terça-feira, 23 de janeiro de 2018

BENFICA: QUEM ENTENDE ISTO?




O SILÊNCIO PODE SAIR CARO
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Agora que a equipa está a jogar bem, com uma boa dinâmica colectiva, depois de uns primeiros cinco meses do pior que imaginar se poderia, com o Benfica a ter a pior participação de sempre na Liga dos Campeões – e uma das piores da história da Liga dos Campeões -, incapaz também na Taça da Liga de obter uma vitória e eliminado da Taça de Portugal, é que convém bordar certos temas que, noutro contexto – ou seja, no contexto até pouco vivido – poderia ser prejudicial.

Na semana passada ficámos a saber que o presidente do Benfica é devedor de uma vultosa quantia ao Novo Banco, a qual, por critérios que se desconhecem, foi generosamente reestruturada. O que se passa na vida privada do presidente do Benfica, em princípio, não nos interessa, excepto na estrita medida em que a sua actividade privada contende ou pode contender com a sua actividade como presidente do Benfica. E além isso pode também interessar-nos como cidadão na medida em que o Novo Banco é um dos banco a que todos, como contribuintes, temos vindo, sem retorno nem qualquer outro direito, a ser chamados a recapitalizar e relativamente ao qual não está excluída a hipótese de o Estado ter de voltar a intervir com meios financeiros avultados.

Curiosamente, a mesma pessoa que na sua actividade empresarial privada contraiu grandes dívidas, contrai-as também como presidente do Benfica, sendo hoje a Benfica SAD uma das sociedades desportivas com maior passivo europeu. A dívida, seja ela do Benfica, do Estado ou de um cidadão ou empresa, é sempre um enorme fardo que a todo o momento pode explodir e dinamitar todo o edifício sobre ela construído, com consequência verdadeiramente devastadoras, bastando para tanto que a taxa de juro suba e os encargos financeiros passem a ser incomportáveis.

Curiosamente, mais uma vez, o que no Benfica é dificilmente explicável é a dívida aumentar ou não diminuir significativamente sendo o Benfica o clube, ou seguramente um dos clubes, que mais e melhor vende no mundo, ascendendo a muitas centenas de milhões de euros as vendas efectuadas nestes últimos dez anos. Diz-se, recorda Vieira, que temos um activo valioso. Sim, mas de que vale esse activo se não houver jogadores valiosos e de categoria para o utilizarem e rentabilizarem? Que ninguém tenha dúvidas: se houver um aperto financeiro no Benfica a primeira consequência é a degradação qualitativa do plantel.

E ligada a esta salta à vista outra questão , já aqui abordada por mais de uma vez, mas com pouco êxito: O Benfica ainda poderia sobreviver como grande clube nesse aperto financeiro de que falámos ou até evitá-lo, se as estrelas formadas no Seixal permanecessem no clube por três ou quatro anos, depois de atingirem a maturidade. Mas não, o que se vê é um presidente voraz que quer vender seja qual for a idade do jogador, às vezes ainda criança, desde que haja quem dê dinheiro por ele. Estratégia que desmente e desmascara a tal ideia de que o Benfica vai privilegiar a formação, no sentido de constituir uma grande equipa construída com base nas estrelas do Seixal. Falso, mentira – mal o jovem desponta, qualquer que seja a sua idade, a primeira coisa que ocorre ao presidente do Benfica é vendê-lo. Vende, vende …e a dívida não abate ou até aumenta.

Outra questão que no Benfica tem de merecer uma reflexão séria, feita por gente séria, é a pouca vergonha das comissões. Houve negócios em que as comissões quase igualaram o que o Benfica recebeu.

Isto não pode continuar, como continuar não pode ter a SAD do Benfica um presidente que nada ganha, além do mais  sendo ele um empresário cheio de dívidas. Isto tem de acabar e urgentemente, em nome da transparência e do princípio da responsabilidade.

Em suma, depois deste mandato Vieira tem de deixar o Benfica. Que os Benfiquistas se unam em torno de uma personalidade sem mácula que goste realmente do Benfica e esteja verdadeiramente disposto a sanear financeiramente o clube enquanto é tempo e sem atropelos. Se os Benfiquistas o não fizeram, outros sem respeito nem amor ao clube o farão por eles …


quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

SÉRGIO CONCEIÇÃO RECUA

A VERGONHA DO COMENTÁRIO DESPORTIVO
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Como toda a gente viu e ouviu, Sérgio Conceição, no último sábado, depois do jogo entre o FCP-VSC (Guimarães), insultou grosseiramente Rui Vitória. O assunto, como não podia deixar de ser, foi levado ao comentário desportivo dos diversos programas futebolísticos que enxameiam as televisões. E pode dizer-se, sem medo de errar, que, com excepção dos comentadores afectos ao Benfica, praticamente ninguém reprovou o lamentável comportamento de Sérgio Conceição, salvo Carlos Anjos, no Correio da Manhã.
Mais do que a "Santa aliança" Porto-Sporting, o que move este antibenfiquismo primário é a covardia, nomeadamente dos comentadores afectos ao Sporting, de afrontar ao de leve que seja o Porto e o seu Chefe, Pinto da Costa. Desde esse boçal Pedro (Sousa?) da TVI 24, passando pelo desonesto Rui Santos, até ao comentador anónimo que se refugia na voz off para esconder a cara, todos eles interpretaram o comportamento de Conceição como uma inequívoca prova a sua frontalidade, como tal louvável, aconselhando Rui Vitória a não se meter com ele, como expressamente bolçou Pedro (Sousa?).
Além desta falta de verticalidade, faz parte da "encomenda" afirmar sempre que o treinador do Benfica é insultado, como já foi no passado por Jorge Jesus, falar no "bate-boca" entre treinadores, para que entre os espectadores se vá firmando a ideia que há neste lamentável linguajar um despique de parada e resposta, quando a verdade é bem outra: Rui Vitória não responde a insultos. E todos os benfiquistas esperam que o continue a fazer, deixando ficar os actos com quem os pratica - tanto a ofensa como o pedido de desculpas.
Sérgio Conceição parece ter percebido o que os invertebrados comentadores que o aplaudiram não compreenderam: que ser frontal não significa comportar-se como um animal. De facto, a frontalidade sem regras, sem respeito pelo bom nome do próximo, não passa de um comportamento animalesco, próprio de alguém que, tal como os animais, na adversidade ou no medo, se vira contra quem está mais perto.
O recuo de Sérgio Conceição deixou sem recuo os invertebrados comentadores!

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

SPORTING, UM TIGRE DE PAPEL

QUE HIPÓTESES TEM O BENFICA DE CHEGAR AO PENTA?
Benfica lembra funções de ex-assistente de Hugo Miguel no Sporting


Ontem ficou provado, se necessário fosse, que o Sporting não tem equipa para vencer o campeonato. E esta constatação não tem a ver apenas com o treinador, que tem muito menos qualidades de vencedor do que ele próprio supõe, nem com a qualidade dos jogadores, entre os quais até há alguns de valia superior à media, mas antes ao facto de o Sporting ser um clube não campeão - um clube sem mentalidade de campeão. Isso manifesta-se na incapacidade do Sporting "aparecer" nos jogos decisivos e também no facto de o Sporting, como clube, isto é, desde os adeptos à sua direcção, ficar muito satisfeito com o "quase". O Sporting fica muito satisfeito e constitui para o clube uma coroa de glória ter jogado muito bem em Chamartin e ter perdido, ter feito boas exibições contra o Barcelona e a Juventus e ter perdido. Perdeu...mas esteve quase ...
Se o Sporting já tinha este síndrome sempre aliado a um enorme capital de queixa muito mais imaginário do que real, ele tem vindo a ser potenciado por Jorge Jesus para quem a "vitória" não é necessariamente sinónimo de derrota do adversário, como se viu quando treinou o Benfica.
Ontem, foi mais uma vez esse Sporting que esteve na luz. É difícil conceber uma visita do Sporting à Luz em melhores condições para vencer do que as que existiam à partida do jogo de ontem. Se não vejamos: com um Benfica descrente em consequência de uma série inusual de derrotas e de eliminações em todas as restantes competições, com uma massa associativa e adepta diariamente fustigada com notícias pouco abonatórias sobre o comportamento da sua "estrutura", com a hipótese de uma derrota na Luz fazer mergulhar o Benfica numa crise de proporções inimagináveis, o Sporting, estando, ao que se diz, a jogar muito melhor e a fazer uma "grande época", foi incapaz de durante os noventa minutos de jogo dar a ideia, por muito pálida que fosse, de que vinha ao terreno do seu rival para impor a sua supremacia e desferir-lhe o "golpe mortal" tão ansiosamente esperado pelos abnegados anti-benfiquistas deste país. 
Pelo contrário, foi o Benfica que, não obstante ter sofrido, antes de decorridos os primeiros vinte minutos, um golo fortuito e ilegal, reduziu o Sporting à sua verdadeira dimensão - a de um clube pequeno acossado em todos os domínios do campo tentando milagrosamente manter uma vantagem de todo imerecida. 
Quer isto dizer que o Benfica fez uma grande exibição? Não, de modo algum, até porque ao Benfica lhe faltam jogadores para isso. Tivesse o Benfica um avançado daqueles que marca golos a todos, principalmente aos grandes, um avançado como Cardozo ou Mitroglou, e o Sporting teria saído da Luz vergado ao peso de uma grande derrota, por maiores e mais graves que tivessem sido os erros do árbitro. 
É natural que o árbitro erre, da mesma forma que os jogadores e os treinadores erram. Mas há hoje uma grande diferença entre os erros de uns e de outros: é que os erros dos jogadores e dos treinadores são irreparáveis, enquanto alguns dos erros mais graves dos árbitros podem, por eles próprios ou por outros árbitros, ser reparados e impedidos de produzir os seus nefastos efeitos. Por isso se não compreende que em Portugal,  contrariamente ao que sucede na Alemanha e na Itália, os árbitros recorram tão pouco ou quase nada ao ecrã de televisão que têm ao seu dispor para reapreciar certas jogadas. Inadmissível que o árbitro de ontem - Hugo Miguel - não tivesse feito isso e se tivesse covardemente escudado na opinião do VAR que, muito provavelmente, foi: "É duvidoso", ou "Não é totalmente certo". Se é duvidoso ele deveria ter reapreciado o lance e assumir a responsabilidade de manter ou alterar a sua decisão inicial.
Lamentável são também os comentários de ex-árbitros na apreciação dos chamados "lances polémicos". Supondo - e não há nenhuma razão para não supor - que se trata de gente honesta, tem de concluir-se que se trata de gente totalmente incompetente, gente que as televisões deveriam rapidamente substituir a bem do futebol. O caso de Pedro Henriques - ex-árbitro rebaixado ao escalão inferior por incompetente - é de todos o mais escandaloso. Por detrás de todo aquele palavreado esconde-se uma grande estupidez. Como pode alguém, por exemplo, dizer, sendo árbitro, que Jiménez fez falta sobre William Carvalho e que foi por essa razão que este jogou a bola com a mão? Como pode? Pois se toda a gente vê que é William que tenta afastar Jimenez com o braço e mesmo assim não consegue dominar a bola legalmente vendo-se obrigado a fazê-lo com o braço, como pode dizer-se que há falta de Jimenez? E como pode alguém que considerou legal o penalty assinalado contra o Setúbal, que deu a vitória ao Sporting, dizer que o empurrão dado a Jardel por Coentrão é irrelevante se os lances são exactamente iguais?
Aos comentários dos comentadores do Sporting, sejam eles "encartados" ou "disfarçados", como um tal Pedro da TVI 24 e outros, nem vale a pena responder - estão a fazer o seu papel; alguns certamente o papel para cujo desempenho foram pagos.
O pior que do jogo de ontem poderia resultar para o Benfica seria ficar com uma grande satisfação por ter merecido ganhar e ter jogado muito melhor do que o Sporting. Seria ficar como ficou o Porto o ano passado depois do empate no Dragão contra o Benfica - e depois foi o que se viu...
Por falar em Porto, não parece difícil prever que ele será o principal adversário do Benfica, se o Benfica recuperar, nem tão-pouco antever algo de muito complicado para o seu educadíssimo treinador se, no final, o Porto não for campeão. Não tanto pelo que a direccão possa decidir acerca do seu futuro, mas pelo que de certeza acontecerá entre ele os árbitros a partir do momento em que começar a perder. Nem sequer me admiraria que em consequência da suas previsíveis "reacções" viesse a ser irradiado...Ontem, já deu para perceber e relembrar o que ele é capaz de fazer num contexto adverso.
Quanto ao Benfica, para terminar, espera-se que vá com urgência ao mercado, para encontrar alguém que saiba jogar no lugar de Pizzi, alguém que saiba jogar a ponta de lança (muito difícil) e mais alguém que jogue à defesa, de preferência um lateral.
Cinco pontos de diferença para o Porto, é uma grande diferença, principalmente no contexto em que o campeonato está a decorrer, de grande pressão sobre os árbitros e de se tentar por todos os meios condicionar a sua actuação. As próximas jornadas serão decisivas...