UM RETRATO DO BENFICA
Para muitos, entre os quais me
incluo, avizinha-se uma “tragédia” de proporções superiores à da última época.
A série negra de seis jogos, com duas vitórias, uma obtida no último segundo
perante um adversário que não merecia perder e outra no prolongamento, também
pouco merecida, perante uma equipa mal colocada na divisão inferior, dois
empates, e duas derrotas, seguida de dois jogos de grande dificuldade – Bayern
e Braga – e tendo ainda que defrontar o Sporting e o Porto na primeira volta do
campeonato não deixa antever nada de bom.
Por que acontece isto? Dizem
alguns, porque o Benfica não tem uma cultura vencedora. Como não sei bem o que
isso significa, prefiro dizer que o Benfica tem dois problemas para os quais
não vejo solução a curto prazo, tanto mais que já passou tempo mais do que
suficiente para os ter resolvido. Esses problemas consistem no seguinte: o
Benfica não sabe o que há-de fazer com a bola, mas também não sabe o que há-de
fazer sem ela. E sem dominar estes dois princípios nenhuma equipa, por mais
garra que tenha, por mais esforçada que seja, nunca será uma grande equipa
vencedora.
Na segunda década do século XXI o
Benfica demonstrou em várias épocas e com diferentes treinadores que dominava
aqueles dois princípios, depois, a partir daquele fatídico jogo contra o Porto
em que perdeu por 3-2, o Benfica nunca mais se encontrou.
O Benfica de Bruno Laje
apresentou-se no Dragão com sete pontos de vantagem: se empatasse mantinha a
diferença, se ganhasse aumentava-a para dez. O momento fatídico desse jogo
acontece quando estando o Benfica empatado por 1-1, dando boa réplica ao
Porto, o VAR resolveu assinalar um
penalty contra o Benfica por Ferro ter sido empurrado por um jogador do Porto e
em consequência desse empurrão ter desequilibrado Soares. O árbitro bem
colocado nada marcou, mas o VAR intervindo indevidamente e facultando ao árbitro
imagens truncadas (porque estavam deturpadas, não mostrando todo o lance),
incitou-o a marcar penalty. Curiosamente quando a Jogada ainda corria Pepe agrediu
a soco Taarabt, o árbitro aparentemente não viu e o VAR fez que não viu, perdoando
assim a expulsão de PEPE como de resto já tinha evitado a expulsão de Marega no
início do jogo por jogo muito perigoso contra o mesmo Taarabt.
A partir desse jogo, Ferro que era então grande estrela nascente na defesa do Benfica, a ponto de ter logo sido chamado à selecção e pela generalidade da crítica tido como melhor do que Ruben Dias, nunca mais se encontrou, caindo, caindo sempre a ponto de ter sido afastado da equipa principal, emprestado, regressado mas sem que o treinador conte com ele. E o Benfica seguiu-lhe as pisadas. Também nunca mais se encontrou. Nesse ano perdeu com muita facilidade a vantagem que ainda conservava depois da derrota no Porto, acabando o campeonato a 5 pontos do Porto! No ano subsequente perdeu os cinco pontos de vantagem que chegou a ter no início do campeonato, caindo, caindo sempre daí para a frente ficando a uns longínquos 9 pontos do Sporting e a 5 do Porto. Esta época já perdeu à 10.ª jornada os 4 de vantagem que chegou a ter, jogando mal a maior parte dos jogos e agravando todos os males que foi acumulando nas duas épocas anteriores.
O
Benfica não tem um jogo suficientemente vertical para criar oportunidades de
golo e nas jogadas de envolvimento pelas alas não tem o discernimento suficiente
para criar as oportunidades correspondentes aos espaços que, por vezes, vai
abrindo. Nos contra-ataques, o jogador que conduz a bola raramente define bem o
último passe. Os cantos e os livres perto da área são todos desaproveitados.
Não tem um único rematador de meia distância, nem os jogadores tentam esse tipo
de lances Continua frágil a defender, pressionando pouco e com inconstância o
adversário. Sofre golos de bola parada
com alguma facilidade. Piora o regimento com o decurso do tempo, quanto mais perto
do fim está menos joga, e mais vulnerável se torna. Em conclusão, com excepção
da defesa em linha, buscando o off side do adversário não se vê mais nada de trabalhado
no Benfica. Vêm-se muitos passes inúteis para o lado e para trás, um jogo
sonolento, nada entusiasmante e pouco mais.
E o pior de tudo é que os adeptos
percebem que ninguém percebe o que se está a passar como diagnóstico
indispensável à superação do que está mal. Oxalá me engane.
Para muitos, entre os quais me
incluo, avizinha-se uma “tragédia” de proporções superiores à da última época.
A série negra de seis jogos, com duas vitórias, uma obtida no último segundo
perante um adversário que não merecia perder e outra no prolongamento, também
pouco merecida, perante uma equipa mal colocada na divisão inferior, dois
empates, e duas derrotas, seguida de dois jogos de grande dificuldade – Bayern
e Braga – e tendo ainda que defrontar o Sporting e o Porto na primeira volta do
campeonato não deixa antever nada de bom.
Por que acontece isto? Dizem
alguns, porque o Benfica não tem uma cultura vencedora. Como não sei bem o que
isso significa, prefiro dizer que o Benfica tem dois problemas para os quais
não vejo solução a curto prazo, tanto mais que já passou tempo mais do que
suficiente para os ter resolvido. Esses problemas consistem no seguinte: o
Benfica não sabe o que há-de fazer com a bola, mas também não sabe o que há-de
fazer sem ela. E sem dominar estes dois princípios nenhuma equipa, por mais
garra que tenha, por mais esforçada que seja, nunca será uma grande equipa
vencedora.
Na segunda década do século XXI o
Benfica demonstrou em várias épocas e com diferentes treinadores que dominava
aqueles dois princípios, depois, a partir daquele fatídico jogo contra o Porto
em que perdeu por 3-2, o Benfica nunca mais se encontrou.
O Benfica de Bruno Laje
apresentou-se no Dragão com sete pontos de vantagem: se empatasse mantinha a
diferença, se ganhasse aumentava-a para dez. O momento fatídico desse jogo
acontece quando estando o Benfica empatado por 1-1, dando boa réplica ao
Porto, o VAR resolveu assinalar um
penalty contra o Benfica por Ferro ter sido empurrado por um jogador do Porto e
em consequência desse empurrão ter desequilibrado Soares. O árbitro bem
colocado nada marcou, mas o VAR intervindo indevidamente e facultando ao árbitro
imagens truncadas (porque estavam deturpadas, não mostrando todo o lance),
incitou-o a marcar penalty. Curiosamente quando a Jogada ainda corria Pepe agrediu
a soco Taarabt, o árbitro aparentemente não viu e o VAR fez que não viu, perdoando
assim a expulsão de PEPE como de resto já tinha evitado a expulsão de Marega no
início do jogo por jogo muito perigoso contra o mesmo Taarabt.
A partir desse jogo, Ferro que era
então grande estrela nascente na defesa do Benfica, a ponto de ter logo sido
chamado à selecção e pela generalidade da crítica tido como melhor do que Ruben
Dias, nunca mais se encontrou, caindo, caindo sempre a ponto de ter sido
afastado da equipa principal, emprestado, regressado mas sem que o treinador
conte com ele. E o Benfica seguiu-lhe as pisadas. Também nunca mais se
encontrou. Nesse ano perdeu com muita facilidade a vantagem que ainda
conservava depois da derrota no Porto, acabando o campeonato a 5 pontos do
Porto! No ano subsequente perdeu os cinco pontos de vantagem que chegou a ter
no início do campeonato, caindo, caindo sempre daí para a frente ficando a uns
longínquos 9 pontos do Sporting e a 5 do Porto. Esta época já perdeu à 10.ª
jornada os 4 de vantagem que chegou a ter, jogando mal a maior parte dos jogos
e agravando todos os males que foi acumulando nas duas épocas anteriores. O
Benfica não tem um jogo suficientemente vertical para criar oportunidades de
golo e nas jogadas de envolvimento pelas alas não tem o discernimento suficiente
para criar as oportunidades correspondentes aos espaços que, por vezes, vai
abrindo. Nos contra-ataques, o jogador que conduz a bola raramente define bem o
último passe. Os cantos e os livres perto da área são todos desaproveitados.
Não tem um único rematador de meia distância, nem os jogadores tentam esse tipo
de lances Continua frágil a defender, pressionando pouco e com inconstância o
adversário. Sofre golos de bola parada
com alguma facilidade. Piora o regimento com o decurso do tempo, quanto mais perto
do fim está menos joga, e mais vulnerável se torna. Em conclusão, com excepção
da defesa em linha, buscando o off side do adversário não se vê mais nada de trabalhado
no Benfica. Vêm-se muitos passes inúteis para o lado e para trás, um jogo
sonolento, nada entusiasmante e pouco mais.
E o pior de tudo é que os adeptos
percebem que ninguém percebe o que se está a passar como diagnóstico
indispensável à superação do que está mal. Oxalá me engane.
Sem comentários:
Enviar um comentário