sábado, 29 de setembro de 2018

AS DESCULPAS DE RUI VITÓRIA




UM PROBLEMA QUE SE REPETE
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Rui Vitória no fim do jogo, para justificar o empate consentido no último minuto, apresentou um rol de desculpas.

Em primeiro lugar, a incerteza sobre se o jogo ia ou não realizar-se e a necessidade de fazer um duplo aquecimento. Isto que Rui Vitória refere aconteceu apenas ao Benfica ou aconteceu também ao Desportivo de Chaves? Mais valia estar calado.

Em segundo lugar, as lesões. Os jogadores do Benfica – Jardel e Gabriel – lesionaram-se sozinhos, sendo, portanto caso para perguntar se estamos perante uma desculpa ou de uma culpa da equipa técnica, nomeadamente da que tem a seu cargo a preparação física, embora, em última instância, a responsabilidade seja de quem dirige essa equipa. Mais uma razão para estar calado.

Em terceiro lugar, a expulsão de Conti, exclusivamente imputada ao árbitro. Em primeiro lugar, não foi o árbitro que fez a entrada. Já vimos Conti, nos minutos que já jogou, fazer outras entradas perigosas. Ainda ninguém lhe disse que não estava a jogar na Argentina? E poderá imputar-se a uma expulsão, a poucos minutos do fim, a responsabilidade pelo golo sofrido pouco depois? Aparentemente, o árbitro foi rigoroso. Mas só aparentemente, já que para se ter a certeza seria necessário escrutinar os anteriores jogos apitados por Capela para se saber como costuma reagir em situações idênticas. Se reage sempre da mesma forma, nada haverá a apontar, se, pelo contrário, não pune, pune com uma simples falta ou pune com falta e amarelo, então sim, haverá muito a dizer. Mas disto não curou Rui Vitória. Achou conveniente responsabilizar desde logo o árbitro.

Rui Vitória esqueceu-se de referir a exibição do Chaves que se bateu durante todo o tempo, olhos nos olhos, frente ao Benfica. Sem antijogo, jogando sempre para ganhar.

Quer isto dizer que não haveria, portanto, hipótese de o Benfica conseguir um resultado diferente? De forma alguma. Não obstante o mérito do Chaves, o empate ficou a dever-se a erros do Benfica e a deficiências técnico-tácticas do treinador. O Benfica pelo volume de jogo que normalmente põe em prática contra a maior parte das equipas da nossa liga não pode jogar com um único homem na área e menos ainda se esse avançado for, como é o caso de Seferovic, excessivamente móvel.

Desde que Rui Vitória pôs de parte o sistema de jogo herdado do anterior treinador, o que somente aconteceu a partir dos primeiros meses da época passada, o Benfica não ganhou um único título e também não ganhou nenhum jogo importante. Ou empatou ou perdeu!

É certo que o sistema herdado de Jesus deixava a descoberto as fragilidades do meio campo, embora isso possa ser corrigido, como o próprio Jesus acabou por reconhecer e tentou fazê-lo. O actual sistema não melhorou significativamente o meio campo, nomeadamente depois da lesão do Krovinovik, e desguarneceu perigosamente o jogo na área.

Dentro da lógica de Jogo de Rui Vitória também se não percebe a não inclusão de Gedson nos dois últimos jogos e a insistência em Pizzi, que falha passes em série, gerando situações perigosas, além de ser brando na cobertura a meio campo.

Do que já viu até hoje, fica a certeza de que Gedson terá de jogar e Jonas também, acompanhado na frente de um avançado mais fixo.

Finalmente, o que mais dói nesta equipa do Benfica é ficar-se com a sensação de que os jogadores não estão verdadeiramente cientes de qual o seu papel em campo, parecendo antes entregues à inspiração do momento. É também preocupante a ausência de treino das bolas paradas, das quais o Benfica raramente tira qualquer proveito, bem como a falta de remates a meia distância.

Assim vai ser difícil. Os dois próximos jogos serão muito esclarecedores…

domingo, 23 de setembro de 2018

SETÚBAL - PORTO





UM ESCÃNDALO
Está à vista de todos o que ontem se passou no Bonfim. Um árbitro de encomenda, ido directamente do Porto, cumpriu a função para que foi nomeado. Já se sabia antes do  jogo se iniciar que iria acontecer, em caso de necessidade. As expectativas confirmaram-se como seria de esperar.
Não voltamos aos tempos do Apito Dourado, como alguns dizem. Voltamos a um tempo muito pior: ao de Adriano Pinto, Lourenço Pinto, Pinto de Sousa, etc. Aos tempos em que através da Associação do Futebol do Porto, o FC Porto controlava a arbitragem “legalmente”.

Desenganem-se também os que supõem que através desta e doutras denúncias eles se incomodam ou elas produzem algum efeito. Eles convivem muito bem com isso, desde que ganhem! Tal como “honoráveis instituições” do sul da Itália, convivem muito bem com a má imprensa, desde que continuem a fazer os seus negócios, também eles convivem com todos os escândalos, desde que continuem a ganhar por mais escandalosas que as vitórias sejam. Um deles, nos “bons belos tempos”, até dizia: “Não há vitórias mais saborosas do que aquelas que eles dizem que foram roubadas”..

Portanto, o que importa são actos. É preciso acabar com este estado de coisas. O Fontelas e o Costa têm de ir para casa, rapidamente!


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

BENFICA 0 – BAYERN 2




UM MAU RESULTADO
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O Benfica defrontou na passada quarta-feira uma das grandes equipas europeias e perdeu. Por direitas contas o Bayern poderia ter ido à final da Champions nas duas últimas edições não fosse há 2 anos ter sido escandalosamente prejudicado pela arbitragem contra o Real Madrid e o ano passado ter cometido dois erros imperdoáveis em qualquer equipa. Fora isto, já ganhou por cinco vezes a prova, como se sabe e há seis anos consecutivos que ganha a Bundesliga sempre com apreciável diferença relativamente ao segundo classificado.

Que o Bayern tem desde há várias décadas melhor equipa do que o Benfica, toda a gente sabe. Que o Benfica costuma fazer maus resultados contra o Bayern nas nove vezes que já o defrontou, também todos sabemos. Que, inclusive, nunca lhe ganhou e somente por três vezes empatou, também se sabe.

Mas o que também se sabe é que o Benfica perde na Liga dos Campeões há nove jogos consecutivos e que o resultado de ontem é um mau resultado, apesar da valia do adversário.

Sem pretensões de competência técnica em matéria futebolística, que não é a minha área, mas valendo-me apenas da experiência de já ter visto muitos jogos de futebol em diferentes fase de evolução da modalidade, parece-me que, para o futebol que se joga hoje ao mais alto nível, o Benfica apresenta fragilidades de maior ou menor gravidade, consoante o valor do adversário, podendo algumas das quais ser corrigidas.

Em primeiro lugar, há muitos passes errados, umas vezes em consequência da pressão exercida pelos adversários, outras por incompetência ou desconcentração dos jogadores, erra-se passes em todas as áreas do campo, umas vezes no começo das jogadas – o que é fatal quando se joga contra uma grande equipa -, outras na área adversária, perdendo-se uma oportunidade de golo; finalmente, outras em passes longos ou em zonas de menor perigo ou prejuízo, mas tendo sempre como resultado a perda da bola;

Em segundo lugar, o Benfica tem pouca gente na área e o avançado mais adiantado joga com grande mobilidade, o que faz desguarnecer ainda mais a zona de remate;  o Benfica tem de jogar com dois avançados, um mais à frente, outro no apoio, ao estilo Mitroglou/Jonas; para jogar com dois avançados tem de manter no meio campo quatro médios – um jogando a seis (estilo Fedja) e os outros três como verdadeiros jogadores do meio campo, dois deles a par e outro mais solto. O papel de alas tem de ser desempenhado pelos defesas laterais, com o auxílio ocasional, dos médios, sendo para tanto indispensável contar com dois laterais com grande capacidade técnica e física, que saibam jogar atrás e à frente (como fazem, por exemplo, os do Bayern);

Em terceiro lugar, o Benfica tem de saber pressionar o adversário quando este tem a bola e tem que ter um jogador, pelo menos um, com capacidade de remate a meia distância, o que já não acontece há muito tempo.

É de admitir que com o regresso de Jonas à frente de ataque e com a escolha certa para “emparelhar” com ele o Benfica passe a marcar os golos que hoje não marca; e é de crer também que, com o regresso de Krovinovik, com Gelson e Gabriel, Benfica passe a ter o que até hoje lhe tem faltado ao mais alto nível. Claro, que para jogar contra o Nacional da Madeira ou contra as equipas do quarto lugar para baixo, o Benfica não precisa de nada disto. Mas para jogar ao mais alto nível na Europa, seja contra o Bayern seja contra o Ajax ou contra o AEK, precisa e muito. E quanto mais depressa melhor!


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O MINISTÉRIO PÚBLICO E AS LIGAÇÕES DO HACKER QUE ASSALTOU O BENFICA




AS DÚVIDAS LEGÍTIMAS DE QUEM OBSERVA

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Como é do conhecimento geral, a caixa de correio electrónico do Benfica foi assaltada, tendo o director de comunicação do Futebol Clube do Porto feito largo uso desse assalto, em proveito do clube em nome do qual actua.


O mais normal perante uma situação destas seria que as autoridades que tem por missão a investigação criminal iniciassem imediatamente uma investigação sobre o sucedido, começando essa investigação pelo lado mais visível do crime – ou seja, por aquele que indiciariamente se perfila como assaltante ou, no mínimo, como receptador do material furtado.

Teria o MP procedido do mesmo modo se em vez do Benfica tivesse sido, por exemplo, o Continente a entidade assaltada e o Pingo Doce tivesse sido o divulgador do material furtado? Teria o MP procedido como procedeu?

Apesar das sucessivas queixas do Benfica, o que fez o Ministério Público? Quanto aos assaltantes nada, o director de comunicação do Futebol Clube do Porto continuou tranquilamente a divulgar a correspondência roubada, chegando ao supremo limite de ter afirmado que estava a “fazer serviço público”! Se o MP quanto ao presumível assaltante ou receptador, nada fez, já o mesmo se não poderá dizer relativamente Benfica. Partindo do material roubado, que só era importante por ter sido roubado, já que substantivamente pouca ou nenhuma importância tinha ou tem, o Ministério Público abriu uma investigação ao Benfica para fazer legalmente o que os ladrões tinham feito ilegalmente: conhecer a correspondência privada do Benfica para com base nela averiguar a possibilidade da existência de qualquer comportamento penalmente punível. Ou seja, as reclamações e queixas do Benfica não só não foram atendidas, como resultaram no seu contrário.

A partir dessa altura, da altura em que se fizeram, legalmente, as buscas na Luz, multiplicaram-se na comunicação social os emails do Benfica, não se sabendo quais os roubados e quais os publicados em violação do segredo de justiça. Somente o Ministério Público o poderá dizer, embora a avaliar pelo que se tem passado em processos em segredo de justiça, mediaticamente acompanhados, o Ministério Público conviva razoavelmente bem com essa violação do segredo de justiça.

E foi necessário que o Benfica tivesse recorrido à justiça civil para pôr finalmente cobro a esta pouca vergonha, não sem que antes tenhamos assistido a uma inacreditável decisão de primeira instância de um tribunal do Porto, rapidamente corrigida por um acórdão da Relação, que impôs, mediante a estipulação de uma pesadíssima sanção pecuniária compulsiva, a obrigação de o comunicador do Futebol Clube do Porto cessar imediatamente a publicação dos emails, os quais, todavia, continuaram a publicar-se num blogue anónimo associado ao Sporting Clube de Portugal, muito provavelmente em consequência de um entendimento com o Futebol Clube do Porto.

Mais uma vez a passividade do Ministério Público foi exageradamente notória: nada fez de palpável para investigar a autoria daquele blogue, continuando sempre mais interessado em investigar o Benfica do que em investigar, acusar e reprimir os que assaltaram o Benfica!

É neste específico contexto que alguém ligado ao Benfica pelo amor clubístico, certamente sofrendo dolorosamente a injustiça que todos os benfiquistas sentiram ao ver na praça pública enxovalhado o nome do clube com suposições fantasistas e presunções absurdas, se sentiu ele próprio na obrigação moral de facultar ao Benfica o seu próprio conhecimento sobre as investigações em curso. Se para tanto teve de violar algumas regras e entrar num domínio que, apesar de constantemente devassado perante a complacência do Ministério Público, não deixa de ser reservado e protegido por lei, será normal que venha a ser penalmente responsabilizado, não obstante as razões que motivaram a sua actuação e sem prejuízo de contar com a solidariedade e compreensão dos benfiquistas. Se…

Estávamos nós assistindo à primeira fase deste processo, que culminou com a absurda acusação da SAD do Benfica, acompanhada da ameaça de sanções acessórias, cujo fundamento parece ter sido mais inspirado no fanatismo de um adepto rival do que num verdadeiro raciocínio jurídico, quando uma revista de informação semanal revelou o que nem o Ministério Público nem a Polícia Judiciária foram capazes de descobrir – a identidade do “hacker” que assaltou o Benfica!

E quem é ele? É um adepto do Futebol Clube do Porto, nado e criado nos meandros do Canelas Futebol Clube, onde tem amigos e “correligionários”, entre eles um conhecido comentador do Porto Canal que amiudadamente convive tanto na televisão como fora dela, como o “comunicador” do Futebol Clube do Porto.

É sabido, toda a gente sabe, que os “hackers” não trabalham de graça. E sobre este, em concreto, correm na comunicação social notícias de que teria tentado (outros afirmam mesmo que conseguiu) extorquir da Doyen uma avultada quantia para deixar de publicar documentos roubados sobre aquele fundo.

Seja assim ou não, o certo é que até hoje o Ministério Público nada fez, pelo menos, com projecção pública. Agora analise-se a similitude de comportamento e cada um tire as suas conclusões.

Depois que o tal blogue afecto ao Sporting deu público conhecimento de que havia alguém no sistema judiciário dando informações ao Benfica sobre o conteúdo dos processos relacionados com o Benfica, o Ministério Público não perdeu tempo: descobriu o autor ou autores dessas presumíveis violações, fez buscas nos seus domicílios, no de um funcionário do Benfica e na própria SAD, tendo até detido o dito funcionário para efeitos de inquirição e pedido logo a seguir medidas de coacção para os investigados, sendo algumas delas decretadas, uma das quais a de prisão preventiva.

E o que fez o Ministério Público depois de saber quem é o assaltante do Benfica, depois de identificados os seus amigos e a sua ligação ao Futebol Clube do Porto, principal beneficiário do assalto? Nada, absolutamente nada! Fez buscas na SAD portista para apurar da sua ligação ao hacker assaltante? Fez buscas domiciliárias ao “comunicador” do FC do Porto e ao seu amigo comentador? Investigou os seus computadores e telefones? Nada, absolutamente nada.

Como se explica semelhante comportamento? Como se explica também que um Vice-presidente do Sporting tenha depositado dinheiro na conta de um fiscal de linha para depois o acusar de corrupção e nada tenha acontecido ao Sporting? Como se explica que um dirigente do Sporting tenha sido detido e mais tarde posto em liberdade, depois da prestação de pesada caução, por suspeita de viciação de resultados desportivos, fundadas em inequívocas escutas telefónicas, e nada mais até hoje tenha acontecido, apesar de a juiz de instrução criminal ter dito na decretação das medidas de coacção que o processo estava praticamente instruído? Como se explica que na sequência destas investigações o então presidente do Sporting nunca tenha sido ouvido, nem a SAD sportinguista tenha sido alvo de buscas? Como se explica’

São coincidências a mais para se aceitar uma qualquer explicação.

Resta perguntar à Senhora Procuradora Geral de Justiça, que alguns tanto se afadigam em reconduzir em novo mandato, quem manda naquela casa? Como pode haver tão graves e desprestigiantes comportamentos, Senhora doutora Joana Marques Vidal? Como pode?

A conclusão parece óbvia: no Porto não se investiga nada que possa molestar o FCP, que parece estar sob a alçada de outros poderes diferentes dos que decorrem da Constituição da República. No Sporting, começa por investigar-se algumas situações gritantemente ilícitas…mas nada acontece depois – tudo tende a cair no esquecimento como caiu o comportamento do Vice-presidente e como parece vir a cair o do director do departamento de futebol.

No Benfica, pelo contrário, faz-se buscas, viola-se o segredo de justiça, comunica-se às televisões e aos jornais o que se vai passar para que se possa assistir ao vivo ao espectáculo, fomenta-se a calúnia com notícias parcelares, descontextualizadas e unilaterais, acusa-se apesar de os fundamentos da acusação parecerem â comunidade jurídica irrelevantes e inconsistentes. De qualquer modo, o serviço fica feito…

É assim que se desprestigiam as instituições!