BENFICA –
AVISO À NAVEGAÇÃO
Os próximos 5 jogos do Benfica - Santa Clara, Arouca, Braga,
Casa Pia e Paços de Ferreira – são decisivos para o futuro desta época, tanto a
nível interno como internacional.
Não interessa continuar a insistir nas arbitragens. O Benfica
tem obrigação de saber que raramente poderá contar com o benefício da dúvida nesta
matéria. Foi assim na primeira parte do campeonato, foi assim também nas
últimas três temporadas e não é de acreditar que isto venha a sofrer
modificações por mais veementes que sejam os protestos.
O Benfica tem de ganhar inequivocamente como fez na primeira
parte da época. Também não adianta estar a fazer comparações. É sabido desde há
muito que o Porto não está sujeito à expulsão de jogadores por duplo amarelo.
Há muito que é assim. Pinheiro foi a excepção, mas no fim me dirão quantos mais
jogos voltará ele a apitar do FCP até ao fim da sua carreira, a menos que exiba
publicamente uma penitência nunca vista. Já foi um avanço considerável, desde a
introdução do VAR, que os fora de jogo das equipas adversárias deixassem de ser
assinalados pelos centrais do Porto, isto apesar de as famosas linhas do
sistema português em vigor terem anulado dezenas de golos válidos ao Benfica.
Veremos se será este o sistema que continua em vigor em Portugal ou se será introduzido
o que vigorou no Mundial. Também já é um avanço significativo a revogação da
regra que permitia aos guarda-redes do Porto defender com as mãos fora da área,
embora a outra regra – a de defenderem bolas dentro da baliza – continue a
vigorar nos momentos difíceis, pelo menos até ser introduzido o sistema já em
vigor em quase todo o lado.
Em resumo, vamos é jogar e deixamo-nos lamentos. E sobre esse
aspecto há legítimas preocupações que não podem ser eludidas – o Benfica perdeu
gás desde a interrupção do campeonato, como se viu contra o Penafiel, o Estrela
da Amadora, o Moreirense, o Sevilha (particular), o Braga, o Portimonense e o
Sporting. Aquele Benfica que encantou a Europa e que deixou de rastos os “dragartos”
não voltou a aparecer.
A paragem prolongada é uma explicação, mas não é suficiente
para explicar tudo. Houve jogadores que baixaram de rendimento e na parte propriamente
técnica nem tudo correu bem (substituições atrasadas, quebra física, etc.).
Vamos todos tentar passar a mensagem de que temos de voltar a
ser iguais ao que já fomos e não esperar pacatamente que essa qualidade renasça
sem uma grande força interior que a impulsione.