segunda-feira, 21 de outubro de 2024

O MINISTÉRIO PÚBLICO E OS COMENTADORES DO BENFICA NA TELEVISÃO

O CASO DE JOÃO MALHEIRO 

 Para começar, devo dizer que não ouvi nem vi todos os comentadores do Benfica sobre a mais recente acusação do Ministério Público ao clube da Luz.

Mas dos que vi, quero sublinhar dois comportamentos completamente opostos.

O primeiro que ouvi falar sobre o assunto, num ambiente ferozmente anti-benfiquista (um “senhorito” do Sporting, uma representante informal do MP, Tânia Laranjo e um pérfido fala-barato que intriga a partir do Porto), foi Diamantino Miranda, ex jogador do Benfica.
Este ex-jogador declarando-se tecnicamente incompetente para tratar de matéria que não domina, limitou-se a dizer que estas situações o incomodam como benfiquista e que o ambiente gerado a partir do que foi publicado pelo Ministério Público cria na opinião pública a ideia de que há desde já condenados pela prática de actos muitos graves; sem que haja permanentemente a cautela de explicar que aquilo que estamos a ouvir é apenas a opinião/posição do MP. Portanto, ele, partindo destes pressupostos, mas tendo ouvido sobre o assunto outras versões, ficou tranquilo quando reputados advogados afirmaram que as acusações apresentadas não tinham qualquer fundamento nos factos descritos. E estranhou o “timing” desta acusação. Porquê, neste preciso momento?

Por outras palavras, o que Diamantino quis dizer é que a versão que está a correr nos media é a versão do Ministério Público e que o Benfica tem outra, quer quanto aos factos, quer quanto à interpretação que deles se faz. À Justiça, ao Juiz, caberá decidir.

Numa palavra, Diamantino disse o que uma pessoa séria, não especialista na matéria, pode e deve dizer sobre o assunto, tendo acrescentado que, depois do que ouviu, como benfiquista, ficou descansado.
Não adianta falar sobre as intervenções dos demais; elas eram esperadas e são óbvias: o “senhorito” do Sporting bolsa ódio e calúnias sobre o Benfica como sempre faz; Tãnia actua como “correia de transmissão” da versão publicada (“eu digo o que me chegar às mãos de “boa fonte”, apenas quero continuar a saber o que outros não podem saber; ou saber primeiro do que eles”); o fala-barato do Porto ataca o Benfica, em termos pérfidos, como sempre faz; quer ele lá saber como reage o direito ao arrazoado do MP, quer é ter matéria para atacar o Benfica, directa ou indirectamente.

Dois dias depois, no painel da sexta-feira da CMTV, estava Fernando Mendes, ex-futebolista (que agora se diz adepto do Sporting); Manuel Queiroz, conceituado jornalista do Porto, próximo do FCP, embora em posição crítica; Miguel …, advogado e João Malheiro, que se assume como benfiquista com contactos privilegiados.

De Fernando Mendes não adianta falar porque nada do que ele diz ou possa dizer sobre este assunto tem o menor interesse. Ressabiado desde há décadas pelo seu completo fracasso como jogador do Benfica (para o qual se transferiu desavindo com o seu “querido Sporting”), nunca perdoou ao Benfica a sua inadaptação a um clube de outra dimensão e grandeza. Como também não tem instrução nem educação que lhe permitam abordar este tipo de assuntos com um mínimo de conhecimento e elevação, limita-se a bolsar baboseiras exactamente idênticas às do adepto analfabeto sectário. À frente, portanto. Não faz sentido considerá-lo.

Depois vem o Malheiro, o Malheiro que vota, como se já viu na televisão, um ódio mortal a Vieira, por o ter posto a léguas de tudo o que fosse Benfica ou do círculo próximo do poder. Vieira teve oportunidade, num frente a frente com Malheiro, de exibir todos os podres de Malheiro e de demonstrar quão nocivo ele era como adepto do Benfica e mais ainda como próximo de certos ídolos do Benfica, como Eusébio. Malheiro foi arrasado nesse frente a frente, tendo Vieira agido sempre como se empatia de Malheiro com o universo benfiquista fosse nula ou insignificante. Disso não poderá haver dúvidas  tal a descontracção com que Vieira falava sem qualquer preocupação com a escolha das palavras.

Não obstante, o desprezo a que Vieira o votou, Malheiro, depois da destituição (ou renúncia) deste, como Presidente, continuou a fazer um grande esforço para aparecer nos ecrãs como próximo do “círculo do poder”, como alguém que “bebe do fino”. Na sua voz pousada e rouca é frequente ouvi-lo afirmar solenemente: “Posso garantir de fonte segura que o Benfica…”; “posso adiantar, não como minha convicção pessoal, mas como posição do Benfica que…”.

Enfim, Malheiro na sua egolatria egocentrista gaba-se de falar em nome do Benfica, não como procurador, mas como pessoa “de dentro”, como pessoa que tem conhecimentos próprios de quem está próximo do poder e que diz aquilo que o poder gosta que seja dito. Daí, por exemplo, a defesa intransigente de tudo o que diga respeito ao Presidente Rui Costa, etc…

Tenha ou não alguma ligação com o poder benfiquista – e tanto pode ter como não ter, pois todos nós conhecemos aqueles “adesivos” que se colam à proximidade do poder apenas para “dar ares” de que são muito importantes - a minha profunda convicção é que a generalidade das suas intervenções não beneficiam o Benfica, suscitam a animosidade dos inimigos e não ganham a empatia da generalidade dos benfiquistas, que gostariam de vê-lo bem longe de tudo o que respeite a falar em nome do Benfica (com ou sem poderes). Mas esta é a minha convicção, que abaixo vou tentar fundamentar com o exemplo do que se passou no debate da passada sexta-feira (18/10), sobre a acusação do Ministério Público. Pode outra ser a da generalidade dos benfiquistas, mas, francamente, não creio.

Pois analisemos o que disse Malheiro sobre a acusação do MP. Guiado pelo seu ódio desmedido a Vieira, Malheiro depois de umas considerações puramente supérfluas, apenas destinadas a demonstrar que deu um tempo de tréguas ao seu inimigo, desatou num ataque desenfreado a tudo o que Vieira terá feito nos últimos 5 ou 6 anos, como Presidente do Benfica, prejudicial ao bom nome e reputação do clube, deixando implícito, mas sem reservas, de que Vieira deveria ser punido por tudo o que de mal fez ao clube, para de seguida lamentar a situação em que deixou ficar o Benfica!

No caso vertente, Malheiro deu claramente a entender que o comportamento de Vieira é censurável, com consequências graves

Na sua limitada compreensão do que está em causa, Malheiro parece não ter percebido, ou pior ainda, ter percebido e desinteressar-se das consequências, que quanto mais atacasse Vieira na qualidade de Presidente do Benfica mais afundava o Benfica, que estava a contas com a justiça exactamente por Vieira ter actuado em seu nome e como seu legítimo representante.

A sua inteligência não é certamente famosa, a ponto de nem sequer ter percebido que a única forma de atacar Vieira era insinuar que os negócios do Benfica com o Vitória de Setúbal estavam sendo realizados com vista a um hipotético proveito futuro de Vieira e não do Benfica pela sua possível ligação com o imobiliário (falava-se muito na venda do Bonfim e terrenos anexos), caso em que o Benfica seria a vítima e não o acusado. Mas como a inteligência de Malheiro, turvada pelo ódio, não dá para ver o óbvio, o seu papel nesse debate apenas serviu para acusar o Benfica!

Quanto aos outros comentadores, talvez valha a pena dizer que Manuel Queiroz, porventura por já ter percebido que a acusação judicial não tem “pés para andar”, insistiu no plano desportivo. E qual seria a acusação no plano desportivo? Não há acusação no plano desportivo que se não fundamente em factos judicialmente apurados e estes, como temos visto, ou não existem ou que os existem não provam nada.

Depois interveio Miguel, o advogado, que acabou concluindo o seguinte: há no futebol, como na vida em geral, quem se comporte imoralmente, amoralmente ou ilicitamente. Dos autos não se pode inferir que tenha havido comportamentos ilícitos do Benfica ou dos seus representantes, logo não haverá comportamentos penalmente puníveis, embora admitindo a possibilidade de comportamentos imorais ou até amorais que o Direito, como é óbvio, não pune.

Em conclusão, tirando o dito Fernando Mendes, que “não conta para o totobola”, o único que deixou a ideia de que o Benfica poderia ser culpado foi o comentador João Malheiro.

Já agora, algumas breves indicações sobre como deve ser feita a defesa do Benfica, em minha opinião:

O MP diz que os negócios entre o Benfica e o Vitória de Setúbal durante um largo período de tempo (vários anos) foram simulados.

Em que se fundamenta o MP para afirmar que os negócios são simulados? Essa matéria não está provada, trata-se de uma simples inferência do MP que nem sequer considera nos autos a posição do Benfica sobre o assunto, como se não houvesse contraditório. E a verdade é que o Benfica tem posição sobre esse assunto. E irá certamente apresenta-la ou na instrução contraditória (se for aberta) ou na audiência de julgamento. E somente depois se poderá tirar uma conclusão ou não tirar nenhuma conclusão, caso em que os negócios serão tidos como verdadeiros.

Em segundo lugar, a simulação em si não constitui crime, embora dela possam resultar crimes.

Vamos admitir, a título puramente argumentativo, que a simulação é verdadeira. Que conclusões se podem tirar desse facto? Que a simulação tinha em vista corromper o Vitória de Setúbal? E quais são os factos que comprovam essa tese? Os resultados dos jogos entre a Vitória e o Benfica foram falseados? Que jogos? Onde está a prova? Que o Vitória apoiou o Benfica em certas decisões da Liga? Antes de mais: que decisões? E onde está o crime por o Vitória ter votado no mesmo sentido do Benfica? Praticou a direcção do VFC (Setúbal) actos contrários aos seus interesses apenas para favorecer os interesses do Benfica? Que actos? Que prova?

Não deixa de ser estranho que o MP, não obstante afirmar que o “plano criminoso” abrangeu vários anos, não tenha explorado outras hipóteses, como a de o Benfica estar a ser usado para obtenção de vantagens alheias ao clube. Todavia, o MP não o fez. E se não fez não foi certamente por não ter ponderado essa hipótese ou por ingenuidade, mas por saber que por essa via estava a abrir a porta à possibilidade de o Benfica ser uma vítima e não um culpado por actos praticados em seu nome. Este pormenor deixa transparecer que o verdadeiro alvo do MP é o Benfica e não aqueles que agiram em seu nome!

Continuando: diz o MP que a simulação gerou fraude fiscal. Indispensável ao conceito de fraude fiscal é haver prejuízo do erário público. E houve prejuízo do erário público? Deixou o fisco de receber o que deveria receber? Pelo contrário, a vingar a tese do MP, até passou a receber mais do que lhe era devido (nos casos de simulação relativa) ou a receber quando nada lhe era devido (nos casos simulação absoluta). Onde está o crime?

Por fim, o Benfica comprou ao VFC (Setúbal) um direito (convencional) de preferência sobre a venda dos jogadores da formação ou outros? E depois, onde está o crime? Não faz parte do mundo dos negócios a constituição de direitos de preferência convencionais? Onde está o crime?

Não, não há motivo para os benfiquistas andarem preocupados não obstante as tentaculares influências dos caluniadores do Sporting. A Justiça tem várias alçadas…

 



sexta-feira, 18 de outubro de 2024

KAREM AKTüRKOGLU

  Aktürkoglu, grande jogador do Sport Lisboa e Benfica

Cidadão exemplar que se manifesta contra a barbárie israelita na Palestina.

Bem Vindo ao Benfica. É de grandes jogadores - cidadãos como Aktürkoglu que o Benfica precisa.

Parabéns à Turquia


, sua Pátria!


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

O BENFICA E A ACUSAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO


QUAL O OBJECTIVO DESTA ACUSAÇÂO?

O Ministério Público acusa o Benfica (Benfica SAD), o Vitória de Setúbal (VFC SAD) e alguns dos seus dirigentes, entre 2012 e 2020, da prática de crimes de corrupção (activa e passiva), fraude fiscal e outros crimes de pouca relevância e pede como sanção assessória a suspensão do Benfica das competições desportivas.

É uma acusação grave, muito grave, não pelos factos que a consubstancia, como adiante se verá, mas pelos danos reputacionais, nacionais e internacionais, que a simples acusação pode causar a uma instituição com a grandeza do Benfica.

E a este respeito convém antes de mais dizer que não é nem pode ser pelo facto de o Ministério Público se considerar insindicável, beneficiando de um generalizado clima de impunidade, que está autorizado a actuar sem um mínimo de ponderação sobre as consequências da sua actuação como se vivesse num mundo à parte, completamente indiferente ao rasto de destruição que a sua actuação pode causar. Por outras palavras: o Ministério Público não pode comportar-se no desempenho da investigação e acção penal como Israel se comporta relativamente aos seus vizinhos para defender o que entende serem os seus direitos.

Não, não pode. E se o faz é porque tem a cobertura de alguém, tal como Israel, sempre pronto a arranjar desculpas para o indesculpável ou a encontrar justificações pífias a que outros obedecem e respeitam em sinal de pura vassalagem.

Portanto, quando o Ministério Público se atreve a fazer acusações gravíssimas à instituição mais representativa de Portugal em todo o mundo, é porque tem a certeza de que essas acusações têm fundamento mais do que suficiente para justificar uma punição. Ou seja, é porque essas acusações consubstanciam a prática de um ou vários crimes processual e juridicamente inquestionáveis.

Vejamos então o que se passa. E deixemos aos leitores a avaliação da actuação do MP.

Numa peça processual de 395 páginas, o Ministério Público “gasta” 226 páginas a contar a “história do inquérito”. E esta é, sem dúvida, a primeira e muito grave manifestação de que algo de estranho se passa neste processo. O Ministério Público sabe perfeitamente que qualquer juiz, por sua iniciativa ou a solicitação dos arguidos, a primeira coisa que lhe mandará fazer (que terá de lhe mandar fazer) é desentranhar dos autos toda essa matéria e ordenar-lhe que se cinja à acusação, aos factos que a fundamentam bem como os crimes que eles consubstanciam.

Só por ingenuidade se poderia supor que o Ministério Público o faz inocentemente. Não, não o faz. Fá-lo para tentar influenciar o julgador, como se o julgador fosse uma qualquer Tânia do Correio da Manhã, que se deixa entrar em transe com estes estímulos processuais.

Depois vamos à parte substantiva propriamente dita: em resumo, o Ministério Público acusa os ex-dirigentes do Benfica e o Benfica SAD da realização de vários negócios com o Vitória Futebol Clube (vulgo, Vitória de Setúbal) quer verdadeiros quer simulados (nuns casos a simulação será relativa, noutros será absoluta) com o objectivo de transferir fundos para o clube sadino, permitindo-lhe por essa via o cumprimento de todas as suas obrigações legais de forma a mantê-lo na primeira divisão.

Alguns desses negócios seriam verdadeiros, embora com simulação de preço (ou seja, nos casos em que se paga mais do que o devido – nunca menos) noutros haveria simulação absoluta (ou seja, não houve negocio absolutamente nenhum). E daqui tira a conclusão de que, se o Benfica faz isto, é porque quer tirar alguma vantagem desta sua generosidade. Por outras palavras, quer ter o Vitória condicionado. Daí o crime, entre outros (já lá vamos), de corrupção.

Vamos dar de barato que esses negócios existiram tal como o MP os interpreta. Algo que está por demonstrar. E tanto o Benfica como o Vitória de Setúbal já o terão feito na fase de inquérito, apesar de o MP, quanto a este assunto, que tem alguma (mas não muita) importância, ser completamente omisso. Certamente, voltarão a fazê-lo na instrução contraditória (se se abrir, como se supõe que ocorra) e aí já o MP deixará de ter qualquer hipótese de omitir a justificação dos clubes.

Mas vamos supor que prevalece a narrativa do MP. Ok. Muito bem. Então venham os factos. Venha a prova da corrupção, venha a prova da fraude fiscal. Resposta do MP: ZEROOOOO!!!! Zero é mesmo ZERO!

O MP poderia, a título de exemplo, ter aduzido: o Vitória veio jogar à Luz e levou 7-0; ou o Vitória veio jogar à Luz com mais de meia equipa dos juniores; ou o Vitória veio jogar à Luz e deixou em Setúbal os principais titulares e por ai adiante. Mas nada, nada, nada, além da torpe insinuação. E mesmo isto que acabei de referir também não provaria nada. Mas nem isso o MP tem para aduzir.

E depois acusa o Benfica de fraude fiscal, nos negócios que considera simulados. Fraude fiscal? Como? Então, não é o MP que nuns casos alega ter havido simulação absoluta (ou seja, não há qualquer negócio por detrás do negócio simulado) e noutra simulação relativa (ou seja, por detrás do negócio simulado haveria um negócio verdadeiro), incidindo a simulação apenas sobre o preço, pagando-se mais do que o devido?
Onde está a fraude fiscal? Onde está o prejuízo do erário público? Não, foi exactamente o contrário: o erário público recebeu mais do que deveria ter recebido (nos casos de simulação relativa) e recebeu o que não deveria ter recebido (que era zero), nos casos de simulação absoluta.

Nos demais casos, nem vale a pena falar. Há dezenas de negócios desses (referimo-nos à concessão do direito de preferência) por todo o mundo do futebol (basta ter dinheiro para comprar a preferência) e no mundo dos negócios em geral. O MP até deveria ter vergonha de ter escrito o que escreveu, só compreensível numa instituição que anda em roda livre, como muito bem diagnosticou a Ministra da Justiça.

Portanto, isto é uma acusação surreal. Uma acusação surreal que os “papagaios” do costume logo transformam em calúnia. Calúnia a que a actuação do MP dá lastro.

Ai, coitadinhos dos outros clubes que desceram, diz um conhecido “banha da cobra”, que “opera” na CMTV, a partir do Porto. Desceram porque fizeram menos pontos, não foi? Aí o “engravatado” do Sporting, engole em seco, tentando deglutir os VMOC’s (100 milhões), mas logo ataca sem pudor.

E neste pequeno escrito vamos deixar por agora de parte, o facto de o inquérito ter sido iniciado com base em material roubado, quando já havia a certeza de quem era o ladrão bem como os seus receptadores, que primeiramente actuaram à vista de toda a gente e depois sob anonimato (Mercado de Benfica), sem que o MP tivesse mexido uma palha para impedir a exibição do material roubado, a ponto de a vítima se ter visto obrigada a recorrer a outros meios para o conseguir, embora bastante mais tarde. Aliás, foram civilmente punidos, tanto os receptadores ostensivos, como os seus mandantes.

(Partilhado do mural, facebook, de JMCP)


domingo, 7 de julho de 2024

 

SPORTINGUISTAS DA CMTV

Se há coisas que me irritam no futebDA CMTVol são os comentadores do Sporting, não propriamente os pertencentes ao povo, mas os “senhoritos”.

Mas quanto ao “povo”, atenção, o Sporting também têm lá “Jotas Marques”, indisfarçáveis por mais que tentem agora metamorfosear-se em assistentes políticos de certos partidos, depois da orfandade a que a “morte desportiva de Bruno de Carvalho” os remeteu.

Os “senhoritos” têm relativamente ao Benfica vários ódios de estimação: o primeiro é mesmo esse: a sua condição social, que despreza o povo, para eles ralé, que está na origem do Benfica e da sua identidade.

Mas depois têm outros. Um deles é Bernardo Sanches. Jamais esquecerão aquele campeonato que Jesus lhes prometera depois de uma abstinência de décadas. Nos seis ou sete meses em que o rapaz jogou na primeira equipa do Benfica, logo que perceberam que o seu desempenho estava intimamente associado à grande época que o Benfica estava fazendo, inventaram tudo o que acerca de um jogador se pode inventar. Até sobre a idade: que era muito mais velho; que tinha sido registado muito depois de ter nascido. Renato é um jovem português, de ascendência santomense e cabo-verdiana. É preciso dizer mais alguma coisa?

Outro foi o Rafa. Com o Rafa atingiu-se o ridículo. Um desses “senhoritos” quando lhe calhou apreciar a renúncia de Rafa à selecção, pôs o ar mais sério que imaginar se possa para descrever o que, m seu entender, representa a selecção nacional. E lá veio uma conversa antiga, que muitos de nós estavam fartos de ouvir antes do 25 de Abril, e daí à conclusão solene apenas um pequeno passo foi suficiente: Rafa é um desertor, um jogador que renuncia representar a sua PÁTRIA é um desertor. Francamente, não sei o que pensará este senhor daquele jogador do Sporting que se deslocou ao Estádio Nacional para agredir o seleccionador nacional, que para ele deve ser uma espécie de Nuno
Álvares Pereira, um guardião da Pátria, nem o que pensa da autoria dos incitamentos que levaram esse jogador à prática desse tresloucado acto. Também alguém bem conhecido no Sporting.

O outro é João Félix. Em primeiro lugar, é doentia a inveja sportinguista por o Benfica o ter transaccionado para o Atlético de Madrid por um preço record. Depois, é a incontida alegria com que têm acompanhado a sua carreira, por ter ficado um pouco aquém do que se esperava. Fala-se agora, não sei se é verdade, que pode regressar ao Benfica e então os “senhoritos” sportinguistas lançaram mão de uma verdadeira campanha de descrédito do jogador. Que não vale o dinheiro que se diz estar o Benfica disposto a pagar por ele. Que é um flop. Tudo isto dito com um ar doutoral, o mesmo ar doutoral com que um desses “senhoritos” justificava a incrível decisão de um juiz sportinguista de aceitar uma providência cautelar sobre uma matéria relativamente à qual qualquer vulgar aluno de Direito sabia não ter competência para sobre ela se pronunciar. O mesmo ar doutoral com que tentam encobrir que ser renitentemente caloteiro pode trazer vantagens de que outros por serem sérios e cumpridores não beneficiam.

Esta fúria contra João Félix faz sentido? Então, se ele não presta e além disso vai custar muito dinheiro ao Benfica, por que razão se arvoram em “curadores” do clube da Luz? O interesse deles não apontaria exactamente no sentido oposto? Escusado será explicar o que os move…

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

CAMINHO RUMO AOS TÍTULOS

 

BENFICA – AVISO À NAVEGAÇÃO

Os próximos 5 jogos do Benfica - Santa Clara, Arouca, Braga, Casa Pia e Paços de Ferreira – são decisivos para o futuro desta época, tanto a nível interno como internacional.

Não interessa continuar a insistir nas arbitragens. O Benfica tem obrigação de saber que raramente poderá contar com o benefício da dúvida nesta matéria. Foi assim na primeira parte do campeonato, foi assim também nas últimas três temporadas e não é de acreditar que isto venha a sofrer modificações por mais veementes que sejam os protestos.

O Benfica tem de ganhar inequivocamente como fez na primeira parte da época. Também não adianta estar a fazer comparações. É sabido desde há muito que o Porto não está sujeito à expulsão de jogadores por duplo amarelo. Há muito que é assim. Pinheiro foi a excepção, mas no fim me dirão quantos mais jogos voltará ele a apitar do FCP até ao fim da sua carreira, a menos que exiba publicamente uma penitência nunca vista. Já foi um avanço considerável, desde a introdução do VAR, que os fora de jogo das equipas adversárias deixassem de ser assinalados pelos centrais do Porto, isto apesar de as famosas linhas do sistema português em vigor terem anulado dezenas de golos válidos ao Benfica. Veremos se será este o sistema que continua em vigor em Portugal ou se será introduzido o que vigorou no Mundial. Também já é um avanço significativo a revogação da regra que permitia aos guarda-redes do Porto defender com as mãos fora da área, embora a outra regra – a de defenderem bolas dentro da baliza – continue a vigorar nos momentos difíceis, pelo menos até ser introduzido o sistema já em vigor em quase todo o lado.

Em resumo, vamos é jogar e deixamo-nos lamentos. E sobre esse aspecto há legítimas preocupações que não podem ser eludidas – o Benfica perdeu gás desde a interrupção do campeonato, como se viu contra o Penafiel, o Estrela da Amadora, o Moreirense, o Sevilha (particular), o Braga, o Portimonense e o Sporting. Aquele Benfica que encantou a Europa e que deixou de rastos os “dragartos” não voltou a aparecer.

A paragem prolongada é uma explicação, mas não é suficiente para explicar tudo. Houve jogadores que baixaram de rendimento e na parte propriamente técnica nem tudo correu bem (substituições atrasadas, quebra física, etc.).

Vamos todos tentar passar a mensagem de que temos de voltar a ser iguais ao que já fomos e não esperar pacatamente que essa qualidade renasça sem uma grande força interior que a impulsione.

 

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

OS DOIS ERROS QUE FERNANDO SANTOS NÃO DEVE COMETER

 

QATAR 2022

Sobre este estranho Mundial de Futebol muito haveria que dizer, desde a sua localização ditada por um “Pacto corruptivo” em que intervieram um Presidente da República, o Presidente da UEFA e o Presidente da FIFA, passando pelo coro de de reprovações hipócritas de todos aqueles que tanto no futebol como nos negócios em geral mantêm e desejam manter estreitas relações com o Qatar, até às opções do seleccionador nacional, Fernando Santos, que não sendo de todas as que fez até hoje das mais criticáveis nem por isso está isento de criticas por ter deixado de fora jogadores que lá deveriam estar, tanto pelo que trazem à selecção como pela excelente forma em que se encontram, como é o caso de Renato Sanches e Gonçalo Guedes bem como de Florentino Luís pela excelente forma em que se encontra dito .

Dito isto, e entrando naquilo que agora mais interessa, que é o jogo contra o Gana, há dois erros que o seleccionador português não pode cometer, a saber: Conceder a titularidade a Pepe e a Cristiano Ronaldo.

Embora por razões muito diferentes, nem um nem outro parecem estar na plenitude das suas capacidades ou sequer na forma minimamente exigível para um jogo desta responsabilidade.

Pepe teve durante esta época vários problemas, ao que parece de ordem física, que o impediram de estar ao nível com que terminou a época anterior. Apesar da idade, Pepe seria um indiscutível se estivesse a jogar normalmente. Mas não está. Esta época, ou dizendo melhor, esta primeira metade da época apenas realizou – até perto do fim – um grande jogo: foi contra o Atletico, em Madrid, apesar de não poder ser inocentado no golo que, nos últimos segundos, ditou a derrota do Porto.

Depois desse jogo, em que pareceu estar em excelente forma física, uma lesão, com o seu quê de misterioso, dada a política de sigilo seguida pelo FC Porto, não mais lhe permitiu voltar a ser o Pepe dos anos anteriores. No tempo que desde então decorreu, Pepe nas poucas vezes que jogou esteve muito abaixo do seu normal (como aconteceu contra o Club de Bruges) ou pura e simplesmente não jogou. E é nesta situação que o seleccionador o convocou para o Mundial, ou seja, um jogador que nos últimos dois meses não realizou um único jogo nem, ao que parece, sequer treinou. É por isso muito arriscado pô-lo a jogar.

O caso de Ronaldo é diferente e sobejamente conhecido. Por razões que na altura não justificou publicamente, Ronaldo resolveu não fazer a pré-época no seu clube de então (o Manchester United). Ou seja, não se treinou nem jogou porque não quis. Mais tarde, quando regressou ao clube e pretendeu jogar, o treinador achou – e bem – que não estava em condições de o fazer. Depois, nos diversos jogos em interveio, quer pelo clube quer pela selecção, a sua prestação foi medíocre, sendo notório que não estava em condições de corresponder às exigências competitivas das provas em que estava a participar – a Premier League e a Taçadas Nações – fosse por razões físicas ou de outra ordem, idade inclusive.

É assim uma grande irresponsabilidade pô-lo a jogar, tanto pelo prejuízo directo que para a equipa poderia representar a sua titularidade neste momento como pela previsível reacção de parte dos seus colegas que não estarão mais na disposição de ver preteridos jogadores que estão em melhor condição, nem dispostos ao sacrifício suplementar de esforço físico que a opção por Ronaldo lhes acarreta.

Dito isto, já agora avanço com o que seria a equipa que eu formaria com os jogadores que lá estão, embora à partida saiba que o “onze” escolhido por Fernando Santos será muito diferente.

Na baliza: não tenho ideia de, na selecção, em jogos oficiais, alguma vez Rui Patrício ter comprometido a equipa; pelo contrário, salvou-a muitas vezes com grandes e decisivas defesas, de modo que seria ele, para mim, o guarda-redes escolhido.

Na defesa: colocaria Cancelo à direita e Raphael Guerreiro à esquerda; no centro jogariam António Silva e Danilo.

Na linha média: poria Ruben Neves, Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Otávio

Na frente: Gonçalo Ramos e João Félix

Algumas explicações: Diogo Costa é bom guarda-redes, mas já o vi por mais de uma vez na intercepção dos cruzamentos rasteiros defender a bola para a frente, o que num torneio deste género pode ser fatal, como se tem visto (guarda-redes do Senegal , da Alemanha, da Costa Rica, entre outros).

Cancelo é indiscutível e Raphael Guerreiro defende melhor do que Nuno Mendes, e no ataque perde inúmeras bolas; portanto, é uma escolha que não oferece nenhuma dúvida.

No centro da defesa, António Silva é melhor do que Ruben Dias em todos os momentos do jogo: posiciona-se excelentemente, dai que na maior parte das vezes se limite a antecipar-se sem sequer ter necessidade de desarmar; mas também desarma bem e tem uma qualidade de passe notável, passa longo, médio e curto com a mesma facilidade; o passe quase sempre é feito para o interior do campo possibilitando de imediato um ataque, além de marcar golos e não fazer auto-golos. Para mim, é um indiscutível.

Na linha média, Bernardo Silva (no centro) e Octávio numa ala são ambos indiscutíveis; Bruno Fernandes e Ruben Neves têm no banco outros grandes jogadores, mas como estão num bom momento devem ser eles os titulares.

Na frente, estando fora Ronaldo, o melhor ponta de lança, com forte presença na área e com golo, que nós hoje temos é Gonçalo Ramos. João Félix, pela genialidade. Com ele em campo pode sempre acontecer qualquer coisa que mais ninguém faria.
 Se alguma coisa estivesse a correr mal  ou diferentemente do previsto há um banco riquíssimo que a todo o momento pode corrigir o que não está a correr bem.

 

 

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

O BENFICA NA LIGA DOS CAMPEÕES

 

O BENFICA NA LIGA DOS CAMPEÕES

Num grupo difícil em que está incluída uma superequipa, sem história, é certo, mas com muito dinheiro e jogadores de valor incalculável (PSG) e uma outra (Juventus) com pergaminhos quase equiparados aos do Benfica – historicamente, no plano interno, o Benfica tem 37 campeonatos e a Juve 36, sendo nove deles consecutivos conquistados neste século. A Juventus tem ainda 91 participações no campeonato italiano, menos uma que o total de ligas disputadas, por penalização, visto ter sido desqualificada (em 2004/2005) e rebaixada à segunda liga (série B) no ano seguinte. Nas competições internacionais (Taça dos Campeões e Liga dos Campeões) o Benfica tem 2 vitórias e 5 derrotas na final; a Juventus tem as mesmas vitórias (2) e mais uma derrota nas finais (6).  

Tanto na competição deste ano como na do ano passado, o Benfica esteve incluído em grupos fortes, tendo nestas duas participações até ao momento averbado apenas 3 derrotas (2 contra o Bayern de Munique e 1 contra o Liverpool), 6 empates (Dínamo de Kiev, Barcelona, Ajax, Liverpool e PSG (2) e 5 vitórias (Dínamo de Kiev, Barcelona, Ajax, Maccabi Haifa e Juventus). O ano passado o Benfica alcançou os quartos de final e este ano está bem posicionado para passar à fase seguinte. Isto sem contar os oito jogos que teve de realizar para participar na fase de grupos, nos quais registou 0 derrotas, 2 empates e 6 vitórias)

Quer isto dizer que o Benfica europeu está de regresso. De regresso na primeira e mais importante competição de clubes do mundo, já que foi nesta que o Benfica se fez grande e mundialmente conhecido.

O passo seguinte que é preciso dar sem receio é assegurar a presença dos principais jogadores da equipa quaisquer que sejam as propostas apresentadas, salvo se for “batida” a cláusula rescisão, facto que nunca ou quase nunca acontece (o único caso que recordo é o de Figo do Barcelona para o Real Madrid; o de João Félix foi um simples negócio em que o Benfica esteve envolvido por vontade própria, algo muito diferente da situação anterior). Se o Benfica precisar de vender para equilibrar as suas contas, em virtude de uma “folha salarial” onerosa e de encargos financeiros inevitáveis (obrigações), deverá tanto quanto possível preservar os mais valiosos e com mais futuro, adiando a sua venda um ou dois anos e tentar pôr no mercado aqueles que possam, não obstante o seu valor, ser substituídos mais facilmente. Por outras palavras: jogadores como António Silva, Enzo Fernandez, Florentino não podem ser negociáveis, salvo pagamento da cláusula de rescisão sem negociações (se não houver negociações também não haverá comissões a pagar a ninguém). Importante é também não cair em loucuras com jogadores em fim de carreira ou em fim de contrato por mais emblemáticos que eles sejam, nomeadamente se o plantel já dispuser de substitutos à altura, a menos que as prorrogações sejam por um curto período tempo – um ano no caso dos mais velhos e dois nos restantes. Fundamental é também manter o treinador, algo que já depende de outros envolvimentos, mas que certamente será tanto mais fácil quanto menos “devastadoras” forem as vendas realizadas.

sábado, 8 de outubro de 2022

OS GRANDES ESCÂNDALOS DESPORTIVOS E A SUA IMPUNIDADE MEDIÁTICA

 A FUGA AO FISCO DE FERNANDO SANTOS E O DOPPING DA W2 FC PORTO

Durante vários anos o Correio da Manhã, a CMTV e outros órgãos de informação do mesmo grupo empresarial bem como o Expresso flagelaram o Benfica com supostos escândalos “construídos” a partir de uma acção de banditagem informática traduzida na devassa e roubo de toda a correspondência electrónica do clube, recebida e publicada no Porto Canal, pela comunicação do Futebol Clube do Porto.

Com base nesse roubo informático “construíram-se” várias narrativas todas elas destinadas conspurcar a imagem e a honorabilidade do Benfica. Este é um assunto que toda a gente conhece e que conhecerá o seu verdadeiro desfecho nos tribunais portugueses.

Sobre este assunto que assentava num crime e num conjunto de extrapolações sem factos que verdadeiramente as sustentassem falou-se durante anos e volta e meia regressa à ribalta, como manobra de diversão, sempre que os principais rivais do Benfica passam por maus momentos.

Mas não deixa de ser curioso constatar que os verdadeiros escândalos, inequivocamente provados, não suscitam a menor curiosidade nem o interesse dos órgãos de comunicação e dos seus comentadores, apesar do manifesto interesse público de que se revestem.

Um deles tem a ver com a gigantesca fuga ao fisco de Fernando Santos, seleccionador nacional, que urdiu, juntamente com a Federação Portuguesa de Futebol, sua entidade patronal, um esquema, aliás pouco inteligente, para escapar ao pagamento dos impostos devidos. Conforme já está reconhecido em tribunal, Fernando Santos, a esposa e a filha de ambos – Juiz de profissão, ao que foi noticiado - constituíram uma sociedade comercial cujo objecto consistia na prestação de serviços à FPF. A Justiça considerou – e bem – que para efeito fiscal a personalidade jurídica daquela entidade deveria ser desconsiderada e atendida apenas e só a personalidade singular daquele que realmente prestava serviços à Federação. Numa linguagem mais simples, a dita sociedade não passava de uma ficção destinada a permitir a tributação em sede de IRC dos ordenados de Fernando Santos em vez de serem tributados, como deveria acontecer, em sede de IRS. Por outras palavras, aquela sociedade era o veículo por via do qual se processaria a gigantesca fraude de que acima falámos.

Fernando Santos, pelas fraudes que primeiramente foram detectadas, terá pago ao fisco, segundo a imprensa, 4 milhões de euros. Todavia, de acordo com notícias agora vindas a público, a Autoridade Tributária está igualmente a apurar o que se passou depois de 2018, estando em análise uma verba de 18 milhões de euros. A notícia não era muito clara sobre se a dívida de Fernando Santos poderia ainda ascender a 18 milhões de euros ou se era sobre esta importância que recai o pagamento do imposto em dívida.

Seja uma ou outra a situação, o que não pode restar dúvidas é que esta situação afecta decisivamente a honorabilidade do seleccionador e dos dirigentes federativos, que não deveriam poder continuar nos seus cargos tendo em conta que a entidade pagadora – a federação Portuguesa de Futebol – é uma instituição de utilidade pública. E das duas uma: ou todos se mantêm nos respectivos lugares e o Governo deve retirar à Federação Portuguesa de Futebol o estatuto de entidade de utilidade pública ou os responsáveis pela fraude fiscal se demitem ou são demitidos para que a FPF possa continuar a beneficiar do referido estatuto.

O outro escândalo que tem praticamente passado em claro é o que se refere à suspensão, pela União Ciclista Internacional, de 7 ciclistas da equipa W2 Futebol Clube do Porto com penas pesadíssimas que vão até 7 anos de suspensão para João Rodrigues ex-vencedor de uma Volta a Portugal e ao Algarve, por anomalias no passaporte biológico e uso de substâncias proibidas e os restantes seis suspensos por 3 anos.

Mais uma vez o Futebol Clube do Porto de Pinto da Costa mostrou, a propósito deste caso, a sua verdadeira face, quer por via das declarações de dirigentes do clube e da equipa de ciclismo, quer por via do posicionamento dos seus comentadores, dependentes e “independentes”, nos diversos meios de comunicação social.

Como sempre acontece, a primeira ideia que lhes ocorre em casos desta natureza ou semelhantes ou de acções altamente reprováveis do clube ou de pessoas a ele umbilicalmente ligadas é fazerem de conta que não se passou nada, ou não lhes darem relevância seja porque não estão provados, por mais óbvios que sejam os indícios ou até as próprias provas, ou porque os factos podem assentar numa mentira ou até porque podem não passar de provocações destinadas a enxovalhar o nome Futebol Clube do Porto.

Neste escandaloso caso de “dopping”, reiterado e em grande escala, com provas materiais inequívocas – o que foi encontrado na posse dos ciclistas da W2 FC Porto mais parecia um stock de supermercado – neste escandaloso caso, dizíamos, houve um comentador do FCP que chegou ao desplante de insinuar que alguém teria lá colocado todo aquele material sem o conhecimento da equipa com a única intenção de a incriminar. Habituados como estão à impunidade por parte da justiça local, todos ficam impávidos, apesar das iniciais suspensões provisórias., e a única coisa que lhes vem à cabeça é arranjarem um expediente que os possa livrar daquele imbróglio. Nunca há da parte deles uma condenação verdadeira, nem uma simples reprovação, convencidos que quanto menos falarem sobre o assunto maiores serão as hipóteses de ficarem impunes, como de costume.

Neste caso chegaram mesmo ao desplante de tudo terem feito para assegurar a participação da equipa na Volta a Portugal, como se as situações sob investigação nada tivessem a ver com a equipa, nem com os seus dirigentes e fosse apenas algo da responsabilidade dos ciclistas. E quase teriam levado a deles avante, com a cumplicidade da Federação e dos organizadores da Volta a Portugal, se as autoridades internacionais não tivessem intervindo a tempo. Depois desta tentativa, veio a mão pesada dos órgãos de justiça internacional e aí, tal como no futebol internacional, calam-se, tentam não fazer eco do que se passou e continuar como se nada tivesse acontecido.

O Presidente do Futebol Clube do Porto que regularmente se pavoneava no final de cada Volta a Portugal junto do vencedor como se de uma vitória do seu clube se tratasse, nada teve a dizer sobre esta pouca vergonha. Apareceu numa fotografia com o responsável técnico da equipa de ciclismo a ouvir este dizer que “foram enganados”. Não, não foram enganados. Os batoteiros foram apanhados! E os batoteiros agiram com a colaboração de quem lhes fez chegar as incríveis quantidades de material dopante.

AVISO À NAVEGAÇÃO

 UMA EXPLICAÇÃO

 A partir de hoje este blogue deixa de aceitar comentários. Nunca na minha vida tinha censurado o que quer que fosse, mesmo comentários totalmente despropositados e por vezes com excessos de linguagem.

Acontece que, completamente a despropósito, um comentador anónimo veio aqui insultar-me a propósito do texto abaixo publicado. Como é óbvio para qualquer pessoa, aquele texto por maior que seja a discordância sobre uma ou outra avaliação, nunca poderia merecer de um benfiquista um insulto soez como os que aqui tiveram lugar. Fácil é portanto perceber que foram outras as motivações e que estas nada têm a ver com o Benfica, mas seguramente com outro itipo de nteresses – interesses de quem pretende aproveitar-se do Benfica para tentar viver à sua custa. O malcriado que aqui apareceu é fácil de identificar. Além de malcriado é ignorante e nada sabe da história do Benfica nem do futebol português já que o seu pseudo benfiquismo apenas lhe serve para “papar alguns almoços” e tentar viver à custa do Benfica, pavoneando-se em certos meios a debitar banalidades ou a exibir relacionamentos .

Ora, como não é possível contemporizar com estas situações, nem a simples eliminação de comentários seria a solução adequada - uma solução que nunca adoptei e me vi agora obrigado a fazer  -  achei que a melhor solução seria a de impedi-los. Peço muita desculpa a quem não tem nenhuma responsabilidade desta situação e sofre consequências que não merece.

Acontece que eu escrevo sobre futebol apenas para me divertir e defender o Benfica e não para aturar malcriados e ignorantes.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

AS EXIBIÇÕES DO BENFICA NA LIGA DOS CAMPEÕES

 

OS COMENTÁRIOS DE DUARTE GOMES E OUTROS COMENTADORES DE TELEVISÃO

O Benfica continua invicto na Liga dos Campeões de 2022/23, tanto na fase de apuramento como na fase de grupos da competição. Com sete jogos disputados, o Benfica soma seis vitórias e um empate, 17 golo marcados e 4 sofridos. Dentre estes jogos, há dois, jogados contra duas das maiores equipa europeias, em que o Benfica realizou grandes exibições, exibindo e impondo o seu futebol sem preocupações especiais ou específicas relativas aos jogo dos adversários, salvo obviamente aquelas que resultam da imposição do seu próprio jogo e das correspondentes limitações que ele impõe no modo de jogar do adversário.

Pela primeira vez, desde há muitos, muitos anos, uma equipa portuguesa joga contra as melhores equipas sem subordinação a tácticas específicas para aquele jogo, seja em função do modo de jogar da equipa adversária seja por respeito aos craques que a integram, mas antes e só preocupada com a explanação do seu futebol, no modelo que põe em prática crente que ele é o futebol que melhor pode neutralizar as valências adversárias. Nunca mais o Benfica havia jogado assim desde os gloriosos anos 60 que tanto devem a Bela Guttmann e também aos extraordinários jogadores que integravam a equipa.

Acabaram-se os “mestres da táctica” e hoje o Benfica joga o seu futebol que começa a ser admirado e temido na Europa. Com duas exibições extraordinárias, contra a Juventus e contra o PSG, que somente não figurarão na galeria das inesquecíveis porque a eficácia concretizadora ficou muito aquém do futebol produzido, o Benfica prepara-se para ir a Paris jogar olhos no olhos contra o trio atacante mais valioso do mundo – Mbappé, Neymar e Messi – para ganhar. Nada garante que o consiga, mas há a certeza de que “medo” será coisa que o Benfica não terá, apesar de ter como adversários o melhor jogador (Messi) do mundo de todos os tempos depois de Maradona, um jovem portento tão imprevisível como veloz (Mbappé), e um jogador cuja excelência só é comparável à sua permanente queda para a batota (Neymar).

Toda a imprensa francesa é unânime em considerar que somente a grande exibição de Donnarrumma livrou o PSG de uma derrota na Luz, que poderia rer ficado construída na primeira parte, apesar do domínio exercido pelo PSG em certos períodos da segunda parte.

Dito isto, não pode deixar, mais uma vez, de se analisar os comentários de Duarte Gomes sobre a arbitragem. É uma constante nos comentários deste ex-árbitro opinar quase sempre contra o Benfica, quer em decisões de lances que lhe seriam favoráveis, como nas situações opostas. Apenas o não faz naqueles casos em que a decisão sobre o lance já é absolutamente ou previsivelmente indiferente para o resultado da contenda, numa clara manifestação de “esperteza saloia” ou “habilidade bacoca” com dizem os seus amigos do Norte.

Por isso, era óbvio que não valeria a pena esperar pelo seu comentário de hoje em “A Bola” para antecipadamente se saber que ele “expulsaria” Enzo aos 45m da primeira parte. Toda a gente viu que, na disputa de bola dividida com Verratti, Enzo chegou primeiro à bola, tocou depois com o pé na perna esquerda do italiano, com pouco força por ter, após o choque, refreado o ímpeto, e depois caiu por força do choque, tendo, na queda, pisado, sem querer e sem o poder evitar, a perna do dito adversário. O árbitro estava em cima do lance, a um metro se tanto, e viu a jogada melhor do que ninguém.

Pois Duarte Gomes chapa na Bola uma fotografia enganadora que altera e deturpa a natureza do lance e pede, zangado, a expulsão do médio argentino. Pois é este mesmo Duarte Gomes que em 11 de Fevereiro de 2021 analisa exactamente ao contrário um lance semelhante. Basta ler a Bola desse dia ou buscar na internet a capa deste jornal na qual o mesmo ex-árbitro se insurge contra a “inacreditável expulsão” de Luís Diaz no lance dividido com David Carmo que levou à fractura da perna deste jogador. Como toda a gente se recordará – e quem não se recordar pode buscar a jogada no You Tube – Luís Diaz chega primeiro à bola e subsequentemente em consequência do movimento em esforço que tinha feito embate de sola na perna de David Carmo. A generalidade dos comentadores de arbitragem considerou a expulsão errada por o choque ter ocorrido na sequência de um corte bola legal. Duarte Gomes alinhou nessa opinião, apesar da gravidade das consequências do choque. Hoje, contra o Benfica num lance que nem de perto nem de longe teve a mesma intensidade, Duarte Gomes defende exactamente o contrário do que antes defendeu.

Pra terminar: ouvi hoje à noite as primeiras intervenções dos comentadores da “Liga de Ouro” da CMTV – Encarnação do Porto, Malheiros do Benfica, Nuno Saraiva do Sporting e Sérgio Kretinas (creio que ´w assim que se chama), do Record – e não pude deixar de desligar a TV perante tanta imbecilidade. Malheiros está ao nível dos seus congéneres pela incapacidade de resposta e pela pobreza dos argumentos (???) que apresenta. De qualquer modo não era expectável outra coisa vindas as apreciações de quem vem. Apenas lamentar que o comentador do Record, pretensamente independente, não seja capaz de por um minuto abdicar do seu antibenfiquismo mesmo quando tal o leva inevitavelmente à mediocridade das suas análises. Como aconteceu quando afirmou que depois do golo de Messi, o Benfica se esvaziou como um balão furado e não mais foi capaz de fazer frente ao PSG. Semelhante apreciação só pode vir de um comentador medíocre. E mais espantoso ainda é que o pretenso comentador do Benfica deixe passar impune esta "barbaridade". Um tipo que não sabe perceber nem interpretar um jogo de futebol, como pode comentá-lo como jornalista?

Estes tipos ainda não perceberam que Roger Schmidt não prepara a equipa para o jogo X ou Y: Roger Schmidt prepara a equipa para jogar futebol tal como ele o entende, seja qual for a equipa adversária. Claro que o Benfica falhou alguns golos nesta Liga dos Campeões que lhe teriam garantido resultados históricos contra a Juventus em Turim e contra o PSG na Luz. Mas daí não se segue que o Benfica não marque golos – a prova está em que na fase de grupos já marcou 5 e sofreu apenas 2. Com menos golos sofridos apenas quatro equipas: Real Madrid (1), Manchester City (1), Club de Bruges (0) e Bayern de Munique (0). Ou seja, apenas menos um marcado do que o adversário de quarta feira (6), que integra o melhor ataque do planeta e menos um sofrido do que esta brilhante equipa (3) . Na Liga Nacional, o Benfica já marcou 19 Golos, apenas menos 1 do que o FCP e sofreu 3 enquanto o Porto já vai no dobro (6) . Portanto, em matéria de golos marcados o Benfica está a par os melhores, apesar de ter tido casiões para marcr muito mais. E em matéria de golos sofridos está tão bem como os melhores.

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

O FUTEBOL CLUBE DO PORTO E OS SEUS FANTASMAS

 

OS CASOS MAIS RECENTES 

O FCP é, nesta primeira fase da época, um clube acossado por dois factos altamente negativos: a prestação negativa da equipa de futebol na Liga nacional e na Liga dos Campeões. Na Liga dos Campeões dificilmente poderia haver pior começo: a derrota em casa com o Club de Bruge que goleou e ridicularizou os “dragões” e o excelente começo de época do Benfica, tanto a nível nacional como internacional.

Com apenas um destes factos, o FCP ainda poderia “sobreviver” e manter a “cabeça fora de água”, mas com os dois, temporalmente conjugados, é algo com que  não consegue conviver.

Para poderem continuar a “respirar”, os “dragões” agarraram-se à renúncia de Rafa à selecção, à alegada “campanha anti-Taremi”, às especulações sobre Pepe e ao caso “Seixas da Costa”, fazendo por deixar cair no esquecimento as agressões à família do treinador.

Quanto à renúncia de Rafa, agarram-se ao facto de o jogador não ter falado pessoalmente com o seleccionador e de ter “metido” a renúncia depois da convocatória. Só mesmo por brincadeira se podem levar a sério as críticas portistas. Como pode um clube cujo treinador chamou “palhaço” ao seleccionador por ter convocado jogadores do Porto, numa altura em que ao clube não interessava essa convocatória, um clube cujo presidente que já organizou manifestações públicas contra a selecção e os seus jogadores numa passagem destes pela cidade do Porto, um clube cujo presidente não teve escrúpulos em ter “jogado” com a eventual renúncia de Deco à selecção para evitar um pesado castigo, um clube cujo presidente brindou com champanhe a derrota da selecção no Euro 2004, como podem os adeptos deste clube ter legitimidade moral para avaliar a conduta de Rafa?

Quanto à alegada “campanha anti-Taremi”, o que verdadeiramente incomoda o FCP não é, nem de perto nem de longe, o que em Portugal se possa dizer sobre o comportamento de Taremi em campo, nomeadamente dentro da área adversária. Com isso convive o FCP muito bem, como se tem visto. O que preocupa o FCP é a arbitragem internacional já ter conhecimento de que Taremi adopta frequentemente comportamentos antidesportivos para enganar os árbitros. O que preocupa o FCP é essa atenção redobrada com que os árbitros de campo e o vídeo-árbitro seguem as jogadas de Taremi e as consequências que daí resultam: anulação dessas jogadas e punição do jogador, como aconteceu o ano passado em Madrid quando foi anulado um golo marcado com a mão e este ano foi detectada uma simulação que levou à sua expulsão por acumulação de cartões. Isto é que preocupa o FCP e o que se pretende com esta “campanha” do Porto é condicionar os árbitros e dar “luz verde” a Taremi para continuar a agir como até aqui.

Juntamente com esta campanha surge a “defesa” de Pepe, apesar de não ter sido acusado de nada. Pepe tem tido este ano um comportamento muito irregular na equipa do Porto. De uma maneira geral não tem correspondido ao que dele esperavam. Tanto assim que umas vezes está em campo e joga mal, outras vezes vai para a “bancada” por razões que o treinador não desvenda. Pode ser baixa de forma ou insuficiência física. O que não se compreende é que estando Pepe fora da equipa principal, por alegada “insuficiência física” o seleccionador o convoque e o integre nos trabalhos da selecção para dois dias depois o dispensar sem se saber concretamente o motivo. Causou igualmente alguma perplexidade o facto de Pepe em Madrid ter denotado uma condição física invejável, a ponto de já no tempo de compensação ter feito uma corrida admirável (embora infrutífera) de uma baliza à outra e logo no jogo seguinte se ter “arrastado” no campo sem força para pôr termo a vulgares jogadas adversárias. Ou seja: o facto de nem a Federação nem o FCP terem dito o que se passa com Pepe levou a uma onda de especulações nas redes sociais que teriam sido evitadas com outro tipo de informação. Foi exactamente por se ter referido a algumas destas especulações das redes sociais, sem contudo as assumir, que o comentador afecto ao Benfica, Jaime Cancela de Abreu, foi expulso da Sport TV, sem mais explicações.

Curioso que este verdadeiro atentado à liberdade de opinião não tenha sido censurado nem condenado, apesar da gravidade de que tal acto se reveste num Estado democrático, e, pelo contrário, sejam condenados, criticados, insultados e até ameaçados todos os que criticam certos comportamentos do FCP, do seu treinador ou de jogadores como se de um acto criminoso se tratasse. Mais uma vez o que preocupa o FCP é o facto de não poder voltar aos “bons velhos tempos” em que as críticas e as denúncias eram combatidas e silenciadas por meios que hoje já não podem ser usados como regra. Procedimentos, aliás, que certos comentadores do FCP não se cansam de enaltecer nas televisões como sendo os mais eficazes, dando como exemplo o “tabefe” que o comentador da Eleven merecia por ter dito o que disse num jogo de padel (“Aqui não há taremis”).

Quanto ao caso Seixas da Costa, é bom que se diga que não há ainda condenação com trânsito em julgado. Há uma decisão condenatória de primeira instância susceptível de recurso, que poderá ser revertida na Relação. Se a expressão em causa tivesse sido usada relativamente a certos comportamentos do treinador  do FCP não temos a menor dúvida de que Seixas da Costa não seria condenado, como também não o seria se tivesse sido proferida no contexto de uma actividade profissional, como a de jornalista ou a de comentador. Tendo a expressão sido usada relativamente à pessoa do treinador e não aos seus comportamentos, o caso complica-se um pouco, mas não pode, mesmo assim, dar-se por decidida no sentido já conhecido. Esperemos, portanto, para ver o que acontece.

Quanto à agressão à família de Sérgio Conceição por apedrejamento do automóvel em que viajava depois da derrota sofrida (4-0) contra o clube de Bruges – único acontecimento realmente digno de firme condenação e da tomada de medidas imediatas para punição dos culpados, o FCP e o seu círculo mais próximo de apoiantes foram muitíssimo mais comedidos do que relativamente aos casos antes referidos. A SAD do FCP em envergonhadas três linhas condenou o facto e tentou responsabilizar a polícia. Os “Super dragões” tiveram de publicar dois comunicados para se perceber que estavam contra o sucedido e o presidente do Porto, Pinto da Costa, depois de muito instado e criticado, precisou de oito dias para quebrar o silêncio e individualmente manifestar a sua reprovação. Tudo isto porquê? Por duas razões muito fáceis de enunciar: primeiro, porque a agressão foi perpetrada por adeptos do FCP, presumivelmente pertencentes aos “Super dragões” (facto sobre o qual continua a pairar o mais completo silêncio) e depois, porque não está no ADN deste FCP (agora é que se pode com propriedade falar de verdadeiro ADN) condenar actos de agressão praticados por responsáveis do clube, por pessoas que actuam sob as suas ordens, ou por pessoas que pertencem ao círculo dos seus apoiantes mais activos ou mais próximos. Os exemplos nestes últimos quarenta anos são tão abundantes e constituíram prática tão reiterada que seria fastidioso ter de enumerar os mais significativos. Recentemente basta lembrar a agressão de um jornalista em Moreira de Cónegos (facto já caído no esquecimento) e que levou o presidente do clube, testemunha ocular de tudo o que se passou, a afirmar no melhor estilo siciliano: “Não há uma única imagem que prove a agressão”. Depois temos o que se passou no jogo contra o Sporting, findo o encontro, tanto dentro do campo como nas garagens (episódio, este último, protagonizado por altos responsáveis do clube). E temos também o espectáculo degradante protagonizado por responsáveis do FCP, tanto dentro do campo (no fim do jogo) como posteriormente, tanto nas televisões como na imprensa, sempre que o clube perde ou empata nas competições domésticas.

É este clima que não dispensa o emprego de meios condenáveis que faz com um acontecimento tão grave como o que aconteceu com a família do treinador não tenha levado imediatamente os responsáveis a uma firme condenação e a um convicto empenhamento na identificação e punição dos autores do crime, mas antes se contentem com aquele comportamento  de quem está à margem do acontecido e deixem exclusivamente a cargo das vítimas a defesa da sua integridade física e moral.