OS CASOS POLÉMICOS DO SPORTING NESTA TEMPORADA
Enquanto o Porto no silêncio das
conversas sem escutas vai fazendo o seu trabalho com vista a expulsar Vítor
Pereira da arbitragem e Fernando Gomes da Federação para colocar nesses
lugares os “Pintos” que melhor o sirvam, o Sporting e as suas carpideiras vão
continuando a alimentar a conversa de comentadores de mente curta sobre os
prejuízos sofridos por culpa da arbitragem com base comunicados e considerações como as recentemente
veiculadas pelo seu presidente nas redes sociais. Considerações e comentários a
que a UEFA não deixará certamente de responder nos termos adequados, sob pena
de o futebol em Portugal se tornar a curto prazo numa espécie de campo privilegiado
de actuação de jagunços de toda a ordem.
Aliás, no quadro destas
considerações continua a ter pleno cabimento a questão de saber o que vão as
autoridades desportivas fazer ao Sporting se um seu vice-presidente, actuando
nessa qualidade, for condenado por tentativa de falsa incriminação de um agente
do futebol com vista a dela tirar proventos desportivos.
Independentemente dessa questão,
que continuará na ordem do dia até que a respectiva sentença transite em julgado,
a tal falange de comentadores a cargo do Sporting exibe hoje no Correio da
Manhã, os “Lances mais polémicos em jogos do Sporting nesta temporada”.
Primeiro lance – Supertaça – golo
anulado a Gutierrez por fora de jogo; correcto; sobre o penalty cometido sobre
Gaitan nem uma palavra, porventura por não ser um lance polémico, ou seja, não
há dúvidas de que foi penalty (correcto, portanto);
Segundo lance – Liga – Tondela –
Luis Alberto marca golo com o braço; aceita-se, principalmente por haver off side; sobre o lance do segundo golo
do Sporting nem uma palavra: lançamento irregular de João Pereira e falta de
Gelson sobre o jogador do Tondela “transformada” em penalty sobre a equipa da casa; certamente nem uma palavra porque o
lance nada tem de polémico: há uma dupla irregularidade não assinaladas;
Terceiro lance – Champions –
Defesa do CSKA corta o lance com o braço – falso; ninguém com base nas imagens
disponibilizadas pode afirmar tal facto; quem cabeceia a bola é Selimani e
ninguém pode afirmar com base no que se viu que o defesa do CSKA tocou com a
mão na bola;
Quarto lance – Liga – João Pereira
é expulso e o Sporting punido com grande penalidade por falta cometida fora da
área; polémico? Ah, certamente porque João Pereira tem uma espécie de bula que
lhe permite dar cacetadas na área, fazer placagens, enfim, fazer o que muito bem
entenda para evitar que jogada prossiga.
Quinto lance – Champions –
Doumbia marca golo com o cotovelo; desnecessário voltar ao tema; já nos dois
anteriores posts se explicou que o lance é regular;
Sexto lance – Champions – Golo anulado
a Selimani; desnecessário voltar ao tema; enquanto a bola não contiver um chip
que assinale inequivocamente a sua saída do terreno de jogo, tem de aceitar-se
sem reservas a decisão do árbitro (no caso do fiscal de linha) por inexistência
de imagens susceptíveis de infirmar a justeza do seu juízo.
E assim se faz jornalismo
desportivo em Portugal. Mas isto é apenas um exemplo. Muitos outros, todos os
dias, poderiam ser invocados.