ESTÁ NA HORA DE ACABAR COM ISTO – FORA COM ELES
O Benfica é hoje a vergonha do
futebol português na Europa. Da mentalidade que projectou e construiu o Benfica
europeu não sobra hoje, dentro das estruturas dirigentes, nada. Absolutamente nada.
O descalabro começou com Jorge de
Brito que apenas tem a seu favor ter sido um grande benfiquista mas que começou
a afundar o clube por não perceber nada de futebol e se ter rodeado de
oportunistas que já nessa altura estavam mais interessados em se mostrar e em
beneficiar de algumas prebendas do que empenhados no lançamento das bases de um
clube moderno condizente com as profundas mudanças que estavam a ocorrer na
Europa desenvolvida.
Depois vieram o Damásio e a Prieto,
as capelas, e um jet set falido das revistas cor-de-rosa que endividaram o
clube, deixando uma dívida monstruosa e uma equipa em cacos. Foram eles que
prepararam o terreno para que o primeiro grande oportunista tomasse conta do
clube durante três anos o que somados aos três de Damásio é mais do que
suficiente para arruinar a mais sólida herança. O que, infelizmente, já não era o caso.
Todavia, o espírito popular
democrático do clube mantinha-se, a muito custo, é certo, mas mantinha-se.
Tanto assim que todas estas abencerragens foram corridas pela via democrática.
Sob o signo da regeneração entrou
Vilarinho, não se sabe bem como, nem ele verdadeiramente sabia ao que vinha.
Dele apenas a triste recordação de ter despedido um promissor treinador para
contratar um benfiquista, seu “colega de copo e de cruz”, que “projectou” o
Benfica para a mais humilhante classificação da sua história – sexto lugar!
Depois segue-se o que toda a
gente sabe ou que só não sabe quem não quer. Vilarinho foi ao Alverca resgatar
um comerciante de pneus usados, que aspirava projectar-se socialmente através
do futebol, sócio dos três maiores clubes portugueses e amigo de Pinto da Costa
com quem urdiu várias tramóias em prejuízo do Benfica.
Mesmo assim, por razões que se
desconhecem, Vilarinho apostou nele e entregou-lhe a presidência do maior clube
português
Seja o que for que tenha sido
feito depois, esse é o dia em que o Benfica começou a perder a identidade que
desde sempre, e principalmente durante os quase cinquenta anos de ditadura, o
caracterizou – um clube democrático.
Luís Filipe Vieira instalou-se no
Benfica em 2003 e desde então aqueles que ousassem disputar-lhe o poder eram
tidos por traidores, tendo, à semelhança do que ocorre em todas as ditaduras, criado
um regime jurídico eleitoral que praticamente inviabiliza qualquer alternativa
por mais credível que seja.
O tempo e alguns êxitos
desportivos caseiros permitiram-lhe criar uma falange de “apparatchiks”,
dispersos pelos órgãos de comunicação do clube e também pelas rádios e
televisões, pelas “Casas do Benfica”, que à menor crítica saltam em defesa do
chefe, insultando e vilipendiando quem ousa desafiar o seu poder.
Transformado o Benfica num clube
provinciano, havia que potenciar o “negócio” com parceiros escolhidos a dedo. Pouco
importava que no passado tivessem actuado conluiados com os inimigos do Benfica.
Quem era o presidente que se iria interessar com isso, desde que o negócio fluísse,
se o próprio nesse mesmo ramo já tinha feito mesmo? Não era certamente o presidente
do Benfica…
Primeiro, veio o Veiga com quem,
por razões “negociais”, acabou ao fim de algum tempo por se incompatibilizar.
Depois de um período de relativa orfandade chegou Jorge Mendes e a partir de
então o negócio não deixou de prosperar.
Apesar de inculto e bastante
grosseiro nas suas actuações, o presidente do Benfica percebeu que teria de ter
qualquer coisa para entreter os sócios, passando a seduzi-los com promessas
permanentemente incumpridas e com essa palavra mágica que é a “formação” - a formação de uma equipa constituída por
benfiquistas desde pequeninos …para ganhar na Europa..
Só que, como toda a gente vê,
essa formação só serve para fazer negócios, vendendo talentos mal despontam e
comprando – o negócio assim o exige - fiascos uns atrás dos outros.
O provincianismo do actual presidente
do Benfica aliado à sua imperiosa necessidade de “fazer negócios” minou e
destruiu por muitos anos o que tinha feito do Benfica um grande clube mundial –
os seus êxitos europeus.
Hoje não há nenhum clube
estrangeiro, por mais modesto que seja, que não “reze” para que lhe caia em
sorteio o Benfica numa competição internacional. O Benfica soma não sei quantos
derrotas internacionais com Vieira, dezenas e dezenas, não sei há quanto jogos
não ganha nas competições europeias, certamente muitos, sendo hoje motivo de
chacota dos seus adversários e de pena daqueles que o conheceram campeão.
Com Vieira esta situação só irá
agravar-se por mais intensa que seja a campanha para desviar para outros a
responsabilidade que somente a ele lhe cabe.
Vieira tem de sair, a bem ou a
mal, para bem do Benfica, do bom nome e do prestígio do clube. E com ele todos
aqueles que diária ou semanalmente envergonham o nome do Benfica e nos
envergonham a todos nós.
Fora com eles!!!