HÁ UM CLIMA DE VIOLÊNCIA EM ALVALADE
Há indiscutivelmente um clima de violência nascente em
Alvalade. Não se trata apenas de pressão e de coacção psicológica e física
sobre os árbitros. É muito mais do que isso.
O clima de coacção sobre as arbitragens não começou com este
presidente que mais à frente tentaremos caracterizar. Essa pressão começou
antes, na presidência de Godinho Lopes, quando, segundo os relatos da imprensa,
um vice-presidente do Sporting, acusado de uma série de actos criminosos,
tentou coagir os árbitros através de manobras ilícitas que iam desde o depósito
de dinheiro nas suas contas para depois os acusar de corrupção até à publicação
das suas moradas, das matrículas dos seus automóveis e da identificação dos
seus telefones, passando pela espionagem da sua vida privada com fins que só poderiam
ser os de chantagem. Incompreensivelmente, o Sporting ficou impune e tanto o
Porto como o Benfica, além naturalmente dos outros clubes, calaram um protesto
a que deveriam ter dado corpo obrigando os órgãos disciplinares a agir em
conformidade. E essa acção só poderia passar pela descida de divisão do
Sporting, pois como neste blogue então dissemos e demonstrámos, esses actos,
relatados pela imprensa, foram praticados por alguém que desempenhava funções
directivas no clube e agindo nessa qualidade. Hoje já todos podem avaliar as
consequências desse silêncio.
Agora, a conversa do Sporting subiu de tom. E não interessa
tanto comentar a imbecilidade subjacente à maior parte das considerações que os
dirigentes e adeptos fazem sobre os alegados prejuízos do Sporting,
porque essas considerações de tão ridículas e primárias quase nem mereceriam
resposta, como o clima de violência verbal entretanto criado que só pode ter por objectivo um
efeito intimidativo e inibitório sobre os árbitros, como já teve na última jornada da Liga, na qual
as arbitragens do Benfica e do Porto (este jogando contra o Sporting) foram
manifestamente condicionadas por esse clima intimidatório criado pelo Sporting
para dele colher, ilicitamente, benefícios.
O principal fautor deste clima, não podendo por isso deixar
de ser responsabilizado e severamente punido, é o dirigente máximo do clube –
Bruno Carvalho. Este protagonista do “desporto/ameaça”, do “desporto/intimidação”
é pelo seu discurso, pela má criação da sua linguagem, pelos seus modos e
atitudes uma espécie de ucraniano da Praça Maidan perigosamente à solta no
futebol português, acolitado, tristemente acolitado, por arrogantes e presunçosos
sportinguistas entre os quais se destaca pela repulsa mediática que provoca a
qualquer pessoa normal um tal Eduardo Barroso, herdeiro do que há de pior no
adepto do futebol português.
Esta burguesia decadente e esta nobreza falida de que o Sporting
se recheia nunca foi capaz de conviver com a democracia. Apoiantes de um clube que
em tempos não muito recuados foi dirigido por legionários, por destacados
dirigentes da União Nacional e prestimosos colaboradores da ditadura não seria
exigível esperar deles e das suas impotentes ideias de grandeza outro
comportamento do que aquele que agora estão tendo.
E não há muito tempo a perder: ou o futebol actua contra eles
ou eles destruirão o futebol. Eles são gente perigosa…
Sem comentários:
Enviar um comentário