quarta-feira, 24 de novembro de 2021

DUARTE GOMES, UMA ANEDOTA!

 

 A  ARGUMENTAÇÃO DE DUARTE GOMES

Não há nenhum lance a que a imprensa portuguesa denomina de “polémico”, em que intervenham os três principais clubes portugueses, em jogos nacionais ou internacionais, que Duarte Gomes, ex-árbitro e hoje comentador de arbitragem, não siga os seguintes “critérios”: sempre a favor do Sporting; sempre contra o Benfica; contra o Porto, se o lance não tiver qualquer influência no resultado, a favor do Porto sempre que tiver.

Como antibenfiquista primário, adepto do Sporting, e como árbitro citado nas escutas do “Apito dourado” (ouvir a deliciosa conversa entre Pinto da Costa e Pinto de Sousa sobre a escolha dos árbitros), Duarte Gomes conhece muito bem as linhas com que se cose. O respeitinho é muito bonito…

No penúltimo jogo do Benfica, contra o SC de Braga, nem seria necessário esperar a opinião de Duarte Gomes sobre o primeiro golo do Benfica, para antecipar o que ele iria dizer. E o que ele disse foi que antes da falta sobre Seferovic por “toque ligeiro” no avançado do Benfica, Everton derrubou Antunes, falta que o árbitro não assinalou. Acontece que Everton não derrubou Antunes, tendo antes havido uma simples carga de ombro que, como sempre acontece  desequilibra o jogador que progride no terreno a uma velocidade superior ao que a ele se encosta, principalmente se não estão a correr paralelamente. Nenhum árbitro na “Europa civilizada do futebol” assinala falta a esta jogada. Em Portugal, como se sabe, o mais fraco deita-se para o chão e o árbitro tende a marca falta contra o que ficou em pé.

No jogo de ontem, contra o Barcelona, também era de esperar que Duarte Gomes corroborasse a decisão do juiz de linha que anulou o golo de Otamendi. A argumentação de Duarte Gomes é ridícula e chega a fazer figura de mentecapto na conclusão que tira face às premissas de que partiu. Diz ele: “A decisão é algo discutível por duas razões: a bola foi colocada no arco de círculo a um metro da linha de baliza (o que tornou menos provável que, no seu trajecto, tenha saído totalmente); o árbitro assistente moveu-se para trás de Grimaldo aquando da execução do pontapé de canto (deixou de estar no enfiamento da linha, colocando-se em posição desfavorável”. Perante estas premissas o que seria de esperar que fosse a conclusão de Duarte Gomes? Pois é, não foi a que a lógica impunha mas exactamente a contrária. E contra as mais elementares regras da argumentação concluiu Duarte Gomes: “ No entanto, também foi evidente que a bola na sua trajectória descreveu um arco de fora para dentro. Como nenhuma imagem prova que a decisão do árbitro foi errada, é mais do que justo conceder-lhe o benefício da dúvida”.

Como acima disse, ´Duarte Gomes é tão antibenfiquista e ficaria tão ressabiado se o Benfica tivesse ganho que nem se apercebe da pobreza da sua argumentação.

 

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

JESUS NÃO TEM ESTATUTO PARA TREINAR O BENFICA

 

JESUS NA CHAMPIONS LEAGUE

Como ontem se viu, não somente pelo resultado, mas principalmente pelo discurso Jesus não tem estatuto para treinar o Benfica. Um Benfica com ambições europeias, que se bata com dignidade contra as melhores equipas do mundo, mesmo sabendo a enormíssima diferença financeira que as separa das demais e não um Benfica que entre em campo batido e fique relativamente satisfeito por ter marcado dois golos, sendo o resultado agregado dos dois jogos de 9-2!

Jesus já jogou a Champions, com a prova que está em curso, por dez vezes. Sete no Benfica e três no Sporting.

No Benfica foi eliminado uma vez na terceira eliminatória contra o PAOK (20/21); no Sporting foi eliminado no play-off contra o CSKA (15/16).

Na fase de grupos apenas uma vez foi apurado (11/12), no Benfica, com 12 pontos. Nessa época passou as eliminatórias (terceira e play-off) contra o Trabzonsport e Twente, respectivamente, tendo na fase de grupos defrontado o Manchester United, o Otelui e o Basileia. Nos oitavos de final eliminou o Zenit St. Peterburg e nos quartos foi eliminado pelo Chelsea, com duas derrotas.

Nas demais vezes em que participou foi sempre eliminado na fase de grupos.

No Benfica, em 2010/11, com 6 pontos contra H. Telaviv, Shalke 04 e o O. Lyon.

Em 2012/13, foi eliminado com 8 pontos contra Celtic Glasgow, Barcelona e Spartak de Moscovo.

Em 2013/14, foi eliminado com 10 pontos contra o Anderlecht, PSG e o Olympiakos

Em 2014/15, foi eliminado com 5 pontos contra Zenit, Bayer Leverkusen e Mónaco.

No Sporting, em 2016/17 foi eliminado na fase de grupos com 3 pontos contra Real Madrid, Legia Varsóvia e Borussia Dortmund.

Em 2017/18, depois de ter eliminado o Steaua de Bucareste no play-off, foi eliminado na fase de grupos com 7 pontos contra o Olympiakos, Barcelona e Juventus.

No Benfica, com excepção da prova em curso, teve sempre grupos fracos e na fase de apuramento chegou a ser eliminado pelo PAOK como todos se recordarão. No Sporting, os grupos que defrontou foram relativamente mais fortes, tendo, numa das vezes, ficado pelos 3 pontos.

A primeira conclusão que se pode tirar é a de que Jesus não pode ser treinador de uma equipa com ambições europeias, pois em 9 vezes fracassou 8 e muito provavelmente voltará a fracassar este ano.

À ausência de resultados, soma-se a qualidade do futebol praticado, degressivamente mais fraco nestes últimos anos. Fraco, sonolento e incapaz de entusiasmar o espectador.

Talvez na América Latina possa continuar a carreira já que na Europa o ciclo de Jesus, em clubes com alguma nomeada, deve ficar encerrado com esta passagem pelo Benfica.

 

 

DESDE HÁ UM MÊS

 DE 3 DE OUTUBRO ATÉ HOJE

De 3 de Outubro até hoje o Benfica fez sete jogos em todas as competições em que participa. Matematicamente ainda não está fora de nenhuma, mas desportivamente poucos são os que acredirão que possa vencer alguma ou até manter-se por muito mais tempo naquelas que se disputam por eliminatórias. 

Nesses sete jogos ganhou dois, perdeu três e empatou dois. Marcou 9 golos e sofreu 15. Se fosse numa competição em que todos jogam contra todos teria 8 pontos e se nessa competição participassem 18 equipas estaria, em termos de pontuação, classificado no último terço da tabela, entre o 13.º e 18.º.

É muitissimo pouco para um clube como o Benfica. E o pior é que ninguém antevê dias melhores.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

O BENFICA DE HOJE

 

UM RETRATO DO BENFICA

Para muitos, entre os quais me incluo, avizinha-se uma “tragédia” de proporções superiores à da última época. A série negra de seis jogos, com duas vitórias, uma obtida no último segundo perante um adversário que não merecia perder e outra no prolongamento, também pouco merecida, perante uma equipa mal colocada na divisão inferior, dois empates, e duas derrotas, seguida de dois jogos de grande dificuldade – Bayern e Braga – e tendo ainda que defrontar o Sporting e o Porto na primeira volta do campeonato não deixa antever nada de bom.

Por que acontece isto? Dizem alguns, porque o Benfica não tem uma cultura vencedora. Como não sei bem o que isso significa, prefiro dizer que o Benfica tem dois problemas para os quais não vejo solução a curto prazo, tanto mais que já passou tempo mais do que suficiente para os ter resolvido. Esses problemas consistem no seguinte: o Benfica não sabe o que há-de fazer com a bola, mas também não sabe o que há-de fazer sem ela. E sem dominar estes dois princípios nenhuma equipa, por mais garra que tenha, por mais esforçada que seja, nunca será uma grande equipa vencedora.

Na segunda década do século XXI o Benfica demonstrou em várias épocas e com diferentes treinadores que dominava aqueles dois princípios, depois, a partir daquele fatídico jogo contra o Porto em que perdeu por 3-2, o Benfica nunca mais se encontrou.

O Benfica de Bruno Laje apresentou-se no Dragão com sete pontos de vantagem: se empatasse mantinha a diferença, se ganhasse aumentava-a para dez. O momento fatídico desse jogo acontece quando estando o Benfica empatado por 1-1, dando boa réplica ao Porto,  o VAR resolveu assinalar um penalty contra o Benfica por Ferro ter sido empurrado por um jogador do Porto e em consequência desse empurrão ter desequilibrado Soares. O árbitro bem colocado nada marcou, mas o VAR intervindo indevidamente e facultando ao árbitro imagens truncadas (porque estavam deturpadas, não mostrando todo o lance), incitou-o a marcar penalty. Curiosamente quando a Jogada ainda corria Pepe agrediu a soco Taarabt, o árbitro aparentemente não viu e o VAR fez que não viu, perdoando assim a expulsão de PEPE como de resto já tinha evitado a expulsão de Marega no início do jogo por jogo muito perigoso contra o mesmo Taarabt.

A partir desse jogo, Ferro que era então grande estrela nascente na defesa do Benfica, a ponto de ter logo sido chamado à selecção e pela generalidade da crítica tido como melhor do que Ruben Dias, nunca mais se encontrou, caindo, caindo sempre a ponto de ter sido afastado da equipa principal, emprestado, regressado mas sem que o treinador conte com ele. E o Benfica seguiu-lhe as pisadas. Também nunca mais se encontrou. Nesse ano perdeu com muita facilidade a vantagem que ainda conservava depois da derrota no Porto, acabando o campeonato a 5 pontos do Porto! No ano subsequente perdeu os cinco pontos de vantagem que chegou a ter no início do campeonato, caindo, caindo sempre daí para a frente ficando a uns longínquos 9 pontos do Sporting e a 5 do Porto. Esta época já perdeu à 10.ª jornada os 4 de vantagem que chegou a ter, jogando mal a maior parte dos jogos e agravando todos os males que foi acumulando nas duas épocas anteriores. 

O Benfica não tem um jogo suficientemente vertical para criar oportunidades de golo e nas jogadas de envolvimento pelas alas não tem o discernimento suficiente para criar as oportunidades correspondentes aos espaços que, por vezes, vai abrindo. Nos contra-ataques, o jogador que conduz a bola raramente define bem o último passe. Os cantos e os livres perto da área são todos desaproveitados. Não tem um único rematador de meia distância, nem os jogadores tentam esse tipo de lances Continua frágil a defender, pressionando pouco e com inconstância o adversário.  Sofre golos de bola parada com alguma facilidade. Piora o regimento com o decurso do tempo, quanto mais perto do fim está menos joga, e mais vulnerável se torna. Em conclusão, com excepção da defesa em linha, buscando o off side do adversário não se vê mais nada de trabalhado no Benfica. Vêm-se muitos passes inúteis para o lado e para trás, um jogo sonolento, nada entusiasmante e pouco mais.

E o pior de tudo é que os adeptos percebem que ninguém percebe o que se está a passar como diagnóstico indispensável à superação do que está mal. Oxalá me engane. 

Para muitos, entre os quais me incluo, avizinha-se uma “tragédia” de proporções superiores à da última época. A série negra de seis jogos, com duas vitórias, uma obtida no último segundo perante um adversário que não merecia perder e outra no prolongamento, também pouco merecida, perante uma equipa mal colocada na divisão inferior, dois empates, e duas derrotas, seguida de dois jogos de grande dificuldade – Bayern e Braga – e tendo ainda que defrontar o Sporting e o Porto na primeira volta do campeonato não deixa antever nada de bom.

Por que acontece isto? Dizem alguns, porque o Benfica não tem uma cultura vencedora. Como não sei bem o que isso significa, prefiro dizer que o Benfica tem dois problemas para os quais não vejo solução a curto prazo, tanto mais que já passou tempo mais do que suficiente para os ter resolvido. Esses problemas consistem no seguinte: o Benfica não sabe o que há-de fazer com a bola, mas também não sabe o que há-de fazer sem ela. E sem dominar estes dois princípios nenhuma equipa, por mais garra que tenha, por mais esforçada que seja, nunca será uma grande equipa vencedora.

Na segunda década do século XXI o Benfica demonstrou em várias épocas e com diferentes treinadores que dominava aqueles dois princípios, depois, a partir daquele fatídico jogo contra o Porto em que perdeu por 3-2, o Benfica nunca mais se encontrou.

O Benfica de Bruno Laje apresentou-se no Dragão com sete pontos de vantagem: se empatasse mantinha a diferença, se ganhasse aumentava-a para dez. O momento fatídico desse jogo acontece quando estando o Benfica empatado por 1-1, dando boa réplica ao Porto,  o VAR resolveu assinalar um penalty contra o Benfica por Ferro ter sido empurrado por um jogador do Porto e em consequência desse empurrão ter desequilibrado Soares. O árbitro bem colocado nada marcou, mas o VAR intervindo indevidamente e facultando ao árbitro imagens truncadas (porque estavam deturpadas, não mostrando todo o lance), incitou-o a marcar penalty. Curiosamente quando a Jogada ainda corria Pepe agrediu a soco Taarabt, o árbitro aparentemente não viu e o VAR fez que não viu, perdoando assim a expulsão de PEPE como de resto já tinha evitado a expulsão de Marega no início do jogo por jogo muito perigoso contra o mesmo Taarabt.

A partir desse jogo, Ferro que era então grande estrela nascente na defesa do Benfica, a ponto de ter logo sido chamado à selecção e pela generalidade da crítica tido como melhor do que Ruben Dias, nunca mais se encontrou, caindo, caindo sempre a ponto de ter sido afastado da equipa principal, emprestado, regressado mas sem que o treinador conte com ele. E o Benfica seguiu-lhe as pisadas. Também nunca mais se encontrou. Nesse ano perdeu com muita facilidade a vantagem que ainda conservava depois da derrota no Porto, acabando o campeonato a 5 pontos do Porto! No ano subsequente perdeu os cinco pontos de vantagem que chegou a ter no início do campeonato, caindo, caindo sempre daí para a frente ficando a uns longínquos 9 pontos do Sporting e a 5 do Porto. Esta época já perdeu à 10.ª jornada os 4 de vantagem que chegou a ter, jogando mal a maior parte dos jogos e agravando todos os males que foi acumulando nas duas épocas anteriores. O Benfica não tem um jogo suficientemente vertical para criar oportunidades de golo e nas jogadas de envolvimento pelas alas não tem o discernimento suficiente para criar as oportunidades correspondentes aos espaços que, por vezes, vai abrindo. Nos contra-ataques, o jogador que conduz a bola raramente define bem o último passe. Os cantos e os livres perto da área são todos desaproveitados. Não tem um único rematador de meia distância, nem os jogadores tentam esse tipo de lances Continua frágil a defender, pressionando pouco e com inconstância o adversário.  Sofre golos de bola parada com alguma facilidade. Piora o regimento com o decurso do tempo, quanto mais perto do fim está menos joga, e mais vulnerável se torna. Em conclusão, com excepção da defesa em linha, buscando o off side do adversário não se vê mais nada de trabalhado no Benfica. Vêm-se muitos passes inúteis para o lado e para trás, um jogo sonolento, nada entusiasmante e pouco mais.

E o pior de tudo é que os adeptos percebem que ninguém percebe o que se está a passar como diagnóstico indispensável à superação do que está mal. Oxalá me engane.