segunda-feira, 12 de novembro de 2018

OS ARGUIDOS DO FCP – FUTEBOL SAD




MELHOR SERIA DIFICIL

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Vi alguns benfiquistas muito satisfeitos por, finalmente, os administradores da SAD do Porto terem sido constituído arguidos por …prática de crime de ofensa a pessoa colectiva.

Não se compreende de onde vem essa satisfação. Muito resumidamente, convém esclarecer o seguinte: tendo em conta o que se passou, esta decisão do DCIAP é o melhor que poderia ter acontecido aos dirigentes do FC Porto. A pedido, não poderia ser melhor.

O Benfica foi assaltado. O Futebol Clube do Porto exibiu publicamente o produto desse assalto, tendo-o veiculado em proveito próprio e em prejuízo do Benfica. Assim sendo, o Porto é objectivamente suspeito de ter assaltado o Benfica ou de ser o mandante desses assalto ou, no mínimo, de ser o receptador. Não há nem pode haver nenhuma dúvida sobre a qualificação do comportamento do F C do Porto, por intermédio dos seus agentes e representantes, nomeadamente depois de o Benfica ter dado público conhecimento de que havia sido assaltado e que o FCP estava publicamente a exibir e utilizar em proveito próprio o produto desse assalto.

Sabe-se também como se comportaram as autoridades de investigação penal. Nada fizeram, apesar de a sua acção preventiva e punitiva ter sido repetidamente solicitada. Nada fizeram... até ao momento em que resolveram actuar contra a própria vítima.

Do crime praticado não quiseram aparentemente saber as autoridades de investigação e repressão penal, tendo sido pela via cível que acabou por se pôr cobro àquele inacreditável escândalo. Não quiseram nem há notícias de que estejam interessadas nisso. O assaltante continua por prender ou até por identificar, os receptadores continuam por responsabilizar e o crime continua por investigar.

E quando se esperava que a convocatória dos administradores da SAD portista, pelo DCIAP, tinha em visto inquirir os suspeitos da prática ou da colaboração na prática daquele crime, ficámos a saber que tinham por lá passado para cumprir uma simples formalidade – a de, em menos de 40 minutos cada um, serem identificados e constituídos arguidos por …”crime de ofensa a pessoa colectiva”. E para que não houvesse dúvidas, as autoridades de investigação e acção penal logo vieram esclarecer que “aqueles senhores” não têm nada a ver com o processo dos e mails!

Ou seja, este processo dificilmente terá resultados práticos ou, se porventura tiver, os acusados (que não acreditamos venham a ser) serão facilmente absolvidos. E embora a acção penal se não confunda com a acção cível, dada a suas diferentes naturezas, a provável absolvição ou até arquivamento, só virá facilitar a posição do FCP na acção cível indemnizatória.

Continuamos a achar inacreditável que o Benfica e os seus comentadores não insistam diariamente na questão do assalto do correio electrónico, na identificação dos responsáveis, na constituição de arguidos dos óbvios suspeitos, assim como também na inexistência de buscas e outras diligências destinadas ao esclarecimento da verdade.

Que justiça é esta!

terça-feira, 6 de novembro de 2018

JORGE JESUS NO BENFICA?




O QUE IMPORTA TER EM CONTA…
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Comecemos pelo princípio: Jorge jesus saiu do Benfica porque o Benfica (Vieira) não quis que Jesus continuasse. Jesus adquirira grande protagonismo, depois de ter ganho dois campeonatos seguidos e outros títulos, e esse protagonismo incomodava Vieira que quer ser no Benfica o verdadeiro “dono da bola”. A isto acresciam duas coisas: a primeira tinha a ver com a formação; a segunda, com a demonstração de que o Benfica era uma “máquina”, capaz de fazer ganhar quem nele estivesse como treinador.

No que respeita à formação, é bom que se diga o que hoje é óbvio: é verdade que Jesus depositava mais confiança em jogadores maduros, “reformatados” por si, do que em jovens vindos do Seixal; daí que no seu tempo não tenha verdadeiramente despontado, por iniciativa sua, nenhum grande jogador jovem, salvo quando as circunstâncias (lesão do titular, por exemplo) o impuseram, como aconteceu com Oblack. Mas também é verdade que Vieira queria a formação apenas para fazer dinheiro e não para firmar os talentos da casa na equipa principal, como agora parece pretender.

Quanto à outra questão, porventura por imitação, Vieira achou que já estava em condições de demonstrar que as vitórias do Benfica não dependiam do treinador, mas da “máquina” benfiquista -  ganharia quem lá estivesse. E assim foi nos dois primeiros anos de Rui Vitória, embora agora, esbatidos que estão certos efeitos, se tenha voltado a admitir que o papel do treinador é fundamental numa equipa de futebol.

Voltando ao começo: Jesus foi embora (ninguém pode esquecer a imensa tristeza com que festejou o último título de campeão) porque o Benfica não quis que ele continuasse. Evidentemente que ao Benfica, antes de mais a Vieira, também não interessava que Jesus, com o seu saber acumulado em seis épocas de Benfica, se transferisse para um dos rivais, nomeadamente para o Porto. E, como é óbvio, com Jesus passou-se exactamente o contrário: queria demonstrar que era ele e não a “máquina” quem ganhava os campeonatos. Por isso, logo que percebeu  que Vieira não desejava a sua continuidade  jamais aceitaria qualquer proposta alternativa que o Benfica lhe proporcionasse (Qatar, Arábia, ou qualquer coisa semelhante) e tratou de se fixar num rival que estivesse disposto a recebê-lo. E o Sporting estava.

A partir do momento em que se soube que Jesus recusara a proposta alternativa e se dispunha ingressar no Sporting, a “máquina” do Benfica, para se defender dos adeptos, passou a perfilhar a tese de que Jesus traiu. E Jesus também embarcou nessa tese, que lhe não desagradava, por ter colocado na sua pessoa a decisão de mudar de clube, sem ter de se estar a defender de um despedimento encapotado. E a seguir passou-se o que sabe: guerra aberta de ambos os lados, até ao restabelecimento das pazes com Vieira, o que, diga-se, quando se tornou evidente – muito pelo tom dos comentadores oficiosos do Benfica -, teve o condão de destabilizar completamente Bruno de Carvalho.  

Ao contrário do que alguns pretendem fazer crer, nada disto tem hoje grande importância. No futebol moderno, o que verdadeiramente importa por parte dos que dirigem, dos que treinam e dos que jogam é profissionalismo – um grande profissionalismo e muita competência. A paixão, a exacerbada paixão, como é o caso da paixão clubística, turva a inteligência e entorpece a razão não apenas na vida privada, mas também no futebol.

Essa história de o Benfica necessitar de um treinador que seja adepto do Benfica é à partida uma aposta perdida. O que o Benfica precisa é de um treinador competente que seja um grande profissional. E se nele estiverem reunidas ambas as qualidades podem todos estar certos de que ele estará mais interessado em ganhar do que o adepto mais ferrenho.

Alguns exemplos: Cândido de Oliveira, um grande benfiquista, nunca treinou o Benfica, tendo, pelo contrário, ganho campeonatos pelo Sporting; Artur Jorge, também benfiquista, tinha uma imensa vontade de treinar o Benfica; depois de ter garantido a Pinto da Costa que não viria directamente do Porto para o Benfica, respeitou o prometido, mas logo que a ocasião se proporcionou ingressou no Benfica pela mão de Damásio  - um dos piores presidentes da história do Benfica -  e os resultados estão à vista: desmantelamento de uma equipa campeã e início de um longo pesadelo, o mais crítico de toda a história do Benfica. Vilarinho, por seu turno, disse na campanha eleitoral que queria no Benfica um treinador benfiquista (Toni), acabando por despedir o promissor Mourinho que então iniciara a carreira de treinador principal. Conhece-se o resultado: nessa atribulada época – Jupp Heynckes, Mourinho e Toni – o Benfica “obteve” no campeonato o pior resultado da sua gloriosa história – sexto lugar!

Diabolizar Jorge Jesus ou até insultá-lo, como alguns já fazem nas redes sociais, é um mau princípio. Jesus pode e deve ser criticado no plano técnico, tanto por alguns erros graves que cometeu, como por erros que possa vir a cometer, mas de forma alguma deve ser ostracizado por ter treinado o Sporting!

O que infelizmente se verifica é que há hoje no Benfica comentadores que mais parecem discípulos de Bruno de Carvalho do que verdadeiros benfiquistas. Que o Presidente do Benfica se não deixe influenciar nas suas decisões por benfiquistas despeitados – benfiquistas que passaram para a oposição por terem deixado de fazer parte da direcção – e muito menos por benfiquistas demagogos que esperam há anos por uma pequena oportunidade para cavalgar uma onda de contestação. Seria o fim do Benfica, tal como o conhecemos, se isso acontecesse. Essa gente, com toda a franqueza, em tudo o que fala e em tudo o que diz não exprime uma ideia que possa servir de rumo ao Benfica. Não há neles uma ideia inspiradora que possa ser aproveitada para guiar o futuro do Benfica. O que há, é interesses pessoais que se servem do Benfica e que aproveitam algum ressentimento dos adeptos para se projectarem e afirmarem. E disso o Benfica não precisa.

O Benfica apenas teve na sua história 4 treinadores que ganharam por três vezes o campeonato – János Biri, Otto Glória, Seven-Göran Eriksson e Jorge Jesus – tendo dois deles regressado ao Benfica depois de terem treinado outros clubes (Otto Glória e Eriksson). Aliás, o que o Benfica mais tem na sua história é treinadores que regressaram ao clube depois de terem lá estado – Lipo Hertzka, Otto Gloria, Béla Guttmann, Fernando Riera, Fernando Cabrita, Mario Wilson (três vezes), John Mortimore, Eriksson, Camacho e Toni (três vezes).

Que o Presidente decida em função dos superiores interesses do Benfica e não de interesses mesquinhos como são muitos dos que temos visto defendidos na comunicação social!




quarta-feira, 31 de outubro de 2018

O BENFICA ASSALTADO E A ENTREVISTA DE VIEIRA


O QUE SE PASSA COM AS INVESTIGAÇÕES?
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É de facto espantoso que num Estado de Direito uma pessoa, seja ela singular ou colectiva, e, neste caso, pública ou privada, e, sendo privada, de utilidade pública ou não, seja assaltada e todos os dias na comunicação social ou na redes sociais seja exibido o produto desses assaltos, em manifesto proveito de quem o exibe.

Como inacreditável é que num Estado de Direito, factos que constam de processos em segredo de justiça, estejam elas a cargo da Polícia Judiciária ou do Ministério Público, sejam colocados na praça pública seja por intermédio da comunicação social, seja por intermédio das redes sociais, sempre que a divulgação desses factos serve ou pode servir a estratégia dos investigadores ou acusadores e prejudicar os investigados ou acusados.

E é espantoso que uma e outra coisa aconteçam porque nem uma nem outra poderiam acontecer sem a passividade, a conivência ou até a colaboração das autoridades. Das autoridades que têm a seu cargo prevenir e reprimir a prática de crimes ou das autoridades que têm à sua guarda o que não pode ser divulgado.

Mais recentemente, atingiu-se um novo patamar: uma conversa telefónica entre duas pessoas, relativa à eventual realização de um negócio, é colocada nas redes sociais, por via de uma gravação que, aparentemente, não terá sido feita por nenhum dos interlocutores e, aparentemente, também não constará de nenhum processo. Daí a pergunta: como se explica que isto tenha acontecido?

Pois bem, tudo isto que aqui está genericamente descrito se passou, concretamente, com o Benfica.

O correio electrónico do Benfica foi assaltado e o produto desse assalto passou a ser publicamente exibido por um clube rival, em proveito próprio. Aqui não há nenhum mistério e as suspeitas são óbvias: o clube rival não pode deixar de ser considerado suspeito de ter perpetrado o assalto, ou de o ter encomendado (o que juridicamente é uma situação idêntica à anterior); ou de ser o receptador do produto roubado.

Em qualquer outra situação semelhante a esta não há, nem pode haver, nenhuma dúvida de que as autoridades actuariam imediatamente sobre os suspeitos, qualquer que fosse a natureza dos bens roubados, materiais ou imateriais. Daí a óbvia pergunta: por que razão nada se fez não obstante as insistente queixas do roubado? Sim, porquê? Esta resposta não pode deixar de ser dada e o Benfica e os benfiquistas não podem deixar de a pôr insistentemente, seja perante as autoridades, seja perante a comunicação social. Mas a situação agrava-se ainda mais e assume contornos dificilmente inimagináveis, mesmo na ficção policial, se se disser que as autoridades não só não reprimiram o crime como se aproveitaram do seu produto para investigar a vítima!

Vou dar um exemplo para que se compreenda e fique para a posteridade o que se passou. Imaginemos que o Pingo Doce tinha sido assaltado e que os produtos roubados eram diariamente postos à venda numa barraca de feira situada relativamente perto do supermercado assaltado. As autoridades, apesar das insistentes queixas do lesado, entendiam que nada poderiam fazer por o dono da barraca estar a actuar ao abrigo da liberdade de comércio. Porém, perante a insistência do lesado, resolveram as autoridades inspeccionar o material roubado que estava sendo vendido na feira, tendo então constatado qua alguns produtos estavam fora do prazo de validade. E o que fizeram as autoridades perante tal situação? Retiraram os produtos do mercado? NÃO! Instauraram um processo ao Pingo Doce por produtos com a sua marca estarem a ser vendidos numa barraca de feira fora de prazo!

Foi isto sem tirar nem pôr o que as autoridades fizeram ao Benfica.

Perante semelhante absurdo é perfeitamente natural que um ou mais benfiquistas situados no âmbito das investigações tenham por amor clubístico fornecido a alguém do Benfica informações sobre a marcha daquele processo. Era seguramente, no espírito de quem o fez, a forma de compensar a tremenda injustiça de que o Benfica tinha sido vítima por inacção, ou pior do que isso, das autoridades. Actuaram estes benfiquistas legalmente? Certamente não, embora o seu comportamento não possa deixar de ser compreendido à luz do circunstancialismo em que actuaram.

E vamos admitir que alguém do Benfica teve conhecimento dessas informações. O conhecimento de uma informação é algo que não pode ser apagado. Já o recebimento de um produto roubado, contra a vontade ou sem a vontade de quem o recebe, pode ser revertido, entregando o produto ao seu dono ou às autoridades. Uma informação…não. Não pode deixar de ficar com quem a recebe, mesmo que não solicitada.

De qualquer modo, o conhecimento de uma informação sobre a marcha de um processo e a subsequente actuação de quem a recebeu em consonância com o seu conteúdo, que influência pode ter sobre a chamada “verdade desportiva”? Que é que isso tem a ver com a verdade desportiva ou a adulteração de resultados desportivos? Só uma mente doente, perigosamente ferida de facciosismo clubístico, pode fazer tal associação. Por esse lado podem os benfiquistas ficar descansados.

Ontem, o presidente do SL Benfica, em entrevista a um canal de televisão, esteve bem em tudo quanto respeita à gestão do clube, à sua estratégia empresarial e desportiva, mas já o mesmo se não poderá dizer no que respeita aos famosos processos que envolvem o Benfica. Neste campo deveria ter sido mais incisivo. Ter sido capaz por meio de comparações e de outras demonstrações de deixar claro quão absurdas são a maior parte das insinuações que diariamente fustigam o Benfica.

Deveria ter sublinhado muito mais enfaticamente o roubo de que o Benfica foi vítima, a passividade das autoridades perante o crime organizado no desporto e deveria também ter deixado no ar elementos suficientes para se demonstrar que o que está sendo feito ao Benfica não tem qualquer comparação com o que se passa relativamente a outros clubes.

Alguém quer saber que pessoas são convidadas pelos presidentes do Porto ou do Sporting para assistir aos jogos nas respectivas tribunas presidenciais? Alguém quer saber em que fases se encontram processos que envolve gente do Porto e do Sporting? Processos relativos a acções que visavam directamente a adulteração de resultados desportivos ou o constrangimento de árbitros mediante ameaças de agressões físicas.

E mais grave que tudo é a inacção das autoridades relativamente ao assalto de que o Benfica foi vítima que tem levado a que seja o próprio lesado a fazer e a pagar as investigações com vista à descoberta da verdade que caberia às autoridades realizar. Daí, novamente a pergunta: por que não agem as autoridades como a lei lhes impõe e a moral reclama? Esta uma questão que não pode deixar de ser respondida e que os benfiquistas não podem deixar de formular a todo o momento!

terça-feira, 30 de outubro de 2018

RUI VITÓRIA, SIMÕES E O VARANDAS



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I - Rui Vitória e o seu record

Rui Vitória sentindo-se acossado com a baixa acentuada do Benfica no ranking europeu depois da derrota de Amesterdão que, em princípio eliminará o Benfica na fase de grupos da Liga dos Campeões, sentiu necessidade de vir a terreiro demonstrar que é o treinador com o melhor “ratio” de vitórias na Liga dos Campeões por jogos disputados.

Em primeiro lugar, convém dizer que, embora o futebol seja fértil em surpresas, podendo sempre acontecer o inesperado, para o Benfica ter o apuramento garantido contra todo e qualquer imprevisto necessitaria de ganhar todos os jogos que lhe faltam disputar. Fora desta hipótese muito pouco provável, o apuramento também se verificaria se o Benfica ganhasse os jogos que vai disputar em casa e o Ajax não fizesse mais do que um ponto ou dois com o Bayern e o AEK, neste caso dependendo do resultado do confronto com o Benfica. Ou seja, tanto o Bayern como o Ajax apenas precisam de uma vitória, se o Benfica ganhar os jogos em casa, para se qualificarem. Portanto, as hipóteses de o Benfica se qualificar são muito escassas.

É neste contexto que Rui Vitória vem falar da Liga dos Campeões. A Liga dos Campeões e a Taça dos Campeões são a mesma competição, uma competição que existe desde 1955/56, tendo passado a disputar-se em moldes diferentes a partir de finais do século passado. Limitar a participação do Benfica à Liga os Campeões para o actual treinador pretender tirar um efeito meramente estatístico é limitar a história do Benfica e a sua grandeza já que foi na Taça dos Campeões que o Benfica se tornou no grande clube que hoje é.

Em segundo lugar, é mais que óbvio que Rui Vitória apenas pretende afirmar que a sua participação, até hoje, é melhor do que a de Jesus. Isto, apesar de todos sabermos que tanto um como outro apenas por uma vez terem verdadeiramente honrado o nome do Benfica, com a qualificação para os quartos-de-final, ficando, portanto, ambas muito aquém do que os adeptos esperariam. Ou seja, tanto um como outro tiveram 4 participações na Liga dos Campeões. Jesus apenas por uma vez passou a fase de grupos; Rui Vitória já passou por duas vezes. Jesus disputou como treinador 38 jogos: ganhou 14, empatou 10 e perdeu 14; Rui Vitória disputou 31, ganhou 11, empatou 6 e perdeu 14. Da vez em que não passou a fase de grupos Rui Vitória ficou em último lugar, com zero pontos, seis derrotas. Jesus das três vezes em que não passou a fase de grupos, somente uma vez ficou em último, tendo das outras duas disputado a Liga Europa.

Rui Vitória, no primeiro ano em que esteve no Benfica participou na Liga dos Campeões, por ter beneficiado da vitória alcançada no campeonato, no ano anterior, sob o comando de Jorge Jesus: Jesus, pelo contrário, no primeiro ano em que esteve no Benfica não participou na Liga dos Campeões.

Na Liga Europa, que Vitória até hoje nunca disputou ao serviço do Benfica, Jorge Jesus tem um palmarés imbatível em Portugal. Ao serviço do Benfica Jorge Jesus participou por quatro vezes la Liga Europa, a primeira vez chegou aos quartos-de-final, a segunda às meias-finais e as duas últimas à final. Disputou 40 jogos, ganhou 26, empatou 8 e perdeu 6.

Entretanto, refeitas as contas, mesmo circunscritas à Liga dos Campeões com o formato que hoje tem, Rui Vitória não é o treinador com melhor “ratio” jogos/vitórias, situando-se em 5.º lugar, atrás de Fernando Santos, R. Koeman, Artur Jorge e Souness. Este ratio, aliás. Interessa muito pouco e até pode ser enganador. Só voltamos a ele por Rui Vitória ter feito questão de o apresentar como um troféu. De facto, o que realmente interessa é a fase da prova a que se chega.

Ainda Rui Vitória não tinha saído desta, já estava metido noutra: a derrota contra o Belenenses no Jamor. Rui Vitória começa a ficar sem espaço para continuar, não apenas pelas derrotas, mas por se perceber que a equipa não sabe o que anda a fazer em campo. E isso com os jogadores que o Benfica tem é imperdoável. Questão é saber quem o pode substituir…

II - Dito isto passemos ao segundo tema: SIMÔES

Têm sido notícia em toda a comunicação social as declarações de Simões sobre o “momento judicial” do Benfica, bem como as respostas que lhe têm sido dadas por gente próxima da actual direcção, como Pedro Guerra. Sobre esta polémica a nossa posição enuncia-se facilmente. Simões tem o direito de expressar a sua opinião, bem como o seu desconforto pela situação em que o Benfica tem sido colocado. Essas declarações valem mais ou menos não por Simões ter sido campeão europeu pelo Benfica e ter participado numa das melhores equipas da história do clube ou por ter participado na selecção nacional de futebol que até hoje alcançou o melhor classificação num Mundial de Futebol, mas pelos méritos intrínsecos das opiniões proferidas. Digamos até que aqueles atributos, se algum peso têm – e têm – é obriga-lo a ser reflectido em tudo quanto diz uma vez que as suas declarações se forem feitas sem essa precaução prestam-se a ser aproveitadas por uns ou por outros consoante a sua natureza.

Dito isto, passemos a outro aspecto da questão: Que Simões se sinta desconfortável, é aceitável e compreensível. Que Simões não goste de alguns “comunicadores” oficiais ou oficiosos do Benfica, ainda mais aceitável é. O que não é aceitável é Simões desconhecer que o clube foi vítima de um assalto de gigantescas proporções que ofendeu gravemente a sua privacidade e que um funcionário de um clube rival aparece aos olhos do público ou como suspeito de ter praticado esse assalto ou de o ter encomendado ou, no mínimo, suspeito de ser um receptador que usa o produto do roubo em proveito próprio, ou seja, do clube em nome do qual fala. Isto Simões não pode desconhecer nem menosprezar, conhecendo. E Simões também não pode ser indiferente ao aproveitamento que das suas declarações está sendo feito por alguém que ele próprio ainda há bem pouco tempo considerava responsável pelo que há de pior no futebol português, a ponto de várias vezes ter dito a representantes dessa entidade que quando se fizer a verdadeira história do futebol português se vai ficar a saber tudo de quão vergonhoso se passou nestas últimas décadas. Isto Simões não pode esquecer, se pretende que a sua voz seja ouvida. E já que falamos em voz, seria no mínimo exigível pela boa educação, de que Simões tanto se reclama, que quando dialoga com outros benfiquistas, inclusive antigos jogadores, antes de mais os deixe expor as suas opiniões e fosse tão educado com eles quanto Simões exige dos outros relativamente a si. Cumpridos estes pressupostos, poderá Simões continuar a emitir as suas opiniões que daqui não ouvirá qualquer crítica.

III – Finalmente, passemos ao Varandas.

Varandas, presidente de um clube em ruínas, parece apostado, tal como o seu antecessor, a fazer do seu antibenfiquismo o grande factor identitário do Sporting. Se assim for, se Varandas pretende seguir a estratégia que a CM TV ainda não abandonou, ao Benfica apenas lhe resta deixá-lo afundar-se na defesa de uma estratégia que acabará por destruir o Sporting.



Por todas estas razões – escutas, roubos, antibenfiquismo primário do Sporting e da CM TV, jogo sujo do Porto – o Benfica precisa urgentemente de começar a ganhar. Ganhando nada disto terá importância…

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

AS LIMITAÇÕES DE RUI VITÓRIA




O BENFICA NA LIGA DOS CAMPEÕES
Diapositivo 1 de 7: Imprensa internacional reagiu assim ao desaire do Benfica em Amesterdão

Não sei se os benfiquistas mais novos ou mesmo os treinadores mais jovens compreendem o que significa para um benfiquista mais velho fazer má figura na Liga dos Campeões. Lutar até ao último jogo da fase de grupos por um lugarzinho que garanta o apuramento já seria uma humilhação quando esse apuramento, como tem acontecido nos últimos tempos, se faz com oito ou até com sete pontos. Mas a verdadeira humilhação, aquela que nos enche de tristeza e de vergonha, é ver o Benfica perder nove jogos nos últimos dez disputados ou ver o clube à terceira jornada praticamente eliminado.

Se isso acontecesse numa época em que a equipa, do ponto de vista do plantel, era fraca e sem recursos, como infelizmente aconteceu na década de 90 do século passado ou nos primeiros anos da primeira década deste século, ainda se aceitava como uma inevitabilidade. Mas se isso acontece quando a equipa dispõe de recursos suficientes, como é o caso desde há dez anos, somente a incompetência de quem a dirige pode justificar semelhante descalabro.

O que o Benfica faz ou deve fazer, no plano interno, é o óbvio. Tem o melhor plantel, joga numa liga pouco exigente, logo deve ganhar e não faz mais do que a sua obrigação. Por isso, os êxitos internos nunca podem servir para desculpar ou fazer esquecer os insucessos internacionais.

Jorge Jesus nunca teve êxito na Liga dos Campeões. Somente uma vez passou a fase de grupos, embora tenha tido boas participações na Liga Europa, que é uma competição da segunda divisão europeia, essa a razão por que somente quem a ganha ascende, entre as largas dezenas de clubes que nela participam, à primeira divisão – a Liga dos Campeões.

As equipas de Jesus, salvo porventura no último ano, eram equipas desequilibradas para jogar uma competição do tipo da Liga dos Campeões. Praticavam frequentemente futebol atractivo e os jogadores sabiam que papel desempenhar em campo. Mas os frequentes desequilíbrios no meio campo sempre que a equipa perdia a bola foram-lhe fatais. No Sporting, com jogadores de mais baixa qualidade, apesar de ter melhorado nos três anos em que lá esteve, principalmente nos dois últimos, também nunca conseguiu passar a fase de grupos embora aí tenha a desculpa de sempre ter ficado incluído em grupos muito fortes.

Esta chamada de JJ a este post apenas tem em vista sublinhar que com Rui Vitória tudo se agravou. A equipa não só não ganha – o ano passado até só perdeu – como continua desequilibrada. Só que agora o desequilíbrio é outro. O Benfica quase não tem presença na área e, além disso, os jogadores, quase sem excepção, acusam uma falta de cultura táctica confrangedora. Só mesmo aqueles que não podem deixar de a ter como o volante (ou pivot) Fejsa ou o guarda-redes a mantêm. Os outros dão muitas vezes a sensação de que somente sabem jogar numa parte do campo, ficando o resto da sua participação no jogo de equipa entregue ao acaso e à inspiração do momento. Até aqueles que tinham uma cultura táctica adquirida ao longo de anos dão sinais evidentes de que a perderam.

Ora, isto é culpa do treinador, da sua equipa técnica. Há erros que se repetem jogo após jogo sem nunca serem corrigidos. Há jogadores cujas potencialidades estão subaproveitadas por causa de erros que se não corrigem. O caso de Salvio, que não é único, é o mais evidente e o que mais prejuízo traz à equipa. Se as jogadas em que Salvio participa tivessem outro aproveitamento, muito a equipa beneficiaria.

Desde que Rui Vitória pôs de parte o 4-4-2 nunca mais o Benfica ganhou um título. O 4-3-3 de Rui Vitória, que é muito mais um 4-3-2-1 com o 1 muito desacompanhado na frente, nunca pode servir ao Benfica internamente. E externamente terá de ter outra mobilidade e flexibilidade para poder funcionar com alguma eficácia. E não tem.

É sabido pelos 4 anos que vai levando à frente do Benfica que Rui Vitória “lê” mal o jogo do banco e além disso não tem qualquer espécie de audácia na sua actuação. Actua sempre pelo seguro. Troca Gedson por Gabriel, Pizzi por Alfa Semedo se quer segurar o resultado, Rafa por Cervi ou Cervi por Rafa. Se o resultado é desfavorável mete avançados, mas é incapaz de querer ganhar um jogo que esteja empatado sempre que o empate não corresponda a uma derrota. Nunca tem a flexibilidade suficiente para criar algo de novo relativamente ao modelo que os adversários conhecem. Claro que isto não pode ser improvisado, tem de ser treinado e preparado. Se não for não se vê como possam vir a jogar jogadores de grande categoria como os que o Benfica tem no banco.

Em Amesterdão tudo isto que aqui se refere foi muito evidente. A partir da segunda metade da segunda parte ou até talvez um pouco antes, o Benfica passou a jogar para o empate. A entrada de um jovem como João Félix, para jogar mais próximo do ponta de lança (eventualmente substituído por Jonas), poderia ter virado o resultado. Teria de sair Salvio, alguém teria de encostar à direita, que não Pizzi, que também deveria sair para entrar Alfa Semedo. A equipa refrescava-se com dois jovens cheios de força, seria mais criativa com J. Felix e Jonas e muito mais segura com Alfa Semedo.

Uma reviravolta destas, operada, no mínimo a 30/20 minutos do fim do jogo, confundiria o adversário e daria um novo elan à nossa equipa. Mas, é claro, tudo isto tem de ser treinado e muito.

Rui Vitória que não volte com a conversa do “pontinho” fazendo dos adeptos tontos, porque já é segunda vez em seis meses que perde jogos decisivos por querer segurar o empate!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

BENFICA – O JOGO CONTRA O PORTO




O QUE RUI VITÓRIA NÃO PODE FAZER
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Depois do que se passou em Atenas na passada terça-feira contra o AEK, Rui Vitória não pode no próximo domingo, contra o Porto, cometer os mesmos erros. Não pode, mas nada garante que os não cometa, porque infelizmente tem sido esse o modo de actuar de Rui Vitória, nunca prendendo com os erros do passado por mais próximo que esse passado esteja.

Como será de esperar o Porto apresentar-se-á na Luz com uma linha média forte, como sempre faz quando tem como objectivo primeiro da sua estratégia neutralizar a capacidade criativa do meio campo adversário. O Benfica tem, portanto, de responder a esta mais que provável estratégia portista, fazendo alinhar uma linha média forte, capaz de ganhar a maior parte dos duelos individuais quer física, quer tacticamente.

É também muito provável que, no ataque, o Porto alinhe com dois avançados possantes, Marega e Soares, tentando tirar o máximo partido das esperadas fragilidades no centro da defesa benfiquista. Não atender a isto ou facilitar, esperando que as coisas se resolvam por si, é meio caminho andado para o desaire.

Finalmente, o Porto vai explorar ao máximo o lado direito da defesa do Benfica, não só porque tem desse lado um jogador com grande valia, tanto na meia distância, como nos cruzamentos (Alex Telles), mas também porque conta com as conhecidas fragilidades do Benfica nesse sector, como o jogo contra o AEK amplamente evidenciou.

E terá o Benfica meios para contrapor a esta esperada estratégia portista? Evidentemente que sim, desde que Rui Vitória os vejo.

Assim, no centro da defesa, dada a ausência de Jardel e a indisponibilidade de Conti, o Benfica deve alinhar com Ruben Dias e Samaris. Sim, Samaris, um grande jogador que raras vezes teve no Benfica oportunidade de jogar nos lugares em que se sente mais à vontade. Samaris é um jogador, versátil e inteligente, capaz de desempenhar vários lugares, sendo porém o lugar 8 e o defesa central aqueles em que se sente melhor. Muito melhor do que no lugar de Fedja onde tantas vezes tem jogado por indisponibilidade deste. Ruben Dias terá continuar na equipa, quanto mais não seja pela impossibilidade de, tanto Jardel como Conti, alinharem, mas deverá ser imediatamente substituído, se admoestado com um cartão amarelo.

No meio campo há três jogadores que têm de jogar e há um que não deve jogar. O que não deve jogar é obviamente Pizzi e os que têm obrigatoriamente que jogar são Fedja,Gedson e Alfa Semedo (não por ter marcado um golo em Atenas, mas ser um médio forte, capaz de ombrear que a linha média portista e ter, além disso, uma boa média distância). Depois há que escolher entre Salvio, Rafa, Cervi e Zivkovic. Se o Benfica jogar com dois avançados, Seferovic e Jonas ou Castillo e Jonas, daqueles quatro só poderá jogar um – talvez Salvio ou Rafa; se jogar apenas com um avançado – em princípio, Seferovic – talvez Salvio e Rafa ( ou Cervi ou Zivkovic).

Seria arrojado, mas surpreendente para o treinador do Porto, ver o Benfica com dois avançados. A sorte protege os audazes. Rui Vitória acredita, infelizmente, mais na sorte do que na audácia.

Finalmente, a lateral direito, se Corchia estiver bem, era domingo a altura ideal para o pôr na equipa.

Como não é de crer que Rui Vitória faça nada disto, o mais provável – quase certeza – é que o Benfica alinhe com os seguintes jogadores:

Odysseias Vlachodimus; André Almeida, Ruben Dias, Lema e Grimaldo; Fedja; Salvio, Pizzi , Gedson e Rafa; Jonas.

A entrada de Jonas terá em vista a sua (do treinador) desculpabilização, em caso de resultado negativo – derrota ou empate.

sábado, 29 de setembro de 2018

AS DESCULPAS DE RUI VITÓRIA




UM PROBLEMA QUE SE REPETE
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Rui Vitória no fim do jogo, para justificar o empate consentido no último minuto, apresentou um rol de desculpas.

Em primeiro lugar, a incerteza sobre se o jogo ia ou não realizar-se e a necessidade de fazer um duplo aquecimento. Isto que Rui Vitória refere aconteceu apenas ao Benfica ou aconteceu também ao Desportivo de Chaves? Mais valia estar calado.

Em segundo lugar, as lesões. Os jogadores do Benfica – Jardel e Gabriel – lesionaram-se sozinhos, sendo, portanto caso para perguntar se estamos perante uma desculpa ou de uma culpa da equipa técnica, nomeadamente da que tem a seu cargo a preparação física, embora, em última instância, a responsabilidade seja de quem dirige essa equipa. Mais uma razão para estar calado.

Em terceiro lugar, a expulsão de Conti, exclusivamente imputada ao árbitro. Em primeiro lugar, não foi o árbitro que fez a entrada. Já vimos Conti, nos minutos que já jogou, fazer outras entradas perigosas. Ainda ninguém lhe disse que não estava a jogar na Argentina? E poderá imputar-se a uma expulsão, a poucos minutos do fim, a responsabilidade pelo golo sofrido pouco depois? Aparentemente, o árbitro foi rigoroso. Mas só aparentemente, já que para se ter a certeza seria necessário escrutinar os anteriores jogos apitados por Capela para se saber como costuma reagir em situações idênticas. Se reage sempre da mesma forma, nada haverá a apontar, se, pelo contrário, não pune, pune com uma simples falta ou pune com falta e amarelo, então sim, haverá muito a dizer. Mas disto não curou Rui Vitória. Achou conveniente responsabilizar desde logo o árbitro.

Rui Vitória esqueceu-se de referir a exibição do Chaves que se bateu durante todo o tempo, olhos nos olhos, frente ao Benfica. Sem antijogo, jogando sempre para ganhar.

Quer isto dizer que não haveria, portanto, hipótese de o Benfica conseguir um resultado diferente? De forma alguma. Não obstante o mérito do Chaves, o empate ficou a dever-se a erros do Benfica e a deficiências técnico-tácticas do treinador. O Benfica pelo volume de jogo que normalmente põe em prática contra a maior parte das equipas da nossa liga não pode jogar com um único homem na área e menos ainda se esse avançado for, como é o caso de Seferovic, excessivamente móvel.

Desde que Rui Vitória pôs de parte o sistema de jogo herdado do anterior treinador, o que somente aconteceu a partir dos primeiros meses da época passada, o Benfica não ganhou um único título e também não ganhou nenhum jogo importante. Ou empatou ou perdeu!

É certo que o sistema herdado de Jesus deixava a descoberto as fragilidades do meio campo, embora isso possa ser corrigido, como o próprio Jesus acabou por reconhecer e tentou fazê-lo. O actual sistema não melhorou significativamente o meio campo, nomeadamente depois da lesão do Krovinovik, e desguarneceu perigosamente o jogo na área.

Dentro da lógica de Jogo de Rui Vitória também se não percebe a não inclusão de Gedson nos dois últimos jogos e a insistência em Pizzi, que falha passes em série, gerando situações perigosas, além de ser brando na cobertura a meio campo.

Do que já viu até hoje, fica a certeza de que Gedson terá de jogar e Jonas também, acompanhado na frente de um avançado mais fixo.

Finalmente, o que mais dói nesta equipa do Benfica é ficar-se com a sensação de que os jogadores não estão verdadeiramente cientes de qual o seu papel em campo, parecendo antes entregues à inspiração do momento. É também preocupante a ausência de treino das bolas paradas, das quais o Benfica raramente tira qualquer proveito, bem como a falta de remates a meia distância.

Assim vai ser difícil. Os dois próximos jogos serão muito esclarecedores…

domingo, 23 de setembro de 2018

SETÚBAL - PORTO





UM ESCÃNDALO
Está à vista de todos o que ontem se passou no Bonfim. Um árbitro de encomenda, ido directamente do Porto, cumpriu a função para que foi nomeado. Já se sabia antes do  jogo se iniciar que iria acontecer, em caso de necessidade. As expectativas confirmaram-se como seria de esperar.
Não voltamos aos tempos do Apito Dourado, como alguns dizem. Voltamos a um tempo muito pior: ao de Adriano Pinto, Lourenço Pinto, Pinto de Sousa, etc. Aos tempos em que através da Associação do Futebol do Porto, o FC Porto controlava a arbitragem “legalmente”.

Desenganem-se também os que supõem que através desta e doutras denúncias eles se incomodam ou elas produzem algum efeito. Eles convivem muito bem com isso, desde que ganhem! Tal como “honoráveis instituições” do sul da Itália, convivem muito bem com a má imprensa, desde que continuem a fazer os seus negócios, também eles convivem com todos os escândalos, desde que continuem a ganhar por mais escandalosas que as vitórias sejam. Um deles, nos “bons belos tempos”, até dizia: “Não há vitórias mais saborosas do que aquelas que eles dizem que foram roubadas”..

Portanto, o que importa são actos. É preciso acabar com este estado de coisas. O Fontelas e o Costa têm de ir para casa, rapidamente!


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

BENFICA 0 – BAYERN 2




UM MAU RESULTADO
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O Benfica defrontou na passada quarta-feira uma das grandes equipas europeias e perdeu. Por direitas contas o Bayern poderia ter ido à final da Champions nas duas últimas edições não fosse há 2 anos ter sido escandalosamente prejudicado pela arbitragem contra o Real Madrid e o ano passado ter cometido dois erros imperdoáveis em qualquer equipa. Fora isto, já ganhou por cinco vezes a prova, como se sabe e há seis anos consecutivos que ganha a Bundesliga sempre com apreciável diferença relativamente ao segundo classificado.

Que o Bayern tem desde há várias décadas melhor equipa do que o Benfica, toda a gente sabe. Que o Benfica costuma fazer maus resultados contra o Bayern nas nove vezes que já o defrontou, também todos sabemos. Que, inclusive, nunca lhe ganhou e somente por três vezes empatou, também se sabe.

Mas o que também se sabe é que o Benfica perde na Liga dos Campeões há nove jogos consecutivos e que o resultado de ontem é um mau resultado, apesar da valia do adversário.

Sem pretensões de competência técnica em matéria futebolística, que não é a minha área, mas valendo-me apenas da experiência de já ter visto muitos jogos de futebol em diferentes fase de evolução da modalidade, parece-me que, para o futebol que se joga hoje ao mais alto nível, o Benfica apresenta fragilidades de maior ou menor gravidade, consoante o valor do adversário, podendo algumas das quais ser corrigidas.

Em primeiro lugar, há muitos passes errados, umas vezes em consequência da pressão exercida pelos adversários, outras por incompetência ou desconcentração dos jogadores, erra-se passes em todas as áreas do campo, umas vezes no começo das jogadas – o que é fatal quando se joga contra uma grande equipa -, outras na área adversária, perdendo-se uma oportunidade de golo; finalmente, outras em passes longos ou em zonas de menor perigo ou prejuízo, mas tendo sempre como resultado a perda da bola;

Em segundo lugar, o Benfica tem pouca gente na área e o avançado mais adiantado joga com grande mobilidade, o que faz desguarnecer ainda mais a zona de remate;  o Benfica tem de jogar com dois avançados, um mais à frente, outro no apoio, ao estilo Mitroglou/Jonas; para jogar com dois avançados tem de manter no meio campo quatro médios – um jogando a seis (estilo Fedja) e os outros três como verdadeiros jogadores do meio campo, dois deles a par e outro mais solto. O papel de alas tem de ser desempenhado pelos defesas laterais, com o auxílio ocasional, dos médios, sendo para tanto indispensável contar com dois laterais com grande capacidade técnica e física, que saibam jogar atrás e à frente (como fazem, por exemplo, os do Bayern);

Em terceiro lugar, o Benfica tem de saber pressionar o adversário quando este tem a bola e tem que ter um jogador, pelo menos um, com capacidade de remate a meia distância, o que já não acontece há muito tempo.

É de admitir que com o regresso de Jonas à frente de ataque e com a escolha certa para “emparelhar” com ele o Benfica passe a marcar os golos que hoje não marca; e é de crer também que, com o regresso de Krovinovik, com Gelson e Gabriel, Benfica passe a ter o que até hoje lhe tem faltado ao mais alto nível. Claro, que para jogar contra o Nacional da Madeira ou contra as equipas do quarto lugar para baixo, o Benfica não precisa de nada disto. Mas para jogar ao mais alto nível na Europa, seja contra o Bayern seja contra o Ajax ou contra o AEK, precisa e muito. E quanto mais depressa melhor!


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O MINISTÉRIO PÚBLICO E AS LIGAÇÕES DO HACKER QUE ASSALTOU O BENFICA




AS DÚVIDAS LEGÍTIMAS DE QUEM OBSERVA

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Como é do conhecimento geral, a caixa de correio electrónico do Benfica foi assaltada, tendo o director de comunicação do Futebol Clube do Porto feito largo uso desse assalto, em proveito do clube em nome do qual actua.


O mais normal perante uma situação destas seria que as autoridades que tem por missão a investigação criminal iniciassem imediatamente uma investigação sobre o sucedido, começando essa investigação pelo lado mais visível do crime – ou seja, por aquele que indiciariamente se perfila como assaltante ou, no mínimo, como receptador do material furtado.

Teria o MP procedido do mesmo modo se em vez do Benfica tivesse sido, por exemplo, o Continente a entidade assaltada e o Pingo Doce tivesse sido o divulgador do material furtado? Teria o MP procedido como procedeu?

Apesar das sucessivas queixas do Benfica, o que fez o Ministério Público? Quanto aos assaltantes nada, o director de comunicação do Futebol Clube do Porto continuou tranquilamente a divulgar a correspondência roubada, chegando ao supremo limite de ter afirmado que estava a “fazer serviço público”! Se o MP quanto ao presumível assaltante ou receptador, nada fez, já o mesmo se não poderá dizer relativamente Benfica. Partindo do material roubado, que só era importante por ter sido roubado, já que substantivamente pouca ou nenhuma importância tinha ou tem, o Ministério Público abriu uma investigação ao Benfica para fazer legalmente o que os ladrões tinham feito ilegalmente: conhecer a correspondência privada do Benfica para com base nela averiguar a possibilidade da existência de qualquer comportamento penalmente punível. Ou seja, as reclamações e queixas do Benfica não só não foram atendidas, como resultaram no seu contrário.

A partir dessa altura, da altura em que se fizeram, legalmente, as buscas na Luz, multiplicaram-se na comunicação social os emails do Benfica, não se sabendo quais os roubados e quais os publicados em violação do segredo de justiça. Somente o Ministério Público o poderá dizer, embora a avaliar pelo que se tem passado em processos em segredo de justiça, mediaticamente acompanhados, o Ministério Público conviva razoavelmente bem com essa violação do segredo de justiça.

E foi necessário que o Benfica tivesse recorrido à justiça civil para pôr finalmente cobro a esta pouca vergonha, não sem que antes tenhamos assistido a uma inacreditável decisão de primeira instância de um tribunal do Porto, rapidamente corrigida por um acórdão da Relação, que impôs, mediante a estipulação de uma pesadíssima sanção pecuniária compulsiva, a obrigação de o comunicador do Futebol Clube do Porto cessar imediatamente a publicação dos emails, os quais, todavia, continuaram a publicar-se num blogue anónimo associado ao Sporting Clube de Portugal, muito provavelmente em consequência de um entendimento com o Futebol Clube do Porto.

Mais uma vez a passividade do Ministério Público foi exageradamente notória: nada fez de palpável para investigar a autoria daquele blogue, continuando sempre mais interessado em investigar o Benfica do que em investigar, acusar e reprimir os que assaltaram o Benfica!

É neste específico contexto que alguém ligado ao Benfica pelo amor clubístico, certamente sofrendo dolorosamente a injustiça que todos os benfiquistas sentiram ao ver na praça pública enxovalhado o nome do clube com suposições fantasistas e presunções absurdas, se sentiu ele próprio na obrigação moral de facultar ao Benfica o seu próprio conhecimento sobre as investigações em curso. Se para tanto teve de violar algumas regras e entrar num domínio que, apesar de constantemente devassado perante a complacência do Ministério Público, não deixa de ser reservado e protegido por lei, será normal que venha a ser penalmente responsabilizado, não obstante as razões que motivaram a sua actuação e sem prejuízo de contar com a solidariedade e compreensão dos benfiquistas. Se…

Estávamos nós assistindo à primeira fase deste processo, que culminou com a absurda acusação da SAD do Benfica, acompanhada da ameaça de sanções acessórias, cujo fundamento parece ter sido mais inspirado no fanatismo de um adepto rival do que num verdadeiro raciocínio jurídico, quando uma revista de informação semanal revelou o que nem o Ministério Público nem a Polícia Judiciária foram capazes de descobrir – a identidade do “hacker” que assaltou o Benfica!

E quem é ele? É um adepto do Futebol Clube do Porto, nado e criado nos meandros do Canelas Futebol Clube, onde tem amigos e “correligionários”, entre eles um conhecido comentador do Porto Canal que amiudadamente convive tanto na televisão como fora dela, como o “comunicador” do Futebol Clube do Porto.

É sabido, toda a gente sabe, que os “hackers” não trabalham de graça. E sobre este, em concreto, correm na comunicação social notícias de que teria tentado (outros afirmam mesmo que conseguiu) extorquir da Doyen uma avultada quantia para deixar de publicar documentos roubados sobre aquele fundo.

Seja assim ou não, o certo é que até hoje o Ministério Público nada fez, pelo menos, com projecção pública. Agora analise-se a similitude de comportamento e cada um tire as suas conclusões.

Depois que o tal blogue afecto ao Sporting deu público conhecimento de que havia alguém no sistema judiciário dando informações ao Benfica sobre o conteúdo dos processos relacionados com o Benfica, o Ministério Público não perdeu tempo: descobriu o autor ou autores dessas presumíveis violações, fez buscas nos seus domicílios, no de um funcionário do Benfica e na própria SAD, tendo até detido o dito funcionário para efeitos de inquirição e pedido logo a seguir medidas de coacção para os investigados, sendo algumas delas decretadas, uma das quais a de prisão preventiva.

E o que fez o Ministério Público depois de saber quem é o assaltante do Benfica, depois de identificados os seus amigos e a sua ligação ao Futebol Clube do Porto, principal beneficiário do assalto? Nada, absolutamente nada! Fez buscas na SAD portista para apurar da sua ligação ao hacker assaltante? Fez buscas domiciliárias ao “comunicador” do FC do Porto e ao seu amigo comentador? Investigou os seus computadores e telefones? Nada, absolutamente nada.

Como se explica semelhante comportamento? Como se explica também que um Vice-presidente do Sporting tenha depositado dinheiro na conta de um fiscal de linha para depois o acusar de corrupção e nada tenha acontecido ao Sporting? Como se explica que um dirigente do Sporting tenha sido detido e mais tarde posto em liberdade, depois da prestação de pesada caução, por suspeita de viciação de resultados desportivos, fundadas em inequívocas escutas telefónicas, e nada mais até hoje tenha acontecido, apesar de a juiz de instrução criminal ter dito na decretação das medidas de coacção que o processo estava praticamente instruído? Como se explica que na sequência destas investigações o então presidente do Sporting nunca tenha sido ouvido, nem a SAD sportinguista tenha sido alvo de buscas? Como se explica’

São coincidências a mais para se aceitar uma qualquer explicação.

Resta perguntar à Senhora Procuradora Geral de Justiça, que alguns tanto se afadigam em reconduzir em novo mandato, quem manda naquela casa? Como pode haver tão graves e desprestigiantes comportamentos, Senhora doutora Joana Marques Vidal? Como pode?

A conclusão parece óbvia: no Porto não se investiga nada que possa molestar o FCP, que parece estar sob a alçada de outros poderes diferentes dos que decorrem da Constituição da República. No Sporting, começa por investigar-se algumas situações gritantemente ilícitas…mas nada acontece depois – tudo tende a cair no esquecimento como caiu o comportamento do Vice-presidente e como parece vir a cair o do director do departamento de futebol.

No Benfica, pelo contrário, faz-se buscas, viola-se o segredo de justiça, comunica-se às televisões e aos jornais o que se vai passar para que se possa assistir ao vivo ao espectáculo, fomenta-se a calúnia com notícias parcelares, descontextualizadas e unilaterais, acusa-se apesar de os fundamentos da acusação parecerem â comunidade jurídica irrelevantes e inconsistentes. De qualquer modo, o serviço fica feito…

É assim que se desprestigiam as instituições!