quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

BENFICA - A CHAMA TRISTE

 

BENFICA – UMA EQUIPA TRISTE


Depois da grave crise do fim do século passado e da primeira década deste, em que durante 15 épocas   apenas se ganhou um campeonato, o Benfica, depois do seu ressurgimento em 2009/2010 até hoje, nos jogos contra o Futebol Clube do Porto na Liga, Taça de Portugal, Taça da Liga e Supertaça, ganhou 8 (embora num deles a vitória valesse de pouco por ter sido eliminado), perdeu 17 e empatou 8. Ou seja, mesmo que tivesse ganho os que empatou as suas vitórias continuariam a ser inferiores às do FCP. Isto para dizer que o resultado de hoje, visto à luz das últimas 10 épocas, não tem nada de anormal. O que parece difícil de explicar é a falta de alegria com que a equipa joga. O jogo para quem o está a observar de fora apresenta-se com laivos de sofrimento para os jogadores, para o treinador e demais elementos do banco.

Provavelmente todos percebem que a equipa joga mal, todos igualmente parecem ter interiorizado não acreditar que possa melhorar e todos parecem admitir que a equipa está à mercê de qualquer adversário bem dirigido mesmo quando os oponentes, individualmente considerados, estejam longe de representar um valor não substimável. E é essa convicção que a todos perpassa desde os adeptos, aos jogadores, à equipa técnica e aos dirigentes que vai tornar muito difícil a recuperação anímica do Benfica por haver uma profunda decepção enraizada em processos que, jogo após jogo, parecem não resultar.

E sem deixar de aprofundar este assunto, a que voltaremos mais à frente, no espírito de todos paira o enorme investimento realizado não apenas em termos absolutos, mas principalmente quando comparado com o dos três mais próximos rivais, dois deles em grandes dificuldades financeiras, os quais, com a prata da casa ou com investimentos de baixo custo em jogadores de equipas secundárias da nossa liga, apresentam equipas muito mais competitivas e mais atractivas que a do Benfica. E não vai ser a contratação de mais um ou dois jogadores ou a venda de dois ou três que vai resolver o problema, venha quem vier e saia quem sair. O problema é mais profundo e não pode nem deve por mais tempo ser escamoteado pela equipa dirigente.

O futebol do Benfica tem de mudar de estilo, tem de se adaptar às características dos jogadores que compõem o plantel e tem de permitir aos jogadores que joguem sem medo, que arrisquem mais. Se todos o fizeram tornar-se-ão mais solidários e os riscos serão menores.

Ora, a questão que se põe é esta: estará o treinador e a sua equipa técnica à altura deste desafio?

 E quanto ao plantel, o que nos disse o jogo de hoje? Acho que o jogo confirmou que Vlachodimos, não sendo um excepcional guarda-redes, é mais do que suficiente para guardar as redes do Benfica; que para encontrar um lateral como Gabriel não era necessário ter ido aos Brasil; que os centrais, tanto os que jogaram (e Otamendi até terá feito hoje o seu melhor jogo pelo Benfica), como os outros são suficientes para jogar no campeonato português e que Grimaldo tem qualidades excepcionais como atacante, tendo necessariamente de ser compensado pelo central esquerdo ou por um médio sempre que sobe. Na linha média, a questão é mais complicada: insistir em Taarabt é insistir em inúmeras bolas perdidas, frequentemente desequilibradoras da equipa; Gabriel é mais seguro, embora os seus passes longos falhem muitas vezes o alvo, todavia com menos perigo que as perdas antes referidas; Weigl tem tido ma adaptação difícil, mas se tivesse uma boa companhia poderia vir a ser um jogador de eleição, Nas alas, Everton, como já disse noutro post, dificilmente irá além daquilo que tem feito, mesmo assim é inacreditável que o treinador não o ponha também a jogar do oposto no qual, pelo menos, poderia tirar partido dos seus cruzamentos;  Rafa dá uma certa emoção à equipa, mas é uma emoção estéril porque na maior arte das vezes os seus desequilíbrios não produzem qualquer efeito útil e às vezes, quando produzem, como aconteceu hoje, eles acabam por se reflectir na parte oposta do campo. Quanto aos avançados, a questão é muito simples: têm de marcar golos e para os marcar têm de rematar à baliza, de frente de lado e até de costas e não assemelharem-se a um mestre de cerimónias quando têm a baliza pela frente.

Em conclusão: as perspectivas não são boas…

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

 

O REGRESSO DE JORGE JESUS E O ACTUAL BENFICA




PODE O BENFICA CONTINUAR A JOGAR NO MESMO SISTEMA?

 

Jorge Jesus regressou ao Benfica cinco épocas depois de o ter deixado, aureolado com as espectaculares vitórias alcançadas no Flamengo, mas debaixo de uma chuva de críticas que, todavia, não foram suficientes para pôr em causa a continuidade de Luís Filipe Vieira como presidente do clube, reconduzido por mais quatro anos em eleições recentemente realizadas.

A maior parte das críticas ao regresso de Jorge Jesus nada tinham a ver com a sua competência técnico-táctica como treinador de futebol, mas com as questiúnculas havidas durante os primeiros tempos do sua entrada no Sporting que levaram muitos sócios e adeptos a sentirem-se ofendidos com as palavras de Jorge Jesus. Essas questões, no que a mim me respeita, não me afectam nada na apreciação do trabalho do treinador nem interferem com a opinião que posso ter sobre o seu regresso ao Benfica.

Somente quem tem fraca memória e não sabe interpretar os factos não perceberá que não foi Jorge Jesus que quis sair do Benfica, mas o Benfica que não quis continuar com Jorge Jesus. O treinador tendo percebido antes do final da época que não era o preferido para continuar, tratou da vida – de uma vida diferente da que o Benfica estava disposto a arranjar-lhe (um contrato no Qatar) – e firmou um contrato com o Sporting que todos, sem excepção, consideravam não ter dinheiro para contratar um treinador tão caro. Vieira que não queria continuar com Jesus, mas também não queria que ele fosse para o Porto nem para o Sporting, quando percebeu que estava iminente a sua contratação pelo Sporting tentou evitar, sem êxito, o seu ingresso no clube de Alvalade.

A partir desse momento, convinha ao presidente do Benfica dar a entender que foi Jesus que “fugiu” do Benfica, para assim poder amortecer o coro de críticas da maior parte dos adeptos, que não admitiam a sua ida para o outro lado da Segunda Circular e ao treinador agradava-lhe a ideia posta a circular de que foi ele que resolveu dar um novo e diferente rumo à sua vida desportiva.

Consumado o facto, Vieira estava empenhado em demonstrar que ganhava com qualquer um, dada a excelência das condições que o Benfica e a sua estrutura do futebol proporcionavam a quem lá estivesse como treinador e Jorge Jesus pretendia demonstrar exactamente o contrário: que quem ganhava era ele, no Benfica ou no Sporting.

Nesta luta de galos devidamente amplificada e travada com alguma virulência pelos acólitos de ambas as partes, quem ganhou foi Vieira e com ele o Benfica, que poderia ter ganhado muito mais se o seu presidente não tivesse tido a soberba arrogância de supor que dali para a frente seriam “favas contadas”, qualquer que fosse o plantel à disposição do treinador. Do ponto de vista de Jorge Jesus a derrota foi total. Após o primeiro ano de contrato, a sua passagem pelo Sporting foi penosa e humilhante, com episódios nunca vistos no futebol português, tendo acabado por se refugiar no lugar que recusara ocupar quando o Benfica lho ofereceu: treinador nas “Arábias”, lugar donde também teve que partir antes do tempo por razões ainda hoje não completamente esclarecidas.

Frustrada a hipótese do seu regresso ao Benfica, pelo excepcional desempenho da equipa de Bruno Lage quando tudo já parecia perdido, depois de esgotada a solução Rui Vitória, Jesus viu-se forçado a fazer novamente o que não gostava: emigrar para um lugar longínquo do futebol europeu. Só que desta vez, esse lugar, apesar de longínquo, é um lugar a que está permanentemente no foco do futebol mundial, não só porque tem milhares de jogadores espalhados pelos quatro cantos do mundo, desde as melhores equipas até às mais modestas, mas também porque tem uma selecção que de quatro em quatro anos luta sempre para vencer o título mundial, já alcançado por seis vezes.

Contratado pelo clube mais popular do Brasil – o Flamengo – Jesus fez história, ganhando tudo o que havia para ganhar com excepção da Copa do Brasil e do Campeonato Mundial de Clubes, em que foi vice-campeão. Mas não só ganhou tudo como revolucionou o futebol brasileiro e pôs a nu a escassa competência técnica dos seus  treinadores.

 E é na sequência destas vitórias e de nova crise do Benfica que, depois de liderar campeonato com sete pontos de vantagem e apenas três pontos cedidos à 19.ª jornada, perdeu nas quinze seguintes 22 pontos!

Contratado Jorge Jesus sem surpresa e sem oposição explícita, tal fora o descalabro da equipa na época anterior, a partir da 20.ª jornada, com a promessa de ter um plantel “europeu”, foram chegando ao Benfica: Helton Leite (guarda-redes brasileiro vindo do Boavista, não escolhido por Jesus), Gilberto (brasileiro, defesa direito, vindo do Fluminense, indicado por Jesus), Vertonghen (belga, ex-Totenham), Diogo Gonçalves (regressado do Famalicão), Ferreyra (regressado do Espanyol), Darwin Nuñez (uruguaio, vindo do Almeria), Waldschmit (alemão, vindo do Freiburg), Everton “Cebolinha” (brasileiro, vindo do Grémio de Porto Alegre, indicado por Jesus), Pedrinho (brasileiro, vindo do Corinthians). Depois de iniciada a época saiu Ruben Dias e entrou Otamendi (argentino, vindo do Manchester City) e também Todibo, (francês, defesa central, vindo do Barcelona com opção de compra).

Da época transacta transitaram: Vlachodimus, Sevilar, Grimaldo, André Almeida, Ferro, Jardel, Nuno Tavares, Samaris, Taarabt, Cervi, Gabriel, Weigl, Pizzi, Chiquinho, Seferovic, Rafa e Gonçalo Ramos (que subiu dos escalões inferiores).

A estreia de Jorge Jesus não poderia ter corrido pior: a terceira eliminatória da Liga dos Campeões, jogada numa única mão por causa da “pandemia”, contra os gregos do PAOK, treinados por Abel Ferreira, traduziu-se numa derrota por 2-1, que afastou o Benfica da competição milionária mais prestigiada do futebol mundial, sem possibilidade de sequer jogar o play-off, logo num ano em que as equipas apuradas não representam o que de melhor há no futebol europeu.

Esta derrota teve consequências muito negativas na época em curso, não apenas porque retirou o Benfica do acesso a receitas insubstituíveis e da possibilidade de com elas melhorar o plantel em zonas nevrálgicas, como, pelo contrário, obrigou o clube o clube a pôr no mercado o seu jogador mais valioso - Ruben Dias – criando um buraco no eixo defensivo dificilmente colmatável. A solução de recurso encontrada foi a de receber como “contrapeso” desta transferência um jogador para o mesmo lugar de que o City desejava ver-se livre.

Iniciadas as competições nacionais e internacionais alguns dias depois da derrota de Salónica, o Benfica somou, consecutivamente, cinco vitórias internas e duas na Liga Europa. Durante este ciclo de vitórias ocorreram as eleições, as mais concorridas de toda a era Vieira e de sempre, que reelegeram por margem mais competitiva (cerca de um terço, dois terços) o actual presidente que beneficiou do bom momento que a equipa atravessava, não obstante a “inapagável mancha” resultante da derrota na Grécia.

Jogando no seu sistema de jogo habitual – 4-4-2; 4-2-4 -, o Benfica, embora tendo ganho folgadamente em Famalicão (5-1), em Vila do Conde (3-0), jogado mais ou menos normalmente contra o Moreirense (2-0), o Belenenses (2-0) e o S. de Liège (3-0), experimentou dificuldades inesperadas contra o Farense (3-2) e contra o Poznan (4-2) na Polónia que deixavam antever uma fraca capacidade defensiva no seu todo, embora mais notória no sector defensivo, individualmente muito fragilizado pela lesão de André Almeida em Vila do Conde, pela ausência de Ruben Dias depois da segunda jornada e também pela lesão, muito menos grave, mas impeditiva, de Grimaldo.

A partir daí foi o descalabro, a equipa entrou em queda livre sofreu 9 golos em três jogos consecutivos, perdeu 2 jogos e empatou um – Boavista, no Bessa (0-3), Rangers, na Luz (3-3) e Braga, também na Luz (2-3).

Mantendo-se fiel ao seu habitual sistema de jogo, Jorge Jesus ainda não compreendeu que não tem plantel para continuar do mesmo modo. Se este sistema já tinha sido, nos jogos com as equipas grandes, o grande calcanhar de Aquiles do Benfica nas primeiras seis épocas de Jesus, principalmente nos anos em que não reunia um plantel de luxo, esta época com um plantel apenas valioso no ataque, com uma linha defensiva individualmente fraca e lenta, uma linha média que verdadeiramente não tem um seis nem um oito, capazes de jogar box to box, embora um mais perto da cabeça da área a maior parte do tempo, com alas com pouca apetência defensiva e muitas vezes sem capacidade ofensiva para resolverem os jogos, o Benfica tornou-se presa fácil das bem orientadas equipas adversárias, que, aproveitando as quase nulas capacidades do Benfica nas transições defensivas, penetram na área e entre as linhas do Benfica como faca em manteiga quente.

Como não vai ser possível reformular todo o plantel, nem contratar em Janeiro, no mínimo, um central competente e dois médios que façam a diferença, o Benfica, se não quer que lhe aconteça o mesmo que aconteceu o ano passado a partir da 20.ª jornada, vai ter de mudar de sistema de jogo muito rapidamente, tornando-se mais forte no meio campo e protegendo melhor os corredores laterais.

As contratações dos vários jogadores que chegaram esta época só não são um “flop” completo, porque há jogadores que continuam a mostrar o seu real valor, não obstante as fragilidades colectivas da equipa, como é o caso de Darwin Nuñez e Waldschmit, dois excelentes jogadores em qualquer parte do mundo. Pedrinho, a jogar sempre fora do seu lugar natural, tem potencialidades para crescer se lhe for dada mais liberdade e jogar preferencialmente nas zonas centrais do ataque. Vertonghen também tem provado, não sendo de sua responsabilidade os desacertos defensivos da equipa. Enquanto jogou ao lado de Ruben Dias jogou bem. Já os demais deixam muito a desejar e nem sequer é expectável, do meu ponto de vista, que venham a melhorar.  Gilberto é o que é. Aquilo e nada mais. Distante de poder substituir um jogador como André Almeida. Otamendi, que nunca apreciámos, é um completo desastre. Foi um desastre contra o Farense, contra o Boavista, contra o Rangers foi logo expulso aos 19 minutos numa jogada que deixou a nu as suas limitações como central e contra o Braga teve uma exibição inqualificável, tendo estado nos três golos dos bracarenses em jogadas inadmissíveis mesmo na divisão inferior. Everton (Cebolinha) que chegou incensado em grande craque, está muito longe de confirmar os atributos que o recomendavam. E como de jogo para jogo vai jogando cada vez menos, diz-nos a experiência que num jogador com aquelas características físicas e anímicas (nos últimos jogos já entrou derrotado em campo e sem alegria) não é de esperar uma reviravolta que o catapulte para um nível compatível com o seu custo (talvez não fosse má ideia, se continuar assim até Janeiro, começar a pensar em negociá-lo no Brasil como moeda de troca por jogadores brasileiros que dêem mais garantias). Dentre os que continuaram apenas Seferovic tem estado ao seu melhor nível sempre que é chamado. Os restantes têm as virtudes e as limitações que se conhecem- Pizzi não defende, nem sabe defender; Taarabt também não e quando tenta faz falta, quebra por vezes o ritmo de jogo, ficando com a bola tempo de mais, mas, de tempos a tempos, lá vai fazendo um passe fenomenal. É pouco. Samaris e Weigl defendem melhor do que constroem e não dão progressão ao jogo. Gabriel faz um grande esforço para acertar os passes longos, tenta defender, mas igualmente se nota que é um pouco um peixe fora de água. Gosta de construir, pode desarmar quando passam por ele, mas deixa muito a desejar em matéria de ocupação de espaços. Cervi e Chiquinho pouco jogam e talvez merecessem mais, principalmente Cervi. Nuno Tavares começou bem, mas tem vindo a descer em ambos os aspectos: tanto a atacar como a defender. Se não tiver auxílio por parte de quem esteja daquele lado do terreno será um problema para a equipa. Gonçalo Ramos ainda não teve possibilidade de se mostrar e seria lamentável pô-lo a jogar quando o resultado já não é recuperável, como aconteceu contra o Boavista. Finalmente, Rafa e Grimaldo. Rafa está em grande forma. Se tivesse um pouco mais de discernimento no último passe e soubesse rematar cruzado (quase nenhum jogador português sabe) seria um jogador excepcional. Mesmo assim é insubstituível. Grimaldo tem um pé esquerdo que faz obras-primas. Não é, nunca foi, um primor a defender, mas é o jogador que melhor sabe interpretar e finalizar as transições ofensivas. Indiscutível na equipa do Benfica, porventura noutro lugar.

Para finalizar: Jorge Jesus tem de jogar noutro sistema. Se o não fizer é porque não aprende com os erros. Se os jogadores não são capazes de interpretar e actuar o sistema do treinador, terá de ser o trinador a pôr em campo um sistema em consonância com as características dos jogadores. Isto é um assunto que nem vale a pena discutir. E Jorge Jesus somente tem que escolher entre aumentar as possibilidades de ganhar ou reforçar as hipóteses de perder. Simples, portanto.

Jorge Jesus tem de adoptar um sistema de jogo que potencie as capacidades dos seus atletas, perfilhando um sistema que privilegie as suas ompetências e diminua ou atenue as suas insuficiências. Isso passa por um maior povoamento do meio campo na zona central e por um maior resguardo das faixas laterais, deixando na frente um trio muito móvel que possa na maior parte dos lances de ataque ser numericamente reforçado pelos alas e por uma subida de, pelo menos, um médio.

Tanto o 4-3-3 como o 3-4-3 servem aqueles objectivos. É uma questão de treino e de escolha dos jogadores certos para os interpretar, que não serão os mesmos num e noutro caso.

Com 4-3-3 terá de manter os actuais laterais com Tavares à esquerda, no centro da defesa Otamendi tem de ser substituído por qualquer um dos actuais centrais do plantel ao qual se juntará Vertonghen, deixando o meio campo entregue a Pizzi (ou Taarabt), a Gabriel, Weigl (ou Samaris) e Grimaldo, privilegiando a sua intervenção nos lances atacantes sem deixar de cuidar da defesa na ajuda a Tavares; na frente Rafa, Darwin e Waldschmit.

Se optar pelo 3-4-3 terá de colocar três centrais Todibo (ou Ferro ou Samaris), Jardel e Vertonghen; no meio campo Diogo Gonçalves, Gabriel (ou Pizzi), Weigl e Grimaldo; na frente, Rafa, Darwin e Waldschmit.

Na frente, Seferovic poderá sempre entrar, dependo do jogo e do modo em que esteja a decorrer; Cervi deveria também ter mais tempo, quer substituindo Grimaldo num dos sistemas ou Rafa, noutro. Chiquinho tenderia a substituir Taarabt ou Pizzi, mais excepcionalmente Waldschmit. Pedrinho também terá sempre possibilidade de entrar e Everton igualmente, dependendo da sua evolução, se cá ficar, bem como Gonçalo Ramos.

Continuando como até aqui, o Benfica vai continuar a perder o que deveria ganhar!

 

 

segunda-feira, 29 de junho de 2020

O BENFICA BATEU NO FUNDO

 Luís Filipe Vieira: "Jorge Mendes não tem um ca... de um jogador ...


E DO FUNDO JAMAIS SAIRÁ COM VIEIRA

Sim, bateu no fundo e de lá não sairá enquanto toda esta gente que lá está, fora ou dentro,  não for corrida. É a sobrevivência do Benfica que está em causa. O actual presidente do Benfica, o maior demagogo da história do clube, levá-lo-á à ruína e à falência se não for imediatamente substituído com toda a gente que à sua volta gravita. Mas não haja ilusões: o Benfica não pode ficar nas mãos de quem andou de braço dado com Vieira e que somen te dele se afastou…quando foi afastado. Tem de aparecer alguém à altura da história do clube, capaz, primeiro que tudo, de lhe restituir a dignidade perdida e depois de empenhar-se na reconquista da competitividade desportiva.
Manter quem lá está é passar uma certidão de óbito ao Benfica. E mesmo que esta gente viesse mais tarde a ter que prestar contas na justiça por tudo o que fez à frente do Benfica, isso já de nada adiantaria porque por essa altura já o clube estaria de rastos e incapaz de se levantar.
Este homem que lá está e em quem os benfiquistas confiaram é um homem que não tem na sua vida anterior à sua entrada para o Benfica nada de que se possa orgulhar. Apenas falências, dívidas, muitas dívidas e negócios estranhíssimos que fazem a felicidade dos adversários do Benfica e já fazem parte do anedotário desportivo nacional.
E no Benfica, o que fez? Vendas, muitas vendas e compras, muitas compras, geradoras de muitas e avultadíssimas comissões. Negócios, quase todos ruinosos para o Benfica, mas altamente lucrativos para quem neles participa como intermediário ou como “parceiro” dos intermediários. O passivo do Benfica fala por si...
No Benfica, a sua história desportiva também fala por si. Desportivamente, averba a pior classificação da história do Benfica; a escolha de treinadores de opereta e, este ano, uma segunda volta, como a actual, que coloca o Benfica a rivalizar com o último classificado – o Desportivo das Aves. Se este fosse também o espelho da primeira volta, o Benfica lutaria para não descer de divisão.
Apenas durante o período de Jorge Jesus, por mérito exclusivo do treinador, o Benfica esteve à sua altura. Internamente, sem dúvida, e externamente lutou sempre pelos lugares cimeiros da divisão a que na Europa, infelizmente, pertence – a segunda. Fora este período e depois dele, somente a extraordinária competência individual de alguns jogadores guindou o Benfica a posições a que nunca chegaria por mérito da sua direcção. Portanto e em conclusão: quem quiser salvar o Benfica terá de correr com Vieira, prometendo ajustar contas com ele na justiça. E com ele terá também de marchar o seu principal cúmplice – Domingos Soares de Oliveira. Corrido igualmente terá de ser também o dorminhoco (sleepy) Rui Costa, a quem o Benfica nada, mas mesmo nada, deve e que tem sido um parasita pernicioso e inútil, principescamente pago. E também Tiago Pinto, cujo trabalho se esgota nos insultos aos árbitros e aos responsáveis das equipas adversárias.
A ver vamos se o Benfica ainda tem força anímica suficiente para se regenerar …Oxalá tenha!

quinta-feira, 11 de junho de 2020

A DESGRAÇA QUE ASSOLA O BENFICA


O QUE FAZ FALTA


BENFICA: VIEIRA PROMETE RESPOSTA 'FORTE' ÀS DERROTAS NA LIGA DOS ...

Os males do Benfica estão há muito identificados. Mas isso de pouco vale tendo em conta o que hoje se passa no futebol. E o que hoje se passa no futebol está à vista de quem ainda pode ver: o negócio domina completamente toda a actividade futebolística e é sabiamente aproveitado por quem o comanda e o dirige.

Estamos a falar num negócio de milhões. De centenas de milhões. Muito longe do pobrezinho negócio de tostões que ainda há pouco tempo era a regra na maior parte dos clubes. Não estamos a falar de lucros. Estamos a falar do dinheiro que gira no futebol. No dinheiro que passa nos cofres dos clubes. Sejam grandes ou pequenos, sejam muito milhões ou apenas alguns, quem domina as rédeas desse negócio tudo faz para não as perder.

Por isso hoje a gerência dos clubes, principalmente dos grandes clubes, é o local ideal para albergar a malandragem que pretende levar uma vida milionária sem ter que temer as consequências da sua actividade contrariamente ao que sucederia em qualquer outra pela fiscalização a que necessariamente estaria sujeita. Como no futebol reina a impunidade quase total e a paixão tudo desculpa e compreende, ele tornou-se naquilo que hoje é: um antro de negócios escuros, que os adeptos perdoam completamente desde que se ganhe e que imputam à maledicência e calúnia dos adversários quando se perde.

A paixão clubística, o fanatismo dos adeptos, é o terreno ideal onde medram dirigentes sem escrúpulos que beneficiam tanto nas boas como nas más ocasiões de quem os defenda incondicionalmente em quase todas as circunstâncias por antecipadamente saberem que, por mais verosímeis que elas sejam, acabarão sempre por ser imputadas à  “mão interesseira e perversa” dos seus rivais de sempre.

Estamos portanto muito longe daquele amor saudável e aguerrido que cimentou a mística dos clubes, correspondido por dirigentes sérios e dedicados, que sofriam tanto ou mais que os adeptos com as derrotas e que vibravam de desinteressada felicidade com as vitórias.

A situação do Benfica explica-se em poucas palavras, embora os remédios para o mal que o afecta possam ser bem mais complicados e difíceis de encontrar.

O Benfica sofre de um mal que a sua gloriosa história desconhecia: o poder pessoal de um dirigente que nem sequer adepto do clube era, que dele se apoderou com o apoio de um conjunto de indivíduos principescamente pagos, muitos deles também sem qualquer ligação afectiva ao clube, que vão entrando e saindo segundo as conveniência e os interesses do “chefe”.

Portanto, para regenerar o Benfica e tentar trazer de volta a sua verdadeira identidade (objectivo muito difícil de atingir), o primeiro passo a dar é afastar do poder, a bem ou mal, quem dele se apropriou e o mantém como propriedade sua. Dizemos a bem ou a mal, porque dificilmente seria viável uma substituição “democrática” pela natureza manifestamente antidemocrática de quem ocupa o poder.

Mas não basta uma qualquer substituição. Também aqui tem de haver linhas vermelhas: quem colaborou intimamente com quem lá está e apenas se afastou por ter sido afastado, também não serve. Tem de ser alguém cujo passado de benfiquista seja inquestionável e cuja personalidade seja um exemplo de honradez e seriedade. E há, ainda há, quem preencha estes requisitos. Se nada for feito neste plano, se os sócios e os adeptos continuarem a deixar-se enganar, o futuro do Benfica estará comprometido e nunca mais este clube voltará a luzir no firmamento do futebol.

Aos benfiquistas cabe a escolha.




terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

VOLTO PELAS PIORES RAZÕES



ASSIM NÃO VAMOS LÁ
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Volto ao blogue não porque esteja a ver agora o que não vi antes, mas pela simples razão de as coisas só poderem piorar daqui para a frente.
Desde há muito se percebia que o Benfica deste ano, sem nenhum jogador de génio, ia precisar muito de um treinador. Quando uma equipa tem um ou dois jogadores geniais, com um mínimo de cultura táctica, pode não ganhar tudo mas ganha o essencial, mesmo que o treinador “não exista”. O caso do Barcelona depois da saída de Guardiola é um bom exemplo.
No Benfica não havia nenhum Messi, nem mesmo Iniesta, mas havia jogadores que resolviam os problemas mais difíceis no contexto nacional. Com a sua ausência, o papel do treinador passaria a ser decisivo.
E isso foi exactamente o que no Benfica não se viu desde o princípio desta época. As falhas que agora são mais evidentes já lá estavam todas, disfarçadas pela fraqueza dos adversários internos e pela boa forma de dois ou três atacantes. E é por lá estarem que o Benfica perdeu com o Porto na Luz e fez a figura que todos conhecemos na Liga dos Campeões.
Quando os atacantes baixaram de forma e deixaram de marcar golos, a equipa,  na ausência os tais dois grandes jogadores, viu-se perdida sem ter ninguém que lhe valesse, salvo o Vlachodimos que passou a fazer a figura normal dos guarda-redes competentes de equipas pequenas - fazem muitas defesas.
Para além da lamentável forma de alguns jogadores e da fraca capacidade física de outros, o Benfica não sabe como sair a jogar sempre que a equipa contrária o pressiona e também não sabe pressionar na hipótese inversa, mesmo que esteja a ver como o adversário faz. O modo como o Benfica tenta condicionar a saída de bola do adversário traduz-se num desgaste físico inútil em que nenhum dos objectivos dessa pretensa pressão é atingido. Depois há o reverso da medalha. O Benfica tenta sair, mas não consegue e acaba por desferir o pontapé para a frente sem haja nenhum treino nem posicionamento adequado para ficar com a “segunda bola”. Ou seja, o Benfica não consegue aguentar a posse de bola. Mas não somente por isto: quando por outra razão a recupera, raramente a não perde por passes falhados. Se a perde no ataque, perde-se uma oportunidade; se a perde no meio campo ou na defesa, oferece-se uma oportunidade ao adversário. Pior que tudo é o que se passa nas agora chamadas “transições defensivas” – a equipa fica completamente perdida e não sabe como posicionar-se. A consequência é óbvia: os adversários aparecem velozes de frente para a defesa sem que ninguém os estorve. E a defesa que nestas circunstâncias ficaria sempre exposta, fica ainda mais por haver nela quem nem sequer saiba como “ir à bola” e pela manifesta falta de forma de outros. A ausência de uma adequada cobertura do chamado meio campo resulta também, como aconteceu em jogos anteriores, principalmente contra o Famalicão e contra o Braga, de em dois momentos da mesma jogada serem batidos vários jogadores do Benfica, número que já chegou a seis (!!!). Com seis, cinco ou quatro jogadores batidos numa jogada não há defesa que se aguente E menos ainda se a cultura táctica dos jogadores que a compõem for baixa.
Em conclusão: o plantel do Benfica foi mal construído e tem falhas gritantes, mas a maior falha é a do treinador. Bruno Lage é uma pessoa educada, bem comportada, toda a gente que se preza aprecia esses seus comportamentos, mas para treinador do Benfica não chega. E a prova de que o treinador está perdido são as suas intervenções no fim dos jogos. O desfasamento com a realidade é de tal ordem que até confrange. Por outro lado, mesmo nesta anarquia que é o jogo do Benfica, há opções incompreensíveis do treinador e a aposta noutras que igualmente ninguém compreende. Se um jogador não está em forma e vai de jogo para jogo demonstrando que não melhora, terá necessariamente que ir para o banco.
A menos que um milagre aconteça, prevejo um fim de época penoso mesmo sendo muito fraco o jogo do nosso principal adversário.