quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

BENFICA ENTREGA A ÉPOCA EM DEZEMBRO




JOGO DISPLICENTE NA MADEIRAlegenda


Recapitulando: esta época, em jogos oficiais, o Benfica soma sete (7) derrotas, dois empates e treze vitórias. Marcou 40 golos e sofreu 20.

Em Dezembro, a 15 de Dezembro, estes são os resultados. Não são resultados bons, principalmente se considerarmos que duas dessas derrotas tiveram por consequência, uma, a perda de um trofeu (Supertaça), outra, a eliminação da Taça de Portugal na quarta eliminatória (duas das quais não jogadas). E se a isto acrescentarmos que, na décima terceira jornada da Liga, o Benfica já leva dez pontos perdidos e está em terceiro classificado a sete pontos do líder e a cinco do segundo então a situação agrava-se ainda mais.

Perdida a Supertaça em Agosto, eliminado da Taça de Portugal em Novembro ao segundo jogo e com dez pontos perdidos no Campeonato, já a grande distância dos seus principais rivais, não será ousado afirmar que, nesta última prova, o Benfica já só luta pelo terceiro lugar.

O jogo desta noite na Choupana, contra a União da Madeira – um jogo decisivo para as já ténues aspirações do Benfica -, foi encarado pelos jogadores com total displicência sem que durante toda a primeira parte a equipa técnica tenha feito um único gesto que fosse no sentido de quebrar a apatia que se apoderou da equipa.

Estando a União publicamente pressionada pelo seu presidente, que apresentou à sua equipa técnica e aos jogadores um verdadeiro ultimatum, seria de esperar da parte do Benfica uma entrada muito forte que intranquilizasse o adversário e lhe permitisse resolver o jogo nos primeiros quinze minutos. Não foi nada disso o que se viu. O que se viu foi um Benfica apático, a jogar a passo, para o lado e para trás, sem um único lance criativo e sem um remate à baliza digno desse nome. À medida que o tempo passava a União ganhava confiança e ia, tal como os espectadores, acreditando que até poderia ganhar o jogo, como certamente teria acontecido se tivesse concretizado uma das duas ou três oportunidades de que desfrutou.  

O Benfica, pelo contrário, ia jogando como quem cumpre calendário, sem nunca ter dado mostras de que estava a jogar uma partida decisiva para as suas aspirações.

O segundo tempo chegou e com excepção do minuto inicial, manteve-se a toada lenta e displicente da primeira parte. Somente quando os minutos se iam implacavelmente somando e se atingia o minuto setenta e cinco é que soaram as campainhas de alarme, todavia num tempo em que a inteligência e a criatividade – sempre ausentes – já tinham sido definitivamente substituídas pela ansiedade e pela angústia.

É estranho que a equipa tivesse entrado em campo com o estado de espírito com que jogou cerca de oitenta minutos e mais estranho é que ninguém na equipa técnica tivesse preparado algo diferente do que estava a acontecer, que mais não era do que os ver jogadores entregues à sua escassa, para não dizer nula, criatividade táctica.

Ter ou não ter treinador vê-se fundamentalmente em jogos como este. Por outro lado, estre jogo igualmente revela como são ilusórias, principalmente quando entregues a si próprias, as “apostas” na formação. Entregar a miúdos da formação a tarefa de resolver um jogo como o de hoje – um jogo em que se exige muita experiência – é um erro que se paga muito caro.

Dir-se-á que resta ao Benfica a Liga dos Campeões. É bom não acalentar ilusões. A Liga dos Campeões é uma miragem. O Benfica não tem equipa nem competência técnico-táctica para ultrapassar os oitavos de final.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

CAMPEONATO VICIADO




O CASO SPORTING

Depois de falsamente se ter queixado de erros de arbitragem ou de ter mesmo afirmado a existência de resultados viciados, o Sporting que realmente nunca foi prejudicado, devendo-se antes as suas derrotas a múltiplos factores de origem interna, ei-lo que surge destacado à frente do campeonato 2105/2016 por força de graves erros de arbitragem e de outras situações altamente suspeitas.

Desde há anos que se sabe que o Sporting tudo tem tentado para por meios não desportivos criar um clima que o favoreça nas decisões arbitrais. Basta lembrar o caso mais recente do vice-presidente Pereira Cristóvão e dos meios que foram usados para falsamente criar uma situação incriminadora das equipas de arbitragem. Depois, com o novo presidente, devidamente acolitado por comentadores sem vergonha na cara e por falsos arautos da verdade desportiva, o objectivo passou a ser a criação de um clima de coacção sobre os árbitros, exacerbando pequeníssimas faltas, como m livre não assinalado no meio campo ou uma decisão errada sobre um lançamento de linha lateral, para, a partir dai, fazer recair sobre o árbitro tudo o que de negativo o jogo tivesse trazido para o Sporting.

Tão caricatas eram a maior parte das situações que a generalidade das pessoas nem perdia tempo a comentá-las, levando-os à conta de mentes delirantes. A verdade é que esta estratégia acabou por ter resultados positivos. Os árbitros para não serem enxovalhados durante toda a semana por comentadores sem ética e sem decoro ou para não terem de ouvir as torpes mentiras dos vigaristas da verdade desportiva passaram a favorecer escandalosamente o Sporting a tal ponto que com onze jornadas jogadas o Sporting já tem a mais do que devia seis pontos (2 Tondela, 2 Arouca e 2 Estoril), além de terem ficado impunes várias grandes penalidades. Penalidades que os árbitros temem assinalar contra o Sporting como quem teme praticar um acto ilícito de graves consequências.

Mas há mais: a nova “estrutura” do Sporting, sob a égide de Jorge Jesus, passou a integrar dois conhecidos especialistas em arbitragem. Um, Octávio Machado, actuando na periferia do rectângulo de jogo, a partir da chamada área técnica, sobre o quarto árbitro, sobre o fiscal de linha e mais sobre quem estiver à mão; outro, Rui Santos, actuando na televisão, em dois programas, e num jornal. Com estes dois elementos e mais aqueles que previsivelmente estarão na rectaguarda, o Sporting não deixa descurado nenhum pormenor.

Hoje no jogo contra o Belenenses passou-se uma situação que merece ser contada. No nonagésimo segundo minuto do jogo, a um minuto do fim, alguém do Sporting cruzou para a entrada da área do Belenenses uma bola pouco tensa, quase em arco, tendo Tonel, ex-jogador do Sporting (e, pelo que se ouviu nas tevês, muito querido em Alvalade), metido o punho à bola para aparentemente a desviar da cabeça de Selimani. Numa área repleta de jogadores do Belenenses e sem que Selimane, mesmo que enviasse a bola na direcção da baliza, tivesse qualquer hipótese de êxito, Tonel ofereceu ao Sporting o penalty redendentor e salvador de um jogo que estava condenado a terminar empatado.

Jesus, interrogado no fim do jogo sobre a “sorte” do Sporting, garantiu que para haver jogadas como aquela da qual resultou o golo é preciso trabalhar muito. Jesus sabe do que fala…

E assim de “verdade desportiva” em “verdade desportiva” se faz um campeão!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

JESUS É RELES?




E INÁCIO, O QUE É?




Joaquim Rita, na SIC N, num comentário ao jogo Tottenham-Benfica, disputado em White Hart Lane, em Março de 2014, a propósito das incidências do jogo, disse textualmente: “Jesus é reles”.

O programa da SIC era um programa de antena aberta à participação dos espectadores. Discutia-se a conduta de Jesus face ao treinador do Tottenham, as sucessivas provocações de Jesus de cada vez que o Benfica marcava um golo. E mais ainda o comportamento de Jesus perante todo o banco do Benfica: treinador adjunto, Shéu, Rui Costa, jogadores suplentes, principalmente Cardozo.

Na altura achei chocante a qualificação de Rita e disse para comigo que ele jamais proferiria aquelas palavras se dirigidas a um treinador do Porto ou do Sporting, embora por razões diferentes relativamente a cada um dos dois.

Rita chamou à colação anteriores comportamentos de Jesus, nomeadamente as provocações a Manuel Machado numa fase do jogo contra o Nacional em que a equipa madeirense já tinha sofrido cinco golos. Lembrou também idêntico comportamento relativamente ao treinador do Vitória de Setúbal, Azenha, num jogo na Luz em que os sadinos sofreram oito golos. Enfim, fez o inventário do comportamento de Jesus no banco para justificar o qualificativo que lhe havia aplicado.

Não obstante os factos, achei o discurso de Rita exagerado e certamente ditado por qualquer animosidade existente entre os dois – única razão que pode justificar semelhante atitude de um jornalista desportivo português.

Hoje, cerca de ano e meio volvido, a frase de Joaquim Rita veio-me de novo à cabeça a propósito das palavras dirigidas por Jorge Jesus ao quarto árbitro no jogo Sporting-Estoril. Não vale a pena ter ilusões, as palavras de Jesus só poderiam querer insinuar que conhecia da sua anterior passagem pelo Benfica algo que comprometia o árbitro João Ferreira.

Essa atitude de Jesus revela uma falta de carácter, uma baixeza moral difícil de encontrar nos meios desportivos portugueses, salvo, como se está a ver todas as semanas, no Sporting, onde estes exemplos medram.

Para se fazer uma ideia da baixeza de Jesus basta atentar no seguinte: vamos começar por admitir que há algo no passado recente (a época anterior, era a essa que o treinador do Sporting se referia) de João Ferreira que não é ética nem desportivamente aceitável. Se houve, esse comportamento beneficiou Jorge Jesus. E se ele agora o invoca isso significa que ele não tem uma réstia de dignidade moral que o impeça de invocar esse facto para agora poder, mediante chantagem, alcançar uma vantagem indevida. Que ele não se importa de se pôr em causa a sim mesmo para obter uma vantagem!

E agora vamos admitir a hipótese inversa (que é certamente aquela com a qual Jesus vai ter de lidar quer perante os órgãos de justiça da Federação, quer perante o Benfica), que é a de Jesus, tendo em conta o clima de intimidação e de condicionamento dos árbitros pelo Sporting, utilizar junto do quarto árbitro – alheio a qualquer eventual polémica – toda a série de calúnias postas a correr o ano passado pelos comentadores do Sporting e do Porto a propósito do jogo Moreirense-Benfica, , apitado por João Ferreira (um jogo em que João Ferreira expulsou um jogador do Moreirense por insultos dirigidos à sua pessoa – nada mais!), para com base na simples referência ao jogo do ano passado dar a entender que sabia coisas desse jogo e que o árbitro tivesse cautela com o que estava a fazer, senão ele as contaria. Ou seja, a sua baixeza é tanta que nem sequer tem qualquer problema em insinuar factos que ele sabe falsos e mentirosos, factos que ocorreram quando ele treinava o Benfica e que, portanto, a serem verdadeiros só a ele o beneficiavam e a serem falsos só a ele o prejudicavam, usados pelos seus inimigos da véspera, para agora também com base neles intimidar o árbitro.

Face a este comportamento, decida o leitor se Joaquim Rita tem ou não tem razão.

Quanto a Inácio apenas duas palavras, já que a sua idoneidade moral não merece mais. Inácio teve o desplante, com a conivência silenciosa do falsificador da “verdade desportiva” e de um tal João que debita o que lhe encomendam, de no último programa play-off ter declarado que o comentador do Benfica Pedro Guerra havia tornado públicas as cinco classificações atribuídas ao árbitro madeirense que desceu de divisão, Marco Ferreira, bem como o nome dos respectivos observadores, o que demonstrava, tratando-se como se trata de documentos secretos, a promiscuidade existente entre o Benfica e o conselho de arbitragem.

Inácio é um mentiroso, mas um mentiroso vulgar, um moço de recados, que nem sequer tem problema em fazer uma afirmação que toda a gente sabe que é falsa (a começar pelo falsificador da verdade desportiva), já que tais classificações foram publicadas pelo jornal Record em Junho passado.

Enfim, o Sporting no seu melhor. Depois do que se passou no jogo contra o Estoril, em que o Sporting ganhou com um penalty antecedido de um fora de jogo não assinalado, logo um golo irregular, e em que inventou um fora de jogo mal assinalado a Gutierrez, quando na realidade o que houve foi falta deste jogador sobre o defesa do Estoril, e um pretenso penalty que não existiu, para justificar a irregularidade do resultado, torna-se óbvio que o Sporting precisa deste clima, do clima que todas as semanas reaviva, para somar, jornada após jornada, pontos que realmente não conquista no campo, mas sim fora, mediante a utilização de práticas ilícitas.




segunda-feira, 2 de novembro de 2015

SPORTING À FRENTE COM O FAVOR DOS ÁRBITROS




SPORTING PRESSIONA ÁRBITROS




O Sporting somou a segunda vitória resultante de mais um clamoroso erro de arbitragem e assim soma, pelo menos, quatro pontos a mais do que aqueles que, por direitas contas, deveria ter.

Depois de contra o Tondela ter beneficiado de um penalty precedido de um lançamento de linha lateral escandalosamente irregular, penalty que lhe valeu a vitória sobre a equipa beirã, no sábado passado contra o Estoril repetiu-se a história: mais um penalty antecedido de um evidente fora de jogo ditou o resultado final e com ele mais uma vitória alcançada à custa dos árbitros.

O Sporting vem fazendo desde a entrada em funções do actual presidente uma ilícita campanha contra os árbitros destinada a condicioná-los e a criar condições para que sistematicamente apitem a seu favor. Essa campanha não é apenas levada a cabo por um presidente arruaceiro e malcriado, mas é também apoiada pela imprensa afecta e por pseudocomentadores televisivos que sistematicamente com base na mentira, na intriga, nos juízos de intenção, na falsificação dos factos fazem incidir sobre a pretensa má-fé dos árbitros toda e qualquer pequena falha que ocorra nos jogos disputados pela equipa leonina. Simultaneamente apelam a uma vigarista verdade desportiva para fazer passar a ideia de que o Sporting é prejudicado e que esse prejuízo é consequência do domínio da arbitragem pelo Benfica.

Com base em todo o tipo de falsidades, apoiadas no banco do Sporting, durante os jogos, pelo que de mais reles há no futebol português e até pelas ameaças soezes de Jesus, os árbitros sentem-se fragilizados e ameaçados, acabando por favorecer escandalosamente o Sporting em lances decisivos que, no mínimo, já lhe valeram quatro pontos a mais do que aqueles que por direitas contas lhe caberiam.

Nos países onde o futebol é levado a sério e onde os prevaricadores são severamente punidos este tipo de campanhas não poderia ter lugar, porque os seus autores se reincidissem tantas vezes como o fazem em Portugal já estariam irradiados. Em Portugal não é assim. O crime compensa e nada se passa para o impedir, evitar ou punir.

A Liga de clubes que tinha e tem por missão assegurar e garantir o bom nome da competição a tudo assiste de braços cruzados como se não fosse nada com ela. O Presidente da Liga apoiado pelo Sporting assiste a tudo passivamente incapaz de exercer a sua autoridade, o que aliás também não admira porque o seu passado como árbitro em Portugal está manchado pelas piores decisões da arbitragem portuguesa. Quem estava à espera que Proença defendesse o futebol português bem pode esperar sentado.

Mas há outros aspectos curiosos. O Futebol Club do Porto que, durante décadas dominou a arbitragem portuguesa, a ponto de ter tido em vários presidentes da arbitragem portuguesa personalidades mais influentes nos resultados dos jogos que os melhores ponta de lança da sua história, assiste a esta investida do Sporting apenas e só com a preocupação de atacar o Benfica.

Esta aliança do Porto com o Sporting, seguida com muita disciplina pelos vários intervenientes portistas nos programas televisivos, como é o caso de Rodolfo Reis, de Miguel Guedes, de Bernardino Barros e também de Guilherme Aguiar, não pode deixar de ser interpretada como um sinal da decadência portista. O Porto já não tem mais capacidade para se defender a si próprio. O objectivo é atacar o Benfica e remetê-lo para um lugar secundário por o considerar o adversário mais perigoso.

A menos que esta atitude portista seja ditada, como alguns já dizem, pelo facto de o Sporting ter agora ao seu serviço dois dos nomes que serviram o Porto no período mais negro e vergonhoso do futebol português. Dois nomes que não podem deixar de saber tudo o que então se passou, sendo esta, como é óbvio, a hipótese mais simpática…Ou seja, para impedir que o presidente do Sporting entre numa lavagem de “roupa suja”, o Porto pretende fazer-se passar por aliado…até ver.

Uma coisa é certa: se o Benfica não atacar o que se está a passar com contundência vai ser seriamente prejudicado e tanto mais quanto mais fraca estiver a sua equipa de futebol.


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O MOMENTO DO BENFICA




UM CLUBE À DERIVA?



O Benfica vive um momento complicado. O momento não é complicado porque o Benfica soma derrotas. É o contrário, o Benfica soma derrotas porque o momento é complicado.

Começando pelo treinador, que nunca é o fundamental, embora possa sempre disfarçar muitas coisas. Para qualquer observador atento, que não se deixe intoxicar pela contra-informação nem pela poluição dos comentadores, parece quase evidente que Jesus gostaria de continuar no Benfica (muito provavelmente só trocaria o Benfica por um grande clube europeu…para o qual muito dificilmente iria ou irá) e que o Benfica, ou seja Luís Filipe Vieira, não queria continuar com Jesus, embora também não quisesse que ele fosse para o Porto ou para o Sporting.

Por que não queria Vieira Jesus no Benfica? Seria muito fácil dizer que não o queria porque tencionava mudar de projecto – dar mais relevo à formação – e que Jesus não era a pessoa adequada para essa nova fase da vida do Benfica. A verdade é que esta tese não convence ninguém. Se Jesus ficasse teria de se adaptar ao que existisse como noutras ocasiões já teve de fazer.

O que parece mais provável é que Vieira, que deu a mão a Jesus quando ele claudicou durante três anos, dois deles com os melhores plantéis da história do Benfica, não viu esse gesto retribuído por Jesus na hora da vitória. Na hora da vitória, Jesus, ególatra como sempre foi, recolheu todos os louros e fez ostensiva questão de os não dividir com ninguém. Se Jesus até dos jogadores se esqueceu, como iria recordar-se de Vieira? Vieira não gostou e cedo, na época de 2014/15, traçou o destino de Jorge Jesus, aliás facilitado pela lamentável participação na Liga dos Campeões.

Era óbvio que Vieira queria estar no pedestal com Jesus, como se viu no início da época em curso quando convidou a SIC N para fazer uma extensa reportagem sobre a vida interna do Benfica toda ela destinada a demonstrar que sem o que ele tinha feito no Benfica Jesus não seria nada!

Esta parece ser a razão de fundo da saída de Jesus do Benfica. E Jesus percebeu no decurso da última época que não era desejado no Benfica, tendo resolvido tratar da vida de uma forma vingativa já que também não conseguia alcançar os lugares onde tinha a pretensão chegar. Como o Porto já estava servido, foi para o Sporting que era depois do Porto o lugar onde poderia causar mais mossa ao Benfica.

Mas vê-se pelas constantes intervenções de Jesus que o Benfica ainda não saiu da sua cabeça. Jesus não esqueceu o Benfica nem muito provavelmente o esquecerá tão cedo, embora esteja empenhadíssimo em demonstrar que sem ele o Benfica não teria chegado onde chegou. Essa a única razão das constantes farpas que vai mandando e que só não incomodam os adeptos do Sporting e a sua direcção porque estão ambos completamente subjugados pelo fascínio de Jesus, apesar de isto que Jesus vem fazendo mais não seja do que uma constante depreciação do valor do Sporting como instituição.

Jesus também tem razão quando afirma que a chamada “estrutura” do Benfica – tão elogiada pelos dependentes de Vieira que falam na televisão – não percebe nada de futebol. Os anos de Vieira à frente do Benfica, quer como dirigente do futebol quer como presidente, demonstram isso mesmo. Não está em causa o que Vieira tem feito pelo clube noutros domínios, o que agora se discute são as asneiras sucessivas que tem feito à frente do futebol do Benfica.

Daqui também não se pode depreender que Jesus fez tudo bem feito nos seis anos que esteve no clube. Não, não fez. Jesus cometeu muitas asneiras e aprendeu com os muitos erros que cometeu e com os milhões que gastou. Não aprendeu tudo o que devia – a sua fragilidade nas competições internacionais é por demais evidente – mas aprendeu bastante. É hoje muito melhor do que quando chegou ao Benfica. Só que esse conhecimento que ele adquiriu à custa das muitas asneiras que cometeu e dos milhões que esbanjou levou-o para o Sporting.

O Benfica tem-se revelado sem Jorge Jesus um clube instável. Desde logo porque o novo treinador, embora seja uma excelente pessoa, não é manifestamente o treinador que o Benfica necessita. Depois, consequência da saída atabalhoada de Jesus, a equipa do Benfica tem fragilidades perigosas que fatalmente vão relegar o clube este ano para um lugar muito diferente dos que ocupou nos últimos anos.

Sem querer entrar em muitos pormenores, o Benfica tem uma defesa muito velha, ao que parece sem substitutos, tem um meio campo muito deficiente – Aimar e Enzo Pérez nunca foram substituídos – e está à procura de entrosamento no ataque que até à data se tem resumido a isto: ou Gaitan deslumbra e então tudo corre bem ou Gaitan não consegue ser genial todos os jogos e , quando não é, ninguém se entende.

Quanto às polémicas em que o Benfica se meteu ou se deixou envolver, há que dizer que a acção posta contra Jorge Jesus é uma rematada asneira, as hipóteses de êxito são muito remotas (e muito circunscritas a uma única situação) e só serve para tentar confundir os adeptos. Isto não quer dizer que o comportamento de Jesus tenha sido exemplar. Não foi. Mas exactamente por não ter sido é que o Benfica tinha um excelente pretexto para negociar um acordo, que era o que deveria ter feito se estivesse bem aconselhado.

Quanto às guerras do Presidente do Sporting, o Benfica deu o pior flanco que poderia ter dado. Embora as prendas aos árbitros não tenham qualquer relevância disciplinar e, muito menos, criminal, a verdade é que o Benfica exagerou na dádiva de vouchers para jantares. Não interessa o que a UEFA diz sobre o assunto, porque somente o vigarista da verdade desportiva é que ainda não percebeu, ou fez que não percebeu, que o código de ética dos árbitros é um código que apenas obriga os árbitros, não os clubes. É como o código de ética dos jornalistas. Também só obriga os jornalistas. Não obriga os que com eles contactam! É espantoso que os jornalistas ainda não tenham percebido isto. Ou melhor, percebe-se que não tenham percebido, porque a maior parte dos jornalistas desportivos não tem ética nenhuma!

Concluindo de uma forma que os benfiquistas não gostam: o Benfica vai disputar o terceiro lugar do campeonato com o Braga e o Rio ave, se é que não vai ficar mais atrás, e quanto à Liga dos Campeões seria um enorme êxito se chegasse aos oitavos de final…o que também parece muito difícil de alcançar…




segunda-feira, 19 de outubro de 2015

RUI SANTOS, A FALSA VIRGEM OFENDIDA


 

O BENFICA DEVERIA TOMAR MEDIDAS

Algo se passou ontem no programa Play off entre António Simões e o porta-voz do anti-benfiquismo militante, Rui Santos. Só esse incidente poderá justificar a patética declaração de honestidade feita por Rui santos acerca da sua pessoa, com o apoio de Rodolfo Reis.

Não admira que Rui Santos exiba as suas múltiplas divergências com vários clubes. Admira muito mais que Rodolfo o tenha apoiado. Havia a convicção que Rodolfo era razoavelmente inteligente para compreender Rui Santos e suficientemente sério para não se comprometer com ele. Engano. Puro engano, as aparências por vezes iludem. Rodolfo perdeu ontem uma oportunidade única de estar calado.

Quanto às desavenças de Rui Santos, com os clubes, de que ele tanto se orgulha, elas têm fundamentos completamente diferentes. Os problemas que teve com o Porto e com Pinto da Costa foram sempre ditados não pelos factos que em si as justificariam, mas pelo prejuízo que em seu entender tais factos causavam ao Sporting nas suas disputas com o Porto. Rui Santos nunca teve problemas com o Porto nos anos - e foram muitos – em que no Sporting estava bem afastada da hipótese de poder competir com o Porto. Os conflitos surgiram sempre nos anos em que o Sporting tinha alguma hipótese, por remota que fosse, de fazer frente ao Porto.

Depois os seus conflitos com o Sporting nunca foram conflitos com o Sporting mas sempre e só com as pessoas que estavam à frente do Sporting ou que no Sporting tinham alguma influência. E esses conflitos foram sempre, mas sempre, ditados pela mesma razão: pela raiva que se apoderava de Rui Santos por o club que fanaticamente apoia não ter condições para ganhar. E então descarregava essa raiva e as suas frustrações nas pessoas que ele considerava responsáveis pela situação em que o Sporting se encontrava – treinadores, dirigentes, comentadores afectos, enfim, qualquer um servia desde que pertencesse ao establishment do Sporting. Quem analisar um por um os ditos conflitos não pode chegar a outra conclusão.

Todavia, em questões de arbitragem, sempre os seus desonestos comentários foram favoráveis ao Sporting, mesmo quando a sua pessoa estava sob a mira dos que então o dirigiam. Aliás, a prova provada do seu fanatismo e desonestidade intelectual quando se arma em virgem ofendida, está no apoio incondicional que ele tem dado desde a primeira hora ao mais arruaceiro responsável que até hoje passou pelo Sporting. Sempre Rui Santos encontrou uma forma de o defender mesmo naqueles casos em que as suas acções não tinham a menor hipótese de defesa por parte de uma pessoa minimamente bem formada. Basta recordar os diversos casos (e eles surgem quase diariamente) em que o Sporting tem estado envolvido – Jardim, Marco Silva, Carrillo, Doyen, etc., etc, - para logo se ver que não é possível outra conclusão.

Mas é contra o Benfica que ele guarda todo o imundo arsenal da sua nauseabunda artilharia de comentador. Ou insinua corrupção, ou afirma mesmo a existência de corrupção, como no caso das prendas aos árbitros, ou nas análises dos famigerados lances polémicos (pelas suas imundas análises o Benfica deveria sofrer uma média de dois a três penalties por jogo), ou pelas suas vigarices em matéria de “verdade desportiva” ou pretensas classificações nelas fundadas ou pela permanente intriga e deturpação da vida interna do Benfica e muito mais que se poderia dizer se realmente se estivesse perante alguém que o merecesse. Mas não é caso. Este porta-voz de Jorge Jesus como lhe chama o advogado do Benfica passou os seis anos que Jesus esteve no Benfica a defender o indefensável no comportamento e desempenho do treinador, a insinuar ou mesmo a afirmar que os êxitos foram alcançados não obstante a oposição, senão mesmo o boicote, que vinha de dentro, enfim, a tentar criar ou tentar divulgar um clima que somente uma mente doentia e altamente perversa pode ter a pretensão de imaginar.

Para concluir, Rui Santos não percebe rigorosamente nada de futebol, é uma personalidade perversa que não hesita em recorrer ao que de mais lamentável há para alcançar ou tentar alcançar os seus fins. O modo como ele abordou a questão das prendas aos árbitros é paradigmático. Poder-se-á dizer: ele é um grande ignorante, não faz a menor ideia do que prescrevem os regulamentos. Porventura será verdade. Mas essa verdade é irrelevante, porque em qualquer caso ele continuaria a tirar as mesmas conclusões e a fazer as mesmas afirmações.

Creio que o Benfica deveria retirar-se de todo e qualquer programa em que esteja Rui Santos. Deixá-lo a falar sozinho ou com os seus amigos do Sporting e deveria encarregar o seu advogado, João Correia, de estudar igualmente a hipótese de civilmente o responsabilizar por aquilo que tem dito. Seria a melhor resposta.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

UM ESPECTÁCULO DEGRADANTE


 

AS TELEVISÕES TAMBÉM SÃO RESPONSÁVEIS

 

Há no futebol português uma onda de agressividade no ar, nunca anteriormente vista, que mais dia, menos dia vai descambar em violência generalizada.

O primeiro e principal responsável é o Presidente do Sporting Club de Portugal, que é um homem que manifestamente não está à altura do cargo que desempenha por mais numerosos que sejam os apoios de que beneficia. As televisões, sempre ansiosas por realities shows da pior espécie, tudo aceitam e fomentam desde que garantam audiência e façam crescer as receitas de publicidade.

A agressividade da nova equipa dirigente do Sporting e dos seus apoiantes, entre os quais se destaca, pelo papel que publicamente de desempenha, Eduardo Barroso, verdadeiros incendiários, convoca o convite a adeptos de outros clubes de pessoas da mesma espécie. É o caso de Pedro Guerra na TVI24, como comentador afecto ao Benfica, que desprestigia e enxovalha o nome do clube ao situar-se exactamente no mesmo plano do presidente do Sporting e de comentadores como Eduardo Barroso.

O espectáculo que ontem proporcionaram na TVI 24 foi degradante. Bruno de Carvalho é um primário saído das catacumbas mais nauseabundas do futebol português, Barroso é um frenético e sectaríssimo apoiante de Carvalho, ou seja, tudo farinha do mesmo saco, e o Benfica está vergonhosamente representado por Pedro Guerra que até há horas desempenhava funções numa empresa ligada ao Benfica.

Foi com imensa satisfação que os benfiquistas em geral tomaram conhecimento da exoneração de Pedro Guerra do lugar que ocupava nessa empresa e da desautorização do referido comentador como elemento do Benfica. Pena que isso não tivesse acontecido antes. Pena que ele tivesse desempenhado funções numa empresa ligada ao Benfica.

Quanto ao presidente do Sporting, à sua vergonhosa e nojenta conduta, é assunto que cabe aos sportinguistas resolver.

Finalmente, quanto às acusações dirigidas ao Benfica com base em testemunhos anónimos, é de ponderar se o Benfica deve deixar-se enredar num processo judicial contra um indivíduo de tão baixo quilate ou se, pelo contrário, deve aguardar serenamente que as autoridades responsáveis actuem e reaja depois em função das conclusões destas. Esta segunda hipótese parece a mais aconselhável tendo em conta o clima reinante no futebol português.

Por último, não pode deixar de referir-se entre os grandes causadores deste clima de agressividade que existe no futebol português, que seguramente vai acabar mal, o maior intriguista, o maior insinuador e autor do comentário mais desonesto que existe na televisão portuguesa que se dá pelo nome de Rui Santos.

Este pseudo-comentador e o seu pseudo-moderador, um tal João têm dois programas na SIC N – o Play-off e o Tempo Extra.

Este último tem como únicos participantes Rui Santos e o tal João, sendo que o tal João não passa de amestrado moderador que formula as perguntas ou suscita os temas previamente acordados. Neste programa, o dito Rui Santos, sempre a pretexto de uma pseudo.moralidade, destila ódio, insinuações maldosas e infundadas, tudo feito no quadro de um comentário permanentemente perverso e falsificador da realidade.

Mais difícil de explicar é como estes mesmos sujeitos, Rui Santos e o tal João, participam no programa Play-off que tem como intervenientes antigos jogadores de futebol do Benfica, Porto e Sporting. Embora o programa tenha outro nível -  apesar da presença de Rui Santos e agora também de um ex-jogador do Sporting e do Futebol Clube do Porto que nem de perto nem de longe pode ser equiparado ao anterior representante do Sporting, Manuel Fernandes, sendo o de agora pela sua educação e atitude uma espécie de Bruno Carvalho (desautorizado e traído) - não se compreende como os ditos ex-jogadores de futebol que agora lá estão e outros que já lá estiveram (Toni, Oliveira e Manuel Fernandes) aceitam participar num programa com Rui Santos. Há quem diga que o programa é de Rui Santos que paga à SIC o respectivo tempo de antena e que os ditos jogadores são por si contratados. Era bom que a SIC esclarecesse qual o papel de Rui Santos no programa: é um programa da SIC sendo esta a responsável pelos honorários de Rui Santos e dos ex-jogadores, bem como pelo ordenado do tal João; ou pelo contrário, o programa é de Rui Santos, sendo deste a responsabilidade pelos ditos pagamentos bem como das receitas que o mesmo proporciona?

terça-feira, 29 de setembro de 2015

NO SPORTING SÃO TODOS ANORMAIS?


 
ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO…

 

Que saudades dos tempos em que o Sporting tinha ao seu serviço grandes desportistas que os portugueses admiravam, independentemente das suas cores clubísticas, por nãos serem levados, pelo comportamento dos dirigentes e adeptos sportinguistas, a repudiar e a afastar como quem se protege da peste tudo o que vem de Alvalade.

Falando de várias épocas, podem enumerar-se atletas como Alfredo Trindade, que apesar da rivalidade que sempre manteve com José Maria Nicolau, nem por isso deixava de ser admirado por todos os desportistas amantes do ciclismo; Jesus Correia, que jogava futebol no Sporting e hóquei em patins no Paço de Arcos, admirado e aplaudido pelos portugueses pelas suas exibições na selecção de hóquei; Travassos, interior esquerdo dos cinco violinos; numa época em que o futebol português não contava nada pela sua baixíssima qualidade, foi com orgulho que os portugueses o viram ser chamado para integrar uma selecção da Europa; Joaquim Agostinho, porventura o maior atleta português depois de Eusébio, idolatrado pelos portugueses que acompanhavam emocionados as suas extraordinárias proezas na volta à França; Carlos Lopes, o maior fundista português de todos os tempos, uma força da natureza, tão amado pelos portugueses em geral como pelos adeptos do seu clube; Vítor Damas, o grande Vítor Damas, que tinha um amigo em cada adversário e um fervoroso admirador em todos os amantes do futebol.

Hoje isto seria impossível. O Sporting, como consequência de um processo que já vem de trás, muito potenciado pela sua incapacidade de se adaptar ao futebol moderno, e também pela agressividade e fanatismo da maior parte dos seus comentadores televisivos, tornou-se num clube de paranóicos, insusceptível de cura, que pela voz e pela acção dos seus principais responsáveis e representantes espalha ódio de cada vez que se manifesta, despeito e desprezo pelos adversários sempre que com eles se confronta, que considera o adversário como um inimigo a abater, e, pior que tudo, sempre pronto a encontrar no comportamento e na acção dos outros a causa primeira das suas insuficiências e incapacidades.

Ouve-se o presidente do Sporting e é difícil conceber como pode ser escutado por pessoas normais sem lhes causar uma enorme repulsa, pela enormidade das suas declarações, pela boçalidade das suas atitudes, pelo desprezo pelos seus oponentes, internos ou externos. E mais difícil ainda é conceber como pode ser seguido, copiado e até ampliado nos seus propósitos, palavras e gestos pelos que falam em público.

Quem ontem assistiu ao programa Prolongamento não pode deixar de se sentir nauseado com o que lá se passou. Antes de mais é bom que se diga que não há nas televisões nem nas estações de radio portuguesas nada mais nefasto para o futebol e o desporto em geral do que os programas de comentário desportivo a cargo de adeptos. Dificilmente uma pessoa normal se poderá identificar, como modelo, com qualquer dos participantes. Quase todos são fanáticos, deturpadores da verdade e insuportáveis.

Mas há diferenças, apesar de tudo. Há modelos de actuação que, com algum esforço e boa vontade, podem ser compreendidos e tolerados. Outros, pelo contrário, são absolutamente de rejeitar.

Entre estes últimos integram-se todos aqueles que representam o Sporting. A actuação desses comentadores tem como balizas uma pretensa (e absolutamente insuportável) superioridade moral que vai desde a “honradez” das suas avaliações até à decisão sem recurso por ter sido proferida por um “impoluto desportista”, marca indelével de todos os sportinguistas, e simultaneamente uma permanente vitimização paranoicamente associada a uma constante luta do mal contra o bem. Se isto não é de anormais, digam-me lá o que é.

Depois há outros estilos que o Sporting, pelas suas intrínsecas características, jamais poderia corporizar, que consistem na intervenção provocadora, jocosa, gozona quando se ganha ou quando se está por cima e na crítica contundente aos “seus responsáveis” quando se perde ou se está por baixo. Às vezes tem graça…

Também há os “chatos militantes”, muito convencidos da sua verdade, que, embora oiçam os que se lhe opõem, querem à viva força levá-los a concordar consigo ou levá-los a pensar segundo as suas premissas. São também insuportáveis, mas não são perigosos.

Regressando ao Sporting, dificilmente os benfiquistas que tenham presente a história do seu clube deixarão de ter pena de Jorge Jesus, pela situação em que se encontra, metido num verdadeiro “saco de gatos”, que ele estava muito longe de imaginar quando rejeitou boas propostas que o Benfica lhe proporcionava no estrangeiro e optou pelo Sporting Clube de Portugal.

Voltando aos comentadores e outros responsáveis sportinguistas. Eles ainda não perceberam que estão a lidar com uma actividade altamente profissionalizada e industrializada. Que não se pode exigir aos jogadores nem aos seus representantes que sejam “sportinguistas desde pequeninos”. Não perceberam que isso não existe mais. O que se pode e deve exigir aos jogadores é que sejam profissionais e que honrem a profissão que escolheram no clube onde episodicamente se encontram.

Mas não é assim que eles pensam. Os comentadores sportinguistas são tontos suficientes para julgarem que Carrillo os traiu e que por isso deve ser afastado. Traíu-os por não ter desempenhado com brilho e profissionalismo as suas funções? Não. Até estava a ser o melhor jogador do plantel, dirão os menos tontos. Mas por não ser sportinguista. E como não é, deve ser punido, embora essa punição acabe por ser mais prejudicial ao clube do que ao jogador.

Tudo serve para se vitimizarem: as transferências falhadas; as arbitragens – nenhuma serve, desde as nacionais às estrangeiras, seja no Campeonato, na Taça de Portugal, na Champions ou na Liga Europa; eles acreditam que todos os árbitros que são nomeados para apitar o Sporting recebem juntamente com a comunicação da nomeação uma outra que os intima a prejudicarem o Sporting – o grande Sporting, alvo de todas as maquinações nacionais e internacionais.

Depois os comentadores do Sporting são tontos suficiente – uma parte deles, outra parte, a que actua disfarçadamente sem exibir as cores do clube, de tonto nada tem – para acreditarem que as “famosas novas tecnologias” dispensariam a avaliação da jogada pelo árbitro, seja o do campo ou outro, quando é óbvio que ele continuaria a ser necessário em mais de 99% dos casos.  A menos que candidamente acreditem que o árbitro do vídeo árbitro venha a ser, em todos os jogos do Sporting e do Benfica, o senhor Rui Santos!

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O ÚLTIMO PORTO-BENFICA





O QUE PODE EXPLICAR A AGRESSIVIDADE DE MAXI
 
 

O Porto-Benfica do passado domingo, perdido pelo Benfica no 86.º minuto, foi um jogo razoavelmente interessante com duas partes destintas.

Nos primeiros minutos do jogo, cerca de sete, o Porto pareceu querer justificar o factor casa, tendo a bola mais tempo em seu poder, embora sem ameaçar as redes do Benfica.

A partir dessa altura até cerca de oito minutos do fim da primeira parte o jogo foi dominado pelo Benfica. A equipa da Luz mostrou uma consistência técnico-tática que este ano ainda se não tinha visto, demonstrou ser uma equipa equilibrada, com um meio campo consistente e capaz de tanto em jogadas de futebol corrido como de bola parada pôr em perigo as redes adversárias.

Por duas vezes, em cantos, o Benfica esteve à beira do golo, não foram, em ambos os casos, as excelentes defesas de Casillas, de facto um bom guarda-redes entre os postes. O Porto via jogar o Benfica e quem assistia ao jogo jamais suporia que iria assistir a uma segunda parte completamente diferente.

Na segunda parte o Porto entrou desde início mais forte, dominou o jogo durante a maior parte do tempo, tendo-se acercado da baliza do Benfica com perigo por duas vezes, ambas protagonizadas por Aboubakar, um grande avançado. Apesar de o Porto só ter criado perigo as duas vezes referidas, percebia-se, à medida que o tempo decorria, que a equipa o Benfica estava mais frágil. Mais frágil fisicamente.

Com um número reduzido de jogadores de qualidade o Benfica tinha dificuldade em refrescar a equipa, contrariamente ao que se passava com o Porto onde no banco havia jogadores da mesma valia, ou até superior, da dos que estavam em campo.

E aconteceu exactamente depois das substituições, primeiro de Jonas por Talisca e depois de Guedes por Pizzi, que o Benfica perdeu a bola a meio campo e sofreu o golo. Nos quatro ou sete minutos restantes já não houve tempo para fazer nada. Mais uma vez ao cair do pano o Benfica foi derrotado no Porto.

Do ponto de vista do jogo jogado houve um ligeiro ascendente do Porto, por ter sido melhor equipa durante mais tempo, justificando-se assim, deste estrito ponto de vista, a vitória.

O jogo teve, porém, outras incidências que não podem ser esquecidas. A primeira que interessa realçar é a manifesta intenção por parte da equipa do Porto de intimidar Jonas. Jonas era porventura o jogador mais temido pelos portistas. Ora, tendo em conta o que se passou em campo não será difícil deduzir que houve uma orientação técnica nesse sentido. A entrada de Maicon (que inacreditavelmente ficou impune) no fim da primeira parte – verdadeiro golpe de artes marciais – e o pontapé de Maxi no início da segunda parte são factos integrados na mesma estratégia.

A segunda incidência que não pode passar em claro foi a agressividade Maxi Pereira. Como todos os benfiquistas sabem, Maxi Pereira é um jogador muito competitivo, o que frequentemente o leva a disputar a bola à margem da lei. Isso aconteceu durante muitos anos no Benfica e é também natural que venha a acontecer no Porto nos anos que lá estiver. O que é novo – e muito – é a “beligerância” de Maxi depois de o árbitro apitar a falta. Dezenas de vezes Maxi foi punido com cartão amarelo no Benfica e algumas outras expulso. No Benfica e na selecção do Uruguai. Mas sempre que isso acontecia nada mais se passava a seguir. Maxi aceitava o castigo e continuava como sempre ou pura e simplesmente, quando expulso, saía sem protestar. Assim aconteceu nas duas expulsões mais recentes: contra o Chelsea na Liga dos Campeões e na selecção do Uruguai no primeiro jogo do Mundial do Brasil.

Pois bem. No Porto viu-se Maxi frequentemente envolvido em disputas e quezílias na sequência das faltas e até nos casos em que agrediu um adversário (Mitroglous) sem ser punido. Porquê, se além do mais se tratava de ex-companheiros de equipa? Porque Maxi estava de consciência pesada e queria demonstrar perante a afición portista que estava no Dragão de alma e coração. Deveria ter sido expulso se Artur Soares Dias fosse um árbitro com coragem para actuar disciplinarmente. Infelizmente, não é.

Finalmente, o treinador do Porto mais uma vez demonstrou que é um tipo de mau carácter a quem nenhum tipo de confiança deve ser dado. A sua intervenção na sala de imprensa, cínica e sectária, é o exemplo acabado de uma personalidade tortuosa e desonesta.

CARRILLO E OS VIGARISTAS DA VERDADE DESPORTIVA


 
A COACÇÃO JÁ VALE COMO ARGUMENTO?

 

Os vigaristas da verdade desportiva acham perfeitamente normal que o Sporting ponha de lado Carrillo por o jogador não querer renovar. É uma atitude inadmissível que deveria merecer o mais vivo repúdio de todos os desportistas bem como de todos aqueles que estão ligados ao fenómeno desportivo. Infelizmente não é assim. Acham que se pode coagir um jogador a assinar um contrato, impedindo-o de fazer aquilo que ele mais gosta de fazer: jogar!

Esta situação é até susceptível de constituir o Sporting em responsabilidade civil perante o jogador, da mesmo forma que um trabalhador qualificado também pode demandar o patrão por o impedir de exercer normalmente a sua profissão, marginalizando-o na empresa e não lhe dando trabalho.

Carrillo deveria queixar-se à FIFA e estou certo que desportivamente o Sporting seria punido.

Grave é que os comentadores, principalmente os do Sporting, achem a situação perfeitamente normal. Aliás os mesmos que hipocritamente defendem a “verdade desportiva”.

Bem sabemos que essa prática e até outras piores – como, por exemplo, a de ameaçar o jogador que não quer renovar de levar um tiro no joelho; ou de dar uma tareia ao jogador que se recusa a ser emprestado ao Braga – têm curso em alguns clubes portugueses. Não em todos, felizmente. Lembrámos a título de exemplo os casos do malogrado Robert Enke e, mais recentemente, de Maxi Pereira.

Tanto um como outros são jogadores a que o Benfica deve estar agradecido (a inversa também é verdadeira) por terem sido sempre, até ao último dia, excelentes profissionais. É isso o que se lhes pede. O amor clubístico apenas é exigível aos adeptos. Não obstante o modo como Maxi se comportou no último Porto-Benfica e que noutro post analisaremos.

No caso Carrillo, o que é lamentável é que os comentadores desportivos achem normal a coacção como elemento determinante da vontade. Eles não sabem que um contrato realizado sob coacção não tem valor?

Já a posição de Jorge Jesus merece ser analisada numa outra perspectiva. Jesus é empregado do clube. Como tal tem de obedecer à entidade patronal. Mas não está obrigado a inventar desculpas, nem tem de invocar razões técnicas para Carrillo não jogar. Deve explicar que se trata de uma decisão que o ultrapassa. Todavia, se entender esta decisão do presidente o priva de um jogador fundamental para alcançar os objectivos a que está obrigado poderá proporcionalmente desobrigar-se destes objectivos. De facto, não se trata da privação de um jogador por via de uma transferência, nem de uma qualquer lesão, mas por causa de uma decisão arbitrária assumida pelo presidente como retaliação, e simultaneamente coacção, por o jogador não querer renovar o contrato.

Perante este quadro, Carrillo pode inclusive rescindir o contrato com justa causa. Pena é que no panorama desportivo português, onde campeiam os comentadores por conta, ninguém assuma a defesa do jogador. O jogador é livre de contratar com quem quiser e de não contratar.

Os vigaristas da verdade desportiva não só não defendem o jogador, como igualmente se apressam a afirmar que o caso Carrillo não põe em causa o bom relacionamento entre o treinador e o presidente, como se pudesse ser verdade em qualquer parte do mundo um treinador aceitar com naturalidade prepotências deste género!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

LIGA DOS CAMPEÕES: BENFICA GANHOU, PORTO EMPATOU


AS DESCULPAS DE LOPETEGUI

 

Mais uma vez o treinador do Porto se revela incapaz de assumir as suas responsabilidades e de ver as coisas com elas aconteceram.

O Porto empatou em Kiev, o que até seria um bom resultado se não se desse o caso de o golo do empate dos ucranianos ter sido marcado no octogésimo nono minuto por culpa exclusiva do seu guarda-redes, Iker Casillas.

O facto de haver um jogador em fora de jogo posicional – que até se afasta da jogada para nela não interferir – não invalida o golo marcado por um jogador em posição legal. A defesa do Porto fez o que lhe competia na jogada em causa: adiantou-se para atacar a bola e colocar os adversários em fora de jogo. Só que Casillas não acompanhou a defesa, deixou-se ficar entre os postes e depois não teve a rapidez suficiente para chegar à bola antes do adversário.

Lopetegui, que como todos já sabemos, não é uma pessoa séria, nem corajosa, está-se a defender a ele e a Casillas quando imputa o empate a um erro de arbitragem.

Casillas é aquilo que Mourinho disse dele. Uma lástima fora dos postes, uma calamidade nos cruzamentos, uma desgraça com os pés. Casillas apenas desempenha bem a função entre os postes onde por vezes até é brilhante. No jogo desta noite, só por acaso, sorte, pura sorte, Casillas não sofreu um golo logo aos três minutos por ter largado uma bola cruzada. Teve a sorte de ter um defesa do Porto por perto que impediu o golo.

Em suma, Helton ainda hoje é muito melhor do que Casillas, mas Lopetegui não gosta dele a ponto de na época passada ter preferido um guarda-redes manifestamente inferior.

Ainda sobre Casillas não deixa de ser ridículo o provincianismo dos jornalistas portugueses na promoção que fazem do guarda-redes espanhol. Deles tudo há a esperar, de Pinto da Costa é que se esperava mais lucidez. Todavia, a contratação de Casillas, pelos valores que envolve, demonstra que a lucidez é algo que já não mora perto das Antas.   

Quanto ao mais, o Porto poderia, com os jogadores que tem, ter ganho o jogo se não tivesse uma equipa tão parecida com a da época passada. Com excepção de Maxi, único que tem um jogo vertical, a equipa do Porto perde demasiado tempo com a bola sem nada de relevante fazer com ela. Não fosse a eficácia de Boubacar e o Porto estaria hoje a braços com um resultado bem diferente, apesar de o Dínamos de Kiev não ser nada de especial. Pode dar-se por satisfeito com o empate a duas bolas.

Na Luz, o Benfica não teve vida fácil, apesar de o Astana também não ser uma grande equipa. No primeiro tempo o Benfica não foi capaz de penetrar na defesa dos cazaques. A equipa pareceu na sua mobilidade sempre insuficiente para chegar ao golo. Na segunda parte tudo poderia ter sido diferente do que acabou por ser se o Astana tivesse marcado nos primeiros minutos. Felizmente para o Benfica não marcou e acabou por ser Gaitan a desbloquear o resultado com mais uma grande exibição. Dois zero reflecte a real valia das equipas em confronto.

Ainda é cedo, todavia, para se perceber até onde poderá ir o Benfica de Rui Vitória, tanto interna como internacionalmente. Muito provavelmente no fim deste mês já haverá uma resposta mais fundamentada, depois dos jogos com o Porto e com o Atlético de Madrid.

De sublinhar nesta jornada da Liga dos Campeões os maus resultados das equipas inglesas, com excepção do Chelsea; a performance de dois jovens portugueses (Cancelo e André Gomes), ex-jogadores do Benfica, que com Jesus quase não tiveram hipótese de jogar na equipa principal; o golo de Florenzi  (Roma) e os grandes golos de Hulk e Witsel na vitória do Zénite sobre o Valencia.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O SPORTING E A PARCIALIDADE DO CORREIO DA MANHÃ


 
OS CASOS POLÉMICOS DO SPORTING NESTA TEMPORADA
 

 

Enquanto o Porto no silêncio das conversas sem escutas vai fazendo o seu trabalho com vista a expulsar Vítor Pereira da arbitragem e Fernando Gomes da Federação para colocar nesses lugares os “Pintos” que melhor o sirvam, o Sporting e as suas carpideiras vão continuando a alimentar a conversa de comentadores de mente curta sobre os prejuízos sofridos por culpa da arbitragem com base comunicados e considerações como as recentemente veiculadas pelo seu presidente nas redes sociais. Considerações e comentários a que a UEFA não deixará certamente de responder nos termos adequados, sob pena de o futebol em Portugal se tornar a curto prazo numa espécie de campo privilegiado de actuação de jagunços de toda a ordem.

Aliás, no quadro destas considerações continua a ter pleno cabimento a questão de saber o que vão as autoridades desportivas fazer ao Sporting se um seu vice-presidente, actuando nessa qualidade, for condenado por tentativa de falsa incriminação de um agente do futebol com vista a dela tirar proventos desportivos.

Independentemente dessa questão, que continuará na ordem do dia até que a respectiva sentença transite em julgado, a tal falange de comentadores a cargo do Sporting exibe hoje no Correio da Manhã, os “Lances mais polémicos em jogos do Sporting nesta temporada”.

Primeiro lance – Supertaça – golo anulado a Gutierrez por fora de jogo; correcto; sobre o penalty cometido sobre Gaitan nem uma palavra, porventura por não ser um lance polémico, ou seja, não há dúvidas de que foi penalty (correcto, portanto);

Segundo lance – Liga – Tondela – Luis Alberto marca golo com o braço; aceita-se, principalmente por haver off side; sobre o lance do segundo golo do Sporting nem uma palavra: lançamento irregular de João Pereira e falta de Gelson sobre o jogador do Tondela “transformada” em penalty sobre a equipa da casa; certamente nem uma palavra porque o lance nada tem de polémico: há uma dupla irregularidade não assinaladas;

Terceiro lance – Champions – Defesa do CSKA corta o lance com o braço – falso; ninguém com base nas imagens disponibilizadas pode afirmar tal facto; quem cabeceia a bola é Selimani e ninguém pode afirmar com base no que se viu que o defesa do CSKA tocou com a mão na bola;

Quarto lance – Liga – João Pereira é expulso e o Sporting punido com grande penalidade por falta cometida fora da área; polémico? Ah, certamente porque João Pereira tem uma espécie de bula que lhe permite dar cacetadas na área, fazer placagens, enfim, fazer o que muito bem entenda para evitar que jogada prossiga.

Quinto lance – Champions – Doumbia marca golo com o cotovelo; desnecessário voltar ao tema; já nos dois anteriores posts se explicou que o lance é regular;

Sexto lance – Champions – Golo anulado a Selimani; desnecessário voltar ao tema; enquanto a bola não contiver um chip que assinale inequivocamente a sua saída do terreno de jogo, tem de aceitar-se sem reservas a decisão do árbitro (no caso do fiscal de linha) por inexistência de imagens susceptíveis de infirmar a justeza do seu juízo.

E assim se faz jornalismo desportivo em Portugal. Mas isto é apenas um exemplo. Muitos outros, todos os dias, poderiam ser invocados.

 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

AS CARPIDEIRAS DO SPORTING


 

A DERROTA NA LIGA DOS CAMPEÕES
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A numerosa falange de carpideiras sportinguistas que enxameia os meios de comunicação social ainda não compreendeu, ou não quer compreender, uma coisa muito simples. Que em futebol um golo pode ser legalmente marcado com a mão ou com o braço e que pode ser invalidado um golo marcado com a cabeça ou com os pés ou com qualquer outra parte do corpo que não os membros superiores. Isto é básico.

O primeiro golo que o Sporting sofreu em Moscovo contra o CSKA é absolutamente legal, apesar de muito provavelmente ter sido marcado com o braço. As imagens vistas em tempo real, isto é, tal como aconteceram, não deixam margem a dúvidas como dúvidas não deixam as imagens em câmara lenta. Doumbia não tem a mínima intenção de jogar a bola com a mão. Ele desvia a bola que havia sido desviada por um defesa do Sporting; Rui Patrício defende-a, rechaçando para a frente; a bola embate em Doumbia, que está de lado para a baliza, e entra. Só fracções de segundos depois o jogador do CSKA se apercebe do que se passou, embora se perceba que ele tem a preocupação de encolher o braço para a bola lhe não bater nele. Bateu-lhe no braço como lhe teria batido no corpo se o braço não estivesse encostado ao tronco. Golo legal, portanto. Só não seria a legal se a bola tivesse sido intencionalmente marcada com o braço.

Quanto ao golo anulado ao Sporting não há disponível nenhuma imagem esclarecedora. Se fosse um jogo transmitido em Portugal pela Sport TV haveria todas as razões para supor que o golo era legal ou ilegal, conforme as conveniências do canal, por aquela estaçãao televisiva ser useira e vezeira no escamoteamento de imagens que não lhe convém mostrar. O mesmo se não poderá dizer da televisão russa. Por uma razão muito simples: o realizador não se apercebeu da razão pela qual o golo foi anulado. Não viu ou não interpretou correctamente o gesto do árbitro. Essa a razão por que repetiu duas ou três vezes a jogada mostrando que na área não houve qualquer falta. Ou seja, o realizador admitiu que a falta que ditou a anulação o golo teria sido cometida na área, tendo-se esforçado por demonstrar que essa falta não existiu. Assim, na falta de imagens que permitam ter uma opinião minimamente fundamentada sobre a decisão do árbitro, tem de aceitar-se o veredicto daquele que estava em melhores condições para julgar – o fiscal de linha. E segundo ele a bola ultrapassou a linha de fundo, logo já não estava em jogo quando Selimani a cabeceou. O máximo que se pode dizer com base nas imagens visionadas é que a bola fez de facto uma curva à direita; se ultrapassou ou não a linha de fundo apenas o juiz de linha o poderá dizer. E ele já disse!

As carpideiras sportinguistas beneficiando do peso desproporcionado que têm na comunicação social de Lisboa – mais de oitenta por cento dos intervenientes nas televisões, rádios e jornais são adeptos do Sporting – não têm qualquer problema em continuar a campanha que imputa aos árbitros os desaires do Sporting, apesar de estarem a comunicar para uma audiência que em cerca de oitenta por cento não é adepta do Sporting.

Por razões meramente tácticas é natural que, no actual contexto de luta contra a arbitragem, com vista a fazê-la regressar aos tempos de Adriano Pinto, Lourenço Pinto, Pinto de Sousa e outros, de que Pedro Proença seria hoje o lídimo continuador, os comentadores do norte afectos ao FCP alinhem no “choro” do Sporting, desde que tal “choro” não contenda com os seus interesses. Todavia, logo que os seus objectivos estejam alcançados, o Sporting deixará de ter qualquer importância.

Não deixa de ser curioso sublinhar que esses mesmos comentadores que hoje tanto se esforçam por demonstrar que o Sporting marcou um golo legal e sofreu outro ilegal não tenham dispensado uma palavra para analisar o que se passou na última jogada do jogo do Benfica contra o Arouca. Certamente, que o golo de Jonas foi marcado depois de o árbitro ter interrompido o jogo. O que ninguém consegue explicar é a razão pela qual o árbitro interrompeu o jogo. Há quem diga que Lisandro cometeu falta. Todavia o que se vê no pouco que a Sport TV mostra é que a bola bateu no braço do defesa do Arouca.

Mas quanto a isso já estamos habituados. Já estamos habituados a que um dos maiores vigaristas do comentário desportivo apregoe a verdade desportiva e estabeleça as suas classificações com base nas suas “isentíssimas” avaliações e  até nos teremos de habituar a ouvir um ex-árbitro, adepto do Sporting – e que covardemente sempre se refugiou no clube da Cruz de Cristo para não indicar a sua verdadeira filiação clubista – insurgir-se por no jogo do passado domingo, em Aveiro, não ter sido marcado um penalty contra o Benfica por (pretensa) falta de Luisão cometida na área do Arouca!!!

Tudo isto é normal. Como normal é estar agora a ouvir o sportinguista José Manuel Freitas afirmar que o Benfica não se dá bem com a Liga dos Campeões. Nem mais. Quem se dá bem com essa competição é Jorge Jesus…