quarta-feira, 29 de setembro de 2010

BENFICA: A CRUA REALIDADE



PERDEU E VAI PERDER MAIS VEZES

O Benfica foi hoje na Alemanha, contra o último classificado da Bundesliga, embora com alguns bons jogadores, a equipa que realmente é: uma equipa que comete erros defensivos individuais graves, que revela uma completa inoperância atacante, que é frequentemente ineficaz nas transições ofensivas, que tem falta de criatividade a meio do campo e, principalmente, pouca velocidade.
Para este somatório de defeitos concorrem vários factores. Começando pelos jogadores: Cardozo não joga, Saviola está uma sombra do que foi a época passada, Fábio Coentrão, sendo, juntamente com Luisão, o jogador maias regular, vale metade a médio ala do que valeria a lateral esquerdo, David Luiz está completamente desconcentrado e Javi Garcia precisa de alguém que o ajude e o dobre, antes dos centrais, quando a equipa adversária contra-ataca.
Claro que Jesus tem responsabilidade nisto. O seu mérito está em ter posto a jogar no sistema mais eficiente os jogadores de que dispunha o ano passado. Este ano, sabendo que ia perder jogadores importantes, não tratou de os substituir por alguém com as mesmas características. Alguns até podem vir a revelar-se, mas quem joga a Liga dos Campeões precisa dos jogadores para essa competição e não para daqui a vários anos. E, contrariamente à sua tese - quem está mal deve continuar a jogar até estar bem - já deveria ter sentado Cardozo no banco, bem como David Luiz e, uma ou outra vez, Saviola.
Domingo, o Benfica joga a época: se perder ou empatar fica sem qualquer hipótese na Liga, e não só. Aliás, as três recentes vitórias do Benfica são enganadoras. O Apoel de Telavive é uma equipa do meio da tabela da Liga portuguesa; o Sporting não joga nada e estaria mais ou menos a par do Marítimo se não fossem os favores (ou os erros, como se queira) da arbitragem; e o Marítimo é o último do campeonato ou um dos últimos. E até o Setúbal que está melhor do que qualquer um destes jogou macio na Luz, quase como quem já entra derrotado.
Com as equipas que vão à sua frente na tabela, o Benfica perdeu com todas, excepto com o Braga com o qual só jogará domingo. E também perdeu com o Nacional que tem quase os mesmos pontos do Benfica. Portanto, este Benfica é uma sombra daquele que o ano passado ganhou o campeonato. E mesmo que melhore alguma coisa, melhorará sempre pouco!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

MOURINHO A PENTE FINO



A PRESSÃO EM MADRID

Os madrilistas e o seu fanatismo clubístico, apenas comparável ao execrável nacionalismo chauvinista dos espanhóis, ainda não têm ideias seguras sobre como lidar com Mourinho. Por um lado, contestam-lhe o futebol, que está longe de merecer a nota artística do do Barcelona, lamentam a falta de golos e sentem-se impotentes para o influenciar como nas últimas décadas tem acontecido com todos os treinadores que por lá tem passado. Por outro lado, gostam das vitórias, mesmo que pela diferença mínima, apreciam que a equipa não sofre golos e têm uma secreta esperança de que a “estrela” ganhadora de Mourinho acabe também por brilhar em Madrid, mesmo com um futebol que os não satisfaz.
Depois é muito mais fácil exacerbar a crítica relativamente a um estrangeiro, nomeadamente se ele é um português. Se fosse alemão e tivesse o curriculum de Mourinho passariam o tempo a bajulá-lo. Com Mourinho passam o tempo a esquadrinhar os jogos que leva à frente do Real Madrid comparando, ponto por ponto, a actuação da equipa este ano com a do ano passado, de Pellegrini. Quantos ataques fez o Real este ano e o ano passado, quantos passes, quantos remates, quantos golos, quantos pontos, enfim, tudo o que possa ser comparado com a mais completa indiferença de Mourinho, que não entra no jogo da imprensa e não dá qualquer importância aos números que os jornais vão apresentando.
Hoje, mais uma vez, o Real Madrid não sofreu golos, marcou um e ganhou. Teve alguma sorte. Também isso é normal. Mourinho não é homem de azares.

O BRAGA JÁ ENCAIXOU NOVE!




E AGORA DE QUEM SE QUEIXA DOMINGOS PACIÊNCIA?

Levar nove a zero em dois jogos da Liga dos Campeões não é título que se recomende para qualquer treinador. De facto, o descalabro não poderia ser maior e o treinador do Braga, à semelhança do que já tinha acontecido o ano passado, demonstra que é um treinador doméstico sem capacidade para enfrentar os grandes embates europeus. Outras equipas portuguesas têm demonstrado dificuldades nas provas europeias, mas ser goleado por nove a zero em dois jogos parece ser um record que somente o Sporting conseguiu bater nos jogos com o Bayern de Munique.
O treinador do Braga, também contrariamente ao que acontece cá dentro, não tem de que se queixar, a não ser de ele próprio. Não pode acolher-se à protecção da casa-mãe (dele e do presidente do Braga, não do Braga) e pedir ajuda no combate contra os “sarracenos”, não pode inventar, como se fossem doutrem, os “túneis” que ele próprio criou, tem de ficar com os nove que já leva …e digeri-los.
É lamentável pelo Braga e pelos bracarenses que tal coisa lhes esteja a acontecer, mas pode ser que semelhantes desaires sirvam de profilaxia ao seu treinador. Já pouco falta para todos ficarmos a saber se aprendeu alguma coisa com estes dois resultados…

domingo, 26 de setembro de 2010

BENFICA FALHOU MUITO




A EQUIPA VAI-SE RENCONTRANDO

O Benfica fez um jogo interessante nos Barreiros, mas sofreu desnecessariamente por ter falhado muitas oportunidades. Cardozo, que no domingo passado marcou, mas já havia falhado muito, voltou a falhar ainda mais. À sua conta perdeu três golos feitos; Saviola poderia ter marcado dois e o árbitro, mais uma vez, escandalosamente, perdoou uma grande penalidade, cometida por dois jogadores do Marítimo, sobre Saviola.
O Marítimo, porém, nunca se entregou: empatado e a perder por um zero, poderia ter marcado por duas vezes, além de ter havido um lance duvidoso na área do Benfica.
Roberto, contra todas as expectativas, vai-se afirmando. Esteve muito bem. Repartiu com Coentrão o título de melhor em campo. Mas Carlos Martins também jogou bem, assim como Saviola que, para ter sido perfeito, só lhe faltou marcar.
Como o Porto ganhou e o Braga também, o Benfica não recuperou pontos relativamente aos seus dois principais adversários.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PAULO BENTO SELECCIONADOR



A GRANDE INCÓGNITA

Foi recebida com alívio pela generalidade da comunicação social e do público desportivo, em geral, a designação de Paulo Bento como seleccionador nacional.
Paulo Bento tem à sua frente uma tarefa muito difícil: qualificar a selecção portuguesa para o Euro 2012.
E a tarefa é difícil, em primeiro lugar, porque a Federação é um lugar muito pouco recomendável. A sua primeira prestação e, simultaneamente, avaliação, dirá respeito ao modo como com ela se relacionar e ao grau de independência com que for capaz de agir. Vai ser difícil…
Depois, a tarefa continua sendo difícil, porque Paulo Bento, diga-se o que se disser, é um técnico com pouca experiência. Tendo feito um bom trabalho no Sporting, a tarefa que agora o espera nada tem a ver com a sua anterior situação. No Sporting, Paulo Bento, com um lote limitado de jogadores, em número e em qualidade, alcançou feitos notáveis (como se está ver). Na selecção ele vai ter, até em excesso, o que no Sporting lhe faltava, e o que lhe vai escassear é a sua experiência. A experiência de lidar com jogadores que jogam nas melhores equipas do mundo e que, pela sua já longa experiência, imediatamente detectam as fragilidades de quem os treina.
Isto não significa que Paulo Bento não seja capaz de fazer o que dele se espera. Significa apenas que Paulo Bento é, em certa medida, uma incógnita que ele próprio terá por missão desvendar.

AINDA A DELIBERAÇÃO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS DO BENFICA


O BOICOTE AOS JOGOS FORA

Depois do jogo do Benfica com o Vitória, em Guimarães, os órgãos sociais do Benfica deliberaram protestar contra a arbitragem de Olegário Benquerença, pedir à direcção que suspenda as negociações com a TV Sport e apelar aos sócios e simpatizantes do Benfica para que apenas assistam aos jogos do clube no Estádio da Luz.
No que respeita ao protesto sobre a arbitragem, pode dizer-se que a iniciativa dos órgãos sociais foi, em princípio, bem sucedida, já que Vítor Pereira, Presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, veio, num gesto pouco usual, comentar várias passagens de diversos jogos, entre eles o de Guimarães, dando razão às queixas do Benfica.
Se relativamente ao aconteceu de nada serve o reconhecimento do erro, já quanto ao que pode acontecer no futuro o gesto se revela de grande utilidade porque constitui uma séria advertência aos árbitros que erram por encomenda.
As demais matérias tratadas já a dita deliberação deixam muito a desejar ou são mesmo de todo inconsistentes.
Não interessa suspender as negociações para as transmissões televisivas, o que interessa é fazer um bom contrato e assegurar um tratamento imparcial por parte dos comentadores. A questão tal como foi decidida tem todo o ar de protecção de outros interesses defendidos por pessoas que participam nos órgãos sociais do Benfica. Ora, os órgãos sociais do Benfica não devem servir para fazer fretes, mas para assegurar a defesa dos interesses do clube.
A terceira deliberação – a do boicote aos jogos fora – é completamente descabida e só pode mesmo ter sido tomada por pessoas que não sabem o que é o Benfica. Pois se a grandeza do clube está na grande massa de adeptos que consegue mobilizar, em todo o mundo, fora do Estádio da Luz, pedir aos sócios e simpatizantes que deixem de acompanhar o Benfica é o mesmo que pedir-lhes que deixem de entender o Benfica tal qual ele é. Aliás, tal deliberação só pode mesmo ter sido tomada por gente muito limitada dos subúrbios de Lisboa. Gente que confunde o Benfica com a Damaia ou a Reboleira!
Por isso, impõe-se que os simpatizantes do Benfica no país e no estrangeiro continuem a acompanhar o clube fazendo da sua massiva presença nos estádios um atestado de incompetência e de estupidez passado a quem votou semelhante deliberação.
Todos aos Barreiros, no domingo, já!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

BENFICA REDIMIDO?




PODERIA TER SIDO UMA GOLEADA

Qual das três teses está correcta? A de Jesus? A dos críticos? Ou a dos que, como Mozer e o Autor deste blog, imputam a um certo desinteresse dos alguns jogadores o mau início de época do Benfica?

Jorge Jesus insiste num começo de época atribulado com os jogadores a chegar aos “bochecchos” como causa primeira dos vários desaires do Benfica. Os críticos acham que Jorge Jesus quer jogar da mesma maneira que jogava o ano passado sem os mesmos intérpretes. Mas há também quem entenda que alguns dos jogadores basilares da época passada demonstraram este ano uma muito menor entrega o jogo, casos de Luisão, David Luiz e Cardozo, por não terem sido transferidos como desejariam.

Provavelmente há um fundo de verdade em todas elas. De facto, Jesus não mudou o sistema de jogo, apesar de não contar com Di Maria nem com Ramires, e manifestamente não tern a equipa quem os substitua à esquerda nem à direita. Talvez puxando à frente Fábio Coentrão possa resolver parte do problema.

Também é verdade que os jogadores que estiveram no Mundial foram chegando durante a pré-época em ocasiões distintas , não iniciando nenhum deles a preparação na mesma altura dos demais (os que não foram à África do Sul). E é também verdade que há (tem havido) jogadores em baixa de forma física, como é o caso de Maxi e Cardozo. Mas também é verdade que há jogadores que foram ao Mundial (Coentrão e Ruben Amorim) em excelente forma física.

É certo igualmente que David Luiz tem cometido muitos erros e que Cardozo tem parecido aos adeptos e ao público em geral bastante “molengão”.

Todavia, com duas vitórias consecutivas, as coisa parecem estar a mudar. Principalmente hoje, o Benfica já teve períodos muito semelhantes aos do ano passado, tendo-se o Sporting livrado, por muito pouco, de ter saído da Luz com uma goleada. Houve uma subida de forma física de alguns jogadores e já houve várias jogadas como as do ano passado. Do ponto de vista defensivo, a equipa também esteve muito bem.

Outro aspecto que os críticos e os comentadores profissionais tem deixado passar em claro é que este ano o Benfica tem menos posse de bola, havendo já alguns jogos oficiais com menos posse de bola do que o seu adversário. Ora, este índice, se se mantiver, significa que, afinal, o Benfica não está a jogar do mesmo modo do ano passado. E atenção: menos possse de bola não significa jogar pior, nem ter menos hipóteses de ganhar. Hoje, por exemplo, foi um dos jogos mais conseguidos do Benfica, e a equipa teve menos posse de bola do que o Sporting.

A prova real só virá, contudo, daqui a algumas semanas, com a realização de amis alguns jogos, já que nem o Sporting, nem o Apoel de Televive são suficientemente fortes para permitir tirar conclusões.



domingo, 12 de setembro de 2010

POR QUE NÃO GANHA O BENFICA?


DONDE VEM A APATIA?

Sabe-se que o Benfica tem sido prejudicado pelas arbitragens. Olegário Benquerença fez uma arbitragem vergonhosa em Guimarães. Não é a primeira, nem será a última, ainda por cima com o beneplácito da UEFA.
Sabe-se que contra a Académica também ficaram por marcar duas grandes penalidades, salvo erro na mesma jogada.
Mas sabe-se também que a Académica jogou melhor do que o Benfica e que o Guimarães dispôs de facilidades impensáveis na área de um candidato ao título. Ninguém pode ser campeão a defender assim.
O Benfica deixou de saber defender e deixou de saber atacar. Jorge Jesus disse o ano passado que os erros da defesa eram imputáveis ao treinador em 60% e em 40% aos jogadores; e que os erros do ataque eram da responsabilidade dos jogadores em 60% e do treinador em 40%. Como o Benfica desaprendeu de atacar e de defender, a responsabilidade pelo que se passa cabe ao treinador, no conjunto, em 50%.
Jorge Jesus nunca tinha treinado, antes de ir para o Benfica, uma equipa com vedetas. Por isso não percebeu que, no fim de uma época recheada de êxitos e de boas exibições, os jogadores mais valorizados queriam tirar um proveito pessoal dessa valorização. Ficando no Benfica, mesmo com bons ordenados, estavam muitos furos abaixo daquilo que poderiam ganhar num clube das “ligas ricas”.
E por muito que se fale de profissionalismo, a atitude deles não é mesma, quando são obrigados a ficar. Esta é a primeira razão da falência do Benfica.
A segunda tem inequivocamente a ver com o guarda-redes. O Benfica não tem guarda-redes, como já se viu e se continuará a ver. Roberto não tem escola, nem estilo de guarda-redes. Parece que está a jogar na baliza pela primeira vez. Nenhuma equipa do mundo pode jogar sem guarda-redes!
O estado de espírito existente na equipa, além de se propagar aos sócios e simpatizantes, propaga-se ao próprio treinador. Que semelhança há entre este treinador e o do ano passado? O treinador não vibra, não ordena, não “ralha”, não tem rasgos tácticos, enfim, também ele está abúlico. Será que Jesus é um treinador de um só ano ou está sendo contagiado pela equipa? Jesus é um daqueles raros casos que piora com o tempo.
Finalmente, o presidente do Benfica não percebe nada de futebol, é autocrático, está – como não podia deixar de ser – mal acompanhado e, por isso, não foi capaz de antecipar o que se iria passar.
Se houver um grande fracasso na Liga dos Campeões, o Benfica corre riscos que vão muito para além dos resultados das competições desportivas…

sábado, 11 de setembro de 2010

BENFICA PIOR DO QUE A SELECÇÃO



TRÊS DERROTAS EM QUATRO JOGOS

É evidente que O Benfica foi prejudicado. Não é bem assim. O prejuízo não pressupõe culpa. Em Guimarães o Benfica foi roubado. Roubado por um árbitro que, entre muitas outras façanhas, já tirou um golo de dentro da baliza do Porto, marcado por Petit, e defendido por Victor Baía um bom meio metro dentro da linha de golo, e colocou Mourinho e o Inter na final da Champions League com uma arbitragem incrivelmente tendenciosa em San Siro, contra o Barcelona. Portanto, Olegário Benquerença não é um árbitro sério. Isso já se sabia. Embora hoje tenha exagerado: dois penalties por marcar e dois off sides inexistentes com os respectivos jogadores isolados. Além disso, cartões inacreditáveis com o claro propósito de condicionar a equipa.
O que se passou demonstra também que a natureza autocrática do poder que governa o Benfica não lhe serve. Vieira, autocrático e suburbano – e não há nada pior do que um ditador suburbano – apoiou Fernando Gomes para a Liga, quando toda a gente sabia e sabe que não no FCP ninguém imparcial. Fernando Gomes com o que já se passou nesta Liga até já fez esquecer Adriano Pinto. Vieira não apresentou nenhuma justificação para o fazer, como também mais tarde para defender Queiroz, tendo-se limitado a dizer: “Os benfiquistas têm de perceber que eu sei o que estou a fazer”. Descontando o analfabetismo de uma pessoa que assim se justifica, o que resta desta sua declaração é o total desprezo pelos sócios e simpatizantes do Benfica. Vieira, como sempre dissemos, está a mais no Benfica. O Benfica não é clube para gente como Vieira!
Independentemente de tudo o que está dito, a verdade é que o Benfica do ano passado teria ganho ao Guimarães e à equipa de arbitragem. A equipa deste ano não consegue. Não consegue, antes de mais, porque não tem guarda-redes, mas também porque Cardozo não joga! Mas há mais: David Luiz comete erros sobre erros e não é o mesmo jogador dos outros anos. É óbvio que está contrariado. Deveria ter sido vendido. A forma como entrou no lance do segundo golo não é digna de um jogador da selecção do Brasil.
Com três jogadores a menos, com Maxi ainda muito condicionado pelo extraordinário esforço feito no Mundial, o Benfica não tem alma. Jorge Jesus tem de mexer na equipa: substituir Roberto, pôr David Luiz no banco e deixar de fora Cardozo.
Por mais de uma vez, a bola circulou pelo ar em frente da baliza do Benfica com toda a facilidade, como se de um jogo de voleibol se tratasse. Isto não pode acontecer.
No fim do jogo, Vieira insurgiu-se contra a arbitragem – e muito justamente -, tendo culpado Vítor Pereira. Pereira pode ser culpado, mas já lá estava. Se há coisas novas na arbitragem, a imputação tem de ser feita a quem chegou de novo. E quem chegou de novo foi o presidente da Liga, que Vieira apoiou!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A RTP É MUITO "PLURALISTA"



VIVA A DEMOCRACIA ...

Na RTP 1, na segunda-feira, a Sra Campos Ferreira faz um programa sobre a Casa Pia para levar lá o Carlos Cruz, na quinta seguinte a Sra Judite de Sousa, outra conhecida “democrata”,leva lá o mesmo Carlos Cruz para continuar a sua campanha de absolvição mediática, depois de numa das últimas semanas ter levado o Duarte Lima…Tudo gente recomendável. Na RTP N o Secretário de Estado do Desporto é diariamente injuriado pelos comentadores pró-Queiroz, sem que o espectador tenha sequer direito a ouvir um critico do ex-seleccionador. Atitude que já vem desde o Campeonato do Mundo
O que temos é o Sr. António Simões a destilar o seu "ódio de estimação" a quem lhe retirou de lá o Queiroz. Viva a democracia do Sr. António Simões, conhecido defensor do salazarismo, critico da democracia e mui chegado à direita.
De facto, o que se passa na RTP é uma vergonha. O Simões ficou sem o taxo, o Carvalhal está com medo de perder o taxo que lhe arranjaram como comentador e o Sr. Lobo está apaixonado pelo projecto do “Queiroz” – o tal projecto que ele trocou por umas férias em Moçambique, quando foi solicitada a sua presença junto da equipa que estava a disputar uma prova dos sub-qualquer coisa!
E ainda falavam da Moura Guedes. Ao pé destes senhores, ela é uma “menina de coro de igreja”.

EM NOME DE QUEM FALA LF VIEIRA?


QUE INTERESSES DEFENDE VIEIRA?

Não se pode dizer que tenha causado uma grande surpresa a entrevista de LFV, presidente do Benfica, na SIC, quando afirmou que o grande responsável pelo que se passa com a selecção é o Secretário de estado do Desporto. Depois do apoio que já tinha publicamente prestado a Queiroz tudo era expectável.
Em primeiro lugar, é espantoso que o presidente do Benfica não compreenda as vantagens que decorrem para o futebol português, logo para o Benfica, de uma selecção comandada por um seleccionador independente. Um seleccionador que não esteja na selecção para fazer fretes aos clubes, aos empresários, mas antes para seguir uma linha de independência que apenas tenha por objectivo a grandeza da selecção.
Depois, Filipe Vieira não percebe que Queiroz é um homem de Pinto da Costa e que a Pinto da Costa, em matéria de futebol, apenas lhe interessa o FCP. Tudo o resto é secundário e instrumental. Se tiver de sacrificar os interesses da selecção ao FCP não hesitará, nem um minuto, em fazê-lo.
Vieira já cometeu o grave erro de colocar na Liga ou de apoiar a ida para a Liga de uma personalidade cimeira do FCP que, independentemente das suas desavenças com Pinto da Costa, apenas está interessada no seu clube e no regresso a ele num lugar cimeiro.
Causa também estranheza que tendo andado Vieira a servir de caudatário do PS em múltiplas ocasiões apareça agora a atacar o Secretário de Estado de um governo PS que apenas se limitou a cumprir a lei. Será que lhe “cheira” a mudança de poder?
Vieira é um pequeno ditador, autoritário, inculto que não respeita nem representa o sentimento da generalidade dos benfiquistas sobre esta matéria, ou seja, sobre a continuidade do seleccionador e da gente que está à frente da Federação.
Continuam, porém, pouco claras as razões que levam Vieira a defender pontos de vista totalmente contrários aos defendidos pela generalidade dos benfiquistas, daqueles a quem apenas interessa a “saúde” da selecção. Que interesses movem Vieira? Essa a questão.
Ainda a propósito da entrevista de ontem: uma previsão arriscada. Não se chegará ao Natal sem que Vieira entre em conflito com Jesus. Trata-se de uma previsão, mas não há dúvida de que há sinais muito ténues que apontam nesse sentido…

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

PORTUGAL QUASE FORA DO EURO 2012



O QUE FAZ CORRER QUEIROZ?

Já se sabia há muito que Queiroz não era o homem indicado para substituir Scolari. Todas as pessoas minimamente interessadas pelo futebol sabiam isto. Por maioria de razão deveriam também sabê-lo aqueles que fazem do futebol a sua profissão, nomeadamente os dirigentes da FPF.
Então, por que foi escolhido Queiroz? Não pode haver muitas dúvidas a esse respeito: Queiroz foi escolhido com base em interesses que nada têm a ver com os da selecção. São interesses de outra ordem, que o grande patrão do futebol português saberá explicar melhor do que ninguém. Queiroz serve a estratégia daqueles que não aceitam um seleccionador independente, bem como daqueles empresários que precisam da selecção para potenciar os seus negócios, maximizar os lucros e reforçar a sua influência junto de terceiros.
Escolhido Queiroz por se enquadrar no perfil de quem utiliza a selecção como mais um elemento da sua política de hegemonia, outra dúvida não menos relevante se levanta: por que razão celebrou Madail com ele um contrato de quatro anos, a preços milionários e com objectivos mínimos principescamente pagos? Não saberia Madail, há tanto tempo no futebol, que não há nada mais volúvel do que a situação de um treinador? Certamente sabia. Então, por que fez um contrato por quatro anos? Como nestas matérias não há ingenuidades, um contrato de “média-longa duração”, numa área tão insegura como é a de seleccionador nacional, só pode justificar-se por haver uma reciprocidade de interesses pouco compreensível para a generalidade das pessoas.
Depois do Mundial a sorte de Queiroz estava traçada em função da prestação da equipa e dos resultados desportivos. Madail, porém, nada fez. Mas Queiroz encarregou-se – felizmente – de o substituir. Perturbou o controlo anti-doping e expôs às sanções legais. Sanção que o Conselho de Disciplina da FPF quis atenuar para além dos domínios do logicamente possível. Sabe-se agora que dos quatro depoimentos que constavam dos autos sobre o comportamento de seleccionador, o CD deu preferência ao de Queiroz contra os outros três coincidentes entre si. Por aqui já se percebe que tipo de CD vamos ter na Liga…
Daí que o Estado, que não abdicou, a favor da auto-regulamentação, do seu poder fiscalizador e sancionatório em matéria de controlo anti-doping, tenha, legitimamente, avocado o processo e exercido o poder sancionatório que a lei lhe confere. Pode Queiroz chamar-lhe “justiça governamental” ou outra coisa qualquer que nem por isso tal poder deixa de ser perfeitamente legal e idêntico a tantos outros exercidos pelos poderes púbicos. Se Queiroz não está contente com a decisão, faça o que qualquer outro cidadão faz quando não concorda com as decisões da Administração: recorre delas para o tribunal competente e impugna o acto!
Apesar de haver razões mais do que suficientes para despedir Queiroz, Madail, certamente obedecendo aos tais poderes que dominam o futebol e indiferente aos resultados da selecção, quer manter o seleccionador. Qualquer que venha a ser a decisão da próxima quinta-feira, o pior já está feito. A selecção perdeu 5 pontos em dois jogos e está praticamente arredada da fase final do próximo Europeu. Uma vergonha!
Queiroz, por seu turno, indiferente à sorte desportiva da selecção e cuidando apenas dos seus imediatos interesses bem como dos de quem o lá pôs – ou seja, com as “costas quentes” – quer ficar a qualquer preço numa demonstração de carácter que dispensa qualquer comentário.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

SELECÇÃO: O GRANDE EQUÍVOCO



LIMPEZA, EXIGE-SE!
Está muita gente a mais na selecção: a direcção da Federação, a equipa técnica e alguns jogadores.
O que hoje aconteceu contra Chipre não constituiu uma surpresa. O “caso Queiroz”, que a FPF já se revelou incapaz de resolver, acabou por se impor. Apesar de punido pela Autoridade anti-dopagem e de processado pela própria Federação, Queiroz mantém-se à frente da selecção. Porquê? Porque há na Federação quem esteja empenhado em que ele lá fique. Porquê? Não, seguramente no interesse do futebol português...
Hoje, a equipa sofreu quatro golos de uma modesta equipa e marcou outros tantos. Agostinho Oliveira, subalterno de Queiroz, considera extremamente positiva a produção atacante da equipa portuguesa, apenas obscurecida pelos erros defensivos “da parte de trás” da equipa.
Este é o primeiro grande equívoco da noite de hoje. Portugal teve uma muito vasta produção atacante, embora relativamente ineficaz, contra Chipre, exactamente por Chipre ser um adversário fraco. Não há grande mérito no domínio ofensivo português. O que há é muito demérito no seu jogo defensivo.
O segundo equívoco decorre de se supor que os erros apenas são imputáveis à “parte de trás” da equipa. Isso era dantes. Hoje, quem ataca e quem defende é a equipa.
Finalmente, prova de que há muita gente a mais na selecção é a própria convocatória e a composição da equipa...que tem, como não podia deixar de ser, por detrás a “mão incompetente” de Queiroz.
Como todos estes assuntos deveriam ter sido tratados em Agosto – e não foram – vão ter de ser tratados, porventura já com prejuízos irreparáveis, em Outubro!