em que perdeu por 3-2, o Benfica nunca mais se encontrou.

O Benfica de Bruno Laje apresentou-se no Dragão com sete pontos de vantagem: se empatasse mantinha a diferença, se ganhasse aumentava-a para dez. O momento fatídico desse jogo acontece quando estando o Benfica empatado por 1-1, dando boa réplica ao Porto,  o VAR resolveu assinalar um penalty contra o Benfica por Ferro ter sido empurrado por um jogador do Porto e em consequência desse empurrão ter desequilibrado Soares. O árbitro bem colocado nada marcou, mas o VAR intervindo indevidamente e facultando ao árbitro imagens truncadas (porque estavam deturpadas, não mostrando todo o lance), incitou-o a marcar penalty. Curiosamente quando a Jogada ainda corria Pepe agrediu a soco Taarabt, o árbitro aparentemente não viu e o VAR fez que não viu, perdoando assim a expulsão de PEPE como de resto já tinha evitado a expulsão de Marega no início do jogo por jogo muito perigoso contra o mesmo Taarabt.

A partir desse jogo, Ferro que era então grande estrela nascente na defesa do Benfica, a ponto de ter logo sido chamado à selecção e pela generalidade da crítica tido como melhor do que Ruben Dias, nunca mais se encontrou, caindo, caindo sempre a ponto de ter sido afastado da equipa principal, emprestado, regressado mas sem que o treinador conte com ele. E o Benfica seguiu-lhe as pisadas. Também nunca mais se encontrou. Nesse ano perdeu com muita facilidade a vantagem que ainda conservava depois da derrota no Porto, acabando o campeonato a 5 pontos do Porto! No ano subsequente perdeu os cinco pontos de vantagem que chegou a ter no início do campeonato, caindo, caindo sempre daí para a frente ficando a uns longínquos 9 pontos do Sporting e a 5 do Porto. Esta época já perdeu à 10.ª jornada os 4 de vantagem que chegou a ter, jogando mal a maior parte dos jogos e agravando todos os males que foi acumulando nas duas épocas anteriores. 

O Benfica não tem um jogo suficientemente vertical para criar oportunidades de golo e nas jogadas de envolvimento pelas alas não tem o discernimento suficiente para criar as oportunidades correspondentes aos espaços que, por vezes, vai abrindo. Nos contra-ataques, o jogador que conduz a bola raramente define bem o último passe. Os cantos e os livres perto da área são todos desaproveitados. Não tem um único rematador de meia distância, nem os jogadores tentam esse tipo de lances Continua frágil a defender, pressionando pouco e com inconstância o adversário.  Sofre golos de bola parada com alguma facilidade. Piora o regimento com o decurso do tempo, quanto mais perto do fim está menos joga, e mais vulnerável se torna. Em conclusão, com excepção da defesa em linha, buscando o off side do adversário não se vê mais nada de trabalhado no Benfica. Vêm-se muitos passes inúteis para o lado e para trás, um jogo sonolento, nada entusiasmante e pouco mais.

E o pior de tudo é que os adeptos percebem que ninguém percebe o que se está a passar como diagnóstico indispensável à superação do que está mal. Oxalá me engane. 

Para muitos, entre os quais me incluo, avizinha-se uma “tragédia” de proporções superiores à da última época. A série negra de seis jogos, com duas vitórias, uma obtida no último segundo perante um adversário que não merecia perder e outra no prolongamento, também pouco merecida, perante uma equipa mal colocada na divisão inferior, dois empates, e duas derrotas, seguida de dois jogos de grande dificuldade – Bayern e Braga – e tendo ainda que defrontar o Sporting e o Porto na primeira volta do campeonato não deixa antever nada de bom.

Por que acontece isto? Dizem alguns, porque o Benfica não tem uma cultura vencedora. Como não sei bem o que isso significa, prefiro dizer que o Benfica tem dois problemas para os quais não vejo solução a curto prazo, tanto mais que já passou tempo mais do que suficiente para os ter resolvido. Esses problemas consistem no seguinte: o Benfica não sabe o que há-de fazer com a bola, mas também não sabe o que há-de fazer sem ela. E sem dominar estes dois princípios nenhuma equipa, por mais garra que tenha, por mais esforçada que seja, nunca será uma grande equipa vencedora.

Na segunda década do século XXI o Benfica demonstrou em várias épocas e com diferentes treinadores que dominava aqueles dois princípios, depois, a partir daquele fatídico jogo contra o Porto em que perdeu por 3-2, o Benfica nunca mais se encontrou.

O Benfica de Bruno Laje apresentou-se no Dragão com sete pontos de vantagem: se empatasse mantinha a diferença, se ganhasse aumentava-a para dez. O momento fatídico desse jogo acontece quando estando o Benfica empatado por 1-1, dando boa réplica ao Porto,  o VAR resolveu assinalar um penalty contra o Benfica por Ferro ter sido empurrado por um jogador do Porto e em consequência desse empurrão ter desequilibrado Soares. O árbitro bem colocado nada marcou, mas o VAR intervindo indevidamente e facultando ao árbitro imagens truncadas (porque estavam deturpadas, não mostrando todo o lance), incitou-o a marcar penalty. Curiosamente quando a Jogada ainda corria Pepe agrediu a soco Taarabt, o árbitro aparentemente não viu e o VAR fez que não viu, perdoando assim a expulsão de PEPE como de resto já tinha evitado a expulsão de Marega no início do jogo por jogo muito perigoso contra o mesmo Taarabt.

A partir desse jogo, Ferro que era então grande estrela nascente na defesa do Benfica, a ponto de ter logo sido chamado à selecção e pela generalidade da crítica tido como melhor do que Ruben Dias, nunca mais se encontrou, caindo, caindo sempre a ponto de ter sido afastado da equipa principal, emprestado, regressado mas sem que o treinador conte com ele. E o Benfica seguiu-lhe as pisadas. Também nunca mais se encontrou. Nesse ano perdeu com muita facilidade a vantagem que ainda conservava depois da derrota no Porto, acabando o campeonato a 5 pontos do Porto! No ano subsequente perdeu os cinco pontos de vantagem que chegou a ter no início do campeonato, caindo, caindo sempre daí para a frente ficando a uns longínquos 9 pontos do Sporting e a 5 do Porto. Esta época já perdeu à 10.ª jornada os 4 de vantagem que chegou a ter, jogando mal a maior parte dos jogos e agravando todos os males que foi acumulando nas duas épocas anteriores. O Benfica não tem um jogo suficientemente vertical para criar oportunidades de golo e nas jogadas de envolvimento pelas alas não tem o discernimento suficiente para criar as oportunidades correspondentes aos espaços que, por vezes, vai abrindo. Nos contra-ataques, o jogador que conduz a bola raramente define bem o último passe. Os cantos e os livres perto da área são todos desaproveitados. Não tem um único rematador de meia distância, nem os jogadores tentam esse tipo de lances Continua frágil a defender, pressionando pouco e com inconstância o adversário.  Sofre golos de bola parada com alguma facilidade. Piora o regimento com o decurso do tempo, quanto mais perto do fim está menos joga, e mais vulnerável se torna. Em conclusão, com excepção da defesa em linha, buscando o off side do adversário não se vê mais nada de trabalhado no Benfica. Vêm-se muitos passes inúteis para o lado e para trás, um jogo sonolento, nada entusiasmante e pouco mais.

E o pior de tudo é que os adeptos percebem que ninguém percebe o que se está a passar como diagnóstico indispensável à superação do que está mal. Oxalá me engane.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

JESUS E A DESVALORIZAÇÃO DOS JOGADORES DO BENFICA

 

AS INCONGRUÊNCIAS DE JESUS

Não se percebe se Jorge Jesus está na plenitude das suas faculdades como treinador ou se algo de anormal se passa com ele.

Comecemos pelo lado menos grave da questão, mas que não deixa de causar um grande desconforto aos benfiquistas. Em primeiro lugar, os elogios ditirâmbicos a equipas normais como o PSV e que nada justificavam. É uma equipa típica da 2.ª divisão europeia, que pode ser goleada no campeonato holandês, como também pode perder nas competições internacionais, tanto em casa como fora, por equipas teoricamente mais fracas. Onde está, então, essa superequipa que Jesus viu?

Depois vem as afirmações sobre outras equipas, como o Bayern, de que é a “melhor equipa do mundo” e que tem os melhores jogadores do mundo, tudo isto antes de o Benfica ter feito os jogos que tem para fazer com os alemães na Liga dos Campeões. Que necessidade tem ele de estar a apregoar aos quatro ventos a superlativa classe do Bayern? Para amedrontar e desmoralizar os seus jogadores ou para antecipadamente se desculpar se vier a ter uma derrota pesada em Munique? Em qualquer dos casos, a resposta a estas intervenções de Jesus será sempre negativa.

Vem também a seguir as habituais afirmações sobre as excepcionais intervenções do Benfica depois do intervalo. Todas estas intervenções sobre o brilhantismo do Benfica se referem a jogos em o Benfica jogou mal ou até muito mal durante o tempo quase todo. E aquela história de as tais “grandes exibições “ só virem depois do intervalo, só agravam a sua posição como treinador e não o contrário, como ele supõe. Se ele ao intervalo tem de corrigir quase tudo, é porque preparou mal o jogo e não contrário.

Finalmente, vem a desconsideração dos seus jogadores. Primeiro foi o Vlachodimus, que depois de excelentes exibições nas fases de apuramento para a Liga dos Campeões nunca ouviu da boca do seu treinador uma palavra de conforto ou de incentivo. Antes pelo contrário, com aquela cara de “grande sábio” que ele próprio se atribui, diz aos jornalistas que eles não percebem nada do que estão ver, e que o guarda-redes do Benfica não fez mais que a sua obrigação. Em contrapartida, fica positivamente embasbacado com duas defesas de Neuer, sendo uma delas perfeitamente normal e a outra com algum grau de dificuldade, todavia atenuada pela estatura do guarda-redes.

Como se não bastasse, no último jogo contra o Vizela, em que o Benfica fez uma triste exibição desconsiderou Rafa, que salvou a equipa (de várias coisas, entre as quais o jogo de Vizela se tornar no quarto jogo consecutivo sem ganhar no tempo regulamentar, tudo contra equipas, com excepção do Bayern, que ou são da segunda divisão ou lutam para não descer) e também o Pizzi, que ele tem preterido em detrimento de jogadores que ele pediu para comprar por dezenas de milhões de euros e que não têm rendido nada, nem a maior parte dos adeptos acredita que algum dia venham a render, enquanto o Pizzi, múltiplas vezes campeão com Vitória e Laje, tem no decorrer da sua carreira, feito muito boas exibições e marcado muitos golos. Pois o que ocorreu dizer a Jesus, depois do comportamento discriminatório que tem tido em relação a Pizzi, pondo-o sistematicamente no banco ou dando-lhe escassíssimos minutos, foi dizer que eles não defendem. Qualquer dia, a equipa do Benfica só tem defesas: actualmente já joga com cinco defesas e dois médios defensivos e ainda precisa que jogadores como Pizzi e Rafa andem a defender em vez de marcarem ou darem golos a marcar como sabem fazer e bem?

O que se espera é que Rui Costa não embarque em euforias com Jesus e se mantenha à distância suficiente para fazer uma avaliação serena do desempenho do treinador.

sábado, 23 de outubro de 2021

O BENFICA BAYERN

 Esta mensagem foi apagada por engano e antecede a que hoje foi publicada

BENFICA BAYERN E AS FANTASIAS DE JESUS

Sejamos claros: o Bayern foi sempre muito superior ao Benfica durante todo o jogo. Na perigosidade dos lances que criou, na intensidade com que jogou durante 90 minutos, na técnica dos seus jogadores bem como na capacidade individual de alguns jogadores que lhes permitiu furar a defesa do Benfica e desposicioná-la, abrindo brechas que somente não deram golos mais cedo por alguma falta de sorte.

Certamente que o Benfica teve duas ou três situações em que conseguiu a acercar-se da área do Bayern e criar algum perigo como sempre acontece, mesmo nos jogos em que há um acentuado desnível competitivo entre os contendores. Todas as equipas do meio da tabela para baixo que vêm jogar à Luz e são dominadas pelo Benfica conseguem sempre criar uma ou duas situações perigosas e às vezes até marcar um golo.

Que Jesus não saiba ver o que se passou no jogo e continue a veicular a tese de que o Benfica o conseguiu dividir durante muito tempo é uma fantasia que será grave se ele próprio acreditar nela, como parece que acredita.

O modelo defensivo que Jesus tentou pôr em prática – e será difícil admitir outro – começo a desmoronar-se logo que o Bayern marcou e entrou em descalabro com a substituição dos três da frente. Com excepção de Yaremchuck, que poderia ser substituído por Gonçalo Ramos, o Benfica não tem no seu plantel ninguém que possa substituir Rafa e Darwin neste tipo de jogo. E mais ainda no resto da equipa qualquer outra substituição também seria muito problemática. Já tinha havido a de André Almeida, forçada, razoavelmente substituído por Diogo Gonçalves, numa emergência, que se não verificou, a substituição de um central por Morato ou até por Ferro, e na linha média Weigl é insubstituível e João Mario quase, por os restantes perderem a bola com muita facilidade, como se viu. Portanto, as substituições foram um fracasso e agravaram consideravelmente a já difícil situação do Benfica. Talvez o sérvio possa ser uma opção em Munique para substituir alguém que esteja esgotado.

A ida a Munique vai ser penosa porque o Bayern vai jogar com a mesma intensidade e infelizmente não vejo que o Benfica esteja em condições de os enfrentar durante noventa e tal minutos.

Há que esperar pelo próximo jogo interno para saber se esta senda de derrotas ou de empates vai continuar e ombrear com o que se passou o ano passado. O que vem destes três últimos jogos não augura nada de bom. Oxalá estejamos enganados.    

20 DE NOVEMBRO DE 2021

O BENFICA, O BAYERN DE MUNIQUE E JORGE JESUS

 

A DERROTA DO BENFICA 

Como os benfiquistas sabem, o Benfica tem uma péssima “relação” com o Bayern. Porventura, a pior de todas no quadro geral das competições europeias. O Benfica dá-se mal com o Bayern. Não só nunca lhe conseguiu ganhar como foi por várias vezes goleado, embora em Munique.

A primeira vez que o Benfica defrontou o Bayern foi em 1975/76, era treinador Mário Wilson – empatou 0-0 em Lisboa e perdeu 1-4 em Munique; em 1995/96, para a Taça UEFA, perdeu em Lisboa por 1-3 e em Munique por 1-4, e era novamente treinador Mário Wilson; em 2015/16, perdeu em Munique por 0-1 e empatou na Luz por 2-2, era treinador Rui Vitória; em 2018/19, perdeu 0-2 na Luz e 1-5 em Munique, era treinador Rui Vitória.

Na presente temporada 2021/22, com Jorge Jesus ao leme, o Benfica sofreu contra o Bayern a maior derrota em casa e no dia 2 de Novembro terá de ir jogar a Munique.

Não interessa agora discutir se esta equipa do Benfica é a melhor que até hoje defrontou o Bayern ou se já houve outras muito melhores que no passado também perderam. Ou se o Benfica tem tido o azar de defrontar o Bayern quando este se encontra em grande forma e tem uma grande equipa. As estatísticas dizem-nos que a equipa do Benfica que melhores resultados alcançou contra o Bayern foi a de Rui Vitória, tendo estado na Luz a um passo da vitória, se Jovic, mesmo no fim, não tivesse falhado uma bola de golo e que o Bayern, desde que começou a Bundesliga, no actual formato, tem tido sempre grandes equipas e já foi campeão europeu por 6 vezes.

Dito isto, Jorge Jesus não sai ileso do desaire da Luz da passada quarta-feira (0-4) por várias razões. Em primeiro lugar, é absolutamente despropositada a conversa do treinador do Benfica nas intervenções que antederam o jogo. Afirmar constantemente que o Benfica iria defrontar “a melhor equipa do mundo” , que integra alguns dos “melhores jogadores do mundo” não é nem nunca foi uma atitude motivacional nem fortalecedora do espírito da equipa. Pelo contrário, é factor de desmoralização dos jogadores que, perante o quadro traçado pelo treinador, começam a sentir-se impotentes antes de o próprio desafio se iniciar.  E é uma tentativa de desculpabilização antecipada do treinador que, passando uma mensagem de dificuldade quase inultrapassável, quer desde logo desresponsabilizar-se pela derrota e preparar os adeptos e os dirigentes para o pior. Ora, os adeptos não precisam que Jorge jesus lhes diga qual a valia do Bayern já que muitos deles vêem-no jogar todas as semanas na liga alemã e também nas competições internacionais, bem como igualmente sabem como têm corrido as coisas internamente na Bundesliga ao Bayern de Munique. O que Jesus tem de fazer é preparar a equipa para jogar seja contra quem for, que é exactamente isso que fazem os treinadores das equipas portuguesas menos apetrechadas quando defrontam o Benfica, sejam elas da primeira, da segunda ou da terceira divisão. E muitas vezes com excelentes resultados.

Depois ficou também claro para quem estava a ver o jogo que na sua preparação se não tomou na devida consideração a avalanche ofensiva do Bayern em todos os momentos do jogo, facto que necessariamente levaria, mais tarde ou mais cedo, à derrota. E já durante o jogo quando se esperava, depois do primeiro golo do Bayern resultante de um livre muito bem executado, que o Benfica reforçasse o meio campo para tentar fazer frente à torrencial capacidade ofensiva do Bayern, deixando ficar em campo os seus dois jogadores mais rápidos (Darwin e Rafa), Jorge jesus substituiu Yaremchuck por Cebolinha aos 76 m e 5 minutos depois J Mário, Darwin e Rafa por Taarabt, Pizzi e Gonçalo Ramos. Quatro minutos depois de Cebolinha entrar o resultado passou de 0-1 para 0-2 e quatro minutos depois do segundo grupo de substituições de 0-2 para 0-4.

E nada disto é uma simples coincidência: meter Everton para suster a capacidade atacante de Gnabry é algo que não lembraria ao mais pintado! Se antes de Gnabry Pavard já quase só jogava ao ataque, visto os três de trás do Bayern ( Lucas Hernandez, Sule e Dayot) chegarem e sobrarem para o frágil ataque que o Benfica estava em condições de desencadear, pior ainda as coisa ficaram quando Jesus resolve meter “Cebolinha” para defender, tira os dois atacantes mais velozes e substitui-os por Ramos e Pizzi, que quase nem tocaram na bola.

Seria sempre difícil segurar o 0-0, já que somente por sorte o Bayern não saiu ao intervalo a ganhar por 2 ou 3, mas mais difíceis as coisas ainda ficaram quando o meio campo se desconjuntou por ter ficado sem os auxílios de Rafa e Darwin, e o ataque desapareceu por completo. O que se exigia era manter em campo Darwin e Rafa, reforçar o meio campo com Morato ou Ferro ou até Paulo Bernardo e se as coisas estivessem a correr razoavelmente substituir lá mais para o fim do jogo Darwin ou Rafa por Radonjic, que é igualmente um jogador veloz e possante. Assim foi o descalabro.

Infelizmente, depois do jogo Jesus continuou com a mesma conversa da “melhor equipa do mundo” à qual juntou o “melhor Guarda-redes do mundo” (Manuel Neuer) por ter feito uma defesa normal e uma outra com um grau de dificuldade um pouco mais elevado, mas nada de excepcional já que a bola ficou enquadrada, em altura e em largura, dentro daquilo a que se pode chamar o corpo do guarda-redes na horizontal. E mais uma vez nem uma palavra para o seu guarda-redes (Odysseias Vlachodimus) a quem deve a presença na Champions League e a quem deve também ter mantido as redes invioláveis até ao minuto 70.

Depois de todas as intervenções de Jesus não se espera nada de bom em Munique, além do mais porque se percebe que o treinador do Benfica está com medo. E isso é terrível para a equipa.

domingo, 12 de setembro de 2021

DUARTE GOMES E O BENFICA

 DUARTE GOMES



 Os comentários de Duarte Gomes sobre as arbitragens dos jogos do Benfica poderiam complementar as intervenções dos antibenfiquistas primários que nas televisões intervêm também como adeptos do Sporting, como afecto secundário relativamente ao primeiro.
Não há um único lance susceptível de levantar alguma dúvida por pequena que seja ou até injustificada que Duarte Gomes não resolva sistematicamente contra o Benfica. Se dependesse dele, o Benfica bateria sem dificuldade o record dos penalties sofridos, dos golos anulados, das expulsões e dos penalties a favor.
Arbitro "nascido e criado" no epírito e no ambiente do "Apito Dourado", Duarte Gomes ainda não compreendeu que outros são os tempos e que os seus comentários por tão absurdos que são não influenciam ninguém e apenas enchem de satisfação os tais anti-benfiquists primários que se sentem reconfortados com as suas irrelevantes intervenções.
Os exemplos poderiam multiplicar-se, mas cito apenas estes pela sua actualidade relativamente ao que se passou ontem: Rui Patrício , guarda redes do Sprorting, desvia com as mãos uma bola coduzida por Rafa e na sequência da jogada derruba-o, impedindo-o de recuperar a bola e marcar golo. Juízo de Duarte Gomes: tudo legal, não há penalty nem cartões. Lance legalíssimo. Outro exemplo: Luiz Dias corta uma bola conduzida por um jogador do Braga e na sequência do lance bate com a bota nas canelas do jogador do Braga e parte-lhe a perna. Duarte Gomes: jogada legalíssima, nem falta nem cartão.
Vlachodymus, fora da área, corta uma bola com o pé, tendo nesse momento a seu lado m jogador do Benfica, e na sequência da jogada derruba o jogador do Santa Clara. Duarte Gomes: penalty (!!!?) e expulsão que ficaram por assinalar .
Duarte Gomes, tenha vergonha na cara e desareça da nossa vista!

quinta-feira, 8 de julho de 2021

RUI COSTA

 

 

 O DESIGNADO SUCESSOR 


Numa altura em que tanto se fala em Rui Costa como presidente do Benfica, a única justificação que me ocorre para que tal acontece é ser actualmente um dos vice-presidentes da lista vencedora, a lista de Vieira.

Aparte isto não vejo mais nada que o possa justificar. E no que respeita à razão acima referida ela carece de legitimidade substancial porque os sócios, que votaram maioritariamente na lista de que Rui Costa fazia parte, votaram em Vieira contra Noronha Lopes. Isto para dizer que o que sob este ponto de vista se aplica a Rui Costa aplica-se por igualdade de razões a qualquer outro vice-presidente em funções.

Assim sendo, por esse lado o que os membros da lista vencedora, actualmente na direcção do Benfica, na presente situação devem fazer se Vieira se demitir ou ficar inibido de exercer funções é pedir a demissão em bloco e pedir eleições antecipadas, de preferência em Outubro.

Quanto ao mais, Rui Costa não reúne nada que o justifique como futuro presidente do Benfica. Não apenas por ter muito sono, como referia, durante a primeira passagem de Jesus pelo Benfica, com conhecimento de causa, um conhecido comentador desportivo, hoje no Canal 11, mas também por o seu tão apregoado benfiquismo ter muito que se lhe diga.

O Benfica não deve nada a Rui Costa, antes pelo contrário. É certo que Rui Costa fez a formação no Benfica e foi campeão do mundo de sub 18. É verdade, como outros a fizeram e alguns outros também foram campeões do mundo, alguns até por duas vezes, e não será apenas por isso que os seus clubes de então lhes ficaram eternamente gratos.

Depois desse êxito Rui Costa foi emprestado ao Desportivo de Fafe onde esteve uma época. No fim da época regressou ao Benfica, com Eriksson como treinador, primeiro, e depois com Toni. Esteve três épocas no Benfica. A última foi muito agitada. Esteve para rumar a Alvalade, como Paulo Sousa e Pacheco, lamentou-se publicamente de não ser como Paulo Sousa e fez muita pressão para sair para a Itália (se é que não ficou a troco de ter garantida a saída no fim da época), que era na altura o campeonato que estava na moda. Foi vendido por 1milhão e duzentos mil contos, aos preços nominais de hoje, cerca de 6 milhões de euros. Em conclusão: esteve três anos como sénior na equipa principal do Benfica.

Depois esteve sete épocas na Fiorentina (1994/ 2001) e mais cinco épocas no Milan (2001/2006), ao todo 12 épocas! Com mais três no Benfica e uma no Fafe, por empréstimo, Rui Costa completou esta fase da sua carreira fazendo 16 épocas!

É com esta idade, já com direito à “reforma”, que Rui Costa regressa ao Benfica, depois de esgotada a aventura milanesa, muito pela chegada em grande de Kaká, que Rui Costa se apresenta no Benfica para encerrar, bem pago, a sua carreira, ao fim de mais duas épocas.

Como se vê, se dúvidas houvesse não é o Benfica que tem qualquer dívida para com Rui Costa. Muito pelo contrário, é Rui Costa que tem perante o Benfica ma grande dívida, onde jogou apenas três épocas quando era muito jovem e mais duas quando já estava na idade da “reforma”.

Depois disso passou a ser tratado principescamente por Luís Filipe Vieira com salários milionários, primeiro em funções que nem ele sabia bem para o que serviam ou em que consistiam e depois em funções com retribuição híper inflacionada relativamente ao trabalho prestado. Desde há dois anos, mais ou menos, Rui Costa passou a ser o designado sucessor de Vieira como se o Benfica fosse uma monarquia de pandeireta.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

LUIS FILIPE VIEIRA

 

A SAÍDA VOLUNTÁRIA SERIA O IDEAL


Parece não haver dúvidas de que Luís Filipe Vieira chegou ao fim da linha como Presidente do Benfica.

O Benfica descaracterizou-se muitíssimo nos últimos quatro mandatos presidenciais – Manuel Damásio; Vale e Azevedo; Manuel Vilarinho e Luís Filipe Vieira, embora diferentes e com responsabilidades diferenciadas.

Desde que se realiza o campeonato nacional de futebol 1934/35, competição em que todos os clubes jogam contra todos, o Benfica começou, na primeira década, por dividir as vitórias com o FC Porto (3 para cada), ficando ligeiramente abaixo do Sporting nas duas décadas subsequentes e sempre acima do Porto, acabando por firmar a sua hegemonia nas três décadas seguintes, sempre muito à frente do Porto e do Sporting, para decair, como nunca antes tinha sucedido, nas última década do século XX e na primeira do século XXI, em que ficou muito atrás do FC Porto, somente tendo voltado a igualá-lo na década que terminou em 2019/20.

Vistas as coisas numa outra perspectiva, igualmente reveladora da descaracterização do Benfica no plano desportivo e associativo, nas 27 épocas correspondentes aos mandatos dos presidentes acima referidos o Benfica apenas ganhou 8 campeonatos, menos de um terço, enquanto o Porto ganhou 16, o Sporting 3 e o Boavista 1.

Como acima se disse, todos os que governaram o Benfica durante aquele período são responsáveis, cada um a seu modo, e tanto mais quanto mais dilatados foram os seus mandatos.

 Damásio, que governou o Benfica durante um mandato (3 anos), veio para o Benfica como quem vai para uma festa da “socialaite”: fez do clube um divertimento, endividou-o, destruiu uma equipa vencedora (que herdou com o campeonato em andamento), contratou os jogadores mais vulgares da história do Benfica e acabou por perder as eleições para alguém (Vale e Azevedo) que se veio a revelar como um dos maiores oportunistas que passou pelo futebol português: assaltou o Benfica e deixou o clube falido à beira da extinção. Afastado do Benfica pela via eleitoral ao fim de um mandato (3 anos), sucedeu-lhe com propósitos regeneradores Manuel Vilarinho que registou durante o seu mandato, também de 3 anos, a pior classificação de sempre do SLB. Com Vilarinho ao leme, o Benfica entrou no ciclo dos construtores civis, dos homens de negócios de tipo “pato bravo”, de que Luís Filipe Vieira é o principal intérprete e o que por mais tempo conservou o poder: vai para 18 anos.

Com Vieira o Benfica ganhou infra-estruturas de primeiríssima qualidade, endividou-se como nunca, fez receitas gigantescas com as vendas de jogadores que passaram a ser comprados não para dar vitórias ao Benfica, mas para garantir excelentes revendas. Negócio reforçado nos últimos anos com as vendas da formação, sobre a natureza das quais já falámos suficientemente neste blogue.

Independentemente de outras acusações susceptíveis de atingir o Benfica, Vieira é hoje acusado por uma parte considerável dos sócios de ter usado o Benfica para defesa de interesses pessoas (pagamento antecipado da dívida do clube para obtenção de uma reestruturação de favor da sua próxima dívida); tentativa, gorada pela intervenção da Comissão de Valores Mobiliários, de promover uma opa de acções do Benfica SAD para favorecer os seus interesses privados (conflito de interesses, segundo a CVM) e ainda de ter adulterado o resultado das eleições.

A juntar a isto uma péssima época desportiva que corre o risco de ainda poder ficado pior do que aquilo que já era, desde que não alcance a participação na edição da próxima época da Liga dos Campeões. De facto, num tempo em que as participações na Liga dos Campeões tendem a ser cada vez mais bem remuneradas, o Benfica corre o sério risco de ficar de fora pelo segundo ano consecutivo. Poucos serão os que reconhecem ao treinador competência para vencer as duas eliminatórias preliminares de acesso à fase de grupos.

O regresso de Jorge Jesus, contestado por muitos desde o início por razões que no futebol moderno já têm pouca razão de ser, revelou-se, por outras razões, um profundo fracasso.

Jesus e o seu autodidatismo, muito apreciado em países de fraca preparação académica, revelaram-se insuficientes, mesmo muito insuficientes, para lidar com o saber de treinadores modernos e muito mais novos. Jesus fracassou na escolha de jogadores, fracassou no pleno aproveitamento dos jogadores que tem à sua disposição, fracassou na capacidade de “leitura” do jogo (cada vez diz mais disparates sempre que procura interpretar o que se passa em campo) e fracassou também na capacidade de mobilização dos jogadores com vista ao seu empenhamento na busca de um objectivo vitorioso. Dele nada a haverá a esperar, para melhor, na próxima época. Pelo contrário, com um plantel previsivelmente mais reduzido em qualidade, só há a esperar o que a maioria dos benfiquistas já antecipou: uma época igual ou pior à deste ano.

Perante este quadro, ao qual terá de acrescentar-se o de um presidente pessoalmente acossado pela justiça e contestado por um número cada vez mais significativo do universo benfiquista, tudo o que possa levar à destituição de Vieira e à marcação de eleições antecipadas seria o ideal. Não é de crer, todavia, que Vieira o faça de livre vontade, mesmo que dentro do clube vá ficando cada vez mais só, como já está acontecendo, com a recente demissão do Presidente da Assembleia Geral.

domingo, 6 de junho de 2021

O FCP E SÉRGIO CONCEIÇÃO

 

ESCOLHA DE TREINADOR OU MAIS QUE ISSO?



Depois de uma pequena novela em que os seus guionistas nunca conseguiram impedir que os espectadores soubessem antecipadamente o seu fim, o presidente do Porto e o treinador, Sérgio Conceição, assinaram ontem um contrato que os ligará nos próximos três anos.

Durante o tempo em que novela durou e em que muito se ia falando sobre as discussões ou divergências que estava havendo sobre o guião – mais dinheiro, melhores jogadores, mais “mimo” – os adeptos que o FCP tem espalhados pelaas televisões sob a designação de “jornalistas” iam veiculando a tese de que o problema não era dinheiro (é algo que sempre fica bem dizer que o dinheiro não é importante); melhores jogadores, certamente, mas qual é o treinador que não quer melhores jogadores? ficando, por fim, como pressuposto mais difícil de preencher aquele que lhe proporcionava mais afago e que mais enaltecia a sua paixão pelo clube – mais “mimo” era o que ele queria.

O pérfido Vítor Pinto do Record/CMTV/Cofina um dos especialistas a que o Porto mais recorre para a contra-informação ou para o enaltecimento das “virtudes azul e brancas” foi-se encarregando de explicar que a grande mágoa de Sérgio Conceição era a de sentir-se sozinho na defesa do FCP. Muito isolado e muito atacado sem que um ombro amigo, uma voz carinhosa ou uma defesa musculada viessem em seu auxílio. Esse era o seu grande problema e o que verdadeiramente estava a emperrar a conclusão das negociações.

Por outras palavras, embora mantendo-nos fiéis à ideia, o que foi dito por aquele porta-voz do FCP e aquilo com que podemos contar com esta renovação é que Sérgio Conceição quer continuar a insultar e a pressionar os árbitros, sempre que o Porto perca pontos, mas não quer ficar sozinho nesses insultos nem nessas pressões, quer que outros o acompanhem nesses insultos e nessas pressões e venham defendê-lo nas televisões. Isto levará a que a direcção do Porto tenha de recrutar mais uns quantos porta-vozes para fazer este trabalho e proíba aos que já lá estão toda e qualquer espécie de censura ou crítica aos “exemplares” comportamentos do seu treinador.

Bem, tendo por certo que na próxima época as pressões sobre os árbitros vão aumentar atingindo a intensidade que for necessária, a nossa convicção é que Pinto da Costa e o seu treinador estão também a tratar de problemas sucessórios - a substituição do “chefe”. Não obstante os vários pretendentes ao lugar – Rui Moreira, Vítor Baía, António Oliveira, André Villas Boas - não me admiraria mesmo nada que Pinto da Costa aposte numa personalidade tipo Sérgio Conceição para lhe suceder por ser de todos os que se perfilam aquele que mais se assemelha ao mandatário vacante.  Com este treinador o ADN de ódio e de guerra contra todos os que não os apoiem estará garantido por mais umas décadas.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

FUTEBOL, EM JEITO DE CONCLUSÃO

 


UMA DECEPÇÃO



Terminou o Campeonato Nacional de Futebol com o Sporting campeão como desde há muito era esperado. As maiores surpresas da prova foram o Sporting e o Benfica. A primeira pela positiva, a segunda pela negativa. O Porto esteve ao seu nível. Umas vezes dá para ganhar, outras não. Desta vez não deu. Desde de comentadores a adeptos, passando pelos jornalistas pseudo-independentes ninguém exigiu mais do Porto. O Porto teve determinação e força de vontade de sobra, não perdeu nem empatou mais vezes do que noutras ocasiões nem perdeu nenhum jogo com os seus grandes rivais, embora também só tenha ganhado um. Se queixas há, do lado do Porto, elas são todas, como de costume, contra os árbitros. Não houve censura do treinador, nem das suas opções, e menos ainda dos jogadores.

O Sporting ultrapassou de muito longe as mais optimistas expectativas. Fez um campeonato excepcional, foi a equipa menos batida – apenas perdeu, já campeão, um jogo na penúltima jornada -, foi também a equipa que mais pontos fez na ronda dos quatro primeiros (11 em 18), que mais elogios colheu durante toda a época e foi ainda a equipa onde mais jovens talentos despontaram. Melhor era quase impossível.

Finalmente, o Benfica unanimemente considerado a grande decepção da prova, tanto pelos resultados alcançados como pelas exibições produzidas. Desde a direcção do clube, passando pela generalidade dos adeptos, como também pelos adversários, até aos comentadores, inclusive entre os afectos ao clube, a conclusão foi por todo o lado a mesma: uma decepção, uma época falhada. O próprio treinador reconhece o desaire que a época constitui, embora o impute à pandemia, justificação que está muito longe de ser aceite tanto pelos adeptos como pelos comentadores afectos, desafectos e inimigos do clube. Todavia, não obstante todas as críticas e a pertinência e convicção com que são veiculadas por quem as faz, o Benfica foi o “campeão” da segunda volta, não com os resultados que Jesus, sempre uma desgraça com números, apregoa, mas com 13 vitórias, três empates e uma derrota! Ou seja, melhor do que todos os outros. Compreende-se, não obstante o peso destes números, que as exigências do Benfica, dos seus adeptos, dos seus comentadores e até dos seus adversários ou inimigos sejam inquestionavelmente superiores às que são apresentadas a qualquer outra equipa. Ao Benfica não basta jogar bem, exige-se que jogue muito bem; ao Benfica não basta que ganhe, exige-se-lhe que ganhe por vários; ao Benfica não basta a simples vitória, exige-se-lhe que ela seja concludente. Enfim, ao Benfica exige-se o que verdadeiramente só é exigido às muito grandes equipas. Esse é um tributo que o Benfica paga à sua grandeza.

Um outro aspecto que tem sido negligenciado no comentário desportivo é o da relação entre o treinador e o plantel. Não nos referimos ao relacionamento social entre ambas as partes, mas ao relacionamento técnico-táctico. O Benfica tem um excelente plantel. Jogue quem jogar, há sempre um banco de luxo. Incomparavelmente melhor do que os seus mais directos competidores. Mas não tem o plantel que o treinador gostaria que tivesse. E a partir daqui é que a coisa se complica. Embora o treinador não possa nem deva ficar completamente à margem da formação do plantel, também não deverá ser num clube com a dimensão do Benfica o treinador a fazer o plantel. A diferença entre um bom treinador e um treinador comum é esta. Um bom treinador é o que sabe tirar partido a cem por cento do plantel que tem à sua disposição. É um treinador que tem a capacidade de adaptar o futebol da equipa às potencialidades do conjunto. Se, pelo contrário, por mais excelente que seja o plantel, o treinador só é capaz de pôr (ou tentar pôr) a equipa a jogar com jogadores com outras características e se se revela incapaz de tirar vantagem do excelente plantel que tem à sua disposição, então o problema não é da direcção, nem é dos jogadores, mas do treinador.  Terá de ser nesta perspectiva que terão de trabalhar os treinadores do Benfica.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

PARABÉNS HUGO MIGUEL



NO "CIRCO" DE MOREIRA DE CÓNEGOS MONTADO PELO FCP

Para falarmos sobre o que se passou em Moreira de Cónegos comecemos pelo que se passou dentro do campo, tanto durante o jogo como depois deste terminado.

 Na última década o Porto tem tido muitas dificuldades em Moreira de Cónegos. Ou perde ou empata. Só ganhou uma vez. Como toda a gente sabe, o Porto não aceita a arbitragem de nenhum árbitro cujo desfecho termine num empate ou numa derrota. Ressuscitando velhos demónios, o Porto volta a entender, depois de um jejum de vários anos, que os árbitros têm a obrigação de lhes assegurar a vitória nos jogos em que o arbitram. Se a vitória não acontece, o árbitro vai sofrer as consequências. No passado as consequências eram conhecidas, além das ameaças e até das agressões de que nunca se descobria o autor, o Porto boicotava completamente a carreira desse árbitro. Não o deixava arbitrar a maior parte das vezes e se continuasse a dar provas de que não estava regenerado era rebaixado para o escalão inferior.

Hoje, as coisas são diferentes e o Porto tem de levar com os árbitros de que gosta e de que não gosta. Os que não gosta passam a estar sujeitos ao repetido e reiterado enxovalho no fim de cada jogo na presença seja de quem for, sempre que o resultado não for uma vitória. Chamam-lhes ladrões, insultam-nos com todos os nomes que lhes ocorre de ameaçam-nos quanto mais não seja por interpostas pessoas,  vendo-se os árbitros na necessidade de circular nos pais com a protecção de um guarda-costas, normalmente um agente policial.

Na passada segunda-feira, antevendo as dificuldades do jogo, eles montaram uma estratégia que tinha em vista obrigar o árbitro, mediante pressões sucessivas e sempre muito espectaculares, a marcar uma ou várias grandes penalidades que lhes assegurasse a vitória no jogo.

Ao rever o jogo com cautela e inteligência, percebe-se perfeitamente qual foi a estratégia: como o campo do Moreirense é de dimensões reduzidas, o treinador do Porto durante toda a semana treinou os seus jogadores para sucessivas incursões individuais na área do Moreirense com vista a provocar contactos dos quais haveriam de sair, com simulações mais ou menos credíveis, as desejadas grandes penalidades. No fim de cada uma destas jogada, se o árbitro não assinalasse o desejado penalty, montava-se o habitual coro de protestos em consequência dos quais mais tarde ou mais cedo haveria de resultar o inevitável penalty.    

É difícil encontrar no campeonato português ou em qualquer outro um jogo com tantas jogadas pretensamente polémicas dentro da área, todas elas construídas com o objectivo de levar o árbitro à marcação dos famigerados penalties. À medida que o tempo passava e a vantagem do Moreirense se consolidava, o nervosismo aumentava e as simulações eram cada vez mais toscas e desesperadas.

Sem as enumerar todas, podemos começar por uma palhaçada de Pepe que tenta desesperadamente um contacto com o jogador do Moreirense, metendo-lhe a perna à frente para o impedir de despachar a bola e logo que sente de raspão um ínfimo toque na meia, deita-se desengonçadamente para o chão a berrar que nem uma vitela recém-nascida. Este é o primeiro penalty que eles reclamam.

Depois é o Martinez, que até não tinha esta prática, tanto em Espanha como no Famalicão, mas que rapidamente a adquiriu no Porto para poder ombrear com Taremi na disputa de um lugar na frente de ataque, que consegue, finalmente, por ingenuidade do jogador do Moreirense o desejado contacto, que ele agravou, com receio que não fosse marcado, arrastando a perna direita para a direita da sua marcha para ter a certeza que dessa vez o jogador do Moreirense haveria de tropeçar nela. Hugo Miguel assinalou penalty que deu golo e o empate.

Logo a seguir, o miúdo Porto, muito franzino, mas já com uma considerável dose de manha no corpo, não aguentou o contacto com um jogador fisicamente muito mais forte e projecta-se para o ar chiar que nem uma gata. Hugo Miguel, como é óbvio, mandou seguir. E este é outro penalty que eles reclamam. Na sequência desta jogada o superbatoteiro Taremi faz uma simulação tosca e levou o cartão amarelo.  Desta vez não tiveram lata para pedir penalty

Ainda houve mais uma cena deste teatro feito pelo Porto que foi o derrube de Luís Diaz fora da área, mas perto da linha. Mais uma vez os restantes jogadores do Porto queriam penálty, quando é óbvio para toda e qualquer pessoa que veja as imagens que o pé que é atingido e do qual resulta o derrube do jogador é o pé direito que está fora da área. E este era mais um penalty que eles queriam.

O jogo terminou a seguir, mas depois seguiu-se o que já é habitual nestas circunstâncias com o Porto. Alguns jogadores rodearam a equipa de arbitragem a pedir satisfações e a protestar, a que se juntaram logo a seguir os arruaceiros vindos do banco comandados pelo treinador, que insultou o árbitro com ar agressivo, tendo desta vez sido acompanhado pelo assessor de imprensa que, de cabeça completamente perdida, deixou a impressão de queria agredir o árbitro e só não o terá feito porque o director de futebol do Porto, com muita dificuldade, o impediu de prosseguir o seu propósito agressivo.

Hugo Miguel em condições dificílimas fez um excelente trabalho, sabendo resistir à batota das simulações

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

JORGE JESUS, UM DESASTRE

 



ARSENAL 3 – BENFICA 2

Que o Benfica iria ter vida difícil na segunda mão dos dezasseis avos de final da Liga Europa, já toda a gente sabia, dada a fraca qualidade do futebol do Benfica e a incapacidade da equipa em criar situações de golo ou em concretizá-las nas poucas vezes em que as cria. O que se não sabia era que o treinador iria ter uma tão grande responsabilidade nessa derrota com as substituições que fez por volta dos 60 minutos de jogo.

Para que se perceba: o Benfica voltou a apresentar-se no jogo da segunda volta (disputado em Atenas por causa da COVID 19) com uma defesa de três centrais (Lucas Veríssimo, Otamendi e Vertonghen), mais dois laterais (Diogo Gonçalves ed Grimaldo). Uma linha média de três elementos (Weigl, Taarabt e Pizzi), uma linha avançada de dois: (Seferovic e Rafa).

Esta concepção táctica dos três centrais, mais dois laterais, que o Benfica experimentou, com outros jogadores, numa partida para a Taça de Portugal, salvo erro contra o Estoril, e depois repetiu parcialmente com os mesmos jogadores contra o Arsenal no jogo da primeira mão, foi, em nosso entender, muito mais ditada pela necessidade dc “acantonar” Lucas Veríssimo, que Jesus tanto se esforçou por contratar, do que pelas exigências ditadas pelo Arsenal. Logo aqui começam as “invenções” do treinador, pois sendo este um sistema exigente do ponto de vista do posicionamento defensivo só por muita sorte é que não iriam no decorrer do jogo aparecer situações para as quais a defesa no seu conjunto de cinco não estava suficientemente rotinada para responder com eficácia. Depois, sendo um sistema que exige muito dos laterais, já que terá de ser  por via deles que se poderá dar largura e profundidade ao jogo atacante, só pode ser experimentada e aplicada com sucesso quando se dispõe de laterias rápidos e com grande capacidade de recuperação nas transições defensivas. Por seu turno, competirá aos médios, pelo menos a dois deles, fechar o espaço que os laterais deixam a descoberto quando atacam e não recuperam defensivamente a tempo. Acresce a isto, para que a equipa tenha bola na frente e gente na área, que além dos avançados haja nas jogadas de ataque a presença do médio mais ofensivo e de um dos laterais.

Como o sistema é complexo, pressupõe muito trabalho, rotina ganha em competição, não seria de estranhar, como não foi, que a defesa, e por reflexo toda a equipa, para não se desposicionar, jogasse com lentidão, muita lateralização e passes para trás, enquanto o Arsenal ia tentando furar as linhas sempre que não caía na ratoeira do fora de jogo.

Esta foi a escolha de Jesus que somente não correu mal no primeiro tempo, apesar de o Benfica ter sofrido um golo, porque Diogo Gonçalves marcou de livre directo à entrada da área um excelente golo. Este golo, muito perto do intervalo, animou a equipa que se desprendeu das correias tácticas com que o treinador a agrilhoou a ponto de, nos pucos minutos que lhe faltavam para aa pausa ter estado à beira de marcar o segundo.

Veio a segunda parte e o jogo continuou frouxo nos quinze minutos iniciais, apesar de o Arsenal já estar a dar mostras de que iria arriscar o necessário para mudar o resultado, sem contudo ter criado nenhuma situação para o conseguir.

E foi então, aos 60m minutos, que Jesus cometeu a asneira da noite, previsível para qualquer pessoa que, com dois dedos de testa, venha acompanhando a carreira do Benfica e as capacidades dos seus jogadores. De uma assentada Jesus substituiu Seferovic, Taarabt e Pizzi por Darwin, Gabriel e Cebolinha. Se a substituição de Seferovic por Darwin ainda se pode compreender, pelas alterações que o modo de jogar de Darwin poderia trazer à frente de ataque do Benfica, apesar do suíço estar a cumprir dentro daquilo que são as suas capacidades, já as outras duas se anteviam verdadeiramente suicidárias.

Por sorte, antes que qualquer daqueles jogadores tivesse tido tempo de sequer tocar na bola, houve um canto contra o Benfica que permitiu a Helton Leite lançar rapidamente a bola para frente, antes de a equipa do Arsenal tivesse tido tempo de se reposicionar, bola essa defeituosamente atrasada por um defesa do Arsenal que permitiu a Rafa num dos seus extraordinários sprints ser mais rápido que o guarda-redes adversário e entrar com a bola pela baliza dentro.

Estava marcado o segundo golo e a eliminatória na mão com grande probabilidade de o score ainda poder ser mais dilatado, se o Benfica tivesse em campo jogadores suficientemente rápidos e tacticamente evoluídos capazes de proporcionar aos avançados bolas em profundidade. Pouco depois do golo, Darwin ainda se isolou, flectiu para a esquerda, mas quando chegou perto da baliza começou a não saber o que fazer com a bola, enrolou-se nela e perdeu-a. Numa outra ocasião, Gabriel beneficiando de umas dessas transições ofensivas, tinha tudo para entregar a bola ao colega isolado com grande probabilidade de marcar, mas optou por entregá-la inexplicavelmente ao guarda-redes adversário.

O Arsenal cada vez mais ansioso continuava a atacar pela esquerda e pela direita. Cebolinha completamente perdido em campo, não fazendo a menor ideia de como se defende, deixou de ser o obstáculo que o Benfica precisava para anular as jogadas do lado direito da defesa do Benfica e também à frente de cada vez que pegou na bola nada fez, salvo andar ou passar para trás. Um completo desastre, como, insisto, qualquer pessoa que perceba um pouquinho de futebol estaria em condições de antecipar. Por outro lado, Gabriel, errático nas marcações, como sempre, e sem qualquer hipótese de fazer passes longos, mesmo mal feitos, foi juntamente com Cebolinha mais um homem a menos no meio capo, recaindo sobre Weigl o trabalho que seria de um ou de outro, obrigando-o a desposicionar-se, deixando uma aberta no lugar que deveria ocupar. Veríssimo, pelo seu lado, ia dando sinais de intranquilidade. E assim, numa jogada pelo lado direito do Benfica, em que Cebolinha se portou nas duas vezes em que tentou enfrentar-se com o atacante arsenalista como uma verdadeira barata tonta, surgiu num remate cruzado indefensável o segundo golo do Arsenal.

Para cúmulo das asneiras, Jesus a sete minutos do fim tirou Grimaldo e meteu Nuno Tavares. E então numa bola que, começando por circular pela lado direito da defesa do Benfica sem que ninguém a interceptasse, chegou ao lado esquerdo com Gabriel como espectador e Nuno Tavares, distante do jogador que a recebeu, permitiu que este cruzasse à vontade para o poste oposto onde Aubameyang se antecipou a Lucas Veríssimo e fez o terceiro.

Depois dos 90 ainda entrou, para jogar pouco mais que dois minutos, Waldschmit num sacrifício gratuito, inútil e desnecessário.

E assim terminou uma jornada europeia em que Jorge Jesus mais uma vez deixou claro, sem qualquer dúvida, não somente a sua incapacidade para “ler” o jogo, como para fazer substituições.  Um erro imperdoável, tanto mais quanto mais previsível era o que poderia acontecer.

Jorge Jesus pode não sair pelo seu pé, mas se esse for o caso, como infelizmente parece, o Benfica vai ter que friamente ponderar o que lhe ficará mais caro: se manter Jorge Jesus em posto; ou se despedi-lo imediatamente. Se tivesse vergonha e dignidade, Jorge Jesus faria o que qualquer pessoa decente faz quando falha tão escandalosamente num lugar de alta responsabilidade. Ia-se embora, com ou sem pedido de desculpas.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

BENFICA – O PASSADO QUE AINDA PODERÁ SER FUTURO

 


Se eu fosse treinador do Benfica em Junho e soubesse que estavam para ser comprados Cebolinha, Gilberto, Darwin. Lucas Veríssimo e Pedrinho, comunicaria ao presidente a lista dos jogadores com que desejava ficar:

Vlachodimus, André Almeida, Ruben Dias, Grimaldo, Nuno Tavares, Weigl, Florentino, Samaris, Gedson, Pizzi, Taarabt, Rafa, Vinicius, Cervi e Gonçalo Ramos.

 Pedia o regresso de Diogo Gonçalves.

Vendia, emprestava ou dava os restantes, sem custos para o Benfica

Aceitava as compras de Helton Leite, Vertonghen e Waldschmit

E comprava na Liga Portuguesa sete ou oito dos melhores jogadores que nela jogam – 2 pontas de lança, um defesa esquerdo, um médio defensivo, um médio atacante, dois centrais e um terceiro guarda-redes cujos nomes não vou aqui indicar.

Eventuais dificuldades temporárias seriam supridas pela equipa B ou pela sub 23.

O Benfica teria poupado cerca de 80 milhões de euros, gastaria nas restantes compras, além das três acima citadas, cerca de 15 milhões de euros. E se Ruben Dias tivesse que sair, noutras condições, embora para o mesmo destino, aceitaria ficar com Otamendi – ou seja Otamendi comprado mais barato e Ruben vendido mais caro.

Com esta equipa o Benfica seria campeão nas calmas e teria entrado na Liga dos campeões, continuaria superavitário e não teria hipotecado financeiramente o futuro e muito menos desportivamente.

Com Jorge Jesus foi, infelizmente, a desgraça: desportiva e financeira, não apenas porque não ganhando desportivamente não se tem saúde financeira, mas também porque as compras por ele indicadas são uma tragédia, desportiva e financeiramente. Ele é tão mau, tão mau a escolher jogadores que nem se percebe como é que uma pessoa que anda nisto há cerca de 30 anos comete erros tão graves e irremediáveis.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

BENFICA - QUE FAZER?

 

O QUE MUDAR?




A maior parte das análises que estão sendo feitas sobre a situação do Benfica, apontam para respostas difíceis de pôr em prática.

Não é fácil substituir o presidente se ele não tomar a iniciativa de se demitir, dando lugar à marcação de eleições.  

Também não é fácil substituir o treinador se ele não aceitar um acordo de rescisão amigável, sem custos para cada uma das partes.

Mas também é verdade que mantendo estes dois intervenientes se torna difícil alterar o rumo das coisas. Se o presidente se não demitir nem for demitido, ele deve tudo fazer par rescindir com Jesus nas condições acima indicadas.

De facto, o Benfica é uma equipa sem alma, triste, que parece exclusivamente manietada pela ideia de não perder a bola. Isso faz com que os jogadores com menos técnica baixem a intensidade do jogo para não falharem o passe, que quase todos privilegiem o passe para trás ou para o lado, sem risco, mas também sem progressão, e mesmo quando conseguem chegar às imediações da área adversária e não encontram uma linha de passe segura, prefiram, por não haver quem remate de meia distância, em passes sucessivos atrasar novamente o jogo recuando até às imediações da sua área se não mesmo do guarda-redes, mesmo quando a equipa está empatada ou a perder.

Isto não é culpa dos jogadores. Alguém os deixa jogar assim. As agora chamadas transições ofensivas, os contra-ataques, em que o Benfica era fortíssimo, desapareceram quase completamente da equipa, seja por a velocidade não ser a desejada, seja por o jogador que conduz a bola não fazer a mínima ideia de como fazer o último passe. Este mal não é apenas aplicável às transições, ele está também presente sempre que se cria uma oportunidade. Normalmente, perde-se por o último passe ser quase sempre defeituoso. E nas raríssimas vezes em que o passe é bem feito, o jogador que o recebe, na esmagadora maioria das vezes, não acerta na baliza. Por outro lado, mesmo quando o avançado está isolado e tem a baliza obliquamente à sua esquerda ou à sua direita, o remate cruzado vai quase sempre para fora e outros vão directos ao guarda-redes.

As bolas paradas são hoje um verdadeiro quebra-cabeças para a equipa. Há muitos e muitos jogos que o Benfica não consegue marcar um golo de livre (talvez tenha marcado um, no princípio do campeonato), indo a maior parte deles para fora ou contra a barreira. Nos cantos, a mesma situação. Com excepção de Waldschmit não há quem saiba marcar cantos. O Benfica pode ter uma dúzia ou mais de cantos, por jogo, que daí não virá nenhum prejuízo para o adversário. A bola vai sempre para os adversários ou para onde nunca está ninguém.

No sentido oposto, o Benfica sofre sempre muito nos contra-ataques adversários, porque mesmo quando tem vários homens na defesa eles limitam-se a descer paralelamente à frente d portador da bola, sem tentarem interceptar o lance, permitindo àquele meter a bola onde deseja.

Tudo isto se treina e se corrige, mas no Benfica parece que não há quem o faça. A equipa está apática, sem garra, sem crença, comete sucessivamente os nmesmos erros, tem as mesmas falhas, e joga sem convicção. Dá até a impressão, desde o princípio, que está cansada do treinador. Um cansaço que até parece ter começado antes dele chegar.

Substituir Jesus é um imperativo, apesar de já pouco se poder fazer. O segundo lugar começa a ficar longe, a Liga Europa tem tudo para correr mal, e a Taça de Portugal, se o Benfica chegar à final, vai depender muito de como até lá as coisas tiverem corrido. Mais difícil é escolher quem pode ser chamado para fazer o resto da época. O Benfica, nos tempos que correm, não aguenta outra asneira. Quem chegar vai ter mudar muita coisa e vai ter de experimentar outros jogadores. Deixando de fora quem nestes seis meses não provou e dar uma hipótese a quem praticamente as não teve.