sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O SPORTING E A PARCIALIDADE DO CORREIO DA MANHÃ


 
OS CASOS POLÉMICOS DO SPORTING NESTA TEMPORADA
 

 

Enquanto o Porto no silêncio das conversas sem escutas vai fazendo o seu trabalho com vista a expulsar Vítor Pereira da arbitragem e Fernando Gomes da Federação para colocar nesses lugares os “Pintos” que melhor o sirvam, o Sporting e as suas carpideiras vão continuando a alimentar a conversa de comentadores de mente curta sobre os prejuízos sofridos por culpa da arbitragem com base comunicados e considerações como as recentemente veiculadas pelo seu presidente nas redes sociais. Considerações e comentários a que a UEFA não deixará certamente de responder nos termos adequados, sob pena de o futebol em Portugal se tornar a curto prazo numa espécie de campo privilegiado de actuação de jagunços de toda a ordem.

Aliás, no quadro destas considerações continua a ter pleno cabimento a questão de saber o que vão as autoridades desportivas fazer ao Sporting se um seu vice-presidente, actuando nessa qualidade, for condenado por tentativa de falsa incriminação de um agente do futebol com vista a dela tirar proventos desportivos.

Independentemente dessa questão, que continuará na ordem do dia até que a respectiva sentença transite em julgado, a tal falange de comentadores a cargo do Sporting exibe hoje no Correio da Manhã, os “Lances mais polémicos em jogos do Sporting nesta temporada”.

Primeiro lance – Supertaça – golo anulado a Gutierrez por fora de jogo; correcto; sobre o penalty cometido sobre Gaitan nem uma palavra, porventura por não ser um lance polémico, ou seja, não há dúvidas de que foi penalty (correcto, portanto);

Segundo lance – Liga – Tondela – Luis Alberto marca golo com o braço; aceita-se, principalmente por haver off side; sobre o lance do segundo golo do Sporting nem uma palavra: lançamento irregular de João Pereira e falta de Gelson sobre o jogador do Tondela “transformada” em penalty sobre a equipa da casa; certamente nem uma palavra porque o lance nada tem de polémico: há uma dupla irregularidade não assinaladas;

Terceiro lance – Champions – Defesa do CSKA corta o lance com o braço – falso; ninguém com base nas imagens disponibilizadas pode afirmar tal facto; quem cabeceia a bola é Selimani e ninguém pode afirmar com base no que se viu que o defesa do CSKA tocou com a mão na bola;

Quarto lance – Liga – João Pereira é expulso e o Sporting punido com grande penalidade por falta cometida fora da área; polémico? Ah, certamente porque João Pereira tem uma espécie de bula que lhe permite dar cacetadas na área, fazer placagens, enfim, fazer o que muito bem entenda para evitar que jogada prossiga.

Quinto lance – Champions – Doumbia marca golo com o cotovelo; desnecessário voltar ao tema; já nos dois anteriores posts se explicou que o lance é regular;

Sexto lance – Champions – Golo anulado a Selimani; desnecessário voltar ao tema; enquanto a bola não contiver um chip que assinale inequivocamente a sua saída do terreno de jogo, tem de aceitar-se sem reservas a decisão do árbitro (no caso do fiscal de linha) por inexistência de imagens susceptíveis de infirmar a justeza do seu juízo.

E assim se faz jornalismo desportivo em Portugal. Mas isto é apenas um exemplo. Muitos outros, todos os dias, poderiam ser invocados.

 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

AS CARPIDEIRAS DO SPORTING


 

A DERROTA NA LIGA DOS CAMPEÕES
Resultado de imagem para comentadores desportivos
Resultado de imagem para comentadores desportivos
Resultado de imagem para comentadores desportivos

 

A numerosa falange de carpideiras sportinguistas que enxameia os meios de comunicação social ainda não compreendeu, ou não quer compreender, uma coisa muito simples. Que em futebol um golo pode ser legalmente marcado com a mão ou com o braço e que pode ser invalidado um golo marcado com a cabeça ou com os pés ou com qualquer outra parte do corpo que não os membros superiores. Isto é básico.

O primeiro golo que o Sporting sofreu em Moscovo contra o CSKA é absolutamente legal, apesar de muito provavelmente ter sido marcado com o braço. As imagens vistas em tempo real, isto é, tal como aconteceram, não deixam margem a dúvidas como dúvidas não deixam as imagens em câmara lenta. Doumbia não tem a mínima intenção de jogar a bola com a mão. Ele desvia a bola que havia sido desviada por um defesa do Sporting; Rui Patrício defende-a, rechaçando para a frente; a bola embate em Doumbia, que está de lado para a baliza, e entra. Só fracções de segundos depois o jogador do CSKA se apercebe do que se passou, embora se perceba que ele tem a preocupação de encolher o braço para a bola lhe não bater nele. Bateu-lhe no braço como lhe teria batido no corpo se o braço não estivesse encostado ao tronco. Golo legal, portanto. Só não seria a legal se a bola tivesse sido intencionalmente marcada com o braço.

Quanto ao golo anulado ao Sporting não há disponível nenhuma imagem esclarecedora. Se fosse um jogo transmitido em Portugal pela Sport TV haveria todas as razões para supor que o golo era legal ou ilegal, conforme as conveniências do canal, por aquela estaçãao televisiva ser useira e vezeira no escamoteamento de imagens que não lhe convém mostrar. O mesmo se não poderá dizer da televisão russa. Por uma razão muito simples: o realizador não se apercebeu da razão pela qual o golo foi anulado. Não viu ou não interpretou correctamente o gesto do árbitro. Essa a razão por que repetiu duas ou três vezes a jogada mostrando que na área não houve qualquer falta. Ou seja, o realizador admitiu que a falta que ditou a anulação o golo teria sido cometida na área, tendo-se esforçado por demonstrar que essa falta não existiu. Assim, na falta de imagens que permitam ter uma opinião minimamente fundamentada sobre a decisão do árbitro, tem de aceitar-se o veredicto daquele que estava em melhores condições para julgar – o fiscal de linha. E segundo ele a bola ultrapassou a linha de fundo, logo já não estava em jogo quando Selimani a cabeceou. O máximo que se pode dizer com base nas imagens visionadas é que a bola fez de facto uma curva à direita; se ultrapassou ou não a linha de fundo apenas o juiz de linha o poderá dizer. E ele já disse!

As carpideiras sportinguistas beneficiando do peso desproporcionado que têm na comunicação social de Lisboa – mais de oitenta por cento dos intervenientes nas televisões, rádios e jornais são adeptos do Sporting – não têm qualquer problema em continuar a campanha que imputa aos árbitros os desaires do Sporting, apesar de estarem a comunicar para uma audiência que em cerca de oitenta por cento não é adepta do Sporting.

Por razões meramente tácticas é natural que, no actual contexto de luta contra a arbitragem, com vista a fazê-la regressar aos tempos de Adriano Pinto, Lourenço Pinto, Pinto de Sousa e outros, de que Pedro Proença seria hoje o lídimo continuador, os comentadores do norte afectos ao FCP alinhem no “choro” do Sporting, desde que tal “choro” não contenda com os seus interesses. Todavia, logo que os seus objectivos estejam alcançados, o Sporting deixará de ter qualquer importância.

Não deixa de ser curioso sublinhar que esses mesmos comentadores que hoje tanto se esforçam por demonstrar que o Sporting marcou um golo legal e sofreu outro ilegal não tenham dispensado uma palavra para analisar o que se passou na última jogada do jogo do Benfica contra o Arouca. Certamente, que o golo de Jonas foi marcado depois de o árbitro ter interrompido o jogo. O que ninguém consegue explicar é a razão pela qual o árbitro interrompeu o jogo. Há quem diga que Lisandro cometeu falta. Todavia o que se vê no pouco que a Sport TV mostra é que a bola bateu no braço do defesa do Arouca.

Mas quanto a isso já estamos habituados. Já estamos habituados a que um dos maiores vigaristas do comentário desportivo apregoe a verdade desportiva e estabeleça as suas classificações com base nas suas “isentíssimas” avaliações e  até nos teremos de habituar a ouvir um ex-árbitro, adepto do Sporting – e que covardemente sempre se refugiou no clube da Cruz de Cristo para não indicar a sua verdadeira filiação clubista – insurgir-se por no jogo do passado domingo, em Aveiro, não ter sido marcado um penalty contra o Benfica por (pretensa) falta de Luisão cometida na área do Arouca!!!

Tudo isto é normal. Como normal é estar agora a ouvir o sportinguista José Manuel Freitas afirmar que o Benfica não se dá bem com a Liga dos Campeões. Nem mais. Quem se dá bem com essa competição é Jorge Jesus…

JESUS IGUAL A SI PRÓPRIO


 

BENFICA À DERIVA
 
Sporting não entra na Champions

 

A prestação de Jesus na Liga dos Campeões acabou por ser igual àquela a que durante seis épocas habituou os portugueses: um fracasso.

Jesus é como é. E nesse seu ser como é está também a incapacidade de aprender com os erros do passado. Quem se der ao trabalho de analisar os golos que o Sporting sofreu esta noite em Moscovo e os comparar com os que o Benfica na época passada sofreu contra o Bayer de Leverkusen e contra o Zénite chegará facilmente à conclusão de que há entre eles muitas semelhanças.

As equipas de Jesus são equipas desequilibradas. Atacam com muitos e defendem com poucos. Para defender com poucos é preciso, primeiro, defender muito bem e depois que o adversário não seja da mesma igualha. Em Portugal, o modo como as equipas de Jesus defendem é em regra suficiente para ganhar a oitenta por cento dos adversários. Nas provas internacionais de primeira grandeza, como a Liga dos Campeões, esse modo de defender é insuficiente por melhor que sejam os executantes e a por mais aprimorada que seja a sua organização.

É preciso jogar com equipas mais compactas e ter capacidade para alterar o plano de jogo em função do resultado e dos objetivos que ele encerra. Também neste particular Jorge Jesus evidencia conhecidas debilidades. As substituições de Jesus ocorrem, salvo caso de força maior, invariavelmente, a primeira, entre os 65 e os 70 minutos, entrando normalmente um jogador de características semelhantes ao que saiu e as outras duas nos últimos cinco minutos do tempo regulamentar, sendo que a última ocorre frequentemente já no período de compensação.

Estas são as duas grandes deficiências de Jesus: desequilíbrio no conjunto e ausência de um verdadeiro plano B para pôr em prática sempre que necessário, seja em consequência da marcha do resultado, seja em consequência da valia do adversário.

Fora isto, que é muito – e é tanto que, mesmo internamente, para o campeonato, o Benfica, em 12 jogos, somente ganhou três vezes ao Porto – Jorge Jesus apresenta equipas com um futebol vistoso, francamente agradável, técnica e tacticamente disciplinadas onde cada jogador sabe exactamente o que anda a fazer (ou seja, aquilo que o treinador lhe ordena) – se não chega é porque as ordens nem sempre serão as melhores.

O jogo desta noite contra o CSKA de Moscovo não fugiu à regra. O Sporting, apoiado por um enorme coro de carpideiras, bem pode fazer uma enorme choradeira imputando – à semelhança do que faz internamente – ao árbitro o fundamento da derrota. Mas sem razão.

Não há nenhum golo marcado ilegalmente. O golo do Sporting é legal – Gutierrez está em linha; o primeiro golo do CSKA é marcado com o corpo – se a bola ressalta para o braço do marcador, esse toque é absolutamente não intencional. Percebe-se que o jogador tem a preocupação de encolher o braço para evitar que a bola lhe toque e percebe-se também que o jogador nem sabe bem como a bola entrou e somente umas fracções de segundo depois se apercebe do que aconteceu. E no futebol, como se sabe, somente a mão ou o braço intencionais são puníveis.

Quanto ao golo anulado ao Sporting, o que o árbitro, por gestos, explica é que a bola saiu do campo. A televisão não tira as dúvidas, embora se perceba que a bola faz uma curva. Se saiu ou não do campo, somente o juiz de linha o poderá dizer – e disse – por ser o mais bem colocado para o efeito. É curioso que ainda na segunda-feira passada o fanático sportinguista Eduardo Barroso, num conselho que se atreveu aa dar a Jesus, lhe pedia para os cantos do lado direito serem marcados com o pé esquerdo e os do lado esquerdo com o pé direito, para evitar que se diga que a bola saiu do campo.

Isto quanto ao Sporting de Jorge Jesus. Quanto ao Benfica, a ideia que se fica depois de vistos mais de meia dúzia de jogos com apenas uma vitória é que é uma equipa à deriva. Contrariamente ao que se passa com as equipas de Jesus, no Benfica actual ninguém sabe bem o que anda a fazer em campo. Nem tão pouco se percebe o que é que o treinador pretende dos jogadores.

Se se pretende manter um sistema próximo do habitual em Jesus, nomeadamente nestes últimos três anos, por que razão foi Lima vendido? E por que foram comprados Mitroglos e Jimenez? Aliás, não se percebe por que razões se contratam dois jogadores mais caros do que aquele que saiu e com muito menor rendimento. Ou melhor, só se percebe que se venda relativamente barato o que provadamente se sabia que servia e se compre relativamente caro o que por completo se desconhece porque certamente há quem ganhe com as vendas e com as compras. De outro modo tratar-se-ia de um acto de gestão completamente irracional.

Se, pelo contrário, Rui Vitória pretende que a equipe jogue num sistema diferente por que razão não passou a pré-época a enraizar esse sistema? E por que insiste em fazer o contrário do que acha melhor?

O que infelizmente parece é que Rui Vitória não tem capacidade para comandar um barco tão complexo como o Benfica e denota insuficiências em que um simples interessado nas coisas do futebol jamais incorreria – as substituições do último jogo contra o Arouca são disso a prova.

Está à vista que Vieira mais uma vez se enganou. Enganou-se no treinador e enganou-se quando supôs que iria ter uma espécie de aliança tácita com o Porto. Neste segundo caso, não basta ser ingénuo. É preciso que se seja algo mais ..

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A MANIPULAÇÃO DA RDP


 

JORGE JESUS “VÍTIMA” DA SUA MÁ CRIAÇÃO
Jonas foi pedir
 

 

É no mínimo surpreendente o modo como a RDP iniciou hoje o seu programa de desporto das 12h30m. Diz o locutor, lendo o sumário, que será tratado o caso Jonas/Jesus no fim da Supertaça, a transferência de Jimenez, etc, etc.

Antes de mais é bom que se diga que não houve no fim do jogo Benfica-Sporting do último domingo nenhum caso Jonas/Jesus. Jonas não se meteu com ninguém. Seguia para os balneários como os seus colegas de equipa. Quem se meteu com Jonas foi Jesus que lhe deu uma valente “tapa” (para usar a terminologia brasileira) no pescoço quando Jonas passava perto dele. Perante o insólito e agressividade do falso carinho, Jonas, como é óbvio, reagiu, olhando para Jesus com cara de poucos amigos, no que logo foi apoiado por vários jogadores do Benfica.

Portanto, se houve algum caso no termo do jogo, não foi um caso Jonas/Jesus, mas Jesus/Jonas.

O pior, porém, veio depois. Sem que se conheça a pergunta e a descrição do acontecimento, a RDP ouve o comentário de um ex-treinador de Jonas (Celso Roth), do Grémio de Porto Alegre, que se mostra muito surpreendido com o comportamento do seu ex-pupilo. Descreve a personalidade de Jonas, como jogador intelectualizado, inteligente, educado e critica o que lhe dizem ter sido o seu comportamento. E insiste na crítica, agravada por o dito acontecimento ter ocorrido com o seu anterior treinador. Frisa, porém, por mais de uma vez, que não viu o que se passou, por a essa hora estar a dirigir um jogo.

Qualquer pessoa percebe imediatamente que o relato que a RDP fez ao ex-treinador de Jonas do que se passou no fim do jogo não só foi tendenciosamente descrito, como é manifestamente falso. A RDP não se limitou a manipular os factos; actuou covardemente por nem sequer ter tido a coragem de pôr no ar a descrição que fez dos factos ao ex-treinador de Jonas.

No futebol já estamos habituados a todo o tipo de vigarices. Desde o arautos da “verdade desportiva”, propagandeada pelos maiores escroques do comentário e do dirigismo desportivo,  até ao comentário dos adeptos, passando pela manipulação ou ocultação de imagens, vale tudo. O que ainda não tínhamos visto era a estação pública radiofónica esconder a sua própria descrição de um acontecimento quando pede a um terceiro, que o não presenciou, o seu comentário sobre o mesmo.

Jorge Jesus mais uma vez demonstrou que ainda não percebeu que não é treinador do Benfica. É compreensível que lhe custe digerir a passagem de um grande clube para um clube pequeno. Mas vai ter de se habituar. Além do mais, com a sua incultura e a sua pouca ou nenhuma educação, também ainda não compreendeu que ao desrespeitar os jogadores do Benfica, como sistematicamente tem feito desde que saiu do clube, não só está a ofender esses jogadores, como também está a apoucar-se perante os jogadores que agora treina. Que consideração e que respeito na verdadeira acepção da palavra poderão ter os jogadores por um treinador que os considera simples marionetes do seu cérebro privilegiado? Que reclama para si todos os méritos das vitórias a ponto de deixar dito ou subentendido que sem ele nada teria sido alcançado?

Foi isto, tanto quanto se percebe, o que, já depois de serenados os ânimos, Jonas foi dizer a Jesus quando este já se encontrava no autocarro do Sporting – “Tu deves respeitar os jogadores do Benfica”. Grande Jonas!

Na conferência de imprensa, Jesus, como é seu hábito, mentiu descaradamente, dando uma versão idílica dos factos. Já assim tinha feito muitas outras vezes sem nunca enganar ninguém.

Apenas se espera, depois de tudo o que se viu e o que se ouviu, que Joaquim Rita volte a dizer que “Jesus é reles!”

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

PREOCUPAÇÃO NO BENFICA


 

OS ADEPTOS ACREDITAM EM RUI VITÓRIA?
Jorge Jesus dá indicações durante a final da Taça da Liga

 

No jogo desta noite confirmou-se a tendência de toda a pré-época: a equipa do Benfica não sabe o que anda a fazer em campo. Contrariamente ao que dz Jesus, o Benfica não tem nenhuma ideia de jogo definida. Há certamente deficiências no plantel, resultantes da saída de Maxi e de Lima, principalmente de Lima, mas o que verdadeiramente falta é uma ideia de jogo compatível com a grandeza do Benfica e com o plantel de que dispõe.

O futebol de Jesus é sobejamente conhecido, embora o sabor amargo da derrota o tenha obrigado a alterar alguma coisa nestes últimos dois anos – exactamente os anos em que foi campeão. A matriz de Jesus é um futebol de risco, de tendência atacante, assente numa defesa de poucos, embora bem organizada. No Sporting, como já deu para perceber pelo jogo de hoje, Jesus vai ter de refrear o risco, se não vai perder muitas vezes, porque nem de perto nem de longe dispõe de jogadores que lhe permitam fazer o mesmo que fazia no Benfica. A derrota do Benfica se servir de alento a Jesus, como confirmação da eficácia das suas concepções futebolísticas, vai a breve trecho tornar-se no seu contrário. Qualquer equipa média da primeira divisão bem dirigida estará em condições de criar sérios problemas ao Sporting, se Jesus tiver a ousadia de continuar ou até de potenciar o seu futebol de risco.

No jogo desta noite, embora nunca tivesse estado em questão a hipótese de o Benfica o poder ganhar, viu-se que o Sporting está muito longe de apresentar um futebol tão conseguido como o que o Benfica praticava.

Do lado do Benfica, a grave situação por que a equipa passa – e que somente poderá agravar-se com o decurso do tempo – tem de ser imputada inteiramente ao treinador, não obstante as tais ausências de que já falámos. Dificilmente, os adeptos do Benfica acreditarão em Rui Vitória. Toda a gente aceitaria que o Benfica fosse mais seguro, menos espectacular e menos dependente das concepções dde jogo e Jesus. O que dificilmente se aceitará é que o Benfica não tenha ideia nenhuma do modo como quer jogar.

Jonas a jogar sozinho na frente é um desperdício; Samaris perdeu o sentido de médio ofensivo e cometeu vários erros como médio defensivo; Jardel aventurou-se em acções para as quais não tem manifestamente capacidade; os laterais não estão sincronizados com os centrais na defesa em linha; o lado direito da defesa e também o esquerdo não tem grande capacidade ofensiva e deixam a desejar defensivamente. Enfim, tudo se conjuga para uma época medíocre. Como se confirmará, Rui Vitória não está nem estará à altura do Benfica. O que já fez até hoje comprova-o.

Jesus mais ma vez arranjou confusão no fim do jogo. E mentiu quanto ao desfecho do episódio que provocou. Como é seu hábito!