sexta-feira, 28 de março de 2014

PERDER CANSA MUITO


 

MAS JESUS NÃO SE CONVENCE...



Se havia necessidade de provar que há dois “Benficas”, um com Fejsa e Enzo Pérez, no meio e com Markovic, Rodrigo, Lima e Gaitan na frente e outro com Rúben Amorim e qualquer outro no meio campo, e com Salvio, Cardozo e Sulejmani na frente, essa prova ficou ontem definitivamente feita no Porto.

Um Benfica irreconhecível, incapaz de construir uma jogada, perdendo bolas umas atrás das outras, um Benfica de pontapé parta a frente, completamente dominado por um Porto que não tem sido capaz de dominar sequer as mais fracas equipas que este ano defrontou, foi o Benfica que ontem tivemos no Dragão durante toda a primeira parte. Na segunda, compôs-se um pouquinho, principalmente depois da entrada de Gaitan e mais tarde, quase no fim, de Markovic, mas mesmo estes já nada de essencial poderiam mudar, porque o pior já estava feito.

Por todas as razões, desde logo as psicológicas, mais importantes que quaisquer outras pelo que aconteceu o ano passado, o Benfica tinha obrigação, o Benfica precisava de ganhar no Dragão ou, no mínimo, de não perder. O que o Benfica não precisava nada, mesmo nada, era de perder contra o Porto e ainda menos de fazer uma triste e pobre exibição, que só não teve outra consequência ao nível do resultado por sorte, muita sorte.

Jesus do alto da sua auto-suficiência entende que dá descanso aos jogadores não os pondo a jogar em jogos importantes e decisivos, deixando a sorte da equipa entregue aos acasos do jogo. Os melhores jogadores do Benfica têm de estar preparados, tal como os do Real Madrid ou do Barcelona ou do Chelsea, para jogar duas vezes por semana e para jogar todos os jogos importantes e decisivos.

Jogar e ganhar não cansa. O que cansa é perder, tanto para quem joga como para quem não joga. A equipa ficou ontem muito mais fatigada e descrente ao fim daqueles tristes 90 minutos do que teria ficado se tivesse feito um jogo de grande intensidade e tivesse ganho. Mas isto Jesus não percebe. Jesus não tem ponta final. Como o ano passado se viu e este ano se poderá ver novamente…

Hoje, pense Jesus o que pensar, o Benfica não sabe jogar com Cardozo. Aquele futebol de pontapé para frente não é nada. Além de que Cardozo não está jogando realmente nada como ontem mais uma vez se viu. De realçar também a péssima exibição de Rúben Amorim na primeira parte que falhou passes em série e esteve quase sempre mal posicionado. Infelizmente, também Garay esteve irreconhecível. Com o esquema de jogo de ontem até Rodrigo desaprende, apesar de ter sido juntamente com Luisão o melhor que o Benfica apresentou em campo. Mas Rodrigo não pode, por muito bom que seja e por melhor que seja a sua forma, fazer o papel dele e de mais dois. Não é humano exigir-lhe isso. Saiu duplamente cansado: por se ter esforçado tanto em vão e por ter perdido.

Em conclusão: dificilmente o Benfica passará à eliminatória seguinte, a derrota por 1-0 fora é, nas provas a eliminar, um péssimo resultado. Diz a história que neste tipo de provas mais vale, no primeiro jogo, perder em casa por 1-0 do que fora pela mesma marca. Se a memória não falha nunca o Benfica perdeu uma eliminatória depois de uma vitória em casa, no primeiro jogo, por 1-0. Por isso, as hipóteses do Benfica são escassas e serão nulas se Jesus insistir em não colocar a jogar a melhore equipa.

Jesus não compreendeu o que ontem se jogava no Dragão. Domingo, em Braga saber-se-á...

Finalmente, pelo que se vê e pelo que se ouve que é de crer que, na próxima época, o Porto  queira ficar ou com Jesus ou com Leonardo Jardim. O Benfica, desde que devidamente ressarcido, não deve ficar muito incomodado com isso. Mas cautela, nada de contratar um treinador que até hoje, como jogador ou como treinador, só jogou ou só treinou equipas pequenas. Se os erros do Porto servem para alguma coisa...esta é uma delas.

 


quarta-feira, 26 de março de 2014

QUEM NÃO GOSTA DO TREINADOR DO PORTO?


 

HOJE À NOITE PORTO-BENFICA PARA A TAÇA
 

 

Depois de mais uma jornada para a Liga, que foi mais empolgante lá fora, principalmente em Espanha e em Inglaterra, do que cá dentro, não houve verdadeiramente nada de importante a assinalar. Até o Sporting esteve mais ou menos calado relativamente ao jogo que fez na Madeira, embora tivesse mais uma vez mostrado a sua boa educação nuns comentários feitos a propósito de um jogo passado. Assim algo como uma digestão retardada…

Pois bem, o Benfica ganhou concludentemente à Académica, sendo muitíssimo injustas as palavras que o treinador da Briosa dirigiu à sua própria equipa, sejam elas entendidas à letra – dirigidas à Académica – sejam elas interpretadas com o sentido que verdadeiramente ele lhes quis dar – desvalorização da vitória e da exibição do Benfica. Mas também não é de admirar vindas elas de onde vieram. O que o treinador da Académica deveria ter dito é que nunca este ano levou uma lição de futebol equiparável à que no domingo levou na Luz, apesar das suas “brilhantes estratégias” para a impedir.

O Sporting ganhou bem na Madeira, embora a defesa do Marítimo seja muito permissiva e o meio-campo pouco compacto. Mas disso o Sporting não tem culpa e, claro, com a vitória alcançada tratou logo de fazer a comparação com as derrotas que o Benfica e do Porto sofreram no mesmo Estádio. Os dirigentes não tiraram publicamente conclusões, mas a gente advinha as que lhes iam na cabeça. Como o Sporting verdadeiramente só é notícia pelas pressões e tentativas de coacção que exerce sobre os árbitros convém recordar as palavras de Victor Pereira que na semana que antecedeu o jogo da Madeira revelou que os árbitros estavam com medo e que muitos deles temiam pela vida e integridade física tanto deles como dos que lhes são próximos, já que as ameaças por todos os meios, inclusive, por telefonemas anónimos não paravam de lhes chegar. Espantoso é que sendo este o estado anímico dos árbitros ninguém tome medidas disciplinares sérias para pôr cobro a esta situação, já que toda a gente sabe donde partem essas pressões e quem tornou público os telefones e as moradas dos árbitros. Por que razão ninguém actua?

O Porto ganhou com muita dificuldade a um Belenenses que jogou com dez toda a segunda parte, quando, se o árbitro tivesse tido coragem, poderia ter jogado em vantagem pelo menos durante toda a primeira parte por expulsão de Mangala logo no começo, por conduta violenta. Acabou, todavia, por ganhar e do Porto, não obstante o empenho que os jogadores estão pondo nos jogos, o que verdadeiramente sobressai é o treinador, Luís de Castro, uma pessoa de quem toda a gente gosta. Correcto, educado, cortês, competente, simpático e profissional. É difícil aparecer no futebol alguém como ele.

Em Espanha, o Real Madrid perdeu em casa com o Barcelona por 3-4 e ficou igualado com o Atlético de Madrid na frente e ficando ambos apenas a um ponto do Barça. No pior estilo português Ronaldo atribuiu ao árbitro a responsabilidade pela derrota. Sim, o árbitro incorreu no erro de ter assinalado uma grande penalidade a favor do RM por falta sobre Ronaldo cometida fora da área. Na mesma onda alinhou Sérgio Ramos, que já deve ser hoje o recordista mundial das expulsões. Só no RM já leva 25! Claro, culpa dos árbitros.

Em Inglaterra, Mourinho que é um homem com sorte, depois de ter na conferência de imprensa humilhado Arsène Wenger com palavras sarcásticas e impróprias, pelas quais um dia há-de pagar, acabou por no campo ver a sua equipa infligir ao Arsenal uma contundente derrota por 6-0. Mais uma vez o Arsenal começa bem e acaba mal, outras começa mal e só tarde e a más horas recupera. O Chelsea continua em primeiro, mas o campeonato ainda não está ganho. Tanto o Manchester City como o Liverpool poderão lá chegar, apesar da irregularidade de que ambos dão mostras.

Logo à noite, o Benfica parte tranquilo e confiante para jogar com o Porto a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal. Provavelmente, com tranquilidade a mais. No entanto, se o Benfica jogar – como deve – com a equipa tipo, dificilmente perderá. Mas se Jesus insistir na rotação em jogos importantes e decisivos como este, dificilmente ganhará sendo muito mais provável que perca, não necessariamente contra a classe do Porto, mas sobretudo contra a vontade do Porto…

sexta-feira, 21 de março de 2014

OS SORTEIOS DA UEFA


 

BENFICA E PORTO COM JOGOS ACESSÍVEIS
Así quedan los cuartos de final de la Champions League
 
Basilea-Valencia y Porto-Sevilla en cuartos de la Europa League

 

Na Liga dos Campeões o sorteio emparelhou as equipas mais fortes com as teoricamente mais fracas. Nesse aspecto, Mourinho que costuma ser bafejado pela sorte desta vez não teve a fada da fortuna a protegê-lo. Por um lado, o sorteio não ditou nenhum encontro entre dois “tubarões”, o que seria útil para Mourinho porque, nesse caso, um deles ficaria depois dos quartos de final necessariamente de fora, e, por outro, porque o adversário do Chelsea – PSG – faz com que este seja o jogo provavelmente mais equilibrado dos quatro.

O Real Madrid que é, este ano, juntamente com o Bayern de Munique, o grande favorito, não deverá ter agora as mesmas dificuldades que teve o ano passado com o Borússia Dortmund, ao qual não conseguiu ganhar tanto na fase de grupos como nas meias-finais. O Real Madrid está a jogar incomparavelmente mais com Ancelotti do que com Mourinho e o Dortmund está claramente mais fraco do que no ano passado – em segundo lugar na Bundesliga a 23 pontos do primeiro (Bayern).

O Bayern, o outro grande favorito, vai defrontar-se com um destroçado Manchester United - em sétimo lugar na Premier League a 18 pontos do primeiro - que está a léguas do que costumava, em regra, ser com Fergusson. Em princípio, passará apesar das dificuldades que manifestou nos oitavos contra o Arsenal.

O Barcelona, a quem calhou em sorte o Atlético de Madrid, também seguirá em frente, apesar da boa época que o Atlético está fazendo em Espanha e na Europa. Mas não é crível que em dois jogos o Atlético leve a melhor.

Finalmente, o Chelsea - PSG vaticina-se como o encontro mais equilibrado da jornada. Somente Mourinho, de um lado, com as suas tácticas superdefensivas e com o seu futebol pouco corajoso, resultadista ou até covarde, como alguns dizem, e Ibrahimovic, do outro, com a sua classe e o seu talento o poderão desequilibrar.

Na Liga Europa, a II Divisão da Europa, tanto o Benfica como o Porto se podem dar por felizes, quer por o sorteio não ter ditado um confronto entre ambos, quer por terem sido poupados a uma disputa com a Juventus ou até mesmo com o Valência. Em princípio, passarão à fase seguinte, embora o Benfica não possa facilitar como ontem aconteceu, sob pena de ficar pelo caminho. Jorge Jesus tem de se convencer que o Benfica tem plantel para jogar nas várias competições em que está.

Ao Benfica saiu o AZ Alkmaar que está na Liga Holandesa a 19 pontos do primeiro, o Ajax, e tem no campeonato 12 vitórias, 12 derrotas e 4 empates. Enfim, uma equipa contra a qual o Benfica tem a obrigação de resolver a eliminatória logo no primeiro jogo.

O Porto defrontará o Sevilha que está em sétimo lugar no campeonato espanhol a 26 pontos do primeiro (Real Madrid) com 12 vitórias, 8 empates e 8 derrotas. Apesar da irregularidade da equipa portista, também não se espera – não se pode esperar - outro resultado que não seja a passagem à fase seguinte.

quinta-feira, 20 de março de 2014

BOA EXIBIÇÃO DO PORTO EM NÁPOLES



SUSTO DO BENFICA NA LUZ
Dragão calou o inferno de San Paolo na noite de Fabiano
 

O Benfica apresentou-se hoje na Luz contra o Tottenham com uma formação que indiciava que a eliminatória estava ganha, diga Jorge Jesus o que disse sobre este assunto. E de facto, essa foi a impressão com que se ficou durante grande parte do jogo, não apenas pelo lado do Benfica mas também pelo lado do Tottenham. A equipa inglesa parece ter entrado em campo com a convicção que a sorte da eliminatória estava traçada.

Acabou por não ser assim, embora durante largos minutos tenha sido assim. Na primeira parte o Benfica foi trocando a bola, aqui e ali com alguma arte, com a defesa a responder sempre eficazmente a todas as situações, embora fosse evidente para todos que assistiam ao jogo que o Benfica não conseguia ser acutilante.

Com uma equipa que apenas manteve os cinco habituais da defesa – Oblak, Maxi, Luisão, Garay e Siqueira - e com seis jogadores não habituais daí para a frente – Ruben Amorim, André Gomes, Salvio, Djuricic, Cardozo e Sulejmani – o Benfica nunca conseguiu, nem de perto nem de longe, fazer pelo centro do terreno o jogo que costuma fazer. Tudo se passava pelas alas, como em épocas passadas, com correrias de Salvio e de Sulejmani e mais umas quantas de Maxi e de Siqueira, quase sempre inconcludentes, salvo na jogada em que o Benfica fez o primeiro golo. Pelo centro nada, ou quase nada. Cardozo quase não tocou na bola e Djuricic das vezes que foi a jogo nunca tinha a quem passar.
Conclusão óbvia: a jogar neste estilo ou, se se pretender, com este esquema, o Benfica não vai longe. E se está mais longe do que é habitual e se está em regra mais compacto, é porque joga doutra maneira. Ou seja, Marcovic, Lima e Rodrigo impuseram outro estilo de jogo. Um tipo de jogo que com Cardozo em campo não é possível.

E foi isso o que mais uma vez aconteceu: o Benfica dominou, mas salvo o golo de Garay e antes por Luisão, também num cruzamento, nunca esteve à beira de marcar. Um desequilíbrio no segundo tempo, a menos de quinze minutos do fim, permitiu ao Tottenham marcar o primeiro golo e logo a seguir o segundo numa jogada normal em futebol. A partir desse momento o Benfica tremeu e só não foi para prolongamento porque Oblak fez três grandes defesas em remates que qualquer um deles poderia ter dado em golo. Depois do nonagésimo minuto lá veio um penalty, indiscutível, que Lima converteu, tirando o Benfica do sufoco em que se deixou envolver e que além do mais lhe permitiu manter a invencibilidade em casa.

Uma coisa porém é certa, se o Benfica quer à final da Liga Europa, Jesus vai ter de jogar com a equipa principal nos próximos jogos. Hoje acabou a rotação se se quer ganhar. E os jogadores do Benfica, como os do Real Madrid, do Barcelona, do Bayern e das demais equipas que estão nas competições europeias, têm de estar preparados para jogar duas vezes por semana. Jogar duas vezes por semanas nesta fase do ano não é uma sobrecarga, é uma honra.

Bem melhor que o Benfica esteve o Porto em Nápoles, onde também empatou por 2-2, depois de ter estado a perder por 1-0, ter revertido o resultado para 1-2 e, na compensação, ter permitido o empate.

É verdade que o Porto demonstrou fragilidades, principalmente posicionais, mas não só. O meio campo não tem jogadores à altura das aspirações do Porto, mas uma grande força de vontade, a que Luís Castro não é de forma alguma alheio, uma extraordinária exibição de Fabiano, a eficácia de Ghilas e a magia de Quaresma fizeram o resto.

Se na primeira parte o Nápoles foi superior, na segunda o Porto aguentou-se muito bem e a partir do primeiro golo dominou animicamente o jogo, permitindo esse domínio que Quaresma tivesse feito um golo de antologia. Todavia, o Nápoles continuou a insistir, mas contou sempre com Fabiano, seguramente o melhor jogador em campo.

Em conclusão: Benfica e Porto estão nos quartos-de-final da Liga Europa, Rúben Amorim e Quaresma têm de ser seleccionados enquanto Varela dificilmente aguentará o lugar na selecção.

Última conclusão: o Presidente do Sporting, os Ribeiros Cristóvãos, os Eduardos Barrosos e todos os que com eles se identificam deveriam ver estes dois jogos e a partir deles perceber a sorte que o Sporting tem por se encontrar no segundo lugar da Liga portuguesa. Se não forem capazes de compreender, que metam explicações…

UM UCRANIANO DA PRAÇA MAIDAN EM ALVALADE



HÁ UM CLIMA DE VIOLÊNCIA EM ALVALADE
 

 

Há indiscutivelmente um clima de violência nascente em Alvalade. Não se trata apenas de pressão e de coacção psicológica e física sobre os árbitros. É muito mais do que isso.

O clima de coacção sobre as arbitragens não começou com este presidente que mais à frente tentaremos caracterizar. Essa pressão começou antes, na presidência de Godinho Lopes, quando, segundo os relatos da imprensa, um vice-presidente do Sporting, acusado de uma série de actos criminosos, tentou coagir os árbitros através de manobras ilícitas que iam desde o depósito de dinheiro nas suas contas para depois os acusar de corrupção até à publicação das suas moradas, das matrículas dos seus automóveis e da identificação dos seus telefones, passando pela espionagem da sua vida privada com fins que só poderiam ser os de chantagem. Incompreensivelmente, o Sporting ficou impune e tanto o Porto como o Benfica, além naturalmente dos outros clubes, calaram um protesto a que deveriam ter dado corpo obrigando os órgãos disciplinares a agir em conformidade. E essa acção só poderia passar pela descida de divisão do Sporting, pois como neste blogue então dissemos e demonstrámos, esses actos, relatados pela imprensa, foram praticados por alguém que desempenhava funções directivas no clube e agindo nessa qualidade. Hoje já todos podem avaliar as consequências desse silêncio.

Agora, a conversa do Sporting subiu de tom. E não interessa tanto comentar a imbecilidade subjacente à maior parte das considerações que os dirigentes e adeptos fazem sobre os alegados prejuízos do Sporting, porque essas considerações de tão ridículas e primárias quase nem mereceriam resposta, como o clima de violência verbal entretanto criado que só pode ter por objectivo um efeito intimidativo e inibitório sobre os árbitros, como já teve na última jornada da Liga, na qual as arbitragens do Benfica e do Porto (este jogando contra o Sporting) foram manifestamente condicionadas por esse clima intimidatório criado pelo Sporting para dele colher, ilicitamente, benefícios.

O principal fautor deste clima, não podendo por isso deixar de ser responsabilizado e severamente punido, é o dirigente máximo do clube – Bruno Carvalho. Este protagonista do “desporto/ameaça”, do “desporto/intimidação” é pelo seu discurso, pela má criação da sua linguagem, pelos seus modos e atitudes uma espécie de ucraniano da Praça Maidan perigosamente à solta no futebol português, acolitado, tristemente acolitado, por arrogantes e presunçosos sportinguistas entre os quais se destaca pela repulsa mediática que provoca a qualquer pessoa normal um tal Eduardo Barroso, herdeiro do que há de pior no adepto do futebol português.

Esta burguesia decadente e esta nobreza falida de que o Sporting se recheia nunca foi capaz de conviver com a democracia. Apoiantes de um clube que em tempos não muito recuados foi dirigido por legionários, por destacados dirigentes da União Nacional e prestimosos colaboradores da ditadura não seria exigível esperar deles e das suas impotentes ideias de grandeza outro comportamento do que aquele que agora estão tendo.

E não há muito tempo a perder: ou o futebol actua contra eles ou eles destruirão o futebol. Eles são gente perigosa…

terça-feira, 18 de março de 2014

BENFICA, CLASSE DE CAMPEÃO



BENFICA CONSOLIDA LIDERANÇA
 

 

No jogo desta noite, na Choupana, o Benfica venceu concludentemente o Nacional por 4-2. O jogo não poderia ter começado pior para o Benfica: um árbitro incompetente marcou um penalty por Luisão ter jogado a bola com o joelho. O Nacional entrou em campo praticamente a ganhar. Mas essa momentânea vantagem do Nacional não foi suficiente para impedir o Benfica de mostrar a classe do seu futebol e reverter uma situação que o árbitro incompetentemente criara.

De facto, por volta dos doze minutos o Benfica começou a dominar o jogo e pouco depois empatou numa boa jogada entre Marcovic e Rodrigo, finalizada por Lima. Rodrigo que já tinha dado mostras de estar ali para virar o resultado, marcou pouco depois o golo da jornada. Flectindo da direita para a esquerda rematou fortíssimo, sem possibilidade de defesa para o guarda-redes. Em pouco tempo o Benfica virou o jogo e deitou por terra o erro do árbitro.

Do golo de Rodrigo até ao fim da primeira parte, o Benfica continuou a dominar, tendo Gaitan perdido incrivelmente um golo, rematando sobre a barra, em posição frontal. A finalizar a primeira parte num canto que se seguiu a uma das muitas jogadas de ataque do Benfica, Gaitan cruzou largo para o segundo poste tendo Garay marcado um grande golo de cabeça.

Com a diferença de dois golos, o Benfica abordou a segunda parte com calma, fazendo passar o tempo e gerindo o resultado. O Nacional ia atacando sem grande convicção e sem criar perigo, cabendo ao Benfica trocar a bola quando a recuperava sem contudo nunca impor um ritmo que indiciasse a vontade de marcar o quarto golo. Para o Benfica, o 3-1 chegava.

Aconteceu que numa jogada atípica, o Benfica ficou descompensado na rectaguarda tendo o Nacional marcado o segundo golo. Faltavam dez minutos para o termo do encontro. O Benfica não tremeu mas temeu que numa bola parada ou num ressalto o Nacional pudesse empatar e se isso acontecesse escassearia o tempo para recuperar. E esteve perto de acontecer. Num livre cruzado, Oblak hesitou entre sair e não sair e o jogador do Nacional falhou a cabeçada que a ter acontecido poderia ter resultado em golo.

Mas não resultou e na jogada seguinte, também na sequência de um canto, um novo cruzamento colocou a bola na cabeça de Garay que não perdoou. Estava feito o resultada e reposta a justiça no jogo e no resultado.

O Benfica mostrou classe de campeão. Perante um penalty inexistente, em vez de ficar a “chorar” durante o jogo todo e de fazer desse erro um “casus belli”, o Benfica respondeu em campo aos erros de arbitragem.

Com esta vitória o Benfica fica sete pontos à frente do Sporting e doze à frente do Porto.

 

segunda-feira, 17 de março de 2014

SPORTING GANHA EM OFFSIDE


 

PORTO ARREDADO DO TÍTULO
 
Sporting derrota FC Porto com golo em fora-de-jogo

 

O jogo de ontem à noite entre o Sporting e o Porto terminou com a vitória dos leões com um golo de Selimani marcado em fora de jogo.

Na primeira parte o Porto foi francamente melhor, apesar das debilidades que a equipa continua a apresentar. Nesse período Quaresma foi indubitavelmente o melhor elemento em campo, mas nem sempre devidamente acompanhado pelos colegas de equipa, nomeadamente Varela, que continua muito aquém das suas capacidades.

Nesse mesmo período o Sporting foi fazendo o que pôde, que foi muito pouco, já que nem um único remate fez à baliza dos portistas. Aparentemente o Sporting não tem equipa para ocupar o segundo lugar ou então, a ocupá-lo, deveria estar muito mais distanciada do primeiro classificado, já que é muito grande a diferença de qualidade entre ambos.

Na primeira parte o árbitro exagerou no amarelo a Danilo cuja entrada, em falta, sobre o avançado do Sporting não justificaria aquela punição.

Na segunda parte, o Sporting, sem ter feito uma grande exibição, conseguiu numa primeira fase equilibrar o jogo e depois superar o adversário, a partir da marcação do golo. O Porto caiu bastante relativamente à primeira parte, principalmente por Quaresma ter quebrado fisicamente. E também em consequência dos efeitos psicológicos resultantes da lesão de Helton.

Nesta segunda parte, o árbitro cometeu um erro grave ao validar o golo do Sporting obtido em fora de jogo, à semelhança de outros de que esta época tem beneficiado. Mas há também uma jogada, em que na sequência da marcação de um canto, Jackson é rasteirado por Adrien, sendo absolutamente irrelevante do ponto de vista das leis do jogo o local onde aa bola na altura se encontrava. Não importa também saber se em circunstâncias semelhantes os árbitros marcam ou não penalty, o que importa é saber o que manda a lei. E a lei manda marcar penalty naquele caso. E importa também saber que o Sporting, que demagogicamente tanto se queixa das arbitragens, voltou a ganhar um jogo muito importante por favores da arbitragem.

Os comentadores sportinguistas exultaram mais uma vez com a prestação de Wilson Eduardo. Trata-se de uma apreciação manifestamente exagerada. Em primeirto lugar, o jogador em questão não é elegante a jogar, o que logo denuncia as suas fragilidades técnicas, depois é muito faltoso e terceiro lugar falha passes com muita frequência. É, de facto, um jogador combativo, que ocupa bem o seu espaço, mas está ainda muito longe de ser um grande jogador.

Finalmente, Pedro Proença voltou a exagerar na punição a Fernando cuja conduta, embora incorreta, por provocação de Montero, não merecia punição tão severa.

 

sexta-feira, 14 de março de 2014

GRANDE LUISÃO


 

BENFICA VENCE EM WHITE HART LANE
Um, dois, três, a conta que o Benfica fez
 

Antes falar sobre o jogo de hoje, em Londres, contra o Tottenham, convém fazer dois esclarecimentos, ambos relacionados com o treinador do Benfica, Jorge Jesus.

Em primeiro lugar, é verdade que durante as quase cinco épocas que o Benfica leva sob a orientação de Jesus, a equipa tem tido uma boa prestação na Liga Europa. Muito melhor do que aquilo que infelizmente vinha sendo hábito nos quinze anos anteriores à sua chegada ao Benfica. Esta prestação, porém, não pode nem de perto nem de longe comparar-se com as gloriosas jornadas europeias que o Benfica fez, no século passado, durante toda a década de sessenta e parte da de setenta, além naturalmente de duas brilhantes épocas no fim da década de oitenta. E não pode haver comparação possível porque as jornadas gloriosas do Benfica aconteceram na Taça dos Campeões Europeus, que é prova rainha do futebol europeu, e não na segunda divisão europeia que é, quer se queira quer não, a Liga Europa. Na Liga dos Campeões, Jesus nunca fez nada de assinalável. Pelo contrário, tem sido quase sempre eliminado. Ronald Koeman fez melhor do que ele.

Em segundo lugar, o Benfica, o grande Benfica, tem por tradição respeitar os seus adversários. Ora, já é a segunda vez que Jorge Jesus é apanhado como um vulgar rufia a provocar o treinador da equipa adversária sempre que o Benfica está a fazer uma grande exibição. Já fez isso com Manuel Machado e voltou a fazê-lo hoje com o treinador do Tottenham. O gesto de Jesus é antidesportivo e se há país no mundo onde tal gesto nunca se justificaria é exactamente na Inglaterra. Mais uma vez foi o seu adjunto que veio em seu socorro, adjunto que ele mais uma vez empurrou prepotentemente. Jesus nem sequer tem legitimidade para se tornar arrogante com as vitórias porque a ele também estão ligadas algumas das mais humilhantes derrotas do Benfica. Que se lembre disto e que não arranje desculpas esfarrapadas para o seu comportamento.

Dito isto, que nada tem a ver com o brilhantismo com que o Benfica se tem exibido desde que foi eliminado da Liga dos Campeões, tem de dizer-se que o Benfica fez uma notável exibição em Londres onde Luisão brilhou a grande altura.

O Tottenham é uma das melhores equipas inglesas logo a seguir aos quatro grandes, agora cinco desde que o M. City passou a estar nos lugares cimeiros da Premier League. E é sempre difícil vencer em Inglaterra. Aliás, há muitos, muitos jogos, que o Tottenham não perdia em casa para a Europa. Não terá sido um jogo tão emocionante como o de 1961, que o Benfica perdeu por 2-1, mas em que garantiu a passagem para a final da Taça dos Campeões Europeus, mas terá sido certamente ao nível da Liga Europa um grande jogo e uma excelente exibição.

De sublinhar o primeiro golo de Rodrigo, que também realizou uma excelente exibição, marcado com a técnica que somente um grande jogador tem. E sublinhar acima de todos, Luisão, que esteve imperial na defesa e excelente no ataque, onde fez dois golos. O terceiro golo do Benfica, o segundo de Luisão, é sem qualquer exagero um golo à Eusébio! Um golo muito parecido com o que Eusébio marcou ao Brasil no Mundial de 66.

Jesus deixou no banco Gaitan, Lima e Enzo Pérez, tendo posto a jogar Cardozo, Ruben Amorim e Sulejman, além de Sílvio ter substituído Maxi Pereira. Mas depois do golo do Tottenham fez entrar os habituais titulares. Cardozo não tem jogado, não tem ritmo nem está muito habilitado a este sistema de jogo. Enfim, uma vitória por 3-1 e uma grande noite em Londres.

No outro jogo de outra equipa portuguesa o Porto ganhou este ano pela primeira vez em casa para as competições europeias, derrotando o Nápoles por 1-0. Um resultado que nos jogos a eliminar em princípio chegará para passar, se o Porto estiver à sua altura…o que este ano raramente tem acontecido:

 

 

terça-feira, 11 de março de 2014

SPORTING CAI NO RIDÍCULO


 

MAS NÃO SÓ
 

Os jornais desportivos de hoje reproduzem com grande destaque as palavras ontem proferidas pelo presidente do Sporting sobre as arbitragens.

Para além do que se disse no post anterior, que não adianta repetir e que explica o que se está a passar, convém acrescentar que as afirmações e conclusões do dirigente sportinguista raiam o ridículo se forem para ser levadas a sério como parece que estão a ser pelos ser pelos comentadores do clube e pelos adeptos, embora nestes já seja mais normal a ausência de qualquer espírito crítico.

Diz Bruno de Carvalho que tiraram ao Sporting o direito de estar à frente do campeonato por lhe terem espoliado sete pontos! E depois enumera-os: Benfica (o Sporting tem um ponto a mais por golo irregular); Rio Ave (penalty que não foi marcado, 2 pontos a menos); Nacional (golo invalidado, 2 pontos a menos) Académica (golo invalidado, dois pontos a menos), Setúbal (penalty inexistente, 2 pontos a menos) o que feitas as contas dá sete (8-1=7), ou seja, o suficiente para ir à frente do campeonato!

Esquecendo a contabilidade relativa a outros jogos, que o presidente do Sporting propositadamente omite – os golos marcados em fora de jogo, os penalties por “faltas” cometidas fora do campo, etc. – esquecendo tudo isto, não deixa de ser espantoso como tão estranha contabilidade é depois repetida por pessoas aparentemente responsáveis nas actividades a que se dedicam como ocupação principal. Como é possível que essas mesmas pessoas percam completamente o tal sentido da realidade quando falam de futebol e caiam no ridículo de fazer afirmações sem nenhum sentido?

Pretender que um penalty corresponde a 2 pontos, significa não ter qualquer dúvida, ter a certeza absoluta de que o penalty é um golo certo. Mas se é um golo certo, por que se marca o penalty? Por que não se atribui logo o golo àquele que dele beneficia? E quem garante ao Sporting que se o penalty tivesse sido convertido o Rio Ave não empataria?

Mas quanto ao jogo contra o Benfica as contas ainda são mais ridículas. O presidente admite que o golo do Sporting foi precedido de fora de jogo. Então, para armar ao sério, Bruno de Carvalho tira o ponto que o Sporting ganhou, mas esquece-se de atribuir mais dois ao Benfica. É que se atribuísse já não poderia dizer que o Sporting iria à frente da classificação! Isto nem parece uma conversa de gente normal Mas também aqui se poderia dizer o mesmo que acima foi dito: quem garante a Bruno de Carvalho que o Sporting não poderia empatar ou até ganhar se essa jogada tivesse sido invalidada? Tudo daí para a frente poderia ter sido diferente.

Mas o mais grave não é o Sporting cair no ridículo, porque essa já uma situação em que o seu presidente e alguns dos seus comentadores o colocaram há muito tempo, o mais grave é das suas palavras depreender-se um claro apelo à violência. E não há nada mais gratuito e simultaneamente mais fácil de incendiar que a violência no futebol, principalmente a partir da altura em que há claques organizadas. Bruno de Carvalho deveria, por isso, ser exemplarmente punido pela justiça desportiva e como ele outros que façam idênticos apelos!

SPORTING EM PRIMEIRO, JÁ!


 

E TAMBÉM A PSIQUIATRIA, JÁ!


 

O Sporting tinha uma estratégia que a direcção de Bruno de Carvalho tentou pôr em prática desde que chegou à presidência, embora de uma forma um tanto ou quanto dispersa essa mesma estratégia já orientasse desde há alguns anos a prestação televisiva dos comentadores do Sporting.

Essa estratégia assentava no seguinte: como o Sporting não tinha poder, ou não tinha o poder que pretendia ter nos órgão dirigentes do futebol português, contrariamente ao que ele supõe passar-se com o Benfica e com o Porto, a única forma de não ser prejudicado seria protestar desde a primeira hora, com mais ou menos razão, ou até sem nenhuma, contra tudo o que não lhe corresse bem, imputando a culpa desse fracasso às maquinações de terceiros. Talvez assim o Sporting, pensavam os seus dirigentes, não fosse prejudicado, podendo até acontecer ser beneficiado.

O problema da falência desta estratégia assenta em dois factores: em primeiro lugar, no relativo êxito do Sporting no campeonato, onde está a fazer uma prova muito melhor do que aquela que qualquer pessoa, a começar pelos responsáveis do clube, poderia supor; e, em segundo lugar, por aquilo que era uma simples estratégia ter passado a ser uma coisa em que os sportinguistas e os dirigentes passaram a acreditar como se fosse verdade.

Como o Sporting está a fazer uma época muito superior ao previsto, a gente do Sporting perdeu a noção das realidades e das proporções: entusiasmou-se e passou a acreditar que poderia ser campeão pela simples e enganosa razão de durante uma série de jogos a equipa ter respondido com êxito. Mas não perceberam que esse êxito, embora importante e merecido, era muito menor do que aquilo que parecia. De facto, o Sporting não só não foi capaz de ganhar a um grande como, por outro lado, não encontrou no seu percurso, por vicissitudes da própria época, nenhuma equipa – e costuma a haver mais que uma – que estivesse num patamar intermédio entre os grandes e todos os outros – e isso facilitou-lhe as vitórias. A equipa que mais se aproximava desse estatuto era o Estoril, contra a qual o Sporting também não conseguiu ganhar.

Só que o entusiasmo dos adeptos, sócios e dirigentes não lhes permitiu ver a realidade e ter a tal noção das proporções. O Sporting não tinha plantel para competir com o Benfica nem com o Porto, tendo, por isso, sido eliminado da Taça de Portugal e da Taça da Liga. Como ficou livre para se dedicar à única competição que lhe restava – o campeonato -, o Sporting, apesar da menor carga competitiva acabou por confirmar, com o avançar da época , o que desde início as pessoas mais avisadas tinham previsto: que não tinha plantel à altura das exigências competitivas a que aspirava e que também não tinha equipa capaz de suportar a pressão dessas exigências dos adeptos e dos dirigentes, apesar do discurso cauteloso do treinador, à medida que a época se aproxima do seu termo.

E então o caminho mais simples e no qual piamente acreditam, dando mostras de uma paranóia difícil de tratar, foi o de imputar aos árbitros a responsabilidade por não estarem no lugar a que irrealistamente aspiravam.

Claro que houve alguns erros de arbitragem que prejudicaram o Sporting, mas houve outros tanto que o beneficiaram e muito. O Sporting marcou vários golos importantes e até decisivos em fora de jogo, beneficiou de penalties inexistentes - alguns resultantes de “faltas” cometidas fora do campo! –, foram-lhe perdoados penalties óbvios, não tendo no deve e haver nenhuma razão de queixa.

O jogo do último domingo, que, à semelhança de outros, deu lugar a uma gritaria de manicómio, é o típico jogo em que o árbitro comete erros em série que prejudicam e beneficiam ambas as equipas. Basta dizer que dos quatro golos do resultado oficial nenhum foi obtido legalmente. O único golo legal do desafio, a favor do Sporting, não foi considerado. Mas se tivesse sido, quem pode garantir que o Sporting ganharia o jogo?

A prova de que os dirigentes leoninos perderam a noção das realidades – e por via deles os adeptos – a ponto de alguns desses dirigentes e notáveis estarem a carecer de urgente tratamento psiquiátrico, pode encontra-se no facto de reclamarem o primeiro lugar na Liga, como o lugar em que estariam se tais erros não tivessem sido cometidos.

É claro que este discurso assenta numa deturpação dos factos, porventura inconsciente, pelo estado psíquico em que esses dirigentes se encontram, esquecendo-se esses senhores que uma equipa que joga como o Sporting jogou nas Antas e depois contra o Benfica não pode aspirar a mais que o terceiro lugar, que é o melhor lugar a que o clube pode aspirar com os jogadores que tem…se tiver capacidade para daqui até ao fim do campeonato aguentar a pressão.

segunda-feira, 10 de março de 2014

OS GOLOS DE SETÚBAL


 

BENFICA MAIS NA FRENTE
 

 

Ontem no Bonfim, contrariamente ao que muitos esperavam ou temiam, o Setúbal não só não facilitou a vida ao Sporting como o colocou em sérias dificuldades durante grande parte do encontro, batendo-se de igual para igual com a equipa de Alvalade.

O jogo ficou, porém, manchado por uma arbitragem desastrada que cometeu vários erros, alguns deles verdadeiramente inaceitáveis e apenas compreensíveis pelo desnorte que a partir de determinada altura se apoderou da equipa de arbitragem.

De facto, o que se passou é quase único nos anais da arbitragem portuguesa: nenhum dos quatro golos é legal. O primeiro golo do Sporting não entrou. Pelo menos, ninguém pode garantir que tenha entrado. O primeiro do Setúbal foi marcado em fora de jogo: foi um off side milimétrico, difícil de ver, mas foi off side. O penalty que deu o 2-1 ao Sporting não existiu: Capel deveria ter sido punido com um amarelo. Logo depois o penalty que deu o empate ao Setúbal também não existiu. Verdadeiramente, o único golo legal foi aquele que o árbitro invalidou ao Sporting.

Isto não quer dizer que o empate não tenha sido justíssimo já que o Sporting não desenvolveu futebol suficiente para merecer ganhar o jogo concludentemente. Foi uma partida disputada taco a taco em que qualquer um dos dois poderia ter ganho…ou empatado que foi o que aconteceu.

E também ninguém poderá afirmar que se o árbitro tivesse validado o único golo legalmente existente a vitória seria do Sporting. Tanto poderia ser como não ser.

Agora aguarda-se uma tremenda choradeira indignada do Sporting que vai tentar fazer crer, como já ontem começou a tentar, que o árbitro foi o único responsável pelo empate. Mas não foi. Como o Sporting não tem fair play e encontrou no discurso da vitimização o seu terreno favorito para compensar as suas insuficiências jamais reconhecerá que se deve exclusivamente à sua prestação o empate em Setúbal. E isto é tanto mais chocante quanto é certo o Setúbal não ter à sua disposição os mesmos meios para responder, apesar de ser um histórico do futebol português.

Na próxima jornada o Sporting terá a sua derradeira e verdadeira prova de fogo: ou ganha ao Porto e consolida-se no segundo lugar com acesso directo à Liga dos Campeões ou não ganha e terminará a época sem ganhar a um grande, correndo o sério risco de, ao menor deslize, ver fugir-lhe o segundo lugar.

Entretanto, o Benfica vai-se consolidando no primeiro lugar com sete pontos de vantagem sobre o Sporting e nove sobre o Porto. Ontem, derrotou o Estoril que, contrariamente ao que aconteceu na época passada, não teve argumentos para se opor ao Benfica. Perdeu por dois zero (Luisão e Rodrigo), mas poderia ter perdido por mais.

Jesus tem resistido à tentação de lançar de início Salvio e Cardozo, mantendo na frente Markovic, Rodrigo, Lima e Gaitan, que têm permitido que a equipa jogue de forma mais coesa e segura. Não sofrendo qualquer golo há muitos jogos e tendo marcado em todos, O Benfica tem todas as condições para ganhar o campeonato, apesar dos desafios que ainda tem pela frente, nomeadamente fora de casa: Nacional, Arouca, Braga e Porto.

Paulo Fonseca deixou o Porto a meio da semana e foi substituído por Luís Castro, um homem da casa. Todos terão ficado a ganhar: Paulo Fonseca que não tinha condições psicológicas para continuar, o Porto que estava completamente inibido com Paulo Fonseca e os jogadores que se vão sentir mais libertos. Ainda é, porém, cedo para avaliar os verdadeiros resultados da substituição. A vitória de ontem por 4-1 contra o Arouca é enganadora e não reflecte o que se passou em campo durante a maior parte do jogo. O Porto esteve durante cerca de meia hora mais perto de empatar do que de ganhar e só mesmo na ponta final do jogo a questão se resolveu a seu favor.