quinta-feira, 20 de março de 2014

UM UCRANIANO DA PRAÇA MAIDAN EM ALVALADE



HÁ UM CLIMA DE VIOLÊNCIA EM ALVALADE
 

 

Há indiscutivelmente um clima de violência nascente em Alvalade. Não se trata apenas de pressão e de coacção psicológica e física sobre os árbitros. É muito mais do que isso.

O clima de coacção sobre as arbitragens não começou com este presidente que mais à frente tentaremos caracterizar. Essa pressão começou antes, na presidência de Godinho Lopes, quando, segundo os relatos da imprensa, um vice-presidente do Sporting, acusado de uma série de actos criminosos, tentou coagir os árbitros através de manobras ilícitas que iam desde o depósito de dinheiro nas suas contas para depois os acusar de corrupção até à publicação das suas moradas, das matrículas dos seus automóveis e da identificação dos seus telefones, passando pela espionagem da sua vida privada com fins que só poderiam ser os de chantagem. Incompreensivelmente, o Sporting ficou impune e tanto o Porto como o Benfica, além naturalmente dos outros clubes, calaram um protesto a que deveriam ter dado corpo obrigando os órgãos disciplinares a agir em conformidade. E essa acção só poderia passar pela descida de divisão do Sporting, pois como neste blogue então dissemos e demonstrámos, esses actos, relatados pela imprensa, foram praticados por alguém que desempenhava funções directivas no clube e agindo nessa qualidade. Hoje já todos podem avaliar as consequências desse silêncio.

Agora, a conversa do Sporting subiu de tom. E não interessa tanto comentar a imbecilidade subjacente à maior parte das considerações que os dirigentes e adeptos fazem sobre os alegados prejuízos do Sporting, porque essas considerações de tão ridículas e primárias quase nem mereceriam resposta, como o clima de violência verbal entretanto criado que só pode ter por objectivo um efeito intimidativo e inibitório sobre os árbitros, como já teve na última jornada da Liga, na qual as arbitragens do Benfica e do Porto (este jogando contra o Sporting) foram manifestamente condicionadas por esse clima intimidatório criado pelo Sporting para dele colher, ilicitamente, benefícios.

O principal fautor deste clima, não podendo por isso deixar de ser responsabilizado e severamente punido, é o dirigente máximo do clube – Bruno Carvalho. Este protagonista do “desporto/ameaça”, do “desporto/intimidação” é pelo seu discurso, pela má criação da sua linguagem, pelos seus modos e atitudes uma espécie de ucraniano da Praça Maidan perigosamente à solta no futebol português, acolitado, tristemente acolitado, por arrogantes e presunçosos sportinguistas entre os quais se destaca pela repulsa mediática que provoca a qualquer pessoa normal um tal Eduardo Barroso, herdeiro do que há de pior no adepto do futebol português.

Esta burguesia decadente e esta nobreza falida de que o Sporting se recheia nunca foi capaz de conviver com a democracia. Apoiantes de um clube que em tempos não muito recuados foi dirigido por legionários, por destacados dirigentes da União Nacional e prestimosos colaboradores da ditadura não seria exigível esperar deles e das suas impotentes ideias de grandeza outro comportamento do que aquele que agora estão tendo.

E não há muito tempo a perder: ou o futebol actua contra eles ou eles destruirão o futebol. Eles são gente perigosa…

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