A IMPRENSA DE MADRID NÃO POUPA MOURINHO
Aqui há muitos meses, neste post, antecipámos as dificuldades de Mourinho em Madrid, bem como as suas previsíveis vítimas.
Também dissemos que Mourinho, com experiência em clubes párias, iria ter muita dificuldade em adaptar-se ao Real Madrid.
Finalmente, Mourinho não é tão inteligente quanto o julgam. É um narciso, um ególatra, que apenas pensa em si e nos seus êxitos. E quem assim actua corre sempre o risco de não compreender o contexto em que actua.
É certo que nem todas as equipas em que Mourinho ganhou títulos são iguais. Há diferenças entre elas, mas todas têm de comum o serem equipas pequenas – equipas de apenas alguns. com poucos adeptos
O Porto é de longe aquele que melhor se adequa à personalidade de Mourinho. Tudo vale, tudo se pode fazer, desde que esses feitos levem à vitória. Pode-se fomentar a violência, pode-se coagir as arbitragens, pode-se mesmo levá-las para “casa” ou dar-lhes “fruta”, pode-se achincalhar os adversários, pode-se usar a intimidação e a violência contra jornalistas e outros agentes desportivos – desde que com essas práticas se alcance a vitória, elas serão boas. No Porto, Mourinho mais do que mestre, foi aluno: foi lá que ele aprendeu a ser quem é.
No Chelsea as coisas eram diferentes. Antes de mais, porque se estava em Inglaterra. Muitas das práticas que tinha aprendido em Portugal não poderiam ser transplantadas para lá. Mesmo assim, algumas foram.
A seu favor tinha o facto de o Chelsea ser um clube pequeno, um clube de ricos, numa Londres onde o futebol era originariamente proletário, comprado por um oligarca russo, que acima de tudo queria vitórias. Mas que, curiosamente, não desprezava, contrariamente à generalidade dos adeptos, o espectáculo.
A ausência de grandes vitórias no plano europeu e o desprezo pelo espectáculo ditaram a sorte de Mourinho. Foi despedido.
No Inter havia grande “fome” de vitórias nacionais e europeias. Arredado das vitórias nacionais durante largos anos, o Inter, beneficiando da grande crise do futebol italiano, nomeadamente da Juve e do Milan, havia encetado o regresso aos títulos nacionais antes de Mourinho. Com Mourinho consolidou-os e regressou aos títulos europeus, dos quais estava afastado há muitas décadas.
Como clube pouco popular que é, sem adeptos na Itália e com poucos adeptos na Lombardia, o Inter era o clube ideal para Mourinho poder fazer todo o tipo de guerras com os árbitros, com a imprensa, com os colegas, enfim, fazer uma completa demonstração de uma personalidade com um carácter que não respeita nada nem ninguém para atingir os seus fins.
No auge das suas vitórias, completamente embriagado com o seu próprio endeusamento, chegou a Madrid, sem perceber bem – vê-se agora – o chão que pisava. Já em anteriores ocasiões tinha dado sobejas provas de não compreender o “madridismo”, mas a partir do momento em que foi humilhado pelo Barcelona e em que levou um dos maiores “banhos de bola” da história do futebol, Mourinho ficou transtornado e desequilibrado tão forte foi a “machadada” desferida no seu incomensurável orgulho.
As cenas de domingo passado, a recusa em comparecer hoje na conferência de imprensa, foram a gota de água que fizeram a imprensa de Madrid dizer, sem meias-palavras, o que dele pensa, como se pode ler aqui (Madrid descobre o pior de Mourinho) e aqui (Que o Madrid se defenda de Mou).
Aqui há muitos meses, neste post, antecipámos as dificuldades de Mourinho em Madrid, bem como as suas previsíveis vítimas.
Também dissemos que Mourinho, com experiência em clubes párias, iria ter muita dificuldade em adaptar-se ao Real Madrid.
Finalmente, Mourinho não é tão inteligente quanto o julgam. É um narciso, um ególatra, que apenas pensa em si e nos seus êxitos. E quem assim actua corre sempre o risco de não compreender o contexto em que actua.
É certo que nem todas as equipas em que Mourinho ganhou títulos são iguais. Há diferenças entre elas, mas todas têm de comum o serem equipas pequenas – equipas de apenas alguns. com poucos adeptos
O Porto é de longe aquele que melhor se adequa à personalidade de Mourinho. Tudo vale, tudo se pode fazer, desde que esses feitos levem à vitória. Pode-se fomentar a violência, pode-se coagir as arbitragens, pode-se mesmo levá-las para “casa” ou dar-lhes “fruta”, pode-se achincalhar os adversários, pode-se usar a intimidação e a violência contra jornalistas e outros agentes desportivos – desde que com essas práticas se alcance a vitória, elas serão boas. No Porto, Mourinho mais do que mestre, foi aluno: foi lá que ele aprendeu a ser quem é.
No Chelsea as coisas eram diferentes. Antes de mais, porque se estava em Inglaterra. Muitas das práticas que tinha aprendido em Portugal não poderiam ser transplantadas para lá. Mesmo assim, algumas foram.
A seu favor tinha o facto de o Chelsea ser um clube pequeno, um clube de ricos, numa Londres onde o futebol era originariamente proletário, comprado por um oligarca russo, que acima de tudo queria vitórias. Mas que, curiosamente, não desprezava, contrariamente à generalidade dos adeptos, o espectáculo.
A ausência de grandes vitórias no plano europeu e o desprezo pelo espectáculo ditaram a sorte de Mourinho. Foi despedido.
No Inter havia grande “fome” de vitórias nacionais e europeias. Arredado das vitórias nacionais durante largos anos, o Inter, beneficiando da grande crise do futebol italiano, nomeadamente da Juve e do Milan, havia encetado o regresso aos títulos nacionais antes de Mourinho. Com Mourinho consolidou-os e regressou aos títulos europeus, dos quais estava afastado há muitas décadas.
Como clube pouco popular que é, sem adeptos na Itália e com poucos adeptos na Lombardia, o Inter era o clube ideal para Mourinho poder fazer todo o tipo de guerras com os árbitros, com a imprensa, com os colegas, enfim, fazer uma completa demonstração de uma personalidade com um carácter que não respeita nada nem ninguém para atingir os seus fins.
No auge das suas vitórias, completamente embriagado com o seu próprio endeusamento, chegou a Madrid, sem perceber bem – vê-se agora – o chão que pisava. Já em anteriores ocasiões tinha dado sobejas provas de não compreender o “madridismo”, mas a partir do momento em que foi humilhado pelo Barcelona e em que levou um dos maiores “banhos de bola” da história do futebol, Mourinho ficou transtornado e desequilibrado tão forte foi a “machadada” desferida no seu incomensurável orgulho.
As cenas de domingo passado, a recusa em comparecer hoje na conferência de imprensa, foram a gota de água que fizeram a imprensa de Madrid dizer, sem meias-palavras, o que dele pensa, como se pode ler aqui (Madrid descobre o pior de Mourinho) e aqui (Que o Madrid se defenda de Mou).
Na conferência de imprensa de domingo, atacou Valdano. Florentino Peres, sem rodeios, respondeu. "Jorge é quem melhor nos representa".
Esta página da Marca é bem o exemplo do que é hoje Mourinho em Madrid.