terça-feira, 31 de maio de 2016

OS COMUNICADORES DO SPORTING DESCOBREM QUE SÃO INCOMPETENTES




JESUS DIZ, EDUARDO BARROSO REPETE

Jesus descobriu, finalmente, a razão do seu inêxito. Contrariamente ao que supunha o embevecido Rui Santos, o Sporting não perdeu o Campeonato por culpa das arbitragens, o Sporting perdeu o campeonato por mérito da implacável máquina de comunicação do Benfica.

Disse-o Jesus no ameno bate-papo que teve com Rui Santos e a partir de agora jamais alguém ousará atribuir outra causa à perda do campeonato. Nem o empedernido Inácio, nem o mercenário Octávio, nem qualquer empregado ou comentador do Sporting ousará pôr em causa esta verdade absoluta, proferida pelo infalível Jorge Jesus, o cérebro dos cérebros, o grande condutor de Ferraris!

O primeiro a convencer-se da sua incompetência foi Eduardo Barroso. Eduardo Barroso que ostenta outros títulos além de comentador do Sporting, como o de cirurgião e ao que se diz de doutorado em medicina, não tem dúvidas em subscrever sem reservas o “veredicto” do seu amado guia e condutor! De facto, não obstante as suas qualificações, Barroso deixa-se avaliar pela bitola de Jesus e concorda com ele a cem por cento. Não há nada como ter génios por perto, criadores, inovadores para tornar mais evidente a nossa pequenez. Quando isso acontece, quando se tem a rara felicidade de ter um exemplar destes por perto, todos os demais títulos e qualificações se apagam para deixar falar o génio.

E por isso, diz Barroso, repetindo Jesus: “ Tiro o meu chapéu à comunicação do Benfica. A coesão e a união provocadas pelo clima de guerra civil contra nós desencadeado, e não o trabalho apuradíssimo, foram as razões que levaram o melhor desta época ficar em segundo”.

Jesus pode não ser um génio, mas quando se tem por perto alguém que diz isto, é natural que qualquer ser minimamente racional se considere um génio. O confronto é confrangedor!

Esta da comunicação do Benfica é a última coisa que se esperaria ouvir. Como toda a gente sabe, O Sporting, primeiro por intermédio de Jesus e depois pelo presidente, desencadeou uma verdadeira batalha verbal contra o Benfica desde a Supertaça. As “bocas” de Jesus antes e depois do jogo; as provocações a Jonas no próprio terreno de jogo; o famigerado facebook de Bruno de Carvalho sempre insultuoso e agressivo; as desqualificações de Rui Vitória (descerebrado e sem mãos para o “Ferrari”, etc.); a provocação dos vouchers; os insultos à arbitragem, enfim, um nunca mais acabar de “bocas” e “dichotes” de mau gosto, desde Agosto a Maio.

Para além destes dois, Rui Santos, duas vezes por semana, acolitado por um tal João, intrigava, mentia, insinuava, tentando por todos os meios desqualificar o Benfica; e também o empedernido Inácio, de inteligência pobre e obediência rica, dizendo como sabia o que lhe mandavam dizer; Oliveira e Costa, embora relativamente distanciado dos “institucionais”, destilando por sua conta e risco anti-benfiquismo primário; e também Rogério Alves, um papagaio falante, desdobrando-se em pseudo-argumentos e falácias para atacar o Benfica; e ainda José Pina, o palhaço triste, tentando fazer o seu papel.

Além destes, Octávio, actuando como um “rottweiler” furioso contra o Benfica; e para concluir a “turma” dos sportinguistas “independentes” na RTP (Tadeia, entre outros), na TVI (Fernando Correia, José Manuel Freitas), na SIC (João Rosado, o mais decente de todos), e muitos outros na radio e na imprensa.

Comunicação e comunicadores foi o que não faltou ao Sporting! O que faltou ao Sporting foi vencer o play off de acesso à Liga dos Campeões; foi fazer uma prestação aceitável na Liga Europa, onde perdeu mais jogos do que aqueles que ganhou, alguns com equipas que ninguém conhece; o que faltou ao Sporting foi eliminar equipas da segunda divisão na Taça da Liga; foi não ser eliminado na Taça de Portugal. O que faltou ao Sporting foi ganhar ao Benfica no jogo decisivo do campeonato. O que faltou ao Sporting foi ter ganho QUALQUER COISINHA esta época. Isso é que faltou ao Sporting.

Apesar desta sucessão de derrotas os sportinguistas estão muito contentes. Até atribuem prémios a Jorge Jesus e eles próprios consideram-se os maiores. Ainda bem que assim . Eles não têm mentalidade de equipa pequena, eles são equipa pequena! Eles só comemoram derrotas!

Mas há agora um desenvolvimento da “tese” de Jesus, hoje veiculado por Zé Pina no Prolongamento. “O Sporting teve excesso de comunicação”, diz Pina.

Se este for o desenvolvimento da “tese” de Jesus, o que este desenvolvimento quer dizer – independentemente de o Pina o saber ou não – é que o presidente na próxima época tem de estar calado. O presidente e os que ele manda falar. Por outras palavras, Jesus culpa o presidente e a sua gente do insucesso.

Vamos lá ver se o presidente obedece ou não a Jesus. Aparentemente, já está a obedecer, sendo porventura essa a razão por que ninguém no Sporting comentou a condenação de Pereira Cristóvão que, a confirmar-se na instância de recurso, fará reabrir o processo desportivo que poderá ter como provável consequência a descida de divisão do Sporting

terça-feira, 24 de maio de 2016

A SABUJICE DE RUI SANTOS E DE UM TAL JOÃO PERANTE JORGE JESUS




UM EPISÓDIO DO FUTEBOL PORTUGUÊS



Não tinha ainda visto, embora já tivesse ouvido falar, na pseudo-entrevista do sr. Rui Santos e de um tal João a Jorge Jesus na SIC Notícias. Só hoje pude, com indisfarçável relutância, assistir ao triste espectáculo proporcionado pela SIC.

A primeira questão que obviamente se coloca é a seguinte: quem é o sr. Rui Santos na SIC? Como se compreende que uma estação de televisão proporcione a um intriguista profissional, a um anti-jornalista um espaço televisivo de tão longa duração? Durante a semana o sr. Rui Santos participa no Play-Off, programa de comentário a cargo de ex-futebolistas, e no Tempo Extra em que debita as suas mentiras e os seus processos de intenções acolitado, em jeito de ponto, por um tal João. Como se explica? É a SIC naqueles programas não uma estação de televisão, mas uma simples “Barriga de aluguer”? De quem são os programas? Da SIC ou do sr. Rui Santos, que, nesse caso, pagará à Sic o aluguer do tempo de antena?

Se o sr. Rui Santos não fosse o tal da “Mentira desportiva” valeria a pena fazer-lhe a pergunta. Assim, não adianta, nem a ele nem ao tal João. Mas adianta fazê-la à SIC que tem a obrigação deontológica de a ela responder. Infelizmente, vamos ficar sem resposta mais uma vez. Quem aposta e joga na mistificação não pode responder a perguntas simples.

Pois bem, a dita “pseudo-entrevista” é de bradar aos céus. Nada a opor se ela tivesse sido feita no Canal do Sporting ou se tivesse sido anunciada como tempo de antena do Sporting. Mas não foi. O sr. Rui Santos e o tal João apresentam-se como sendo aquilo que realmente não são e ai é que está a batota.

Todavia, o resultado final é deplorável. Não tanto por Jorge Jesus, que é igual a si próprio, detentor de um EGO sem limites, convencido de que é único. Quanto a isso nada a dizer diferente daquilo que toda a gente já sabe e que aqui desde há, pelo menos, sete anos tem vindo a ser reflectido neste blogue.

O único aspecto que poderia ser sublinhado é o de mais uma vez ter mentido para se esquivar a uma situação difícil. Referimo-nos à desconsideração pública de Rui Vitória. Jesus não disse o que disse por ter sido induzido em erro por um jornalista, Jesus disse o que disse porque estava e está plenamente convencido da sua imensa superioridade. E depois, porque junta a esse seu convencimento, o tal toque rufia que nunca o larga. De facto, Jesus mente ao desculpar-se com o jornalista. Rui Vitória tinha falado 24 horas antes e as suas declarações tinham passado abundantemente em todas as televisões, estações de radio e imprensa escrita. Jesus não poderia deixar de as conhecer, diga ele o que disser.

Mas deixemos Jorge Jesus e voltemos ao sr. Rui Santos. O que mais impressiona, o que mais sobressai no tal comentador que se diz (mentirosamente) independente é o ar perfeitamente babado com que fala com Jesus. Toda a entrevista é feita com um tal grau de admiração que a todo o momento se estava à espera que a baba lhe escorresse pela boca numa manifestação de apreço e de idolatria raramente vistas.

Não vale a pena sequer passar em detalhe os passos da conversa. Basta referir duas ou três situações para se perceber o tipo de conversa havida com Jorge Jesus. O sr. Rui Santos evitou cautelosamente qualquer alusão à carreira europeia do Sporting, bem como à carreira internacional de Jorge Jesus. Não podendo deixar de saber que Jesus é um treinador essencialmente doméstico, o sr. Rui Santos evitou colocá-lo perante essa evidência. Foi preciso que um telespectador levantasse a questão para ela pudesse ser ao de leve abordada. Questão da qual o sr. Rui Santos saiu logo que pôde.

A segunda tem a ver com a atribuição do “troféu” de melhor treinador do ano a Jorge Jesus, tanto quanto se percebeu por decisão do sr. Santos. Nos critérios usados pelo sr. Santos só entravam os jogos do campeonato – Ligas europeias, Taça de Portugal e Taça da Liga, nada! Mas há mais: as vitórias não valem todas os mesmos pontos: as vitórias fora valem mais e os golos marcados fora, também. Enfim, uma montagem que ilustra na perfeição a personalidade do sr. Santos.

Terceira e última nota: estava o sr. Santos todo embalado para concluir com a conivência (supunha ele) de Jorge Jesus que as arbitragens tinham sido decisivas para a vitória do Benfica no campeonato, quando este, para seu espanto, lhe diz: “ O que estou a falar não tem nada a ver com arbitragens!”. O sr. Santos, um biltre como não há segundo, não percebeu duas coisas. Primeiro, que Jorge Jesus pode ser muitas coisas mas não é burro; segundo, que não se deixa cegar pela paixão clubista que é coisa que ele não tem. A sua paixão é por ele próprio. E foi por não ter percebido isto a tempo e horas que o sr. Santos ficou com aquela cara sem vergonha que o caracteriza, perante a resposta de Jesus! Mas como desavergonhado que é, passou rapidamente para outro assunto como se nada tivesse acontecido. Ele que tinha preparado a conversa para evidenciar aquela conclusão viu-se desmentido pelo seu idolatrado Jorge Jesus!

Que nojo, sr. Santos, você causa às pessoas normais!

SANGRIA NO BENFICA?




O QUE PRETENDE VIEIRA?

Causa a maior perplexidade a “sangria” que diariamente os jornais vão anunciando da equipa campeã. Além de Renato Sanches e de Gaitan, já vendidos, diz-se que Vieira foi à China negociar Jonas e Talisca e que além destes estarão de saída Ederson e Lindelöf. Que há boas propostas por Jardel, que Carcela também deverá sair, que Carrillo será vendido sem nunca ter envergado a camisola do Benfica e, quem sabe, porventura outros, se houver propostas.

A primeira pergunta que ocorre fazer é a seguinte: afinal o que é o Benfica? É um clube de futebol, o maior de Portugal e um clube com grande projecção europeia e mundial ou é, muito pura e simplesmente, um mero entreposto de compra e venda de jogadores?

É isto que o presidente do Benfica tem de explicar aos sócios e adeptos do Benfica. Qual é a estratégia da direcção do Benfica? É vender, sempre que haja uma proposta? Ou é manter uma equipa vencedora?

O presidente do Benfica dispensa-se de dar explicações. Age como se fosse dono do clube e seu senhor absoluto. Alguns benfiquistas, indispostos com estas considerações (apenas porque estão a ganhar), já vieram a este blogue explicar a estratégia da direcção. Dizem eles, o objectivo da direcção é reduzir ou extinguir a divida, vendendo muito rapidamente tudo o que houver para vender, de modo a que as verbas que o Benfica gasta anualmente no seu serviço possam ser aplicadas no pagamento de uma massa salarial (de um plantel) compatível com a categoria do Benfica.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que esta explicação nunca foi apresenta por nenhum responsável do Benfica; e em segundo lugar, que ela é rotundamente desmentida pelos factos: o Benfica tem vendido muito e caro e a dívida não tem deixado de crescer. Portanto, há aqui qualquer coisa que não bate certo.

O primeiro sinal altamente preocupante é o montante da dívida do Benfica. Um montante que só pode ser sinónimo de má gestão. O segundo sinal, que as considerações antecedentes parecem confirmar, é o de que o serviço da dívida do Benfica (entenda-se por serviço da dívida os juros e as amortizações devidos em cada ano) é muito mais pesado do que se poderia supor ou esperar. Por comparação, até parece ser mais pesado que o do Sporting, a confirmar-se a notícia de que os seus principais “activos” só sairão pela cláusula de rescisão.

De facto, a “conversa” de que o negócio com a “NOS” teria por objectivo reduzir a zero a dívida parece não passar de isso mesmo: de uma simples “conversa”. Se esse fosse o objectivo e se o negócio fosse tão importante e vantajoso como o pintaram, como se explica então que exactamente no ano em que o contrato vai entrar em vigor o Benfica se proponha vender mais de metade do plantel? E logo o mais valioso?

Há aqui qualquer coisa que não bate certo…

Apesar das grandes vitórias alcançadas este ano e da brilhante participação na Liga dos Campeões é bom que ninguém despreze a conjugação de dois factores que, a não terem ocorrido, poderiam ter feito com o que o desfecho da época fosse completamente diferente. São eles: a lesão de alguns jogadores, nomeadamente dos mais idosos, e o simultâneo aparecimento de três jovens que alteraram radicalmente o rumo do campeonato: Renato Sanches, Ederson e Lindelöf.

Dir-se á: apareceram porque estavam na formação. Certamente. Mas três jovens jogadores como aqueles dificilmente aparecem numa década quanto mais todos os anos…

Em conclusão: que Gaitan tenha sido vendido, compreende-se. Esteve seis temporadas no Benfica e a sua presença no plantel durante seis épocas mais que rentabilizou o investimento nele feito. Agora que Jonas, um jogador que entrou no Benfica a custo zero e que em duas épocas marcou mais de 50 golos, seja vendido “apenas para fazer dinheiro”, quando estava em condições de render mais duas, é absolutamente incompreensível. Seriam os 20 milhões mais caros da história recente do Benfica. E quanto ao jovens já dissemos noutro post como é ainda mais incompreensível a sua venda.

Quanto ao mais, é bom que ninguém se esqueça que uma grande equipa não se faz com jogadores inexperientes, sem provas dadas, nem com jogadores que já atingiram o seu “prazo de validade”. Pode custar ver sair do Benfica jogadores que já deram (e receberam) muito ao clube. Infelizmente, é a lei do futebol. Assim aconteceu sempre – aconteceu com Eusébio, com Coluna, com José águas, com Nené, com Chalana e tantos outros – e assim continuará a acontecer. Retardar esse momento é uma decisão que se paga caro!

Na última sexta-feira, o Benfica venceu brilhantemente mais um título derrotando o Marítimo por 6-2, em Coimbra, na final da Taça da Liga. Uma vitória concludente, que igualmente serve para comprovar o que acima se disse acerca da conjugação de factores que levou o Benfica ao TRI!






sexta-feira, 20 de maio de 2016

BENFICA: ALERTA VERMELHO


 
NÃO HÁ MILAGRES
 
Resultado de imagem para imagens  da Benfica SAD

 

Que os benfiquistas não tenham ilusões: no futebol não há milagres. Ganha o melhor. Se as notícias que têm vido a público se confirmarem, nem que seja apenas em 50%, o Benfica perderá a hegemonia que, a duras penas, recuperou no futebol português e será de novo remetido para uma zona de penumbra durante vários anos.
 
Agora que o Benfica está na crista da onda e muito provavelmente se prepara para festejar outro título é que importa dizer as coisas. Depois, quando já não houver remédio, não vai faltar quem fale.
 
Então, é bom que se diga que não há estrutura, nem equipa técnica que possa tornar vitorioso um plantel sem classe. E é isso o que acontecerá se o Benfica vender Ederson, Jardel, Lindelöf, Renato Sanches (este já vendido), Talisca, Jonas e Gaitan. Se nada for feito para impedir a “sangria” do plantel de nada adiantarão os protestos posteriores. Aliás, a primeira vítima deste processo será Rui Vitória. Como sempre é o treinador quem pagará as asneiras da direcção já que esta, infelizmente, arranjará sempre maneira de sair incólume pelo menos perante uma parte dos adeptos.
 
Se há eleições no Benfica, os sócios têm de saber que garantias oferece a actual direcção de manter a estrutura base da equipa. Se os sócios nada exigirem, se acreditarem em milagres, perdem toda a legitimidade para protestar mais tarde.
 
Há aqui vários aspectos que não podem deixar de ser analisados, sob pena de nos iludirmos a nós próprios. O primeiro a ter em conta, ou melhor, a não ter em conta é a opinião dos comentadores do Benfica na B TV. Ninguém se fie no que eles disserem sobre a venda de jogadores. Eles são empregados do clube, logo veicularão a tese que o “patrão” quer fazer vingar entre os associados. Em segundo lugar, se os jovens jogadores forem vendidos, como, de resto já foram, André Gomes, Ivan Cavaleiro, João Cancelo, Bernardo Silva e Renato Sanches, como pode a direcção do Benfica continuar a afirmar que aposta na formação? Se apostasse manteria estes jogadores no clube, pelo menos durante três anos, vendendo-os depois de terem “retribuído” desportivamente a formação que tiveram.
 
A terceira questão que tem de ser abordada com toda aa crueza é a seguinte: a vitória no campeonato que acaba de findar beneficiou do contributo decisivo de Ederson, Lindelöf, Renato Sanches e Jonas. Sem eles o Benfica, muito provavelmente, não teria sido campeão!
 
Depois é preciso ter em conta o que se está a passar com os principais adversários. Comecemos pelo Sporting: Bruno de Carvalho, merece-nos como adversário e no modo como põe em prática essa adversidade todos os adjectivos com que ao longo destes três últimos anos aqui tem sido mimoseado. Mas nada disso impede que se diga que ele ama o Sporting, que tem pelo seu clube uma verdadeira paixão, fazendo tudo o que está ao seu alcance para o guindar ao lugar cimeiro do futebol português. É na execução dessa sua política de defesa dos interesses do Sporting que se deve analisar a sua luta contra os fundos e contra os empresários. O Sporting não vai vender os seus jogadores chave já que ninguém pagará por eles a cláusula de rescisão por que estão contratados. Foi essa a promessa que ele fez a Jesus e vai cumpri-la. Disso ninguém tenha dúvidas. É nesse contexto que deve ser entendida a renovação de Jesus. A renovação que hoje foi assinada apenas quer dizer  que está garantida por mais um ano a estadia do treinador e a sua saída após esse ano. Escusado será dizer que, no ano em que ainda se vai manter no Sporting, Jesus tudo fará para se sagrar campeão.

Por outro lado, o patrocinador do Porto (MEO) tem todo o interesse em ter um Porto ganhador, sob pena de perder rios de dinheiro com o seu patrocínio. Portanto, tudo fará para apoiar o Porto e tentar levá-lo à vitória. Em conclusão: é contra esta concorrência que o Benfica vai ter de lutar na próxima época.
 
Assim, se os referidos jogadores  do Benfica, e eventualmente outros, forem vendidos, os sócios e adeptos têm o direito de saber, sem subterfúgios, a quem pertencem esses jogadores. Como se explica que uma equipa que tanto facturou durante a época se veja forçada a desfazer-se em dois meses da equipa campeã?
 
Finalmente, uma palavra para Rui Vitória. Que Rui Vitória ponha “os pés à parede” e recuse o desmembramento da equipa. Hoje, o Benfica precisa mais do Rui Vitória do que o Rui Vitória do Benfica. Por isso deve impor-se. Se nada fizer, se aceitar disciplinadamente o que lhe quiserem impor pode ter a certeza de que será ele dentro de poucos meses a “pagar a factura”. Ninguém então se lembrará dos 88 pontos somados neste campeonato, dos golos que a equipa marcou, das vitórias que alcançou. Do que toda a gente se lembrará é do que então estiver a acontecer!
 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

GRANDE VITÓRIA DO BENFICA


 
O SPORTING NÃO GANHOU NADA
 
 

 

O Benfica venceu brilhantemente o 82.º campeonato nacional de futebol, somando com esta vitória o 35.º campeonato da sua história. Não fora a incompetência de Jorge Jesus, estaria agora a comemorar não o tri, mas o penta, já que os dois campeonatos perdidos para o Futebol Clube do Porto de Vítor Pereira são duas das derrotas mais difíceis de aceitar pelos benfiquistas. Não por demérito do adversário, que ganhou bem os referidos campeonatos, mas por o Benfica os ter perdido depois de ter chegado a ter uma vantagem de oito pontos em 2011/2012 e uma vantagem de cinco pontos em 2012/2013, a três jornadas do fim.

Este ano Jesus repetiu no Sporting o que no Benfica já tinha feito por duas vezes. Tendo chegado a usufruir de uma vantagem de sete pontos sobre o Benfica, o Sporting, depois de se ter dado como campeão, perdeu nove pontos para o Benfica, três dos quais em confronto directo.

 

Os números falam por si: o Benfica somou ao fim de 34 jornadas o maior número de pontos até hoje alcançados (88) numa liga com 18 clubes. Depois de um começo irregular, três derrotas à oitava jornada, uma delas em casa contra o Sporting, o Benfica, com excepção do jogo da Madeira, contra o União, jogado a 15 de Dezembro, não voltou a tremer. É certo que perdeu um jogo – um jogo que poderia muito mais cedo ter arrumado com a questão do título -, mas esse jogo foi um claro acidente de percurso, daqueles em que o futebol é fértil, já que a exibição do Benfica na primeira parte e as oportunidades desperdiçadas, defesas de Casillas à parte, davam para chegar ao intervalo com uma vantagem confortável de dois ou três golos. Tanto assim que a equipa não se ressentiu minimamente dessa derrota continuando a jogar o resto do campeonato como se tivesse ganho esse jogo.

 

O Sporting, além de ter perdido os pontos que levava de avanço, perdeu também no confronto directo contra o Benfica num jogo que era vital para as suas aspirações. Tendo desde a primeira hora posto em prática uma política de comunicação arrogante e agressiva, o Sporting, para disfarçar as suas próprias carências, iludir os adeptos e tentar condicionar a arbitragem, utilizou métodos tipicamente nazis, de tipo goebbelianos, segundo os quais uma mentira muitas vezes repetida substitui a verdade.

 

Foi essa a mensagem que Bruno de Carvalho, acolitado por Octávio Machado e Inácio, tentou fazer passar desde o primeiro até ao último dia. Para infelicidade sua recorreu a duas personagens completamente desqualificadas, sem crédito no meio desportivo e nele conhecidas pelas piores razões. Octávio, que sempre se destacou no trabalho sujo, actuando sabujamente de acordo com a voz do dono, é o que se pode chamar um mercenário do futebol. De facto, ele não actua por convicção: actua por dinheiro, fazendo o que lhe pedem, tanto ao serviço do seu inimigo de véspera, como contra o seu aliado de ontem. Inácio, intelectualmente pouco dotado, roçando a mediocridade, foi o exemplo acabado daquilo a que se pode chamar o polícia que exige ao acusado que demonstre a sua inocência. Era entre gente assim que na “outra senhora” se recrutavam os agentes da pide.

 

O pior é que as mentiras falaciosamente propagadas pela cúpula leonina são religiosamente aceites e repetidas pelos adeptos e comentadores espalhados por toda aa comunicação social. Nesse aspecto são todos iguais…

 

Algumas dessas mentiras são absolutamente inacreditáveis e não deixa de ser espantoso como são sistematicamente repetidas sempre que um comentador do Sporting abre a boca.

 

Vejamos algumas: o primeiro jogo do campeonato contra o Estoril. Insiste o Sporting num pseudo-penalty cometido por Luisão. Em primeiro lugar, importa dizer que noventa por cento dos árbitros europeus não consideram aquele contacto susceptível de falta, subindo na Inglaterra esse número para 100 por cento. Mas vamos admitir que o árbitro marcava essa falta, ocorrida no começo da primeira parte, e que o Estoril fazia golo. Iria esse golo alterar alguma coisa aquilo que foi o jogo? Iria o Estoril jogar de modo diferente, estando a ganhar, do que jogou, estando empatado, até aos 73 minutos? Certamente que não. O Benfica teria ganho à mesma, desfazendo a desvantagem do mesmo modo que desfez a igualdade. Há todas as razões para supor que o Benfica (que ganhou por 4-0, é bom não esquecer) viraria o jogo e ganharia. Que provas se podem adiantar nesse sentido? Provas não podem adiantar-se, mas pode apresentar-se, como exemplos, o que se passou nos jogos contra o Moreirense e contra o Rio Ave, ocorridos pouco tempo depois. No jogo contra o Moreirense, o Benfica entrou a perdeu (29 m), só logrando empatar aos 75 m e adquirir vantagem aos 76m. Todavia, seis minutos depois, o Moreirense marcou um golo em claro off side, que foi validado, tendo o Benfica voltado a marcar ao 86 m. Ou seja, virou o jogo em condições muitíssimo mais dificeis do que as que, hipotecticamente, existiriam no jogo contra o Estoril. No jogo contra o Rio Ave, o Benfica marcou primeiro, aos 4 minutos, o Rio Ave empatou aos 13 m, tendo havido entre este golo e o intervalo três bolas que bateram nas mãos dos defesas do Rio Ave dentro da área, lances que o árbitro de acordo com o seu critério considerou de “bola na mão” e não de “mão na bola”. Não obstante a persistência do empate, o Benfica desfê-lo aos 81 m e confirmou a vitória com o terceiro golo aos 83 m!

 

Por aqui se pode ver a importância que o pseudo-penalty do jogo contra o Estoril e a “bola na mão” de Talisca no jogo contra o Nacional tiveram na discussão do título. Como nenhuma importância teve o golo anulado ao Benfica, por Nuno Almeida (o mesmo que apitou o jogo contra o Nacional), contra o Arouca – golo que até hoje ainda ninguém conseguiu explicar por que foi anulado – nem a expulsão de Renato Sanches na Madeira (Marítimo) por acumulação de cartões amarelos, sendo que o primeiro deveria ter sido exibido ao jogador do Marítimo que rasteirou Renato e marcada grande penalidade (rasteira indiscutível como se comprova pelas imagens exibidas pela SIC dois dias depois, apesar de não terem sido exibidas pela Sport TV)!

 

Não adianta sequer enumerar aqui os muitos lances decisivos julgados erradamente a favor do Sporting ao longo de 34 jornadas. Foram muitos, sendo indiscutivelmente o Sporting o clube que neste campeonato mais beneficiou de erros de arbitragem, além de outros “erros”, como o de Tonel, que, no último minuto do jogo entre o Sporting e o Belenenses, resolveu, num lance inofensivo, meter dentro da área a mão à bola e permitir ao Sporting beneficiar de um penalrty que lhe possibilitou ganhar o jogo. Não vale a pena escalpelizar nada disso, mas vale a pena relembrar, por ilustrar bem o que é o Sporting, o jogo de Alvalade contra o Tondela, em que, depois do vergonhoso espectáculo que se seguiu à (justíssima) expulsão de Rui Patrício, o treinador, directores e demais corpo técnico quiseram obrigar o árbitro a marcar um penalty contra o Tondela por um seu jogador ter defendido com a CABEÇA uma bola que ia na direcção da baliza!

 

Se na Liga o Sporting foi bem batido, apesar de ter feito um campeonato meritório, que dizer da sua prestação nas demais provas? Na Liga dos Campeões foi o que se viu: o Sporting foi eliminado no play off, pelo CSKA – uma equipa que ficou em último lugar no seu grupo, com apenas 4 pontos -, e remetido para a Liga Europa, uma espécie de segunda divisão europeia. Integrado num grupo fraquíssimo, o Sporting sofreu várias derrotas, uma delas por goleada contra uma equipa da Albânia cujo nome ninguém se lembra, tendo passado à tangente à fase seguinte, para nela ser copiosamente derrotado em ambos os jogos pelo Bayer de Leverkusen. Na Taça da Liga foi eliminado logo na fase de grupos pelo Portimonense da segunda divisão e na Taça de Portugal foi eliminado pelo Braga, depois de uma vitória contra o Benfica, no prolongamento, proporcionada por erros de arbitragem.

 

O Benfica, pelo contrário, está na final da Taça da Liga e fez uma notável prova na Champions na qual foi eliminado nos quartos-de-final pelo Bayern – uma equipa que, nesta competição,  nos anteriores oito jogos havia marcado 25 golos! - num confronto em que o Benfica, se tivesse sido eficaz, principalmente em Munique, teria tido grandes hipóteses de passar à fazer seguinte. Derrotado fora por 1-0 e tendo empatado em casa por 2-2, o Benfica, tendo realizado dois excelentes jogos, ficou a um pequeno passo da passagem à fase seguinte.

 

De facto, não há comparação possível entre a época do Benfica e a do Sporting. A do Sporting é uma sucessão de derrotas, enquanto a do Benfica regista êxitos assinaláveis.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

A MALA DE QUE NINGUÉM FALA




POR RAZÕES ÓBVIAS



Quem, não sendo muito dado às coisas do futebol, por estes dias ouvir a comunicação social, radio, imprensa, televisão, fica a saber que há no futebol português um título em disputa, entre dois clubes – o Benfica e o Sporting -, que no próximo domingo se decidirá.

Desde há pelo menos três semanas que esta informação vem sendo massivamente veiculada. Mas não só. Quem não souber mais nada, quem não for informado destas coisas da bola fica a supor que há um clube – o Benfica – que tem de ganhar todos os jogos que lhe faltam jogar para ser campeão, enquanto o outro clube – o Sporting – apenas precisa de esperar por uma derrota ou um empate do Benfica para ser campeão. O que levará essa pessoa pouco informada a deduzir que o Sporting já realizou e ganhou todos os jogos que tinha que jogar. Só lhe restando agora esperar…

Todavia, não é assim que as coisas se passam. O Sporting, tal como o Benfica, também tem de jogar todas as semanas e só poderia ser campeão se ganhasse todos os jogos e o Benfica empatasse ou perdesse algum. Mas, então, se é assim por que é que ninguém fala na hipótese de o Sporting não ganhar ou de empatar um dos jogos que ainda tinha para jogar e somente se falava nos jogos do Benfica?

Agora, que chegamos à última jornada, o Benfica jogará em casa contra o Nacional da Madeira, enquanto o Sporting vai a Braga jogar contra o quarto classificado, exactamente o mesmo clube que há dois meses o eliminou da Taça de Portugal. Pois apesar de o jogo do Benfica ser teoricamente um jogo mais fácil do que o do Sporting todo o mundo dá o do Sporting por antecipadamente ganho e o do Benfica por ganhar, havendo quem veja hipóteses de o perder.

Mas não é apenas na última jornada que isto acontece. Já na jornada em que o Sporting se deslocou ao Dragão, ninguém questionava a vitória do Sporting, questionando-se antes muito dramaticamente a do Benfica sobre o Guimarães.

Acontecerá isto porque o Sporting tem uma equipa tão poderosa e tão superior a todas as restantes que até seria de mau tom admitir outro desfecho que não a vitória, enquanto o Benfica, pobre equipa, tem de lutar pela vida como um náufrago jornada a jornada? Mas se assim fosse o Sporting estaria muito à frente no campeonato, todos os seus índices desde os pontos aos golos seriam inquestionavelmente incomparáveis aos demais. Ora como não é nada disso o que se passa, bem pelo contrário, temos de encontrar outra explicação mais convincente para este modo de apresentar as coisas.

Uma hipótese seria a de o Sporting saber antecipadamente que vai ganhar, com transmissão desse conhecimento à comunicação social, que actua sempre com muita mais racionalidade do que aquilo que em regra se supõe. A favor desta tese poderia invocar-se a mal disfarçada felicidade com que os dirigentes, adeptos e comentadores do Futebol Clube do Porto acolheram a derrota da sua equipa contra o Sporting. E também o facto de tanto o União da Madeira como o Vitória de Setúbal terem jogado contra o Sporting propositadamente desfalcados de mais de meia equipa. Já quanto ao Braga, próximo adversário, ainda é um pouco cedo para tentar perceber o estado de espírito com que se apresentará no domingo, embora a hipotética contratação de Paulo Fonseca como treinador do Sporting, por fuga de Jesus para o Porto, possa ser um índice a ter em conta.

Por outro lado, percebe-se bem por que razão a comunicação social tem posto e continua a pôr tanta ênfase nos jogos a disputar pelo Benfica, qualquer que seja o adversário. Compreende-se a partir da observação do modo como essas equipas jogam contra o Benfica. É natural que a comunicação social analisando e percebendo o imenso estímulo que para essas equipas representa defrontar o Benfica admita permanentemente a hipótese de o Benfica perder ou empatar o próximo jogo, qualquer que seja o valor da equipa em causa. A comunicação social, como todos nós, não pode deixar de observar a garra, a fúria com que essas equipas defrontam o Benfica, uma garra e uma fúria que parecem impulsionadas por uma força exterior. Algo que vindo de fora as impele a ter um comportamento único, um comportamento que nunca tiveram, nem vão voltar a ter contra qualquer outro adversário.

Pelo contrário, as equipas que jogam contra o Sporting fazem o jogo normalmente – às vezes nem isso – não havendo qualquer evidência ou sequer indício de estarem a actuar impulsionadas por uma força exterior. Ora, isto só demostra que nenhuma mola as impele a ter um comportamento diferente. Não há mola, nem mala que as compense.

E no caso dos adversários do Benfica poderá dizer-se o mesmo? Será certamente a partir da resposta a esta questão que se poderá compreender o modo diferenciado como a comunicação social tem feito a antevisão dos jogos do Benfica e do Sporting. A comunicação social nunca se engana, sabe sempre mais do que parece saber e sabe certamente acerca disto muito mais do que nós!

terça-feira, 10 de maio de 2016

RENATO SANCHES E A POLÍTICA DESPORTIVA DA DIRECÇÃO DO BENFICA




ATENÇÃO: NÃO HÁ MILAGRES




Já há dois anos causou estranheza a facilidade com que o Benfica, de uma assentada, se desfez de vários jovens talentos, alguns deles sem sequer terem tido possibilidade de demonstrar os seus méritos no clube que os formou. Todos nos lembramos das transferências de André Gomes, João Cancelo, Bernardo Silva, Ivan Cavaleiro, entre outros.

Na altura a mensagem que foi passada aos adeptos, sócios e simpatizantes, foi a de que as propostas eram muito boas e os jovens corriam o risco de estiolar no Benfica por o treinador não ser muito dado a apostar em jovens da formação, manifestando preferência por atletas por ele indicados e posteriormente “formatados” à medida das suas exigências tácticas.

Aparentemente a argumentação era satisfatória, já que o exemplo colhido nas épocas 2009/2010 até 2014/2015 não era de molde a fazer crer que esses jovens viessem a ter futuro no Benfica. Todavia, o argumento começa a perder força mal se percebeu que uma das razões pela qual se não deu continuidade à presença do dito treinador no clube consistia exactamente na sua incapacidade para apostar na formação.

De facto, apostando-se na formação nada justifica que um jovem talento mal desponte seja imediatamente vendido. Isso faz-nos lembrar a incompetência sportinguista que vendeu dois dos mais valiosos jovens talentos da sua formação por um preço consideravelmente inferior ao que poderia ter sido arrecadado se tivessem sido transferidos um pouco mais tarde e tivessem retribuído com o seu talento vantagens desportivos e financeiras ao clube que os formou.

Ao que parece no Benfica está a passar-se o mesmo. Agora que o Benfica tem um treinador que aposta na formação como os exemplos de Nelson Semedo, Gonçalo Guedes, Ederson, Lindelöf, Renato Sanches, Nuno Santos demonstram, percebe-se mal, ou não se percebe de todo, que esses jogadores sejam imediatamente vendidos sem sequer terem dado ao clube as contrapartidas competitivas que a sua classe poderia proporcionar.

Esta política da direcção do Benfica de vender ainda muito “verdes” jovens da formação para a seguir se endividar na compra de jogadores “maduros”, além de ser desportivamente uma política suicidária, é também uma política que desmente com todas as letras a “aposta na formação”.

Qualquer gestor desportivo procuraria potenciar os jovens da formação no clube que os formou, valorizando-os ao máximo e retirando deles as contrapartidas desportivas que a sua classe poderia proporcionar à equipa. E essa valorização não é coisa que se possa fazer num ano, nem sequer em dois. Um jogador de dezoito anos deveria, no mínimo, ficar no clube mais três ou quatro anos para poder ser vendido quase no auge das suas potencialidades e não no próprio ano em que aparece ou no começo do seguinte.

O que se passou com Renato Sanches é um bom exemplo dessa política suicidária da direcção do Benfica. Tendo em conta as potencialidades do jogador, tendo em conta o seu inestimável contributo na caminhada da época em curso, tendo em conta a sua mais que previsível progressão nas duas próximas épocas, é pouco menos que “criminoso” o que acaba de ser feito. E a prova de que não estamos enganados é o preço por que o jogador foi vendido: uma parte certa (baixa) e outra incerta (superior à certa), dependente de factores nos quais o Benfica não tem a mínima interferência.

Se essa é política que a direcção do Benfica pretende pôr em prática – e os exemplos anteriores apontam claramente nesse sentido – então os benfiquistas podem desde já preparar-se para verem sair da equipa ainda este ano jogadores como Ederson, Lindelöf, Gonçalo Guedes, Semedo, Talisca e qualquer outro da mesma idade que entretanto possa aparecer.

Este é o caminho para que o Benfica pela via mais curta passe a copiar o Sporting pre-Bruno de Carvalho e, pior do que isso, passe a seguir as pisadas do Porto que na ânsia desmedida de vender se colocou numa situação da qual dificilmente sairá ou da qual não sairá tão cedo.

Uma coisa é certa: no futebol não há milagres. Todavia, há todas as razões para supor que a direcção do Benfica, inebriada pelos êxitos recentes, acredita em milagres.

Uma última palavra. A direcção do Benfica como qualquer outra que se dedique a pôr em prática políticas semelhantes deve ficar a saber que aos adeptos, a todos os adeptos e não apenas aos do Benfica, causa imensa confusão esse imenso frenesim com que no fim de cada época se vende e compra, gastando quase tanto em compras como o que se arrecada em vendas, além de nunca se perceber bem para onde vai tanto dinheiro quando o resultado das vendas é manifestamente superior ao das compras, nomeadamente quando as receitas ordinárias e extraordinárias da época são avultadas.

Causa confusão aos adeptos e estamos crentes que, dentro em breve, alguém mais, por dever de ofício, se encarregará de “compreender” o que os adeptos na sua “ignorância” não alcançam!

BENFICA À CAMPEÃO




SPORTING PEQUENINO


Se necessário fosse, o jogo da Madeira contra o Marítimo teria servido para demonstrar que o Benfica tem fibra de campeão. Jogando em inferioridade numérica desde o 36.º minuto, por expulsão de Renato Sanches, o Benfica suplantou-se e apresentou um futebol mais atractivo e eficaz do que quando estava a jogar com onze. E demonstrou ainda, para quem tivesse dúvidas, que os jogadores que durante a época tão decisivos foram pelos inúmeros golos que marcaram, como Jonas, podem também ser brilhantes jogadores de meio campo, equilibrando a equipa e construindo a maior parte das jogadas decisivas do encontro. Foi isso o que ontem fez Jonas numa demonstração de classe invulgar. Jonas esqueceu-se que era o goleador máximo do futebol português, esqueceu-se que estava a lutar pela bota de oiro europeia, ombreando com Suarez, Ronaldo, Higuain, Lewandowski, Messi e Neymar para se tornar no grande patrão do meio capo do Benfica, fazendo juntamente com Fejsa, uma exibição digna de figurar na história do Benfica pelo seu simbolismo e importância. Jonas demonstrou com a sua atitude que o futebol é antes de mais e acima de tudo um desporto colectivo e quem não perceber isto não percebe nada.

Vencendo mais uma final, desta vez contra o Marítimo, o Benfica aproxima-se a passos largos do tricampeonato. Um Marítimo empenhado em tirar pontos ao Benfica, a ponto de o seu treinador – Nelo Vingada – ter considerado mais importante para o posicionamento da sua equipa “roubar” pontos ao Benfica do que tentar jogar de igual para igual contra um adversário da sua valia – o Estoril, contra o qual na semana passada se deu ao luxo de não utilizar seis jogadores normalmente titulares para os ter “fresquinhos” no jogo contra o Benfica e ter também a certeza de que os poderia utilizar por ausência de qualquer sanção disciplinar. De nada lhe valeu tanto empenhamento, tanta pertinácia competitiva. Perdeu 2-0 contra dez e até poderia ter perdido por muitos mais se não tivesse tido a sorte pelo seu lado.

Mas já que estamos a falar do “ardor competitivo” das equipas que neste fim de campeonato têm defrontado o Benfica, não pode deixar de registar-se, para que conste e faça parte da história, a agressividade com que o Vitória Sport Clube (Guimarães) se apresentou na Luz sob as ordens do treinador Sérgio Conceição. Este treinador que, tanto nesta profissão como na de jogador, regista um vergonhoso palmarés de indisciplina desportiva – insultos, agressões e tudo o mais que imaginar se possa – apresentou-se na Luz, desde os primeiros minutos de jogo, com uma agressividade que não poderia deixar de ser sancionada, como foi, pela equipa de arbitragem. Tendo estas sanções, aliás brandas, sido alvo de veemente contestação da sua parte nada mais natural que a sua expulsão – apenas mais uma a juntar às dez anteriores que já leva como treinador. Pois este facto banal, sofrido por treinador arruaceiro, que é useiro e vezeiro em comportamentos incorrectos, foi, pelos adversários do Benfica – Sporting, mas também Porto –, tido como mais um favor prestado à equipa da Luz. Chegou-se a um ponto em que a ausência de vergonha tudo justifica: até a defesa de um inveterado indisciplinado por factos praticados à frente de toda a gente! O certo é que, não obstante o grande estímulo que certamente constituiria tirar pontos ao Benfica, o Guimarães saiu derrotado e sem compensação para o dispêndio de tão grande esforço!

Estímulo que igualmente tinha estado patente no jogo contra o Setúbal, a ponto de um dos seus jogadores ter chorado copiosamente a derrota, que seguramente lhe causou uma tristeza muito difícil de suportar do que as inúmeras derrotas que a equipa tem tido nesta segunda volta e que comprometem a sua permanência na primeira liga. Estímulo que igualmente o Rio Ave tinha manifestado, não tanto pelo calor posto na luta, mas pela obsessão defensiva com que se apresentou a jogar contra o Benfica contrariamente ao que é o seu habitual padrão de jogo. Estímulo que, pelos vistos, também lhe faltou para lutar denodadamente por um lugar na Liga Europa contra as equipas que defrontou imediatamente antes e depois do jogo contra o Benfica.

O Sporting, pelo contrário, tem-se deparado com adversários “normais”, mesmo quando esses adversários são os mesmos que poucos dias antes haviam defrontado o Benfica, como foi o caso do Vitória de Setúbal. Foi um Setúbal mansinho, dócil e muito docinho o que no sábado passado se apresentou em Alvalade, apesar de o resultado desse jogo ser importantíssimo para a sua continuidade na divisão principal.

Pois bem, o Sporting ganhou facilmente e logo os “comunicadores” do Sporting se encarregaram de fazer soar as trombetas cantando o feito de uma super equipa. Uma equipa como não há, foi o que eles disseram.

Mas nem uma meia dúzia de horas haviam passado já o Sporting se tinha encarregado de, pelos seus próprios meios, voltar a evidenciar a sua enorme pequenez. Desta vez o motivo que ilustra quão pequenino e mesquinho o Sporting é, imagine-se! é o cartão amarelo mostrado a Adrien, que o impede, por acumulação, de jogar em Braga! Não se trata desta vez de contestar um pretenso off side, um fora de jogo mal tirado, uma expulsão. Não, nada disso. Trata-se desse facto transcendente capaz de desagregar a “super equipa”, de a deixar completamente à mercê do adversário, que é a amostragem de um cartão amarelo! Repito: é preciso ser muito pequenino para fazer deste facto um acontecimento capaz de alterar o rumo do campeonato. Desenganem-se: para quem vai à frente é absolutamente irrelevante o resultado do Sporting contra o Braga, como irrelevante é jogar o Sporting com Adrien ou sem Adrien!

Mas Jesus foi mais longe. Jesus, destroçado pelas sucessivas derrotas que durante a época foi acumulando, chegou ao ponto de afirmar no seu jeito rufia que tirou o Slimani do jogo, porque “Já anda nisto há muito tempo” e sabia muito bem que o árbitro também o queria pôr fora no próximo jogo! A gravidade da afirmação é evidente. Menos evidente – muito menos – é saber qual a sua consequência junto dos órgãos de disciplina do futebol português.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O BENFICA SÓ TEM DE CONTAR CONSIGO




O RESTO JÁ ERA ESPERADO




Faltam duas jornadas para terminar o campeonato e agora todos os benfiquistas já sabem aquilo que para alguns ainda não era claro: para ganhar o campeonato o Benfica tem de ganhar os dois próximos jogos. E sabem mais: sabem que ambos os jogos serão muito difíceis. Como aqui dissemos depois do jogo contra a Académica, todos os jogos que o Benfica tinha que disputar iriam ser muito difíceis. Muito mais difíceis do que seriam se ocorressem noutra fase do campeonato.

Tal como em aconteceu em 2004/2005, também agora nesta fase final do campeonato todos os jogos iriam ser disputados pelas equipas adversárias como se do resultado de cada jogo dependesse a sua própria sobrevivência. Quem não se lembra como jogaram contra o Benfica, naquela época, o Belenenses de Carvalhal e o Estoril de Litos?  Embora os jogos não tivessem para qualquer destas duas equipas a menor importância, a verdade é que eles foram jogados como se de verdadeiras finais se tratasse.

A razão é simples: o objectivo dessas equipas não era ganhar ou sequer somar pontos, mas tirar pontos ao Benfica. É exactamente o mesmo que agora se está a passar, consideravelmente agravado pelo facto de as dificuldades terem começado mais cedo. E aquilo a que se tem assistido não deixa de ser interessante a ponto de mais tarde vir certamente a figurar nos anais do futebol português: responsáveis por equipas de primeira linha, como os do F C do Porto, ficam felizes por não contribuírem para a vitória do Benfica no campeonato. Ou seja, a derrota da sua equipa deixa de ter importância desde que essa derrota sirva para evitar a vitória do Benfica!

É neste contexto que o Benfica tem de encara os dois jogos que lhe faltam. Saber como as coisas se vão passar e analisar correctamente o que até agora se tem passado é salutar e indispensável ao êxito da equipa. Pelo contrário, denunciar oficialmente esta situação, seja através de responsáveis benfiquistas, seja por via do gabinete de comunicação, só pode ser prejudicial pelo efeito negativo que esta denúncia pode ter no ânimo das equipas que vão defrontar o Benfica.

O Benfica, equipa técnica, jogadores, dirigentes, têm de partir do pressuposto de que os incentivos existem, mas não devem, no seu próprio interesse, denunciar o que ainda não aconteceu.

Isso não obsta a que os adeptos analisem como decorreram os jogos do Benfica desde o jogo contra a Académica até ao jogo contra o Vitória de Guimarães. Todavia, nada do que aconteceu teria sido notícia se as vitórias do Benfica tivessem sido folgadas, como até então quase invariavelmente acontecia. Foi a vitória pela diferença mínima que, reflexamente, levou a exacerbar uma situação que, para qualquer pessoa minimamente experiente nas coisas do futebol, já tinha como certa a partir do momento em que o Sporting foi relegado para segundo lugar.

Mais interessante seria analisar por que razão as vitórias do Benfica passaram a ser pela diferença mínima depois do primeiro jogo da eliminatória dos quartos-de-final contra o Bayern de Munique. A resposta mais simples seria dizer que o Benfica está exausto, que os jogadores estão muito perto do limite físico, sendo a condição física da equipa que tem ditado os escassos resultados a que temos assistido.

Evidentemente, que não há nesta fase da época nenhuma equipa europeia de primeiro plano que irradie frescura física e que não esteja sofrendo os efeitos dos mais de cinquenta jogos já realizados. Certamente que esta circunstância pesa, mas não é definitiva.

Muito mais importante foi a quebra anímica resultante da perda da eliminatória contra o Bayern. Essa sim, a verdadeira razão da quebra do Benfica. Dir-se-á que não pode haver quebra anímica resultante de uma eliminação que, à partida, poucas ou quase nenhumas hipóteses tinha de deixar de acontecer. Não é essa, porém, a ideia dos jogadores. Os jogadores sentiram que estiveram a um passo de eliminar o Bayern. Bastava que em Munique tivessem concretizado uma das várias hipóteses que tiveram de marcar. O Atlético de Madrid, como se viu, durante todo o jogo teve apenas uma, concretizou-a e isso bastou.  O Benfica fez muito mais que o Atlético e não passou.

Esse desaire leva tempo a digerir. por outro lado, a prova de que a condição física não tem sido a decisiva para explicar o que se passa está na capacidade que o Benfica tem tido para “virar” jogos que por uma ou por outra razão têm começado da pior maneira. Para quem já não se recorda, o Benfica “virou” o jogo contra a Académica, contra o Setúbal, contra o Braga e parcialmente contra o Bayern.

Agora, que já vários jogos se fizeram depois da eliminatória da Champions e que já muitos dias passaram, é quase certo que o Benfica se apresentará nos Barreiros com um estado de espírito bem mais positivo do que aquele que nos últimos jogos o têm acompanhado. E isso bastará ...