SEGUNDA VOLTA
Rui Costa teve o voto de 32 898
eleitores a que corresponderam 744 655 votos (43,13%) e João Noronha Lopes, o candidato
classificado em segundo lugar, teve 27 109 eleitores a que correspondem
534 818 votos (30/26%). 
O acto eleitoral terá segunda
volta no próximo dia 8 de Novembro. De certo modo continua tudo em aberto até ao
apuramento dos resultados da segunda volta, na qual, segundo certos
comentadores, se poderá atingir a participação de cem mil eleitores. 
As incógnitas são muitas: o
candidato mais votado conseguirá manter ou até aumentar a mobilização dos seus
eleitores, tendo em conta que, em muitas secções de voto, tanto no território
nacional como no estrangeiro, continuará a ser necessário percorrer longas distâncias
para votar? Em quem votarão na segunda volta os eleitores que deram o seu voto
aos demais quatro candidatos, dois deles com um número apreciável de votos?
Haverá nestas eleições (para escolher os órgãos sociais de um clube de futebol)
alguma semelhança com que o que se passa em eleições em que participam partidos
políticos? Ou seja, que valores poderão ter as indicações de voto eventualmente
dadas aos eleitores pelos candidatos derrotados?
É muito difícil fazer
extrapolações com algum rigor, porque no desporto em geral a racionalidade não
é necessariamente o que mais impera nem tão-pouco existe a fidelidade
partidária. Mais vale falar em nome próprio e dar conta das motivações
individuais. 
Eu não gosto de candidatos nem de
campanhas que afrontem o outro como se fosse um inimigo. Como se aquele que se
defronta pertencesse a um clube diferente. Não gosto de candidatos que têm
apoiantes despeitados, como acontece quase sempre com os antigos futebolistas
que aceitam fazer parte das campanhas e que olham para os candidatos
equacionando as vantagens que a sua vitória lhes poderia trazer. Não gosto de
candidatos que não sabem reconhecer a grande obra que se fez neste século, não
obstante os erros que possam ter sido cometidos. E também não gosto de
candidatos que não inspirem confiança, quando fazem do seu trajecto de vida um
elemento fundamental da campanha e depois se vem a saber que não é assim tão brilhante
como o pintaram. Nem que olhem para o Benfica como um bom modo de vida, como
uma profissão muito bem paga. Embora o futebol tenha mudado muito, há limites.
E, finalmente, vejo com apreensão a simpatia com que os adversários do Benfica
ou até os inimigos, implícita ou até explicitamente, deixam transparecer o seu
apoio a um candidato. 
Ainda do ponto de vista eleitoral
vejo como detestável que certos “comentadores do Benfica” usem o seu tempo de
antena para apoiar um dos candidatos, nomeadamente quando esses comentadores
estão sempre mais próximos de quem lhes proporciona vantagens e se comportam como
“lambe botas” de quem manda. 
 
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