quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

SPORTING, UM TIGRE DE PAPEL

QUE HIPÓTESES TEM O BENFICA DE CHEGAR AO PENTA?
Benfica lembra funções de ex-assistente de Hugo Miguel no Sporting


Ontem ficou provado, se necessário fosse, que o Sporting não tem equipa para vencer o campeonato. E esta constatação não tem a ver apenas com o treinador, que tem muito menos qualidades de vencedor do que ele próprio supõe, nem com a qualidade dos jogadores, entre os quais até há alguns de valia superior à media, mas antes ao facto de o Sporting ser um clube não campeão - um clube sem mentalidade de campeão. Isso manifesta-se na incapacidade do Sporting "aparecer" nos jogos decisivos e também no facto de o Sporting, como clube, isto é, desde os adeptos à sua direcção, ficar muito satisfeito com o "quase". O Sporting fica muito satisfeito e constitui para o clube uma coroa de glória ter jogado muito bem em Chamartin e ter perdido, ter feito boas exibições contra o Barcelona e a Juventus e ter perdido. Perdeu...mas esteve quase ...
Se o Sporting já tinha este síndrome sempre aliado a um enorme capital de queixa muito mais imaginário do que real, ele tem vindo a ser potenciado por Jorge Jesus para quem a "vitória" não é necessariamente sinónimo de derrota do adversário, como se viu quando treinou o Benfica.
Ontem, foi mais uma vez esse Sporting que esteve na luz. É difícil conceber uma visita do Sporting à Luz em melhores condições para vencer do que as que existiam à partida do jogo de ontem. Se não vejamos: com um Benfica descrente em consequência de uma série inusual de derrotas e de eliminações em todas as restantes competições, com uma massa associativa e adepta diariamente fustigada com notícias pouco abonatórias sobre o comportamento da sua "estrutura", com a hipótese de uma derrota na Luz fazer mergulhar o Benfica numa crise de proporções inimagináveis, o Sporting, estando, ao que se diz, a jogar muito melhor e a fazer uma "grande época", foi incapaz de durante os noventa minutos de jogo dar a ideia, por muito pálida que fosse, de que vinha ao terreno do seu rival para impor a sua supremacia e desferir-lhe o "golpe mortal" tão ansiosamente esperado pelos abnegados anti-benfiquistas deste país. 
Pelo contrário, foi o Benfica que, não obstante ter sofrido, antes de decorridos os primeiros vinte minutos, um golo fortuito e ilegal, reduziu o Sporting à sua verdadeira dimensão - a de um clube pequeno acossado em todos os domínios do campo tentando milagrosamente manter uma vantagem de todo imerecida. 
Quer isto dizer que o Benfica fez uma grande exibição? Não, de modo algum, até porque ao Benfica lhe faltam jogadores para isso. Tivesse o Benfica um avançado daqueles que marca golos a todos, principalmente aos grandes, um avançado como Cardozo ou Mitroglou, e o Sporting teria saído da Luz vergado ao peso de uma grande derrota, por maiores e mais graves que tivessem sido os erros do árbitro. 
É natural que o árbitro erre, da mesma forma que os jogadores e os treinadores erram. Mas há hoje uma grande diferença entre os erros de uns e de outros: é que os erros dos jogadores e dos treinadores são irreparáveis, enquanto alguns dos erros mais graves dos árbitros podem, por eles próprios ou por outros árbitros, ser reparados e impedidos de produzir os seus nefastos efeitos. Por isso se não compreende que em Portugal,  contrariamente ao que sucede na Alemanha e na Itália, os árbitros recorram tão pouco ou quase nada ao ecrã de televisão que têm ao seu dispor para reapreciar certas jogadas. Inadmissível que o árbitro de ontem - Hugo Miguel - não tivesse feito isso e se tivesse covardemente escudado na opinião do VAR que, muito provavelmente, foi: "É duvidoso", ou "Não é totalmente certo". Se é duvidoso ele deveria ter reapreciado o lance e assumir a responsabilidade de manter ou alterar a sua decisão inicial.
Lamentável são também os comentários de ex-árbitros na apreciação dos chamados "lances polémicos". Supondo - e não há nenhuma razão para não supor - que se trata de gente honesta, tem de concluir-se que se trata de gente totalmente incompetente, gente que as televisões deveriam rapidamente substituir a bem do futebol. O caso de Pedro Henriques - ex-árbitro rebaixado ao escalão inferior por incompetente - é de todos o mais escandaloso. Por detrás de todo aquele palavreado esconde-se uma grande estupidez. Como pode alguém, por exemplo, dizer, sendo árbitro, que Jiménez fez falta sobre William Carvalho e que foi por essa razão que este jogou a bola com a mão? Como pode? Pois se toda a gente vê que é William que tenta afastar Jimenez com o braço e mesmo assim não consegue dominar a bola legalmente vendo-se obrigado a fazê-lo com o braço, como pode dizer-se que há falta de Jimenez? E como pode alguém que considerou legal o penalty assinalado contra o Setúbal, que deu a vitória ao Sporting, dizer que o empurrão dado a Jardel por Coentrão é irrelevante se os lances são exactamente iguais?
Aos comentários dos comentadores do Sporting, sejam eles "encartados" ou "disfarçados", como um tal Pedro da TVI 24 e outros, nem vale a pena responder - estão a fazer o seu papel; alguns certamente o papel para cujo desempenho foram pagos.
O pior que do jogo de ontem poderia resultar para o Benfica seria ficar com uma grande satisfação por ter merecido ganhar e ter jogado muito melhor do que o Sporting. Seria ficar como ficou o Porto o ano passado depois do empate no Dragão contra o Benfica - e depois foi o que se viu...
Por falar em Porto, não parece difícil prever que ele será o principal adversário do Benfica, se o Benfica recuperar, nem tão-pouco antever algo de muito complicado para o seu educadíssimo treinador se, no final, o Porto não for campeão. Não tanto pelo que a direccão possa decidir acerca do seu futuro, mas pelo que de certeza acontecerá entre ele os árbitros a partir do momento em que começar a perder. Nem sequer me admiraria que em consequência da suas previsíveis "reacções" viesse a ser irradiado...Ontem, já deu para perceber e relembrar o que ele é capaz de fazer num contexto adverso.
Quanto ao Benfica, para terminar, espera-se que vá com urgência ao mercado, para encontrar alguém que saiba jogar no lugar de Pizzi, alguém que saiba jogar a ponta de lança (muito difícil) e mais alguém que jogue à defesa, de preferência um lateral.
Cinco pontos de diferença para o Porto, é uma grande diferença, principalmente no contexto em que o campeonato está a decorrer, de grande pressão sobre os árbitros e de se tentar por todos os meios condicionar a sua actuação. As próximas jornadas serão decisivas...

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